A reação da Coelba ao anúncio de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a empresa na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) tem gerado críticas do autor da proposta, o deputado estadual Tum, do PSC. A empresa, segundo conta o parlamentar com base em informações de bastidores, tem procurado deputados para uma reunião fechada, a fim de apresentar explicações, o que é visto por Tum como uma forma de antecipar a oitiva da companhia ou, até mesmo, esvaziar a comissão.
Para o deputado, o primeiro passo após oficializar e instalar a CPI é colher informações e depois ouvir os representantes da Coelba. “Vamos ouvir o Procon, já que a empresa lidera o ranking de reclamações, vamos ouvir grandes empresas, que são obrigadas a comprar postes e fiação para ter energia e passar a operar, vamos realizar audiências públicas nos territórios, para levantar as queixas e demandas e, só depois, questionaremos os representantes da Coelba”, afirmou Tum.
Nas justificativas para abertura da CPI, o deputado cita a pouca transparência na composição dos preços cobrados aos baianos, além dos “prazos e custos nas solicitações de ligação, exigindo, sobretudo dos grandes consumidores, valores milionários para viabilizar o fornecimento de energia”.
Além disso, questiona a falta de um plano de expansão da rede, o que tem inviabilizado novas ligações elétricas do programa Luz para Todos e a implantação de grandes empreendimentos, que poderiam estar gerando emprego, renda e impostos na Bahia. A CPI da Coelba já tem 39 assinaturas, 18 além das 21 necessárias para a sua instalação.
O deputado Tum lembra que, somente nos primeiros quatro meses de 2021, a Coelba registrou lucro líquido de 10 bilhões de reais. No entanto, a companhia segue liderando o ranking de reclamações do Procon e é mal avaliada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).