
Lixo, desorganização, urubus, cachorros e gente misturados no que seria o maior centro de abastecimento da região.
O nome é pomposo: Centro Comercial de Itabuna. A foto do Google também é de orgulhar o grapiúna mais desatento. Porém, a realidade é chocante e o cheiro, insuportável.
Mesmo assim, pela localização privilegiada, o Centro Comercial de Itabuna atrai milhares de pessoas de toda a região sul-baiana para suas compras ou negociar mercadorias a fim de abastecer outros pequenos centros, como Itajuípe, Buerarema, Itapé, Salobrinho e as demais feiras livres de Itabuna.
O que não dá para entender é que, mesmo com a importância do Centro Comercial, o poder público ignora a central de abastecimento. É tanta sujeira que fica difícil imaginar que a Vigilância Sanitária faça alguma visita “de cortesia” ao local.
Os comerciantes reclamam da administração do condomínio, gananciosa na hora de cobrar o “pedágio”. Em troca, abandona os comerciantes na lama com mercadorias expostas no chão, misturados com lixo, pombos, urubus e outros bichos.
Não existem setores específicos para comercializar no local, a exemplo do Mercado da Farinha que se encontra abandonado. Apenas dois ou três comerciantes insistem apenas para manter a freguesia.
O Mercado de Carne está fechado há mais de quatro anos e carnes de procedência duvidosa são vendidas em barracas de madeira e expostas ao tempo como se ali fosse um mercado medieval.

A maioria dos boxes está abandonada e depredada, servindo de abrigo para usuários de crack e outros como “motel” para as meninas que ali fazem programa. Não existe estacionamento e a desorganização das barracas faz com que os corajosos clientes sejam obrigados a pisar na lama, pular mendigos e bêbados.
Na área central (na verdade, o único local construído para servir de “feira”) a Sombrinha, como é conhecida, está com a estrutura comprometida e pode cair a qualquer momento. Por isso, os feirantes já – involuntariamente, evacuaram o local.
Alguns comerciantes de flores ainda resistem por não encontrar local adequado e com sombra para abrigar seus produtos.
O caos é estabelecido no sábado quando os feirantes da zona rural chegam com seus produtos e são abordados pela fiscalização e após o pagamento do “pedágio” são abandonados no meio da sujeira.
Para piorar, o prefeito Capitão Azevedo transferiu os camelôs que estavam numa “gambiarra” em cima do canal da Amélia Amado e os alojou em um puxadinho no Centro Comercial, obrigando a maioria a mudar suas atividades e montar pequenos bares para tentar sobreviver.
Feirantes ainda têm que disputar espaço com a tradicional “Feira do Rolo”, que é o comercio de trocas, estilo escambo, mas que sempre acaba em briga, além da famosa “feira do rato” que tem como protagonistas usuários de crack e pequenos meliantes que vendem os resultados dos seus “trabalhos”.
Um detalhe interessante é que candidatos a prefeito e vereador fazem questão de promover o corpo a corpo no Centro Comercial todos os sábados. Talvez, no meio de tanta sujeira, alguns se sintam em casa.