O ex-prefeito José Nilton Azevedo, ainda no DEM, não jogou a toalha quando o assunto é a disputa pelo poder municipal. Segundo fonte ouvida pelo Pimenta, uma possível candidatura de Azevedo conta com apoio e incentivo de gente graúda do governo do prefeito Claudevane Leite (PRB), embora este siga pessoalmente comprometido com o comunista Davidson Magalhães.
Os colaboradores de Vane que flertam com o ex-prefeito não descartam a possibilidade de Azevedo vir a ter sua candidatura inviabilizada em função de pendências judiciais, mas ainda assim calculam que vale a pena tê-lo por perto. Se não for como candidato, seria na função de cabo eleitoral.
A estratégia, naturalmente, inclui o desembarque de Azevedo do DEM (ele irá provavelmente para o PSD ou PR). Outro ponto é reprogramar o GPS do presidente da Ficc (Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania), Roberto José, que passaria a ter a Câmara de Vereadores como destino.
Detalhe: para o grupo que articula a candidatura do ex-prefeito, o vice dos sonhos é o juiz aposentado Marcos Bandeira.
O ex-alcaide José Nilton Azevedo, mais conhecido como capitão Azevedo, continua no mesmo erro de não tomar posição diante dos fatos políticos, fugindo deles como o diabo da cruz.
Essa hesitação, que é uma característica marcante no prefeiturável, só faz dificultar sua legítima e democrática pretensão de governar Itabuna pela segunda vez.
Até hoje não se sabe o voto de Azevedo na última sucessão estadual, se o militar votou em Geddel Vieira Lima, pelo PMDB, ou em Paulo Souto, o postulante de seu partido, o DEM.
O eleitor não gosta de político indeciso, que fica titubeando, sem saber o caminho que vai percorrer. Passa a impressão de insegurança, que anda desprestigiado pelo grupo político.
O saudoso e inesquecível jornalista Eduardo Anunciação tinha razão quando dizia que “Azevedo é uma espécie de político que não tem formação para o combate, não tem coragem, audácia, mesmo sendo militarista, mesmo sendo militar, mesmo sendo capitão, mesmo sendo bem intencionado como um político populista”.
Ora, até as freiras do Convento das Carmelitas sabem que Azevedo não é o nome da oposição na sucessão de Claudevane Leite. É o terceiro da fila. Na sua frente Fernando Gomes e o tucano Augusto Castro.
O que se faz urgente para o ex-prefeito, sob pena de ficar com o rótulo de ingênuo e politicamente infantil, é uma tomada de posição, do tipo “ou vai ou racha”. Não pode é ficar aceitando o cozimento em banho-maria.
E não adianta a conversa aqui no primeiro andar. O diretório municipal, sob a batuta de Maria Alice, já deu demonstrações de preferência por Fernando Gomes. Só por FG. A ex-dama de ferro não confia em Augusto Castro.
Azevedo tem que chegar para o prefeito ACM Neto, sem dúvida a maior liderança do DEM estadual e do demismo nacional, e abrir o jogo. No mínimo, estabelecer um prazo limite para que o chefe do Executivo tome uma posição.
Se José Nilton Azevedo se contenta em ser vice de Fernando Gomes ou de Augusto Castro, que fez de tudo para impedir sua candidatura a deputado estadual, tudo bem. Assume o papel de coadjuvante.
O que não pode é ficar sendo descartado impiedosamente não só pela cúpula municipal de DEM como pelo diretório do PSDB, presidido pelo também prefeiturável Augusto Castro.
Azevedo é um ex-prefeito. Merece respeito. Não pode ser tratado como carta fora do baralho, com desdém e, muito menos, com deboche.
Já pensou se José Dirceu resolve externar suas opiniões em uma entrevista bombástica para a imprensa? Seria um Deus nos acuda. Rui Falcão seria o primeiro a condená-lo.
O governador Rui Costa acerta quando diz que “o PT não pode pressionar a presidente Dilma pelos jornais”. E mais razão ainda quando declara que não emite opiniões publicamente sobre “muitas coisas”, sob pena de causar instabilidade.
A alfinetada foi para Rui Falcão, presidente nacional da legenda, que andou cobrando de Dilma a demissão do ministro Joaquim Levy (Fazenda). O dirigente-mor do petismo é adepto do “Fora Levy”.
“É legítimo externar minhas opiniões”, rebate Rui Falcão. A presidente Dilma, lá da Suécia, sem esconder sua peculiar irritação, respondeu secamente: “Ele (Levy) não está saindo do governo. Ponto final”.
Pois é. Já pensou se José Dirceu resolve externar suas opiniões em uma entrevista bombástica para a imprensa? Seria um Deus nos acuda. Rui Falcão seria o primeiro a condená-lo. É bom torcer para que o ex-todo poderoso continue longe de um acordo de delação premiada.
Ao caro e estimado leitor do Diário Bahia e do conceituado blog Pimenta, confesso que fiquei curioso sobre essas “muitas coisas” do governador Rui Costa.
DUPLA COMEMORAÇÃO
Não foi só o antifernandismo que comemorou a suspensão dos direitos políticos do ex-prefeito Fernando Gomes pela Justiça Federal. O tucanato também vibrou. O caminho está aberto para que o deputado Augusto Castro seja o candidato da coligação PSDB-DEM-PMDB-PPS na sucessão de Claudevane Leite.
O atento leitor indagaria: E José Azevedo? Para os augustianos é só uma questão de tempo para que o capitão seja laçado pela inelegibilidade, fazendo companhia ao seu criador.
Então, tudo com bolinhas azuis para o tucano-prefeiturável? Não é bem assim. O próximo passo de Augusto é conquistar a confiança de Fernando e Azevedo. Os dois ex-alcaides têm declarado, em conversas reservadas, que não confiam no parlamentar.
Os demistas, com toda razão, estão tiriricas da vida. Acham até que Fernando e Azevedo só não estão mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de votos devido à maldosa pregação de inelegibilidade.
O Partido do Democratas(DEM), sob o firme comando e a batuta de Maria Alice, fiel escudeira do ex-prefeito Fernando Gomes, se reuniu na última segunda-feira para discutir a sucessão de Claudevane Leite.
Seria um encontro de pouco interesse para o jornalismo político se não fosse o imbróglio envolvendo o prefeiturável Augusto Castro, principal liderança do tucanato no sul da Bahia.
É que o tucano, deputado estadual pelo PSDB, não perde a oportunidade de dizer, em todos os cantos e recantos de Itabuna, que Fernando Gomes e o capitão Azevedo são inelegíveis.
Chamar um pré-candidato de inelegível é a maneira mais elegante de insinuar que ele é ficha suja, que fez traquinagem com o dinheiro público, que é um larápio.
E mais: Castro diz tudo de maneira incisiva, como se o impedimento dos ex-alcaides fosse certo, favas contadas. Alguns fernandistas levam na brincadeira: “Castro quer castrar a candidatura de Fernando”.
Os demistas, com toda razão, estão tiriricas da vida. Acham até que Fernando e Azevedo só não estão mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de votos devido à maldosa pregação de inelegibilidade.
O bafafá, segundo informações de bastidores, já é do conhecimento do prefeito soteropolitano ACM Neto. O democrata-mor vai procurar a cúpula estadual do tucanato para manifestar sua insatisfação.
É bom lembrar que Azevedo e Fernando não confiam em Augusto Castro e vice-versa. A recíproca é mais que verdadeira. O mesmo acontece no governismo entre Geraldo Simões (PT) e Davidson Magalhães (PCdoB).
O jornalista Paulo Lima, carinhosamente Paulo Índio, comentarista político do Alô Cidade, na TV. Itabuna, e o ex-empresário Raimundo Vieira testemunharam toda irritação de Maria Alice com o tucano.
O advogado Pedro Arnaldo, presidente do diretório do PMDB, gente de inteira confiança do médico Renato Costa, também participou da reunião na sede do DEM.
O pior fogo é, sem dúvida, o fogo amigo. O dos adversários é quase sempre previsível e, como tal, mais fácil de apagar.
A estranheza é Roberto José ter mais do dobro de votos de Azevedo e quase três vezes mais do que Geraldo.
O Instituto Seculus andou divulgando uma pesquisa sobre a sucessão do prefeito Claudevane Leite (PRB). A consulta teria sido contratada por um “empresário” de Itabuna.
Pela enquete pré-eleitoral, o deputado estadual Augusto Castro (PSDB) aparece na dianteira das intenções de voto. O ex-prefeito Fernando Gomes (DEM) ocupa a segunda posição.
A surpresa ficou por conta do secretário de Transporte e Trânsito Roberto José, sendo o terceiro da fila e bem na frente dos ex-prefeitos Geraldo Simões e do Capitão Azevedo.
A estranheza é Roberto José ter mais do dobro de votos de Azevedo e quase três vezes mais do que Geraldo. Vale ressaltar que na última pesquisa que tive acesso, o também presidente da FICC estava em situação desconfortável.
De repente, um vapt-vupt impressionante. O percentual do secretário é maior do que a soma dos percentuais de Geraldo Simões (PT), Antônio Mangabeira (PDT), Leninha Duarte (PPS), Davidson Magalhães (PCdoB), Carlos Leahy (PSB), Coronel Santana (PTN), Alfredo Melo (PV) e Zem Costa (Psol).
A chamada “Guerra das Pesquisas” é inerente ao movediço e traiçoeiro mundo político. A divulgação de uma nova consulta com Roberto José na lanterninha é só uma questão de tempo, basta o PCdoB bancar a pesquisa.
Inquestionável e consensual é a posição de Augusto Castro. O tucano ocupa o primeiro lugar em todas as enquetes, sejam elas realizadas pelo governismo, pela oposição ou qualquer outro empresário.
Vem aí uma enxurrada de pesquisas. Até a véspera do dia da eleição, quem sabe 15, 20, 25 ou 30. A maioria manipulada, inconsistente e desprovida de credibilidade.
Prefiro o conselho da minha intuição política. A conversa com os meus botões, como diria o polêmico e inquieto jornalista Mino Carta, é mais confiável.
PS – Na dúvida, não tendo certeza que a pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral, optei pelo prudente caminho de não revelar os percentuais (%) dos pré-candidatos.
CALMA, GENTE!
Que cada um defenda o pão de cada dia de maneira limpa, exercendo a função com ética e profissionalismo, sem precisar passar por cima de ninguém e, muito menos, pisotear. É assim que se procede.
É o conselho da modesta Coluna Wense para alguns jornalistas, repórteres e blogueiros de Itabuna. Tem espaço para todos. “Não vos agonies”, diria o advogado Adylson Machado, assíduo frequentador da saudosa Turma da Jaca.
Mangabeira defende a formação de um bloco com o PSB, PPS, PV e Solidariedade (SD). Vai conversar com os prefeituráveis Carlos Leahy, Leninha Duarte e Alfredo Melo.
Algumas pessoas, entre elas alguns jornalistas, achando que o médico oncologista Antônio Mangabeira, pré-candidato pelo PDT, vem adotando um discurso duro em relação ao processo sucessório.
Alegam que Mangabeira erra quando descarta qualquer aproximação com os ex-gestores Fernando Gomes e Azevedo. O civil querendo ser prefeito pela quinta vez e o militar atrás do segundo mandato.
Ora, Mangabeira está no caminho certo. Quem prega mudança na política de Itabuna não pode ficar de convescote com políticos que representam a antítese do novo, que simbolizam a mesmice.
Se Mangabeira estivesse com outra postura, outro comportamento, essas mesmas pessoas iriam dizer que sua pré-candidatura é de mentirinha, que a intenção é ser vice.
“Não vou praticar a velha e carcomida política do toma-lá-dá-cá e nem me aproximar de quem eu acho que não serve mais para Itabuna”, diz o prefeiturável do PDT.
Mangabeira defende a formação de um bloco com o PSB, PPS, PV e Solidariedade (SD). Vai conversar com os prefeituráveis Carlos Leahy, Leninha Duarte e Alfredo Melo. “Não podemos ficar assistindo uma eventual polarização entre Fernando Gomes e Geraldo Simões”, finaliza.
PS: Além de médico, bacharel em direito e administrador de empresas, Mangabeira cursa engenharia civil e ambiental.
INFIDELIDADE
Costumo dizer que o anzol da fidelidade partidária só consegue fisgar os peixes miúdos, sem dúvida os vereadores e dirigentes partidários. Quando o peixe é graúdo, o anzol entorta, o “peixão” escapole.
O prefeito Vane, só para citar um exemplo bem tupiniquim, desconsiderou a orientação do seu partido, o PRB, para apoiar o então candidato Paulo Souto. Vane ficou com o petista Rui Costa na última sucessão estadual.
Tudo caminha para que o chefe do Executivo venha novamente cometer infidelidade partidária na eleição municipal de 2016, se tornando um reincidente.
O PRB tende a ficar com a oposição, se juntando ao DEM, PSDB e PMDB. Se não for candidato ao segundo mandato, Vane vai apoiar o nome que o governador Rui Costa apontar.
Fica no ar a pertinente, provocativa e intrigante pergunta: os vanistas antipetistas, incluindo aí os evangélicos, seguiriam o prefeito no seu apoio ao candidato do PT?
O problema de Azevedo é a insegurança em relação ao DEM. Sabe que pelo Democratas não sairá candidato, que será pressionado para aceitar a vice na chapa encabeçada pelo tucano Augusto Castro.
Com invejável tempo no horário eleitoral, o PMDB, presidido por Pedro Arnaldo, se tornou a noiva mais cobiçada da sucessão municipal de 2016.
Essa cobiça é a prova inconteste de que o partido não tem pré-candidato a prefeito de Itabuna, que os nomes ventilados, como o do médico Sílvio Porto, Fernando Vita e Juvenal Maynart, são pretendentes a vice-prefeito.
Ora, se o PMDB tivesse realmente prefeiturável, como tem o PDT com Mangabeira e o PSB com Carlos Leahy, não haveria tanta investida sobre a legenda.
A última ofensiva, querendo ser candidato de cima para baixo, foi do capitão José Azevedo. Deu no que deu: voltou da capital sem ser atendido pelos irmãos Vieira Lima.
O problema de Azevedo é a insegurança em relação ao DEM. Sabe que pelo Democratas não sairá candidato, que será pressionado para aceitar a vice na chapa encabeçada pelo tucano Augusto Castro.
A dobradinha tucano-democrata está sendo construída pelo deputado federal Jutahy Júnior com o aval da cúpula estadual. A contrapartida é o apoio do PSDB à reeleição de ACM Neto para o Palácio Thomé de Souza.
O dilema do PMDB lembra o da mulher rica. O PMDB desconfia que o interessado esteja só de olho no horário eleitoral. A mulher rica no dinheiro.
MAYNART, O CONSELHEIRO-MOR
Quando a pauta é a sucessão do prefeito Claudevane Leite, o ex-ministro de Lula, Geddel Vieira Lima, gosta de ouvir o superintendente da Ceplac, Juvenal Maynart.
Geddel, que é o presidente estadual do PMDB, hoje aliado do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), quer o fiel escudeiro na frente das conversas sobre o processo sucessório.
Toda essa confiança em Juvenal é fruto da sua sinceridade quando trata do PMDB de Itabuna. Ou seja, que a legenda não dispõe de um nome com viabilidade eleitoral para disputar a eleição de 2016.
Maynart vem trabalhando para levar Roberto José para o PMDB. O secretário de Trânsito e Transporte encabeçaria a chapa majoritária em uma composição com o PSD e o PRB.
A iniciativa maynartiana, com o nítido objetivo de isolar o PCdoB, tem a simpatia dos irmãos Vieira Lima e, obviamente, do núcleo vanista, sob o comando de Oton Matos, controlador-geral do município.
O ex-prefeito de Itabuna Capitão Azevedo deslocou-se a Salvador na última quarta-feira (22). Queria uns dedinhos de prosa com os donos do PMDB baiano, Lúcio e Geddel Vieira Lima. Voltou para casa cabisbaixo, segundo uma fonte.
Motivo: os Irmãos Vieira Lima não receberam o ex-prefeito.
Os peemedebistas não veem Azevedo, hoje no DEM, disputando a cadeira principal do Centro Administrativo Firmino Alves devido ao fator Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Azevedo teve todas as contas de sua gestão rejeitadas pelo órgão, que apontou até mesmo irregularidades graves e insanáveis.
O ex-prefeito Capitão Azevedo, de Itabuna, pode arrumar as malas e desembarcar, a qualquer momento no PTB, hoje comandado pelo vereador Ruy Machado. A probabilidade de Azevedo deixar o DEM e filiar-se ao partido de Ruy aumentou após o processo de fusão dos dois partidos desandar.O DEM quer que 60% do comando da nova sigla seja entregue aos diretórios estaduais. O PTB é contra à ideia. O principal opositor ao plano dos democratas é o ex-deputado Roberto Jefferson, hoje em prisão domiciliar.
Se Azevedo for para o PTB e o partido permanecer na base governista estadual, as chances de um acordo político entre o ex-prefeito e o ex-deputado federal Geraldo Simões (PT) aumentam. Os dois políticos conversaram há dez dias. A conversa foi casual, mas o construtor da ponte, o vereador Ruy Machado, analisa cenários.
“TRAIÇÃO DE AUGUSTO”
Sabe-se que, por ora, Azevedo somente não topa aliança eleitoral com o deputado estadual Augusto Castro. Azevedo desconfia que foi o parlamentar quem disseminou que ele estaria fora da disputa em 2014, quando também disputou uma vaga à Assembleia Legislativa. Azevedo terminou como o mais votado em Itabuna, mas faltou fôlego fora daqui.
O ex-prefeito também credita a Augusto traições que resultaram em rejeição de suas contas na Câmara de Vereadores em 2013. A amigos mais próximos, lembra que ajudou Augusto colocando uma empresa da família do deputado na prefeitura (consultoria jurídica) e, na campanha de 2010, fortaleceu o tucano ao fazer com que cargos comissionados da Emasa (Empresa Municipal de Águas e Saneamento) apoiassem – e trabalhassem – pelo eleição do novato à época. Os olhos até marejam quando o capitão lembra do que ele chama de “traição de Augusto”.
O ex-deputado Geraldo Simões sonha em retornar ao comando da Prefeitura de Itabuna. Após a reflexão que disse ter feito desde quando deixou o mandato, em janeiro, o petista iniciou as negociações em busca de apoio para 2016. Hoje, ele conversou longamente com o ex-vereador e ex-presidente da Câmara de Itabuna Edson Dantas (PSB).
– Foi uma conversa muito boa com Dr. Edson – afirmou, enfatizando ter boas relações com o PSB baiano. Geraldo, no entanto, terá que esperar pela conclusão das negociações do PSB com o PPS. Os dois partidos ensaiam uma fusão que deverá ser oficializada em junho.
O petista, após conversas com o ministro da Defesa, Jaques Wagner, disse ter consolidado ainda mais a sua posição em disputar a prefeitura local. Do ministro e ex-governador baiano, Geraldo ouviu conselhos e, talvez mesmo por isso, tenha decidido negociar, como o próprio diz, “para além do centro”.
Numa entrevista ao PIMENTA há dez dias, ele afirmou que buscaria a união de setores da política e da sociedade itabunense. Não demorou há, no final de semana, reunir-se com o ex-prefeito Capitão Azevedo, de quem espera apoio para a peleja municipal de 2016. “Foi um encontro casual”, despista Geraldo, mas afirmando que haverá novo papo.
O encontro com o ex-prefeito teve, ainda, a participação do vereador Ruy Machado (PTB), do empresário José Adervan e do advogado Alah Góes. Ainda não se sabe qual será a reação do eleitorado a uma possível junção de Geraldo com Azevedo, que, por enquanto, está no DEM.
Números de uma pesquisa eleitoral feita pela respeitada Sócio-Estatística causaram alvoroço entre políticos da direita itabunense. Num cenário pulverizado com os nomes de Augusto Castro (PSDB), Fernando Gomes (PMDB), Capitão Azevedo (DEM), Geraldo Simões (PT), Vane (PRB) e Leninha Alcântara (PPS), os três primeiros nomes têm, no agregado, mais da metade das intenções de voto para o governo itabunense.
Quando levado em conta apenas os nomes dos partidos da base governista no estado, a soma dos percentuais passa de dois dígitos, mas com fraco desempenho de Vane. O melhor nome no campo governista – estadual, claro – é o do petista Geraldo Simões, empatado tecnicamente com Capitão Azevedo e Fernando Gomes, embora um pouco distante de “Zé de Cuma”.
O cenário, como se diz, não está nem um pouco gatinho para o prefeito. Outro ponto: a pesquisa também revela que Azevedo e Fernando serão os fiéis da balança no processo eleitoral de 2016. Claro, estamos falando de eleições a mais de um ano do Dia D. Os números não são aqui exibidos porque o levantamento não está registrado. Pelo menos, ainda.
GOVERNO VANE REJEITADO
Se há um número do qual podemos falar – e mostrar, por não haver impedimento legal, este é o da avaliação do Governo Vane. A reprovação atinge 66%, enquanto 74,8% dos itabunenses ouvidos na pesquisa não aprovam a maneira do prefeito Claudevane Leite governar. A pesquisa foi feita nos dias 16,17 e 18 e ouviu 900 eleitores. O levantamento foi encomendado pelo deputado Augusto Castro, que aparece em melhor situação e liderando em todos os cenários.
As pesquisas de intenção de votos apontam Geraldo Simões e Fernando Gomes na frente.
Uma fatia considerável do eleitorado itabunense vibra quando aparece na imprensa determinados nomes que podem disputar o processo sucessório de 2016.
Esses eleitores querem um candidato a prefeito sem nenhuma ligação com tradicionais e empoeirados grupos ou correntes políticas, dando um basta na mesmice.
Não é a tal da terceira via e, muito menos, coisa parecida, quase sempre disfarçada de novidade. É mudança radical mesmo. Um prefeiturável que provoque sobressalto e uma agradável surpresa.
O problema é que a outra fatia que vota nas antigas lideranças, com destaque para Geraldo Simões, Fernando Gomes e o Capitão Azevedo, representa quase 50% do eleitorado.
Vale lembrar que Geraldo, Fernando e Azevedo, respectivamente petista e democratas, obviamente do PT e do DEM, somam sete mandatos como gestor do Centro Administrativo Firmino Alves.
GS, FG e CA não conseguiram acabar com o tabu da reeleição. Nunca se reelegeram. Fernando Gomes, sendo candidato e saindo vitorioso, vai para o seu quinto mandato.
As pesquisas de intenção de votos apontam GS e FG na frente. A volta do “Geraldo versus Fernando” é interpretado pelos “mudancionistas” como a prova inconteste de que Itabuna parou no tempo.
Como não gosto de deixar o leitor na dúvida (ou curioso), revelo que Antonio Mangabeira, Chico França e o bom juiz Marcos Bandeira são as possíveis e agradáveis surpresas da sucessão de Claudevane Leite (PRB).
Em outros tempos, em priscas eras, como diria o saudoso jornalista Eduardo Anunciação, os protagonistas da mudança eram Helenilson Chaves e Ronald Kalid.
Geraldo versus Fernando, disputando mais uma eleição, significa o triunfal retorno do populismo. Geraldistas e fernandistas vão dizer que Vane do Renascer foi eleito pelo “populismo religioso”.
O Ministério Público Estadual (MP-BA) quer nova votação de contas do ex-prefeito Capitão Azevedo que foram aprovadas pela Câmara de Vereadores contrariando o parecer do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). O MP ingressou com duas ações para que sejam anuladas as sessões em que foram aprovadas as contas de 2009 e 2010 do ex-prefeito. O MPE afirma que as contas foram aprovadas por vereadores que não levaram em consideração as graves irregularidades apontadas pelo TCM. O órgão constatou que nas contas de 2009, por exemplo, Azevedo fez dispensa ilegal de licitação em contratos milionários com diversas empresas.
De acordo com o parecer do TCM, somente com a contratação irregular das empresas Marquise e Pedreira União o ex-prefeito José Nilton Azevedo gastou cerca de R$ 10 milhões. O relatório indicou ainda desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal. O ex-prefeito manteve gastos de 75% da receita corrente líquida com pessoal e mostrou descontrole fiscal. Por lei, o máximo permitido para ser gasto com folha é de 54% da receita. Nas ações, há o pedido de anulação das votações e a realização de um novo julgamento. O MP destaca que os vereadores não apresentaram justificativa convincente para ignorar o parecer do TCM. “Os vereadores usaram uma fundamentação genérica e dissociada de todas as irregularidades apontadas em pareceres técnicos”. VEREADORES ADOTARAM “CTRL C + CTRL V” As investigações apontaram que, mesmo as irregularidades constatadas em 2009 sendo diferentes de anos anteriores, foram usadas peças jurídicas idênticas para justificar o relatório contrário à orientação do órgão de fiscalização. Os promotores que assinam a ação destacam que “pelo entendimento jurídico predominante, o parecer prévio do Tribunal de Contas dos Municípios somente não prevalecerá se for rejeitado por, no mínimo, dois terços dos membros da Câmara de Vereadores”.
Mas para isso cada vereador deve “fundamentar especificamente cada ponto de discordância com o quanto emitido pela Corte de Contas, o que não ocorreu no julgamento das contas em questão”, ressaltam os promotores.
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É de se lamentar que Itabuna continue a pulverizar seus votos. Calcula-se que mais de 200 postulantes foram contemplados na cidade, que fica no prejuízo. Se antes já não tinha uma representação política forte, o que era grave, agora terá quase nenhuma representação, o que é trágico.
Terminar uma eleição e já pensar na próxima é um exercício tortuoso, mas inevitável para quem acompanha a politica. Das urnas desde domingo, 5, já se sabe que Itabuna saiu derrotada, por não conseguir eleger seus dois candidatos a deputado federal (Davidson Magalhães, do PCdoB, e Geraldo Simões, do PT) e emplacar somente Augusto Castro (PSDB) na Assembleia Legislativa. No entanto, por que não praticar um pouco de futurologia e imaginar o que os números de ontem apontam para as eleições agendadas para daqui a dois anos?
A derrota de Geraldo foi um golpe duro, mas esperado. O político exerceu um mandato que teve seus méritos, principalmente na luta travada para que a reitoria da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) fosse instalada em Itabuna. Acabou sendo o mais votado na cidade, mas com um sufrágio de pouco mais de 16 mil votos, bem abaixo dos 23 mil que obteve em 2010… Aliás, a votação daquele ano já fora bem menor que a de 2006, o que demonstra a trajetória descendente do petista.
Na disputa entre lideranças locais da esquerda, Davidson se aproximou da votação de Geraldo em Itabuna. Foram 14 mil votos na cidade e mais de 65 mil no total, o que deixou o comunista com uma segunda suplência na mão e uma ideia na cabeça: ser levado a assumir o mandato após a formação do secretariado de Rui Costa. É esperar para ver, mas a possibilidade existe e não foi por acaso que interlocutores acharam Davidson bem animado nas conversas posteriores à divulgação dos resultados.
Caso deixe a suplência e vire realmente deputado, o comunista automaticamente se cacifa para o processo eleitoral de 2016. Tudo a depender de como estarão as relações entre o PCdoB e o prefeito Claudevane Leite (PRB) no decorrer do período. De todo modo, no campo da centro-esquerda o nome de Davidson tende a surgir com alguma força nas articulações para a sucessão municipal.
Do outro lado, quem aparece bem é o tucano Augusto Castro, que se elegeu com quase 60 mil votos e ainda deu mais de 4 mil ao seu candidato a deputado federal, Jutahy Júnior (PSDB). No quesito “transferência de votos”, venceu uma disputa particular com o ex-prefeito Fernando Gomes, que deu apenas 1.261 votos a Fábio Souto e 3.800 a Aleluia. Uma quantidade pequena, considerada a suposta força latente do fernandismo. Leia Mais
Após sofrer derrotas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na semana passada e, novamente, no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) nesta quarta (24), o ex-prefeito Capitão Azevedo (DEM) tenta amenizar os estragos.
Há mais de uma hora circulam carros de som pela cidade com “alerta” aos seus eleitores: “o Capitão Azevedo informa que continua candidato. Não acreditem em boatos…”.
Continuar, continua, mas, juridicamente, poucos apostam que ele terá sucesso no TSE, a não ser o advogado do candidato, Ademir Ismerim. “Considerando os julgamentos pelo Pleno do TSE, certamente haverá reforma da decisão [que indeferiu registro de candidatura]“, disse, por email, ao PIMENTA.
A esperança é que o TSE leve em consideração que a Câmara de Vereadores aprovou as contas de 2009 e de 2010 do ex-prefeito, embora tenham sido constatadas, pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), irregularidades insanáveis superiores a R$ 22 milhões somente nesse período. A ministra Maria Thereza Moura, ressalta, não observou a aprovação no legislativo.