Marão publica lei que formaliza transferência de propriedade ao Aeroclube de Ilhéus
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O prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD), sancionou nesta quinta-feira (10) a Lei 4.142/2021, que formaliza a doação de terreno do município ao Aeroclube de Ilhéus. A área de dez mil metros quadrados é contígua ao Aeroporto Jorge Amado, no bairro Pontal.

A transferência da propriedade é reivindicação antiga do clube, que exercia a posse do terreno por meio de termo de cessão, instrumento legal cujo prazo venceu em janeiro deste ano.

No próximo dia 28 de junho, aniversário da cidade, o Aeroclube de Ilhéus completará 80 anos. Matéria do PIMENTA, publicada em novembro de 2021, conta parte dessa história (veja aqui).

Aeroclube recebe aval da Câmara para permanecer no imóvel que usa há 79 anos || Foto PIMENTA
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A Câmara de Vereadores de Ilhéus aprovou nesta terça-feira (30), em votação unânime, a doação de terreno público ao Aeroclube de Ilhéus. A escola de aviação funciona no imóvel há 79 anos.

Com a aprovação da Câmara, o projeto de lei segue para a sanção do prefeito Mário Alexandre (PSD). Atualmente, um termo de cessão de uso é o instrumento que legítima a posse do aeroclube sobre o terreno.

Matéria do PIMENTA, publicada na última segunda-feira (29), conta um pouco da história da instituição (veja aqui).

Lauro Mendes Calazans, presidente do Aeroclube de Ilhéus || Foto PIMENTA
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A dois meses de concluir o mandato na presidência do Aeroclube de Ilhéus, Lauro Mendes Calazans, 38, recebeu o PIMENTA para uma visita guiada às instalações da escola de aviação. Com trânsito livre no Aeroporto Jorge Amado, ele autorizou a entrada da nossa reportagem pelo portão de embarque e nos levou à recepção do clube.

No local, explicou que a origem formal do aeroclube remonta ao dia 28 de junho de 1942, depois que o prefeito Mário Pessoa adquiriu 5.9 hectares da Fazenda Sapetinga, ao lado do campo de aviação, para o patrimônio municipal. Atualmente, a escola ocupa pouco mais de um quinto da área original, por meio de termo de cessão concedido pelo município. Firmado em 2012, o termo tem prazo de 10 anos e vencerá no próximo dia 2 de janeiro.

Conforme o presidente, é importante que a Prefeitura de Ilhéus renove a cessão ou doe o terreno ao clube ainda em 2021. Isso evitaria a iminente situação de insegurança jurídica sobre o direito de uso do espaço. O problema, segundo Lauro, é o tempo, que parece curto para o trâmite legislativo na Câmara.

O mandato de quatro anos de Lauro acabará ao final de janeiro próximo. Até lá, o principal objetivo do presidente é garantir a manutenção das atividades do clube. Para isso, está disposto a garantir contrapartidas ao município, a exemplo da prestação de cursos profissionalizantes a pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

“A gente já tem um curso de atendimento a clientes para esse público. Quem vai dar aula para essa turma? Os comissários formados aqui, que têm o rol de atendimento das empresas aéreas. É isso que a gente vai passar para esse público, que vai ser indicado pela Prefeitura ou pela Câmara de Vereadores. A gente vai aceitá-los aqui e ministrar esses cursos”, acrescentou Lauro Calazans.

O ultraleve Ventura, uma das três aeronaves do Aeroclube de Ilhéus || Foto PIMENTA

Devido ao alto custo da formação de pilotos, o aeroclube não tem condições financeiras de custear bolsas para o curso completo de piloto privado, afirma Lauro. Segundo ele, o investimento é de R$ 25 mil a R$ 27 mil por aluno. As 42h obrigatórias de voo geram despesa de R$ 11.550,00 apenas com o combustível de aviação.

“PAPO DE AVIAÇÃO”

Um mapa na sala do clube traz marcados os locais de onde saíram alunos que estudaram na escola ilheense: Mato Grosso, Sergipe, Pará, a lista é grande. Nas contas de Lauro Calazans, foram mais de 500 pilotos formados em 79 anos de história. O próprio presidente estudou no aeroclube, com direito à bolsa da parte teórica do curso.

Aeronave levada por Bruno de volta à base de Salvador

Diante do mesmo mapa, o piloto Bruno Valverde e o aprendiz Cleyton Rangel conversavam sobre o defeito em uma das luzes do painel da aeronave na qual o primeiro viajaria para Lençóis, na Chapada Diamantina, a 510 quilômetros do litoral sul da Bahia. Naquele dia, por cautela, Bruno decidiu retornar à base de Salvador, onde a aeronave será avaliada por mecânicos especializados, conforme explicou ao PIMENTA.

Morador do Pontal, bairro do Aeroporto Jorge Amado, Bruno escolheu a profissão ainda na adolescência, quando estudava no antigo Centro Integrado de Ensino Rômulo Galvão (Cierg), atual Colégio da Polícia Militar. A escola fica a menos de dez metros do muro do aeroporto. Hoje, com 34 anos, ele é piloto comercial. Como o aeroclube ilheense forma apenas pilotos privados – que não podem voar profissionalmente – , completou sua formação em Salvador.

Cleyton Rangel, o aprendiz, deseja seguir o mesmo caminho de Bruno e também se dedica ao podcast “Papo de Aviação”, que pretende estrear em breve. Quer convidar para o primeiro episódio o ex-vice-prefeito José Nazal, fotógrafo e dono do maior acervo de imagens aéreas de Ilhéus. “Nazal deve ter mais horas de voo do que eu”, emendou Lauro.