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Do Cena Bahiana

O mundo está se tornando um lugar cada vez mais estranho, parafraseando o filósofo Magary Lord. A última notícia a confirmar essa tese foi a de que a figura de Karl Marx, o alemão que inspirou o comunismo, virou estampa de cartão de crédito, símbolo máximo do… capitalismo.

Marx se revirou na catacumba? Não se sabe. Teria se revirado quando Lula apertou efusivamente a mão de Maluf e cortejou a adega do larápio-mor de Brasilis. Também não se sabe. Está tudo tão complicado, complexo e heterodoxo, que provavelmente os espíritos não se revirem mais. Acostumaram-se ao estapafúrdio.

Feahacê, o ex-presidente, sem espanto, diz que os partidos não se parecem mais com coisa alguma. Não passam de letras sem consistência nem identidade. Já vêm assim há muito tempo, inclusive na era Feaha, porém com outros personagens e ainda com alguma dissimulação. Hoje a coisa é mais aberta e, por que não dizer, desavergonhada.

Demóstenes, antigo símbolo da ética no Congresso, deixou-se banhar na cachoeira da corrupção e se tornou o segundo senador cassado em 188 anos de história da Câmara Alta. Na outra casa, também chamada de paraíso do baixo clero, os escândalos se sucedem e um dos últimos foi o da venda de emendas parlamentares, que envolveu nada nobres deputados baianos em um verdadeiro balcão de negócios no legislativo federal.

Os partidos perdem o sentido e os políticos se igualam na lama, sem preconceitos quando a questão é se locupletar. É comum se encontrarem nos restaurantes de Brasília indivíduos dessa espécie, oriundos de todas as siglas, para regozijarem-se após um dia estafante de trabalho. É inevitável perguntar: trabalho, contra quem?

3 respostas

  1. Ninguém contribuiu mais com o capitalismo do Marx!

    Ao teorizar que ocorreria uma superprodução sem o correspondente público consumidor, por conta de uma enorme população de miseráveis provocada pelo sistema, Marx identificou o “calcanhar de aquiles do capitalismo”.

    Os interessados coemçaram a buscar alternativas para que essa previsão de Marx nunca se tornasse realidade. É possível que daí tenha decorrido o chamado “Estado do Bem Estar Social” proposto por alguns pensadores modernos. Outro mecanismo pode ter sido a distribuição de parte da “mais valia” (lucro) entre os “explorados” proletários.

    Em resumo, quem deseja, verdadeiramente, ver destruído o seu “inimigo” não deve apontar suas possíveis fraquezas!

    Marx era capitalista, nada mais justo do que o capital prestar-lhe essa homenagem! Marx deve estar dando gargalhadas, onde quer que esteja! Com certeza, não mais no túmulo.

    Souza Neto

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