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Saldanha faz questão de dizer que em seu camarote "não tem miséria"

O gozadíssimo jornalista Elival Vieira, que todos conhecem em Ilhéus como Saldanha, promete “bombar” com o camarote do seu jornal Foco Bahia no Carnaval da terra da Gabriela.

Fantasiado de sheik, Saldanha receberá seus convidados com toda pompa. Ele já disse que pretende decorar seu camarote como um mini-palácio, fazendo jus ao tema escolhido: “Dubai é aqui”.

Para não deixar ninguém com sede, o jornalista já mandou comprar 3.500 latas de cerveja e muitas garrafas de uísque importado. E promete chegada triunfal na avenida, de turbante e a bordo de um reluzente Landau 1960. Depois, caminha sobre um tapete vermelho até o camarote.

Perguntado sobre quem terá o privilégio de frequentar tão suntuoso camarote, Saldanha responde solenemente com sua voz empostada: “a nata da sociedade de Ilhéus e Itabuna”.

Talvez sobre espaço, mas que esse Saldanha é uma figura, não há dúvida. Em tempo: o anfitrião de Dubai faz questão de frisar que, após o Carnaval, fará um périplo por 11 países da Europa. Como se diz, a burguesia tem seus encantos…

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Coincidência, pegadinha do subsconsciente ou plágio puro e simples? O fato é que a marca das Olimpíadas 2016, apresentada durante o Réveillon no Rio de Janeiro, é bem parecida com a imagem utilizada como símbolo do Carnaval de Salvador em 2004.

Aquela festa prestou homenagem ao escritor baiano João Ubaldo Ribeiro e teve como tema a frase “Viva o Povo Brasileiro”, título da obra mais conhecida do paxá de Itaparica. A ilustração-símbolo mostrava quatro bonecos coloridos, de mãos dadas, num clima de festa.

A ilustração dos Jogos Olímpicos do Rio traz um boneco a menos, mas lembra muito a figura do Carnaval, que por sua vez lembra uma pintura do artista francês Henri Matisse.

Lavoisier explica.

A marca dos Jogos…

… é parecidíssima com a do Carnaval
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Da esq. p/ dir., "Papagaio", Martinelli e Nilton Ramos

Com quarenta e poucos anos, o bloco itabunense Casados I…Responsáveis ainda está longe dos cem anos, mas, dotados de um grande espírito de “solidariedade”,  os diretores da agremiação carnavalesca resolveram promover o primeiro “centenário antecipado” da história.

Os “Casados” inventaram essa para chegar juntinho a Itabuna, que completa seus cem anos em julho. Por isso, a fantasia do bloco esse ano é ficar mais velho e um dos membros mais antigos, Nérope Martinelli, explica o espírito da coisa: “se fôssemos esperar o centenário de verdade, nenhum de nós estaria vivo para comemorar”, diz Martinelli, brincando com o tempo.

No dia 28 de julho, aniversário de Itabuna, o bloco vai para a avenida e prestará homenagem aos três fundadores ainda vivos: Iedo Nogueira, Osvaldo Benevides e Eduardo Anunciação. Haverá também um almoço de confraternização na mesma data, que promete ser de muita emoção entre foliões que durante décadas têm usado a avenida para celebrar a amizade.

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Charles tem 24 anos de Beija-Flor

Decano do colunismo social itabunense e quase bodas de prata nos desfiles da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, Charles Henri inventou um neologismo em seu blog. Tascou lá que a Beija-Flor é “Hoconcur”, querendo dizer que a escola do seu coração não tem concorrente.

Com 24 anos de sambódromo, Charles tem direito de errar. Mas é bom deixar claro que a expressão correta é “hors concours”. A palavra criada pelo colunista parece uma definição bizarra do velho teste da farinha.

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Matilde nega calote e garante pagamento de cachê.

A secretária de Turismo de Ilhéus, Ana Matilde da Hora, negou que o município tenha dado calote em músicos que participaram do carnaval do ano passado (entenda clicando aqui). Ela garante que “os recursos previstos foram repassados para a Global Multishow, empresa vencedora da licitação para contratação dos artistas”.

A secretária reconhece que o dinheiro liberado pela Embasa já ‘pingou’ nos cofres da prefeitura, no valor de R$ 200 mil, “e ainda não foi liberado para a empresa resposnável pelas contratações, por algumas questões burocráticas”.

A promessa da titular do Turismo é a de que o dinheiro estará na conta da Panda Produções até o final desta semana. A empresa foi a responsável pela contratação dos artistas que tocaram no carnaval deste ano.

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As bandas e cantores que tocaram no carnaval de Ilhéus ainda não receberam o cachê pela participação na festa momesca. Não à toa, estão apreensivos e temem que se repita agora o ‘acontecido’ em 2009, quando muitos só receberam o cachê após fazer protesto na escadaria do Palácio Paranaguá. Outros nem viram a cor do dinheiro.

A apreensão é ainda maior pois chegou aos ouvidos de artistas e empresários que o dindin do estado (R$ 200 mil, pagos através da Embasa) já teria caído na conta da prefeitura. Por lá, a promessa é de que o pagamento sai apenas em 20 dias…

Atualizada às 14h29min

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Daniel Thame | www.danielthame.blogspot.com

O cacau deu sorte para a escola de samba Rosas de Ouro, que foi campeã do Carnaval de São Paulo.

O samba “O cacau é show”, que de propaganda tão explicita de uma empresa de chocolates teve que ser adaptado para um esdrúxulo “O cacau chegou”, por exigência da Rede Globo, é um passeio pela história do fruto que, transformado em chocolate, faz as delícias de gente do mundo inteiro.

O que poderia ser uma notícia auspiciosa para o Sul da Bahia, principal produtor de cacau do Brasil, não mereceu qualquer tipo de comemoração por estas plagas. Até porque, isso não faria o menor sentido.

O enredo da Rosas de Ouro e os carros alegóricos que encantaram e agitaram o Sambódromo do Anhembi (ao contrário do que provocou o imortal Vinicius de Moraes, São Paulo pode não ter a tradição e a qualidade musical do Rio de Janeiro, mas está longe ser o túmulo do samba), não fazem a mais remota menção à Região Cacaueira.

Nada de Ilhéus, de Jorge Amado, das fazendas de cacau, dos coronéis e das gabrielas, mistura de realidade, ficção e estereótipos que fizeram a fama da região.

Apenas merchandising mal disfarçado de uma empresa que produz chocolate e que bancou a Rosas de Ouro.

Fossem outros os tempos, com a Ceplac de orçamento gordo e generoso e poderia ter pingado ouro nas rosas para a inclusão do Sul da Bahia no samba enredo e nas alegorias.

Como os tempos não são aqueles, sem aporte de capital no cofrinho da escola, não ganhamos nem uma mísera estrofe no samba enredo e nem um fusquinha alegórico para nos inflar o ego.

O show foi deles, a festa foi deles e ficamos aqui a choramingar o chocolate derramado.

Chorar?

Não seria o caso de fazer com que o cacau, ou melhor, o chocolate, se transforme num show aqui mesmo no Sul da Bahia, através de uma política efetiva de industrialização que faça a matéria prima valer ouro?

Sair da produção quase artesanal para uma produção em alta escala, explorando o consumo das pessoas que estão ascendendo à classe média e também nichos de mercado em que o preço do chocolate bate na estratosfera.

O que não dá mais é para, feito uma Carolina de Chico Buarque, ficar vendo o tempo e as oportunidades passarem na janela, contentando-se com as migalhas do suculento e lucrativo bolo de chocolate, enquanto outros se empanturram e se divertem no ritmo do show do cacau.

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Daniel Thame é jornalista e blogueiro

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Ellen Roche foi madrinha da bateria campeã da Rosas de Ouro

A escola de samba Rosas de Ouro foi a campeã do carnaval de São Paulo, com um samba-enredo sobre o chocolate. O samba “O cacau é show”, chegou a ser censurado – virou ‘O cacau chegou’ – pela rede Globo, que transmitiu os desfiles e não aceitou a menção ao nome de uma empresa em sua programação sem que lhe caísse nenhuma merreca. Foi a Cacau Show que patrocinou a escola.

Mas nem é isso o que mais chama a atenção. Conforme já havia sido alertado pelo jornalista Daniel Thame, em texto publicado em seu blog em 14 de janeiro, o show foi apenas para o chocolate, o que não nos diz quase nada, como região produtora de cacau que somos, mas capenga em industrialização e beneficiamento das amêndoas. Ou seja, os primos pobres da história.

O velho DT escreveu que a nós, região cacaueira, não sobraria nada dessa super-exposição na mídia, e mostrou, em números, o quanto estamos distantes do espetáculo que são os lucros dos fabricantes de chocolate. Que sirva de alerta para governantes, parlamentares, produtores e a nós, população.

Clique aqui e leia o texto do jornalista paulista que mais entende de região cacaueira. Aqui, na home page da Rosas de Ouro, você pode conferir a letra e o som originais do samba-enredo, da forma como voltará a ser entoado, sem a censura da Globo, segundo a presidente da agremiação, Angelina Basílio.

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Listas remetem a saudades e “toda saudade é uma espécie de velhice” (saibam que li as orelhas de Guimarães Rosa em Grande sertão: veredas). Mesmo assim, cito aqui algumas músicas de Carnaval que muito aprecio: 1Taí /1930 (Joubert de Carvalho), 2Pierrô apaixonado/1936 (Noel-Heitor dos Prazeres), 3As pastorinhas/1938 (Noel-Braguinha), 4A jardineira/1939 (Humberto Porto-Benedito Lacerda), 5Aurora 1941 (Mário Lago-Roberto Roberti), 6Nós, os carecas/1942 (Arlindo Marques Jr.-Roberto Roberti), 7Cordão dos puxa-saco/1945 (Eratóstenes Frazão-Roberto Martins), 8Saca-Rolha/1946 (Zé da Zilda-Zilda do Zé-W. Machado), 9Chiquita Bacana/1949 (Braguinha-Alberto Ribeiro), 10Confete/1952 (David Nasser-Jota Júnior), 11Cachaça não é água/1952 (Marinósio Filho), 12Colombina/1956 (Armando Sá-Miguel Brito), 13Turma do funil/1956 (Mirabeau-Milton de Oliveira-Urgel de Castro), 14Evocação/1957 (Nelson Ferreira) e 15Chuva, suor e cerveja/1971 (Caetano Veloso).

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Dados da Secretaria da Segurança Pública mostram que a violência no carnaval de Salvador (crimes contra a pessoa) diminuiu esse ano. O comparativo com o mesmo período do ano passado mostra que de quinta-feira (11) até as 7 horas de hoje, houve uma redução significativa nesses crimes.

A SSP aponta, por exemplo, que no quesito lesão corporal a redução foi de 15,1%, enquanto que crimes de rixa caíram bem mais: 52,9%. O mais importante: não houve tentativa de homicídio e homicídio no período – considerando-se os circuitos da festa.

Por outro lado, cresceu o número de furtos (19,1%) e roubos (17,4%). Segundo a secretaria, as polícias Civil e Militar vão, já a partir deste sábado, intensificar as ações nos locais identificados como de maior incidência desses crimes.

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POLICIAL E GRAMÁTICA ESCAPAM DE GRAVE ATENTADO

Ousarme Citoaian

Disse um dos mais importantes jornais de Itabuna, em sua manchete principal, na semana passada: Suspeito de tentar contra a vida de policial morre com outros dois comparsas (O. C. grifou). O verbo tentar, usado desde bíblicos tempos (o capeta tentou Jesus no alto do monte, lembram-se?), tem sobre si a responsabilidade de muitos significados. O pobre já está até curvado para a frente, com a carga que carrega, conforme ocorreu com Atlas, aquele que foi condenado a andar por aí com o mundo nas costas. E agora (ops!) o verbinho (sem ofensas!), já cansado, recebeu a promoção a sinônimo de atentar.  Mas ele recusa a honraria, por falta de espaço e excesso de peso. O “elemento” era suspeito de atentar contra a vida do policial. Quer dizer: manifestava a intenção de matar o homem da lei, passá-lo desta para melhor, apagá-lo, mandá-lo acertar as contas com o Criador, tirá-lo do mapa. Não quis tentá-lo, o que talvez depusesse contra a masculinidade de um dos dois. Houve, sim, um atentado também contra a gramática portuguesa, mas os dois, policial e gramática, escaparam. Deus é grande.

SACUDIR A POEIRA DO DICIONÁRIO

A vizinha do 6º andar me tenta todos os dias. Sempre que ela passa (deixando aquela fragrância de rosas amassadas em tarde de primavera) minha cabeça se povoa de bandalheiras tais que não me arrisco a referi-las no Pimenta, blog familiar. Vontades inconfessáveis me assaltam, imagino planos tão mirabolantes, mergulho num virtual mar de sem-vergonhices inenarráveis. Essa moça que passa por mim e não olha é o exemplo raro que me ocorre de tentar e atentar, a um só tempo. Ela me tenta e, ao fazê-lo, atenta (talvez involuntariamente, não estou certo se) contra minha paz de espírito. Os dicionários estão aí (eu ainda os prefiro de papel, não online) para mostrar que atentar e tentar, embora parecidos, estão tão distantes quanto Dilma e Serra. Deixo ao leitor o prazer de consultar o dicionário (se estiver empoeirado – não o leitor, mas o “pai dos burros” – sacuda-a, que há de valer a pena).

“NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO”

Geddel tenta subir nas pesquisas, Jararaca Ensaboada atenta contra a sensatez, os políticos, em geral, tentam nos levar na conversa, Anamara (na opinião do comandante da PM) atenta contra o pudor (e me tenta, nos intervalos deixados pela vizinha do 6º andar), Itabuna e Colo Colo tentam se afastar da lanterna, alguns textos de jornais atentam contra a inteligência do leitor, o velhinho tenta, tenta, tenta… e o bandido atenta contra a vida do policial. É claro que de tentar vem tentação. No Paraíso, a serpente tentou, o casalzinho pioneiro caiu em tentação (foi no papo da cobra) e deu no que deu (para evitar acidentes, o Padre Nosso reivindica ao Criador: “Não nos deixeis cair em tentação…”). De atentar, vem atentado: ao atentar contra o policial o bandido cometeu um atentado contra aquele. O trio elétrico é um atentado aos tímpanos. Para escrever, não precisa ser gênio. Mas tem que ter atenção, pois o erro atenta contra nós, em cada frase (ver nota abaixo).

O UNIVERSO PISOU NA BOLA

E pisou feio. Num lance de absoluta infelicidade – como alguns que têm acontecido com o Itabuna e o Colo Colo – foi grafado na edição passada, o tempo verbal torço, em lugar do substantivo torso. Descuido lamentável, que alguém autoidentificado como “Gorby Li” imediata e generosamente registrou nos comentários. Aos leitores, nossas desculpas. A Gorby Li, mais do que desculpas pelo erro, agradecimentos pela corrigenda. Se pensarmos nisto aqui como jogo de futebol, sendo eu goleiro, não fica dúvida de que engoli um frango antológico. Mea culpa!

NÃO ME XINGUEM DE “FLANGUISTA”

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Os que acompanham esta coluna já perceberam que ela é vazada em certo tom “clássico” – prefere, aos neologismos, as formas consagradas. Questão de fidelidade aos bons autores. É o caso de “flamenguista”. Não uso, pois minha santa mãezinha (que Deus a ampare!) me recomendou não falar nem escrever palavrões. É provável que algumas mães tenham contribuído, por desatenção, para divulgar este termo. Mas a minha era do tipo “formal”. Flamengo é adjetivo referente a Flandres (região da Bélgica), da mesma forma que fluminense (do latim flumen, o rio) se refere ao Estado do Rio de Janeiro (e outros rios). Ninguém “xinga” de “fluminensista” o nativo daquela região (ou torcedor do Fluminense). Existe a Baixada Fluminense (terra onde filho chora e mãe não vê), que nenhum brasileiro sensato chamaria de Baixada “Fluminensista” – e ainda podemos invocar o testemunho insuspeito de um certo Machado de Assis: ele batizou de Contos fluminenses um de seus livros – e não Contos flumensistas, como desejariam os defensores de “flamenguista”.

UMA VEZ FLAMENGUISTA… (ARGH!)

Arthur da Távola (foto), que sabia escrever e falar como poucos, tem um texto que nos ajuda a argumentar. Diz o jornalista carioca: “Ser Flamengo é ser humano e ser inteiro (…); ser Flamengo é deixar a tristeza para depois da batalha (…)”. Perceberam? Ele não diria jamais “Ser flamenguista é…”. Então, por que eu, ai de mim!, iria escrever tal heresia? É do hino: “Uma vez Flamengo, sempre Flamengo…”. Nunca “Uma vez “flamenguista…”.  E Jorge Benjor? Diz lá o negão, em País tropical: “Sou Flamengo, tenho uma nega chamada Teresa etc. etc.”. Na verdade, “Sou flamenguista, tenho uma nega…” é crime inafiançável contra o bom gosto… Gil, ao ser expulso da pátria pela ditadura militar, deixou bilhete antológico: “Alô torcida do Flamengo, aquele abraço!”… Alguém se atreveria a “modernizar” isto para “Alô torcida flamenguista?”. Muito se escreveu exaltando o Flamengo, com destaque para vários autores que não eram rubro-negros: Mário Filho, Henrique Pongetti, Nelson Rodrigues, David Nasser, João do Rio, o citado Arthur da Távola, Eliezer Rosa e outros. Nenhum deles empregou o termo “flamenguista”. Queriam exaltar a torcida, não ofendê-la.

O VERMELHO E O NEGRO

Nelson Rodrigues, tricolor de coração, era politicamente execrável, mas um cronista esportivo de altíssimo nível. Li, com prazer, muitas de suas crônicas sobre o Flamengo, e jamais encontrei ali o termo “flamenguista”. Numa delas, o autor de À sombra das chuteiras imortais chega a falar em torcida “flamenga”, mas nunca “flamenguista”. Ruy Castro (foto), texto extraordinário do jornalismo contemporâneo (este sim, Flamengo desde o berço, biógrafo de Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmem Miranda) escreveu um livro notável sobre as glórias do clube da Gávea, chamado O vermelho e o negro (uma citação óbvia de Stendhal). São 232 páginas que qualquer torcedor do Flamengo lê com satisfação imensa, mas que deixarão frustradas algumas pessoas: não há, ao longo de toda a obra, uma só vez a palavra “flamenguista”. Ruy Castro sabe das coisas.

EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO

Listas remetem a saudades e “toda saudade é uma espécie de velhice” (saibam que li as orelhas de Guimarães Rosa em Grande sertão: veredas). Mesmo assim, cito aqui algumas músicas de Carnaval que muito aprecio: 1Taí /1930 (Joubert de Carvalho), 2Pierrô apaixonado/1936 (Noel-Heitor dos Prazeres), 3As pastorinhas/1938 (Noel-Braguinha), 4A jardineira/1939 (Humberto Porto-Benedito Lacerda), 5Aurora 1941 (Mário Lago-Roberto Roberti), 6Nós, os carecas/1942 (Arlindo Marques Jr.-Roberto Roberti), 7Cordão dos puxa-saco/1945 (Eratóstenes Frazão-Roberto Martins), 8Saca-Rolha/1946 (Zé da Zilda-Zilda do Zé-W. Machado),  9Chiquita Bacana/1949 (Braguinha-Alberto Ribeiro), 10Confete/1952 (David Nasser-Jota Júnior), 11Cachaça não é água/1952 (Marinósio Filho), 12Colombina/1956 (Armando Sá-Miguel Brito), 13Turma do funil/1956 (Mirabeau-Milton de Oliveira-Urgel de Castro), 14Evocação/1957 (Nelson Ferreira) e 15Chuva, suor e cerveja/1971 (Caetano Veloso).

JEAN-PAUL SARTRE NA FUZARCA

Colombina, Chiquita bacana, Saca-Rolha, Turma do funil, Cordão dos puxa-saco e Nós, os carecas são exemplos de arte popular, sem apelação. Gosto muito de “as águas vão rolar/ garrafa cheia eu não quero ver sobrar” (Saca-rolha), enquanto Genolino Amado afirmou que o verso “só faz o que manda o seu coração” (Chiquita Bacana) era, para o existencialismo de Sartre (foto), então em moda, a melhor definição. Também poderiam estar na lista, se espaço houvesse, Até amanhã, Mamãe, eu quero, Ai que saudades da Amélia,Praça onze,Tomara que chova,  Vassourinhas, Máscara negra, Corre, corre, lambretinha, Yes, nós temos banana, General da banda, Atrás do trio elétrico, Se você jurar, Agora é cinza, Até quarta-feira, Alah-la-ô, Vai com jeito, Marcha do caracol e Índio quer apito (sucesso na voz do ilheense Walter Levita).

POR AMOR AOS OUVIDOS

Consideradas não propriamente “carnavalescas”, incluiríamos ainda entre as melhores: Noite dos mascarados, Hora da razão, Manhã de Carnaval (apresentada aqui na semana passada) e Marcha da quarta-feira de cinzas. Omissões propositais: Me dá um dinheiro aí (uma bobagem popularizada pelo uso), além de Cabeleira do Zezé, Maria Sapatão e O teu cabelo não nega (três monumentos sonoros ao preconceito). Colombina é, oficialmente, o hino do Carnaval baiano. Mas, sufocada pelo som distorcido do trio elétrico, é menos lembrada do que deveria. Essa marcha, entre as melhores da festa de Momo (ao menos quanto à melodia), é pouco cantada – mostrando ser pequeno o tempo entre a homenagem e o esquecimento. A lista é pobre em música baiana. É que, devido a irrenunciável amor a meus tímpanos, não passo perto de trio elétrico nem cultivo aquelas riquíssimas rimas em ô (pelô, salvadô, meu amô). Enfim, listas são… deixa pra lá.

(O.C.)
</span><strong><span style=”color: #ffffff;”> </span></strong></div>
<h3 style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>E FRED JORGE CRIOU CELLY CAMPELLO!</span></h3>
<div style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>No auge do sucesso, em 1965, a música teve uma versão no Brasil, gravada por Agnaldo Timóteo. Como costuma ocorrer com as
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O comércio de Itabuna não funcionará na segunda e terça-feiras de carnaval, dias 15 e 16. A ‘paradinha’ está prevista na convenção coletiva assinada entre os sindicatos patronal e de empregados, em dezembro. O funcionamento será até as 13h deste sábado e reabre na quarta, 17.

O Jequitibá Plaza Shopping funcionará das 14h às 20h do domingo. A praça de alimentação atende das 12h às 21h tanto no domingo como na segunda. O centro de compras fechará na terça de carnaval.

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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) está reunido para decidir pela prisão (ou não!) do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, do DEM. Um dos ministros já se manifestou para que Arruda passe o carnaval vendo o sol nascer quadrado. Enquanto não sai a decisão da corte, fique com esta marchinha que promete embalar a folia Brasil afora, num oferecimento do Clube do Samba (RJ)…

O malandro de Brasília
Faz o povo de peteca
No meu tempo era batom,
Hoje é grana na cueca

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Os postos do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) no interior baiano atenderão em horário diferenciado na próxima sexta, 12, devido ao carnaval. O funcionamento será das 8h às 14h. Já na Quarta-feira de Cinzas, dia 17, o funcionamento será das 12h às 20h, de acordo com a Secretaria Estadual de Administração (Saeb).

A exceção no interior é Porto Seguro. A unidade do SAC no município do extremo-sul reabre no dia 18, devido ao carnaval prolongado por lá. O horário de funcionamento entre 18 e 20 de fevereiro será das 8h às 14h.

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Piada pronta esse carnaval de Ilhéus. Antes, o prefeito Newton Lima emitiu nota em que explica os motivos do cancelamento da festa (segundo ele, faltava dindin). Logo depois, voltou atrás para atender a um pedido do governador Jaques Wagner. A folia vai rolar na Avenida Soares Lopes.

E a piada: o carnaval de Newton Lima tem hora pra começar e pra terminar, também. Em um acordo firmado com a Polícia Militar, a folia não poderá passar da meia-noite. A folia (?) em Ilhéus será nos dias 14, 15 e 16 e vai contar com apenas 80 policiais por noite (daí a preocupação com a segurança).