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Paulo de Freitas
Lembra-me sempre um espirituoso amigo, daqueles que afirma perder o amigo, mas não perder a piada, que a verdade é algo deveras importante para ser dita a todo o momento e por qualquer um. Se assim ocorresse, ela – a verdade -, não teria valor algum.
Sou obrigado a reconhecer que a máxima, quando transportada para certo microcosmo da realidade social, sobretudo em época de Comissão Especial de Inquérito (CEI) vivida pela nossa Câmara Municipal e de campanha eleitoral majoritária, parece ser cada vez mais correta.
Não me tomem, senhores leitores, por puritano, cabeçudo, intransigente ou qualquer outro adjetivo dos que se atribuem a alguém quando querem lhe diminuir ou arrefecer as convicções. Afinal, quem nunca contou uma mentira? Mesmo que “inocente”, como dizem por aí.
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Walmir Rosário | ciadanoticia@ciadanoticia.com.br
Aos poucos vou me acostumando com as propostas apresentadas pelos candidatos no rádio e na TV. Não preciso nem mesmo prestar atenção nos cargos para os quais pretendem se eleger. Nem precisa, não vou mesmo votar neles, mas, pelo menos, vou anotando os absurdos “vomitados” durante o horário eleitoral gratuito, “herança maldita” que nos foi deixada pelo regime militar, num rompante de abertura.
Só que, naquela época, um dos ministros, mais precisamente o da Justiça, dizia, no rádio, jornal e na TV, não ter nada a declarar. E não tinha mesmo, quer dizer, pelo menos para que pudéssemos ouvir. Caso teimasse em dizer, não seria conteúdo para todos; teríamos que tirar os menores e as mulheres da sala, por serem impublicáveis os assuntos.
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Allah Góes | allah.goes@hotmail.com
Grande confusão se vê hoje em Itabuna por conta da descoberta “tardia”, pela comunidade, de que a Câmara de Vereadores, quanto à antecipação da eleição de sua Mesa Diretora para o biênio 2011/2012, cometeu, por conta da pressa, uma verdadeira “barbeiragem jurídica”.
No primeiro semestre do ano de 2009, o vereador Milton Cerqueira participava de um Congresso de Vereadores onde, numa das palestras, foi aventada a possibilidade de, alterando-se a legislação do município, antecipar a eleição para a escolha da Mesa Diretora da Câmara.
Animado com a notícia, o edil foi logo falar da “descoberta” com o vereador Roberto de Souza que de imediato acionou “Kleber Ferreira & Cia Ltda.” A partir daí, foi realizada tão somente a alteração do Regimento Interno da Casa e se deu o sinal verde para o início das negociações com vistas à formação da nova Mesa Diretora.
Negociações feitas, Regimento alterado, Mesa “fechada”, marcou-se para o mês de junho de 2009 a sessão para eleição da nova Mesa Diretora, oportunidade em que o Vereador Roberto de Souza, há vários mandatos como primeiro-secretário daquela Casa de Leis, foi finalmente escolhido presidente.
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O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Rádio e Televisão de Itabuna, Frankvaldo Lima, irritou-se com uma cobrança feita pelo Pimenta. Para o blog, é imperioso que o Stert se manifeste sobre a demissão do radialista Henrique Queiroz da Rádio Nacional, o que a entidade ainda não fez.
Há uma dificuldade para Lima, que tem programa na mesma Rádio Nacional, portanto está também subordinado ao empregador que demitiu Queiroz. Este radialista disse hoje ao Pimenta que não cometeu qualquer transgressão à lei eleitoral em seu programa da última quinta-feira, 26. Seu “delito” foi mesmo ter aberto o programa “Nacional Verdade” com um editorial em que teceu críticas ao presidente da Câmara de Itabuna, vereador Clóvis Loiola.
Segundo consta, o presidente designou um funcionário para acompanhar os principais programas de rádio em Itabuna e verificar quem está falando mal dele. Quem incorrer no “deslize” corre o risco de ficar sem mesada. Queiroz dançou porque falou demais… Não de campanhas ou pesquisas, mas de Loiola. E Barbosa, que faz rádio “por amor à causa”, não contou conversa.
O Pimenta procura fazer jornalismo com decência e jamais aceitou pressões ou favores para adotar qualquer posição. É regra no blog não misturar questões comerciais com o conteúdo editorial, pois entendemos que no dia em que cairmos (jamais!) nessa tentação maligna, neste exato momento o blog perderá toda a sua essência e razão de ser.
Por conta dessa firmeza, o Pimenta está sempre recebendo ataques de todos os lados e até daqueles que nem imaginávamos. Mas é assim mesmo, faz parte da vida e as posturas alheias, embora às vezes nos decepcionem, não vão nos deprimir.
Hoje pela manhã, o diretor da Nacional, Barbosa Filho, também irritado (ô gente mau-humorada!) com a crítica feita pelo blog contra a demissão de Queiroz, atacou o blog de maneira transversal, enviesada. Chegou a comparar os operários desta fábrica de notícias ao blogueiro do “Pura Extorsão”, João Andrade Neto!
Suspiramos, olhamos para o alto, pedimos sabedoria a Deus para responder sem chutar a canela de ninguém, pois é preciso manter o nível. Pensamos em exigir ao autor da leviandade que provasse o que disse a sua língua ferina, mas não nos demos a esse trabalho porque a afirmação – como dito – foi enviesada (quando vier direta e sem disfarces, a interpelação judicial será feita tranquilamente).
Depois, veio o amigo Frankvaldo Lima, o presidente do Stert, que não gostou de ser chamado à responsabilidade para com um companheiro seu. O programa  de Lima na Nacional de Barbosa foi dedicado hoje a criticar o jornalismo do Pimenta.
 O presidente do Stert e a nossa também querida amiga Kelly Dourado, sua esposa, chegaram a oferecer-se para dar a estes blogueiros aulas de como fazer jornalismo com ética, isenção e qualidade editorial. É claro que ficamos felizes com tamanha demonstração de solidariedade, sobretudo em meio a tanta pancada, e ficamos a esperar ansiosamente pelas aulas, que certamente hão de enriquecer o nosso cabedal jornalístico.
Como é sempre bom renovar, vamos jogar no lixo os manuais e os ensinamentos que recebemos de Luiz Conceição, Daniel Thame, Walmir Rosário e reaprender jornalismo com o casal Frankvaldo Lima e Kelly Dourado. Vocês não têm noção da ansiedade que nos domina neste momento!
 

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A princípio, nada de mais com a existência de 195 cargos comissionados na Câmara de Vereadores, não fosse a perversa distorção quando esse número é confrontado com o onze, que é a quantidade de servidores públicos efetivos e concursados da Câmara Municipal.

Paulo de Freitas
A descoberta dos denominados “atos secretos”, produzidos há algum tempo nos porões do Senado Federal, chamou a atenção da população brasileira para uma prática mais comum do que se imaginava: a nomeação de servidores para ocupar diversos cargos públicos sem a divulgação em diário oficial de seus nomes, negando aos mesmos a publicidade que a lei exige.
A garantia de publicidade dos atos administrativos, ainda que não seja plenamente reconhecida como condição absoluta de validade dos mesmos, é comando que a chamada Lei Maior, a Constituição Federal de 1988, fez inserir em seu artigo 37, determinando que a administração pública, seja ela direta ou indireta, de qualquer dos Poderes (Executivo, Legislativo ou Judiciário) da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: “… obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, …”.
Pretendeu o legislador constituinte, acertadamente, logo no primeiro artigo do capítulo VII, que dispõe sobre a Administração Pública, garantir e propiciar a todos os cidadãos o conhecimento e, via de consequência, a fiscalização e o controle sobre todos os atos praticados pela administração. E aqui não se trata apenas da nomeação de servidores, mas uma centena de outros atos que deixam transparecer como se comportam nossos servidores públicos, principalmente aqueles que ocupam postos que trazem em si a vontade da “caneta pública” sob seu controle.
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Ricardo Ribeiro | ricardoribeiro@pimentanamuqueca.com.br
Meu filho tem oito anos e adquiriu o estranho hábito (para alguém dessa idade) de assistir ao horário eleitoral na TV. Você pode pensar que o interesse seja pelos candidatos exóticos, alguns até engraçados ou ridículos mesmo, e vá lá que também tenha esse lado e às vezes chegamos a dar boas risadas com as figuras que se apresentam para resolver os graves problemas como a desigualdade, a falta de segurança, saúde, emprego e infraestrutura. Verdadeiros heróis.
Lado a lado na sala, eu e o moleque assistimos ao desfilar de promessas e é incrível como ele já manifesta desconfiança total e absoluta com relação aos políticos e à política. Mesmo com sua pouca idade, observa que a mentira permeia os programas eleitorais como uma sombra e já começa a perceber o quanto a eleição revela o verdadeiro caráter de quem se elege.
O guri andou tendo aulas de cidadania em sua turma de segunda série e aprendeu umas noções básicas sobre os serviços públicos, impostos e coisas do gênero. Já sabe, por exemplo, que nós pagamos vários tributos e o governo devolve uma ninharia em serviços. E estes, além de poucos, ainda são ruins.
Cheio de si, o novo cidadão interpela: “pai, aquela rua em que nós vamos morar está cheia de buracos”… E faz a pergunta caceteira: “os moradores não pagam o IPTU?”. Eu digo que sim e, claro, o moleque fica com aquela sensação de que tem alguém sendo roubado. Geração esperta essa de hoje. Esperta até demais.
Outro dia, candidatos externando seu bolodório, vem ele de novo: “pai, criança pode se candidatar?”. Eu digo que não, que criança não pode nem votar nem ser votada, mas resolvo dar uma de sabido: “só que você pode ser o prefeito de seu quarto e deixá-lo sempre arrumado”. A resposta: “que bom, então vou ser prefeito do meu quarto, mas como prefeito não faz nada mesmo…”.
Confesso que dei risada (pô, o moleque só tem oito anos). Mas pedi réplica e disse que ele teria que ser um bom prefeito, pois senão os seus eleitores (eu e a mãe dele) iríamos cassar o seu mandato. Não sei se a advertência o amedrontou, mas vamos ficar de olho.

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Walmir Rosário | ciadanoticia@ciadanoticia.com.br
O que se esperava ser uma notícia bombástica com detalhes sobre a “quadrilha” que operava o dinheiro da Câmara de Vereadores de Itabuna foi um verdadeiro fiasco. Clóvis Loiola, feito presidente do Legislativo por Roberto de Souza para derrotar o candidato do prefeito Capitão Azevedo, Ruy Machado, deu demonstrações de que não estava preparado para o cargo.
A invenção dos vereadores de oposição mostrou ser um vereador de apenas um mandato, sem massa cinzenta suficiente para analisar, sequer, o dia seguinte, a próxima aliança, sustentar a denúncia que fora obrigado a fazer. Ao sair pelas emissoras de rádio concedendo entrevistas a “torto e a direita”, esbarrou no seu próprio despreparo.
Pensava ele que agia com o respaldo do cargo de presidente do Legislativo itabunense, a instituição que deveria ser de fato e de direito, a Casa do Povo, slogan utilizado em sua fachada. Mas Loiola nem chegou a pensar nessa possibilidade, e se tornou um estorvo para seus “criadores”, um suspeito para a população, um presidente com todas as suspeitas.
Loiola deu um passo maior para as pernas que possui, colocou o chapéu acima do que seu braço alcança. Resultado, os criadores de antes, os colegas vereadores, os criadores atuais, ocupantes do Centro Administrativo Firmino Alves lhe “cortaram as pernas, ou as asas”, deixando-o sem poder andar ou alçar vôos. Ficou sozinho, sem pai nem mãe como diz o ditado.
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Wladimir Pomar | no Correio da Cidadania
As recentes pesquisas eleitorais continuam apresentando Dilma em processo de ascensão. Aparentemente, a continuar nessa rota, a candidata do PT estaria em condições de obter a vitória no primeiro turno. Porém, essa aparência, como já reiteramos em comentário anterior, pode ser fatal para a campanha petista, por vários motivos.
Se olharmos as pesquisas com mais atenção, veremos Dilma em crescimento, Serra em queda e Marina, assim como os demais candidatos, em situação estável. A queda de Serra está associada à subida de Dilma, devendo significar que a natureza direitista e reacionária da candidatura do PSDB-DEM está vindo à luz, e que seu falso discurso de continuidade do governo Lula não colou.
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Walmir Rosário | ciadanoticia@ciadanoticia.com.br
Após a cisão entre os vereadores Roberto de Souza (primeiro-secretário) e Clóvis Loiola (presidente), a Casa Legislativa de Itabuna se transformou num alvo corriqueiro das editorias de polícia das emissoras de rádio, TV, blogs e jornais. A gota d’água foi a exoneração dos diretores administrativo, Alisson Cerqueira, e de Recursos Humanos, Kleber Ferreira, ato assinado pelo presidente Loiola.
De um lado, os vereadores da situação; do outro, os oposicionistas. Enquanto uns questionam o decreto de exoneração, garantindo ser um ato da Mesa Diretora, os outros sustentam ser apenas ato de competência do presidente da Câmara, como foi feito e assinado por Clóvis Loiola.
Enquanto um lado, o que apoia Roberto de Souza, promete cassar o presidente Loiola, o outro, que tem o apoio do Centro Administrativo Firmino Alves, diz que é tudo “balela”, “fanfarronice” e promete ir ao Poder Judiciário para manter Loiola no cargo, com todas as prerrogativas de presidente.
E mais: podem colocar em andamento um projeto antigo, resultado da queda-de-braço entre Roberto de Souza e a família Burgos, motivado pela falta de apoio ao nome da procuradora-geral do Município, Juliana Burgos, indicação do prefeito Capitão Azevedo. No judiciário, os Burgos levaram a melhor, mas ficaram sequelas, feridas que até hoje não foram cicatrizadas.
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Walmir Rosário | wallaw2008@hotmail.com
Do site Cia da Notícia
A cada dia que passa os problemas urbanos das cidades do Sul da Bahia – como de todo o Brasil – vão se avolumando, causados pela falta de investimentos históricos na área de infraestrutura. Descasos como esses são imperdoáveis numa cidade de vocação turística e que pode se destacar como polo regional de indústria, comércio e serviços.
E não está longe desse crescimento se tornar realidade com a implantação do Complexo Intermodal, composto de um porto, uma ferrovia e um aeroporto. Para ampliar esse complexo, também bate às portas a implantação da Zona de Processamento e Exportação (ZPE).
Nunca tantos investimentos foram alocados para uma só região e de uma só vez. Esses investimentos “mães” trazem em seu bojo uma série de outros, as chamadas empresas satélites que gravitam em torno das grandes corporações.
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Eliane Oliveira recebeu Francisco Paulo Lins da Silva, vindo  não se sabe de onde, com a generosidade das mulheres apaixonadas.
Deu-lhe amor, uma família e até um emprego na instituição em que trabalhava.
Quando se descobriu que  Francisco viera das trevas, Eliane estava morta, covardemente assassinada pelo homem a quem amara e acolhera.
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Domingos Matos |  matos.domingos@gmail.com
Interessante a notícia que recebo no email, oriunda da assessoria de imprensa da prefeitura de Itabuna. Em letras destacadas em negrito, o título anuncia que “Profissionais de imprensa e comerciários terão acesso a Programa Habitacional”.
Maravilha, penso. Lendo com mais cuidado, porém, descubro que o “convênio assinado na tarde da última sexta-feira (30) entre Prefeitura de Itabuna, Caixa Econômica Federal (CEF), e a FM Construtora está assegurando o acesso de jornalistas e radialistas sindicalizados ao Programa de Financiamento Habitacional “Minha Casa, Minha Vida”. (grifo meu).
Ou seja, não é pra qualquer um jornalista. Tem que ser sindicalizado – nem é bom perguntar o que eles têm para blogueiro, visto que nosso Trombone tem classificação ‘livre’. Mas vamos nos ater ao caso dos jornalistas e radialistas “tradicionais”. Melhor, vamos ficar apenas com o caso dos jornalistas, uma vez que identifico maior facilidade para os companheiros do microfone na seara em que quero meter o bedelho.
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Ricardo Ribeiro | ricardoribeiro@pimentanamuqueca.com.br
Nas projeções de minha imaginação, a Itabuna dos primeiros anos seria algo semelhante à lendária vila de Macondo, celebrizada por Gabriel Garcia Marquez no livro Cem Anos de Solidão. Deveriam existir também por essas terras os seus Melquíades, o cigano que sempre chegava trazendo a última novidade, ainda que não fosse tão nova assim. O jornal, por exemplo, poderia ser de uma semana atrás, porém as notícias eram “fresquinhas” em uma época que ainda estava a anos-luz da instantaneidade dos blogs.
Imagino que a espera angustiada pelo inédito, às margens de um rio de águas límpidas e valentes, propiciasse aos primeiros itabunenses momentos de reflexão e poesia. Sem afetações, pois isso não era compatível com os “cabra macho” que enfrentaram serpente, correnteza e índio até chegar ao local em que plantaram as suas promissoras tabocas.
Nas episódicas aulas que assisti sobre o tema, ensinavam que aqui chegaram sergipanos, gente do sertão da Bahia e povos das Arábias, sobretudo sírios e libaneses (na época, para facilitar, estes últimos eram todos chamados indistintamente de “turcos”).
Quem foi além das aulas e embrenhou-se pelas matas fechadas dos livros de Adonias Filho e Jorge Amado, descobriu que nem sempre a paz prevaleceu neste solo promissor. A terra, como escreveu Jorge, foi “adubada com sangue”.
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Walmir Rosário | wallaw2008@hotmail.com
Como acontece em todos os anos de eleições, o coitado do eleitor fica atônito sem saber em quem confiar. Sim, estou falando dos políticos candidatos e nas informações prestadas pelos seus marqueteiros e coordenadores de campanha, responsáveis pela barafunda de resultados de pesquisa de intenção de votos.
Os institutos de pesquisa também não deixam por menos e aumentam a confusão na cabeça do eleitor a cada resultado publicado, embora as aferições tenham sido realizadas nos mesmos dias e lugares. Mas, diriam, ou dizem os entendidos: “Cada pesquisa detecta um momento, daí os resultados díspares”.
A cada rodada de pesquisas nos deparamos com resultados cada vez mais esdrúxulos com diferenças abissais – próximas de 10 pontos percentuais – entre os dois principais candidatos à Presidência da República. Quem realmente está à frente nas pesquisas: Serra ou Dilma? Ninguém sabe, ou melhor, poucos sabem.
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Wenceslau Júnior | wenceslauvereador@gmail.com

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Vivemos mais de três décadas agonizando as consequências de uma excludente e perversa monocultura. Podridão parda, queda internacional dos preços, vassoura de bruxa, ausência de investimentos em ciência e tecnologia, baixa produtividade e a falta de diversificação da agricultura parecem ter condenado a nossa região ao fracasso.

Porém, o maior problema que enfrentamos durante todo esse tempo foi a completa ausência de uma política pública que tivesse como principal objetivo superar a crise e retomar o desenvolvimento econômico e social com respeito ao meio ambiente.

Vários anos de carlismo. Muita propaganda. Ação zero. Falava-se em desenvolvimento do turismo e estamos até hoje a mercê de infraestrutura nas principais cidades turísticas da região. Fizeram da crise do cacau algo semelhante à indústria da seca nordestina.

Muitos Filhos e Juniors foram eleitos e reeleitos com base no discurso da salvação da lavoura. Foi-se o ICB; asfixiaram a Ceplac e a única instituição de caráter regional que conquistamos foi a Uesc. Diga-se de passagem, com muita luta da comunidade.

É necessário reconhecer o esforço empreendido não só pelo governo Wagner como também pelo governo do presidente Lula. O reconhecimento é não só pelas inaugurações de obras realizadas em vários municípios, a exemplo de Coaraci e Itacaré, que recebem a visita do governador neste 31 de outubro e no dia três de novembro, oportunidade na qual irá inaugurar a rodovia Camamu-Itacaré, bem como a ponte que faltava para concretizar a ligação dos municípios, encurtando a distância para Salvador, via Bom Despacho e, por conseguinte, fomentando o turismo na região.

Deve-se reconhecimento principalmente por apresentar uma proposta concreta de retomada do desenvolvimento regional. Os investimentos em infraestrutura (Porto Sul; Aeroporto; Ferrovia; ZPE; GASENE Cacimbas-Catu), o PAC do Cacau, que finalmente saiu do papel, acompanhados do Instituto Federal de Educação Tecnológica (Ifet), que será instalado às margens da rodovia Ilhéus-Itabuna, propiciarão um novo ciclo de desenvolvimento econômico numa região completamente esquecida pelos governos passados.

Acho justa a preocupação do movimento ambientalista,que defende um maior debate dos projetos, buscando dimensionar melhor os impactos sociais e ambientais que serão gerados pelos empreendimentos. Porém, não podemos prescindir de encontrar soluções justas e compensações socioambientais que atendam, sobretudo, as populações excluídas. Ampliar as áreas das Unidades de Conservação e aportar mais recursos para criar reais condições de sua proteção deverá ser prioridade.

Também deve ser prioridade viabilizar recursos e apoio técnico para execução de obras de saneamento ambiental nos municípios que poluem as bacias do Almada e do leste para a preservação das nascentes e do rico manancial hídrico da região.

Entendo como mais do que necessária a criação da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSULBA), a qual, juntamente com a UESC, que já cumpre um importante papel cientifico, e o futuro IFET, propiciarão o desenvolvimento científico-tecnológico necessário ao desenvolvimento sustentável, qualificando a mão-de-obra local para ocupar bons postos de trabalho nos futuros empreendimentos.

Contudo, não podemos perder esta oportunidade, pois o compromisso expresso por Wagner e Lula para nossa região é algo nunca visto na história. O momento é rico, aproveitemos, mas não sejamos ingênuos.

Não podemos permitir que o retrocesso retorne ao poder, no nosso país e no nosso estado. Os neoliberais que destruíram o país e fizeram da Bahia o seu maior laboratório não merecem interromper esse processo de retomada do desenvolvimento.

Parabéns Wagner e Lula! Viva ao sul da Bahia!

Wenceslau Júnior é advogado, professor da Uesb, vereador e presidente do PCdoB de Itabuna.