Direto do Tempo Presente, d´Atarde
O senador ACM Júnior e o deputado federal Marcos Medrado (PDT) se encontraram ontem no início da tarde nos corredores do Senado.
Júnior partiu de dedo em riste:
– Você anda falando do meu pai!
Medrado tentou conversar, o dedo em riste permaneceu, junto com a ameaça:
– Eu posso lenhar com seu time.
Medrado reagiu, empurrando o dedo:
– Me respeite que eu não lhe devo nada!
A turma do deixa disso apartou.
Tempo de leitura: < 1minutoACM Júnior preferiu sombra e água fresca (Foto Webmais).
O empresário e senador baiano ACM Júnior (DEM) preferiu a sombra e a água fresca de uma suplência a sair catando votos por essa Bahia de meu Deus. Declinou do convite democrata para concorrer ao Senado.
Assim, a chapa de Paulo Souto terá como concorrentes à Senatoria a dupla “Zezé”: o ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo, e o deputado federal José Carlos Aleluia, ambos filiados ao DEM.
ACM Júnior preferiu uma saída mais doce ao ficar na primeira suplência de Aleluia. E foi na condição de suplente do pai, o ex-senador e falecido ACM, que o sócio da Rede Bahia chegou à condição de senador baiano.
A chapa de Souto terá ainda o ex-governador Nilo Coelho, de triste memória, como candidato a vice.
A vitória de Jaques Wagner na sucessão estadual de 2006, derrotando Paulo Souto logo no primeiro turno, disseminou a opinião de que o carlismo teria acabado, que a corrente política sob o total controle de ACM era coisa do passado.
De olho na sobrevivência política, acreditando mesmo no fim do carlismo, várias lideranças, vereadores e prefeitos, filiados ao Partido da Frente Liberal (PFL), procuraram um novo abrigo partidário.
O PMDB de Geddel Vieira Lima, então ministro da Integração Nacional e aliado do governador Jaques Wagner, foi o grande beneficiado pela revoada dos carlistas. A legenda, que contava com pouco mais de 25 prefeitos, passou a ter mais de 100 chefes de Executivo.
O Partido dos Trabalhadores, sob o comando de Jonas Paulo, preferiu seguir o conselho do senador César Borges. Ou seja, a pérola borgeniana de que “água e óleo não se misturam”, numa alusão ao PT e ao então PFL, hoje DEM.
Alguns alcaides pefelistas, aí incluindo carlistas históricos, que passaram a admirar a barba de Jaques Wagner e a estrela cintilante do PT, foram, impiedosamente, refugados pela cúpula do petismo.
A eleição que se aproxima, a tão esperada eleição de 2010, será um bom teste para o carlismo, que poderá ressuscitar politicamente ou, então, sucumbir de vez. O enterro definitivo só com as derrotas de ACM Neto, ACM Júnior e Paulo Souto.
Dos três políticos que representam a linha de frente do carlismo, citados no parágrafo anterior, a reeleição de ACM Neto para o Parlamento federal é favas contadas. A de ACM Júnior para o Senado é complicada.
Quanto a Paulo Souto, pré-candidato ao cobiçado Palácio de Ondina pelo Partido do Democratas(DEM), aquela inabalável certeza de que o ex-governador vai disputar um eventual segundo turno com o petista Jaques Wagner não existe mais.
Aliás, a prova de que a pré-candidatura de Souto vem perdendo consistência é o fato de que fazer parte da chapa majoritária, seja como vice-governador ou postulante ao Senado da República, deixou de ser uma disputa entre os aliados.
Imbassahy, por exemplo, presidente estadual do PSDB e ex-prefeito de Salvador, não quer mais concorrer ao Senado e, muito menos, ser o vice de Souto, já que não acredita em uma vitória do democrata. O tucano é pré-candidato a deputado federal.
O ex-governador Nilo Coelho, convidado para integrar a chapa majoritária como candidato a vice-governador, ainda não deu uma resposta positiva. O ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (DEM), não quer mais disputar o senado. É pré-candidato a deputado federal.
O carlismo não morreu, como desejam os adversários, principalmente os petistas. Mas respira com dificuldade. O balão de oxigênio é a eleição de 2010.
DATAFOLHA
Qualquer outro instituto de pesquisa que não seja o Datafolha, até agora com a credibilidade inabalável, é sempre questionado pelos senhores políticos que ficam tiriricas da vida com os resultados das consultas populares.
Portanto, uma nova pesquisa do Datafolha sobre a sucessão do governador Jaques Wagner, depois da adesão do senador César Borges à pré-candidatura do ex-ministro Geddel, é aguardada com muita ansiedade.
Duas perguntas podem ser respondidas pela pesquisa de intenção de voto: 1) Wagner pode ser reeleito já no primeiro turno? 2) A diferença entre o democrata Paulo Souto e o peemedebista Geddel caiu?
O Datafolha vem aí, para o desespero ou alegria dos senhores pré-candidatos ao governo da Bahia.
MARIA ALICE
Fale o que quiser de Maria Alice, presidente do diretório do DEM de Itabuna. Ninguém, no entanto, pelo menos em sã consciência, pode abrir a boca para dizer que a democrata é uma péssima dirigente partidária.
Maria Alice, odiada por muitos e também amada, assume posições políticas. Não fica no muro. A ex-dama de ferro é carlista, é fernandista, vai votar em Paulo Souto, ACM Neto e nos dois candidatos da legenda ao senado da República.
Maria Alice tem lado. Não fica fazendo jogo de cena. Faz política sem teatro, sem tapear.