
Se Itabuna sofre com a água salobra em decorrência da estiagem, os moradores de distritos de Itajuípe e Coaraci, que margeiam o rio, sofrem ainda mais. Tanto Itabuna como os dois municípios dependem do Rio Almada para o abastecimento de água. O nível do rio reduziu-se a nível crítico e em vários trechos não há vazão de água, assim como em sua nascente, em Almadina.
As fotos captadas na tarde deste sábado (16) em um pequeno trecho do Almada, em Sequeiro Grande, em Itajuípe, são desoladoras e comprovam que o fluxo de água em direção ao mar está integralmente suspenso.
As pessoas do distrito de Itajuípe somente se utilizam da água retirada em alguns poços para gasto, já que a decomposição de matéria orgânica – folhas, galhos de árvores etc – causa mau cheiro. O rio, com seus pequenos poços e filetes d´água, insiste em sobreviver.
O abastecimento à população somente tem sido possível por meio de carros-pipa. O cenário é mais drástico em Itajuípe, obrigada a suspender o abastecimento. Nos distritos, muitos lamentam que políticos e pretensos candidatos a prefeito da Velha Pirangi façam mercância de votos em troca de água potável para o consumo humano.

REFLEXO EM ITABUNA
A seca no leito do Rio Almada tem reflexo direto no abastecimento em Almadina, onde a população protestou contra a Embasa por falta de água, Itajuípe e Coaraci, além de Itabuna.
Para se ter ideia, cerca de 600 litros de água por segundo eram captados do Almada para abastecer Itabuna. Hoje, a Emasa praticamente interrompeu a captação em Rio do Braço, em Ilhéus, dependendo apenas da captação em Castelo Novo, onde a maré afetou a qualidade da água, elevando os níveis de cloreto e tornando-a salgada.