O azar de Dilma é o pragmático PMDB com maior poder de pressão na busca de mais ministérios, cargos no primeiro e segundo escalões e de outras benesses.
Marco Wense
A presidente eleita Dilma Rousseff vai contar com uma maioria parlamentar na Câmara dos Deputados e no Senado, com dez partidos apoiando a governabilidade, incluindo aí o PT e suas diversas tendências.
Sem dúvida, um Congresso Nacional menos oposicionista e barulhento quando comparado com o do governo do presidente Lula, que foi até ameaçado de afastamento no escândalo do mensalão.
O azar de Dilma é o pragmático PMDB mais forte do que no governo anterior, com maior poder de pressão na busca de mais ministérios, cargos no primeiro e segundo escalões e de outras benesses.
O PMDB se fortalece com Michel Temer, presidente nacional da legenda, no exercício da vice-presidência da República, sendo o substituto imediato de Dilma nos casos previstos na Constituição.
O peemedebismo não se contenta com pouco. Vai querer mais, mais, muito mais. Toda vez que receber uma negativa, até mesmo um “nãozinho”, vai criar problemas para o governo nas duas Casas Legislativas.
Como não bastasse o PMDB, Dilma deve enfrentar a ala do PT insatisfeita com a composição ministerial. Sem falar nos aloprados petistas que contaminam o governo com suas estripulias e travessuras.
É bom lembrar que a expressão “aloprado” foi usada pelo presidente Lula para separar o joio do trigo. Petistas foram flagrados carregando dólares na cueca. A banda ruim da política tem que ser extirpada, sob pena de corromper a boa.
A figura do aloprado é universal. Existe em todas as agremiações partidárias. Não é exclusividade do PT. Se há alguma diferença em relação a outros países, fica por conta da impunidade, já que os aloprados brasileiros costumam debochar da justiça.
Dilma defende o petista Cândido Vaccarezza para a presidência da Câmara dos Deputados. Arlindo Chinaglia e Ricardo Berzoini, este último ex-presidente nacional da legenda, trabalham para eleger o desconhecido Marco Maia (PT-RS).
A primeira derrota política de Dilma, que deveria ser proveniente de uma articulação envolvendo os oposicionistas do PSDB e do DEM, vai terminar sendo construída pelos “companheiros”.
É o PT versus PT, para o desespero de Dilma e a alegria dos tucanos e democratas.
NOVA ELEIÇÃO, NOVA CHAPA
O desfecho do imbróglio envolvendo a Câmara Municipal de Itabuna, se haverá ou não nova eleição para a Mesa Diretora, continua sob nuvens cinzentas.
Tem até gente falando em nova chapa, encabeçada por Milton Cerqueira, com o apoio do prefeito Azevedo e dos vereadores Clóvis Loiola, Roberto de Souza, Raimundo Póvoas e Milton Gramacho. Outro edil, guardado como “segredo de justiça”, está sendo sondado para ser o primeiro-secretário.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.