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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou nesta terça-feira (5) que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o suposto esquema de corrupção no Ministério da Educação (MEC) será instaurada depois das eleições. Segundo Pacheco, a decisão foi tomada em acordo com os líderes partidários e também valerá para as CPIs do crime organizado e do desmatamento ilegal na Amazônia.

“A ampla maioria dos líderes entende que a instalação de todas elas deve acontecer após o período eleitoral, permitindo-se a participação de todos os senadores e evitando-se a contaminação das investigações pelo processo eleitoral”, escreveu Rodrigo Pacheco no Twitter.

Os senadores Jean Paul Prates (PT-RN) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) discordaram da decisão e pretendem acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para assegurar que a CPI do MEC seja instaurada antes das eleições.

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O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, no âmbito no caso conhecido como Bolsolão do MEC. A ministra Cármen Lúcia fez o despacho nesta terça-feira (28).

A notícia-crime foi apresentada ao STF pelo deputado federal Israel Batista (PSB-DF), que acusa o presidente da República de interferir na investigação do escândalo do MEC, vazando ao ex-ministro informações sobre medidas que a Polícia Federal ou o Ministério Público Federal (MPF) poderiam solicitar à Justiça contra Milton Ribeiro.

No dia 9 de julho, em conversa telefônica interceptada por escuta judicial, o ex-ministro disse à filha que recebeu telefonema de Bolsonaro. Na ligação, segundo Milton Ribeiro, o presidente disse ter pressentido que o ex-ministro poderia ser alvo de medidas judiciais. “Ele acha que vão fazer uma busca e apreensão em casa. Sabe? É, é muito triste! Bom! Isso pode acontecer, né? Se houver indícios, né”.

No último dia 22, Milton Ribeiro foi preso de forma preventiva e, no dia seguinte, após habeas corpus, deixou a carceragem da Polícia Federal em Brasília. No mesmo 23 de julho, foram soltos os demais presos na Operação Acesso Pago, os pastores Arilton Moura Correia e Gilmar Santos e os ex-funcionários comissionados do MEC Helder Diego da Silva Bartolomeu e Luciano de Freitas Musse.

SUPOSTO ESQUEMA

De acordo com a notícia-crime, o ex-ministro e o quarteto citado acima teriam montado, com o suposto aval de Bolsonaro, um esquema de cobrança de propina a prefeitos interessados na liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

O prefeito de Boa Esperança do Sul (SP), José Manoel de Souza (PP), afirma que o pastor Arilton Moura teria lhe cobrado propina de R$ 40 mil para facilitar a liberação de recursos. Manoel diz que negou o pedido. Segundo o prefeito, o município espera há mais de um ano por recursos solicitados para a ampliação de uma escola infantil e a compra de ônibus escolar.

EM GRAVAVAÇÃO, MILTON RIBEIRO ATRIBUIU “PEDIDO ESPECIAL” A BOLSONARO

A permanência do pastor Milton Riberio no Ministério da Educação (MEC) tornou-se insustentável quando foi divulgado, pela Folha de S. Paulo, trecho de uma conversa dele com prefeitos e religiosos, em março passado.

“Minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar. Não tem nada com Arilton [Moura]. É tudo com o Gilmar. Está entendendo, Gilmar?”, disse Milton Ribeiro na gravação.

Após a resposta de Gilmar, que estava no recinto, o então ministro emendou. “Por que ele [Gilmar]? Porque foi um pedido especial que o presidente da República fez pra mim sobre a questão do Gilmar”.

No despacho desta terça-feira (28), a ministra Cármem Lúcia notícia-crime narra quadro grave. Como Bolsonaro tem prerrogativa de foro especial pelo exercício do cargo, cabe à Procuradoria-Geral da República decidir se a denúncia reúne indícios suficientes para a abertura de mais um inquérito no STF contra o presidente.

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Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) preparava-se para conceder entrevista à Rádio Itatiaia, no Palácio do Planalto, na manhã desta quarta-feira (22), a Polícia Federal prendia o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, suspeito de corrupção passiva, advocacia administrativa, prevaricação e tráfico de influência no caso conhecido como Bolsolão do MEC.

O presidente comentou a prisão. “Eu peço a Deus que ele não tenha problema nenhum, mas se tem algum problema, a PF tá agindo, tá investigando e é um sinal que eu não interfiro na PF, porque isso aí vai respingar em mim, obviamente, né? O que eu disse pra você? Eu tenho 23 ministros, mais uma centena de secretários, mais de 20.000 cargos em comissão. Se alguém faz algo de errado, pô, vai botar a culpa em mim? Pô, 20.000 pessoas. Logicamente, a minha responsabilidade é afastar e colaborar com a investigação”, declarou.

MILTON RIBEIRO CITOU “PEDIDO ESPECIAL” DE BOLSONARO EM GRAVAÇÃO

A permanência do pastor Milton Riberio no Ministério da Educação (MEC) tornou-se insustentável quando a Folha de S. Paulo divulgou trecho de uma conversa dele com prefeitos e religiosos, em março passado.

“Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar. Não tem nada com Arilton [Moura]. É tudo com o Gilmar. Está entendendo, Gilmar?”, disse Milton Ribeiro na gravação.

Após a resposta de Gilmar, que estava no recinto, o então ministro emendou. “Por que ele [Gilmar]? Porque foi um pedido especial que o presidente da República fez pra mim sobre a questão do Gilmar”. Clique aqui para ouvir a gravação obtida pela Folha.

Milton Ribeiro foi preso em Santos, no litoral paulista. O ex-ministro será levado para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde passará por audiência de custódia ainda hoje (22).