A enfermeira Camila Alves em atividade educativa no HMIJS || Foto Divulgação
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Uma extensa programação marca as comemorações do Agosto Dourado, campanha da Organização Mundial da Saúde em defesa da amamentação materna, no Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio (HMIJS), em Ilhéus. Profissionais de enfermagem, de nutrição, fisioterapia e fonoaudiólogos da unidade promovem ações educativas beira-leito, ressaltando que o ato de amamentar é bom não só para a saúde do bebê, como também para a da mulher, pois reduz as chances de sangramento pós-parto; ou de desenvolver anemia, câncer de mama e de ovário, diabete e infarto.

Na segunda-feira (5), a ação foi conduzida pela enfermeira Camila Alves de Oliveira. Mas, desde o dia 1º de agosto, o HMIJS executa ações beira-leito, ou seja, durante o período de internação das puérperas. Amanhã (9), será a vez da consultora em amamentação Ariana Souza e da nutricionista Isabele Alvim falarem sobre a importância do leite materno. Na segunda (12), está previsto um pit stop, com ação educativa, comandado pelas enfermeiras Camila Lima, Emilia Araújo, Juliana Cerqueira; e as técnicas Níbia Oliveira, Josielma Oliveira, Ana Aparecida Silva e Valdeide Silva.

RODA DE CONVERSA

No dia 17, serão abordados, em uma roda de conversa, Os desafios da Amamentação, com a enfermeira Mariane Oliveira Costa. A disfunção da sucção e as opções para reabilitação, sonda/dedo e translactação será o tema do encontro das puérperas com a fonoaudióloga Camylla Andrade.

O Materno-Infantil também vai promover um Mamaço, cuja data e local ainda serão informados, com o objetivo de reunir mães e bebês para compartilhar experiências. “É uma forma de proteger e estimular a amamentação, de dar apoio psicológico e fortalecer a relação que existe entre mãe e filho”, explica a enfermeira Viviane Barreto, coordenadora do Alojamento Conjunto do HMIJS.

AÇÃO NAS ALDEIAS

Por ser o único hospital especializado em atendimento aos Povos Originários da Bahia, a iniciativa também será levada às aldeias Tupinambá, da região de Olivença, litoral sul de Ilhéus, dia 30. Na oportunidade, a enfermeira Viviane Barreto falará sobre a importância da amamentação, com sensibilização para a temática Um ato de amor e de desafios: uma responsabilidade compartilhada. Toda a programação do Agosto Dourado é coordenada pelo Núcleo de Educação Permanente do Hospital.

De acordo com a OMS, a recomendação é que os bebês sejam alimentados exclusivamente com leite materno até os 6 meses. E que, mesmo após a introdução dos primeiros alimentos sólidos, sigam sendo amamentados até, pelo menos, os 2 anos.

Agosto Dourado: amamentação ajuda a prevenir câncer de mama e outras doenças || Arquivo Pessoal/Priscila Nóbrega
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A edição 2023 da Semana Mundial da Amamentação quer chamar a atenção para as dificuldades vividas por pais e mães que precisam dividir o seu tempo entre trabalho e bebês ainda na fase de amamentação. Assim, a organizadora do evento – a Aliança Mundial para Ação de Aleitamento Materno – defende a ampliação da licença maternidade remunerada e a adequação dos ambientes de trabalho para mães e bebês lactantes.

A semana mundial começa nesta terça-feira (1º) e vai até o dia 7 com o slogan Possibilitando a Amamentação: Fazendo a Diferença para Mães e Pais que Trabalham. Entre os objetivos, está o de informar sobre as perspectivas dos pais trabalhadores com relação à amamentação e paternidade.

Pretende-se, também, criar bases para a adoção de licença remunerada e suporte nos locais de trabalho, de forma a facilitar a amamentação de bebês; envolver as pessoas e organizações para melhorar a colaboração e o apoio à amamentação no trabalho; e conscientizar sobre ações de melhoria das condições de trabalho e apoio relevante ao aleitamento materno.

PANDEMIA PREJUDICOU GESTANTES

Em nota divulgada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da entidade, Rossiclei Pinheiro, diz que a pandemia de covid-19 prejudicou as mulheres grávidas, uma vez que aumentou o risco de desemprego e dificultou o acesso a serviços de saúde nas diferentes etapas da gestação.

Segundo ela, a edição deste ano pretende “ajudar e facilitar o desenvolvimento de ações para defender os direitos da mulher trabalhadora que amamenta”.

Entre as medidas defendidas pela SBP, figuram a defesa da licença-maternidade com duração de 180 dias; o incentivo à implantação de salas de apoio à amamentação nos locais de trabalho; disponibilização de creches nas empresas ou próximas ao local; e a extensão da licença-paternidade para 20 dias.

Rossiclei considera fundamental o envolvimento de governos, sistemas de saúde, empresas e comunidades nessa causa, visando a promoção da autonomia das famílias e a manutenção de ambientes favoráveis ao aleitamento materno nos mais diversos ambientes de trabalho.

“Pretendemos fazer um balanço das mudanças nas configurações do local de trabalho e nas normas parentais, identificando as interferências do home office e atividades extradomiciliares, ouvindo pais de diferentes regiões no país. As perspectivas e necessidades dos pais nos ajudarão a entender melhor como as políticas de apoio ao aleitamento materno e a legislação podem ajudá-los”, acrescenta.

A SBP coordena, também, o Agosto Dourado, mês dedicado a ações que visam estimular o aleitamento materno. Neste período, a entidade e suas afiliadas promovem medidas – presenciais e virtuais – para conscientizar a população sobre a importância da amamentação.