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“Quantidade” saiu de cena, literalmente. No palco da vida, com toda a valorização que lhe é importante e que agora lhe foi permitido, entrou a “qualidade”.

Manuela Berbert || manuelaberbert@yahoo.com.br

Confesso que demorei um tempo para decidir acreditar no novo normal que tanto falavam. Por mais otimista que eu seja, no começo disso tudo lia muito sobre uma mudança de comportamento do ser humano que, aqui pra nós, não me parecia tão fácil. Quatro meses e meio depois do começo do isolamento social por aqui, ouso escrever que “grandes experiências são (e serão) o novo normal”.

Inúmeras transformações já vinham acontecendo para os donos de olhares mais atentos. Uma sequência de rompimentos pessoais como separação de casais aparentemente sólidos, rachaduras bruscas na imagem de personagens da vida real, troca de profissões etc. A corrida diária até nos permitia ver isso tudo se desenrolando, mas atravancava a reflexão sobre. A gente seguia o barco no fluxo do desenvolvimento e despejava nele a culpa (ou mea culpa). E pronto.

Aí veio a pandemia, o isolamento social e aos poucos estamos nos (re)encontrando com o mundo. Muitas empresas descobrindo que o home office funciona e que alguns colaboradores estão conseguindo até se cuidar melhor nesta fórmula; amizades de mesa de bar ficaram, literalmente, nas mesas de bares, e os reencontros permitirão o retorno das boas risadas, mas, talvez, não mais de tanta intimidade; relações mais sólidas foram descobertas, enquanto outras tiveram a clareza de realmente não comungarem dos mesmos planos e sonhos, e romperam para sempre.

“Quantidade” saiu de cena, literalmente. No palco da vida, com toda a valorização que lhe é importante e que agora lhe foi permitido, entrou a “qualidade”. Dos alimentos produzidos com carinho por aquela vizinha que a gente mal conhecia e que se descobriu confeiteira porque perdeu o emprego; das cestas de presente organizadas pelas vendedoras da nossa loja preferida, mas que já estavam sem a necessidade de nos cortejar; Inúmeros exemplos do dia a dia em um ciclo que estabelece o que ou quem é de verdade para cada um, e que de agora em diante será cada vez mais nítido, e fará cada vez mais sentido. Sigamos…

Manu Berbert é publicitária e especialista em marketing de conexões.

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O grande desafio dessa doença reside em amar o “improdutivo”, aquele que não pode oferecer muito, é amar o velho e compreender o amor em sua plenitude, em sua forma mais gratuita e genuína, sem cobrança, sem expectativas. É cuidar de nossas lembranças, da nossa história.

Juraci Leal Filho

Somos testemunhas de uma guerra e, ao mesmo tempo, combatentes dela. Crianças estão partindo, jovens, mas principalmente idosos. Nossos velhinhos estão sendo dizimados, famílias tendo seus entes arrancados, acometidos antes pela dor da solidão, que mata devagarinho, e, por fim a partida sem o adeus.

Em algum lugar de nossas vidas, antes dessa pandemia avassaladora, o tempo para os mais velhos parecia artigo de luxo. O filho quase não tinha, o neto, também não. E assim a vida, o ninho vazio seguia para aqueles seres que não mais “produtividade” exercia para a sociedade. Afinal, o velho sempre foi a sobra de um tempo, aquele que somente figurava na vida dos outros, um apetrecho da sociedade que descarta pessoas como objetos.

Mas o tempo se encarregou de aplicar uma lição, surgindo uma doença, que isola as pessoas em suas casas, e o trabalho no escritório teria que dar um intervalo atípico, longo, bem maior que o programado. Trabalhadores incansáveis e indispensáveis a toda uma sociedade tiveram que parar.

Uma doença nova, sem precedentes científicos e literários, tudo novo, no ineditismo do novo Coronavírus, tudo fora da programação normal, pessoas, governos, empresas… Tudo fugiu do script, ninguém tem certeza de nada, a todo tempo inauguramos algum protocolo, alguma estratégia. Roteiro absolutamente longe do nosso controle. O nosso projeto cotidiano precisou ser reinventado, vidas sacudidas.

Muitas reflexões precisaram surgir, e se tudo acabasse agora, em meio a essa doença cruel, a convivência familiar e suas nuances intrageracionais, o vovô e o netinho, histórias recontadas, remoídas, o novinho muitas vezes cansado, sem paciência quase nem escutava mais, sem saber do esforço tremendo que o idoso fazia, para se apoiar na sua maior riqueza, sua memória, lugar onde suas lembranças estariam intactas, preservada nos mínimos detalhes.

Desta vez a saudade deu lugar a um enredo estranho. Não estamos tendo histórias com começo, meio e fim. É começo e fim, rápido assim, abruptamente vidas desaparecerem, famílias não se despedem dos seus entes, idosos recebem uma convocação extraordinária de partida, sem direito a despedida, muitos lutos são sufocados, e com coração mutilados, estamos assistindo a gerações desaparecerem, nossas histórias partindo junto. Quem conseguiu ouvir, guardou, quem não teve tempo, ficará a dor do remorso, e para todos nós algumas lições. E se amou de verdade, ficou o amor. Esse, verdadeiramente, nunca morre!

Aos jovens que mergulham na arrogante ilusão de vitalidade, na inebriante sensação de infinitude, ficam os ensinamentos dessas experiências de dor, saudade e sofrimento – e que tudo aqui é efêmero.

O grande desafio dessa doença reside em amar o “improdutivo”, aquele que não pode oferecer muito, é amar o velho e compreender o amor em sua plenitude, em sua forma mais gratuita e genuína, sem cobrança, sem expectativas. É cuidar de nossas lembranças, da nossa história. É reencontrar o caminho da fraternidade através de nossas tragédias, aproveitando a certeza do presente, sem perdermos o espírito de gratidão e a capacidade resiliente de amar.

Juraci Leal Filho é policial militar e assistente social.

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Pelas notícias chegadas de Ipiaú, o vírus agiu com flagrante desrespeito ao Santo Padroeiro da cidade, São Roque, o Roque de Montpellier, protetor contra a peste e padroeiro dos inválidos e cirurgiões. Em Itabuna, terra que goza do prestígio de São José, pai do Nosso Senhor Jesus Cristo, ele também não deu a mínima e espalhou o terror nos quatro cantos da cidade.

Walmir Rosário*

Não se brinca com assunto sério! Esse ditado tem perpassado gerações e é dito geralmente quando não se admite qualquer controvérsia em relação a um tema que envolva determinado fato, que cause dor ou constrangimento. Fora disso, vem como advertência a uma determinada crítica feita por alguém do povo a ato ou fato praticado por alguém ou autoridade de escalões superiores.

O que critica, embora embasado na consagrada Carta Cidadã, como queria Ulisses Guimarães, poderá enfrentar sérios problemas de ordem legal junto ao poder judiciário, atrelado aos dissabores financeiros e outros contratempos. Ao entendimento juntam-se as famosas proibições do politicamente incorreto, hoje “legalizado” pelos ditos progressistas e o incauto cidadão estará metido em camisa de onze varas.

Se nesta terra de Santa Cruz existisse pena de morte, um desavisado qualquer estaria em maus lençóis ao propor, por exemplo, um suco de mastruz misturado com leite de vaca – tirado na hora –, para extirpar o mal dos peitos, botando para fora todo o catarro. Mas como por aqui pena de morte só é aplicada por meio da pobreza, cujo cumprimento se dá pela falta de ingestão dos alimentos, me atrevo a recomendar: Mastruz com leite (não a banda musical) para os males do Covid-19.

E posso comprovar cientificamente os benefícios medicamentosos do mastruz, do alto dos meus 70 anos, certificando, a quem interessar possa, todos os milagres desta santa plantinha, fartamente encontrada no campo e na cidade. Lembro de um vizinho que sofre daquela doença ruim que o povo tinha até medo de falar – a tuberculose – e que se curou com a ajuda providencial do mastruz com leite.

Num domingo desse vi uma reportagem na televisão que uma cidade mineira está estimulando a plantação desses remédios caseiros nos quintais das unidades de saúde, com a ajuda dos próprios pacientes, moradores das redondezas. Ao que parece está tudo indo às mil maravilhas. Só não posso dar um atestado científico de sua eficácia contra o maldito vírus de agora por falta de outra reportagem.

Mas voltando a um passado mais ou menos recente, me salta aos olhos as tristes visões dos amigos e vizinhos acometidos de doenças “brabas” como sarampo, catapora, papeira e até varíola, a pior de todas. Todas elas curadas com plantas cultivadas nas casas vizinhas e que eram tiro e queda: um bom banho de sabugueiro para fechar as feridas, um chá de pitanga para acalmar a febre e uns caroços de milho em baixo da cama.

Além de não custar um centavo, bastava apenas ser amigo dos cultivadores dessas plantas e um muito obrigado. Já a papeira, ou caxumba, requeria outros cuidados significativos, principalmente nos homens. Caso fossem bem cuidados e os pacientes não fizessem nenhuma estripulia durante a recuperação, estava sarado para o resto da vida; do contrário, a inflamação desceria para os testículos e o dito cujo ficaria estéril.

Um corte mais ou menos profundo merecia um tratamento de certa forma mais simples, como uma pequena porção de pó de café para estancar o sangue; caso o estrago fosse maior, o pó de café estancaria o sangue até chegar ao hospital. Uma picada de cascavel lá pelas caatingas bastaria uma incisão de canivete junto à marca dos dentes da danada e um pouco de querosene, o cabra estava novinho em folha. Melhor ainda se fosse em local que desse para sugar o sangue e cuspi-lo fora.

Não sei como explicar, mas as doenças daquela época pareciam menos perigosas, bastando um remédio caseiro e um meio dia de descanso, já as de hoje se sofisticaram e ficaram metidas a besta. Qual o filho de Deus que imaginaria algum dia ver, com os olhos que a terra há de comer, as manias dessas doenças de hoje, que não precisam ficar vagando a esmo por aí e têm até horário e local de acometer o coitado.

Pelo que fui informado, o vírus tem hábitos noturnos em algumas cidades e se recusam a dar o ar da graça em supermercados (deve ser com receio dos preços altos), agências lotéricas, bancos e farmácias. Também não gosta de andar (fuxicando) em casa alheia e tampouco se apavora com leis e decretos de autoridades. Quanto mais o povo se esconde, o danado do Covid-19 fica amuado e não respeita qualquer isolamento.

Pelas notícias chegadas de Ipiaú, o vírus agiu com flagrante desrespeito ao Santo Padroeiro da cidade, São Roque, o Roque de Montpellier, protetor contra a peste e padroeiro dos inválidos e cirurgiões. Em Itabuna, terra que goza do prestígio de São José, pai do Nosso Senhor Jesus Cristo, ele também não deu a mínima e espalhou o terror nos quatro cantos da cidade.

Dentre todas as possibilidades que engendrei, tirando fora o mastruz com leite, a hidroxicloroquina, a ivermectina e a azitromicina, vistas até então como coisa sem importância pela ciência, só resta ao povo apelar para outras esferas divinas. Como disse nosso colega baiano, radialista e compositor da música Súplica Cearense: “Oh! Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe, / Eu acho que a culpa foi / Desse pobre que nem sabe fazer oração / Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água / E ter-lhe pedido cheiinho de mágoa…”

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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De pronto, garanto que não sou orgulhoso, mas me senti o máximo ao adentrar pela porta giratória do banco com minha máscara fabricada em tecido jeans sem ser importunado pelo segurança de olhar vigilante.

Walmir Rosário || wallaw2008@outlook.com

Que eu me lembre mesmo, as máscaras eram vestimentas de bandidos que procuravam esconder o rosto para não serem reconhecidos nos assaltos, conforme víamos todos os domingos nos velhos filmes de faroeste. A maioria dos assaltantes usavam as de cor preta, ou negra, como queira, embora alguns mais refinados exibiam as coloridas, estampadas, em tecido de seda. Um luxo só!

E não é que as máscaras voltaram à moda e qualquer cidadão que se preze usa a sua para as famosas saidinhas, as escapadas de casa, um simples bordejo pelas ruas para verificar se ainda existe vida fora do ambiente doméstico. Acredito que muitas dessas pessoas são da minha idade e assistiram aos mesmos filmes americanos que eu, ainda nos saudosos bons tempos.

Como não gosto de bisbilhotar a vida dos outros, fiquei com receio de perguntar em quais artistas se espelharam ou se existe um costureiro, modelista – me desculpem pela deselegância – ou personal stylist que o orientam. Pelo que notei, a moda mudou de lado e passou a compor os mocinhos e mocinhas, ao contrário dos malfeitores que assaltavam bancos e diligências.

Pelo que li num grande portal, a máscara se tornou uma indumentária obrigatória, como o chapéu ou o paletó antigamente. Algumas são concebidas em Paris e Milão embora não deixem de ser copiadas por aqui, numa obediência aos padrões chineses de desrespeito à propriedade intelectual. São tecidos dos mais diversos preços, de bolinhas, cores psicodélicas, no estilo jeans e até mesmo com a imagem do herói preferido.

Na minha leitura sobre o uso das máscaras não chegou a se esmerar no estilo, mas traçou alguns conceitos de proteção que, infelizmente, não agradou em cheio a alguns descolados ou teimosos. Hoje é mais que corriqueiro vermos máscaras que não protegem o nariz e nem mesmo a boca, deve ser algum look nostálgico de Woodstock revelando toda a sua rebeldia.

Como ensinava o Abelardo Chacrinha, nada se cria tudo se copia. Como bom observador, fico cá pensando se esse Covid-19 teimar em ficar mais uns anos por aqui, reeditaremos as máscaras de todos os saudosos carnavais, quiçá não buscaremos inspiração no antigo Egito e passaremos a desfilar de múmias dos faraós, ou quem sabe as orientais para nos afastar dos maus espíritos.

Quem sabe daremos uma passadinha pela Grécia e reeditaremos o famoso teatro grego como se estivéssemos interpretando dramas e tragédias. Essas máscaras vestiriam muito bem o personagem representativo da tragédia pandêmica que estamos vivendo e sem hora marcada para a peça acabar. Para os mais refinados, nada como o tradicional estilo Bal Masqué para extravasar os seus impulsos reprimidos e libertadores.

Os que preferem segurança 100% por certo adotarão a máscara no estilo protetor facial móvel, fabricada em acetato, de fácil higienização, protegendo a máscara tradicional. Acabada a pandemia, os mais criativos poderiam participar de programas de televisão e ainda ganharia alguns milhões desfiliando nas passarelas de Faustão, Sílvio Santos e Luciano Hulk mostrando seus modelitos.

A criatividade do homem não tem limites e o que foi concebido como uma simples e eficiente proteção contra os vírus se tornaram objeto de ostentação, enfeites e adorno da face humana. Fácil mesmo seria para nossos marqueteiros reviverem fantásticas peças comerciais baianos produzidos pelas Ótica Ernesto, jornal A Tarde, Tio Correia e Supermercados Unimar, lembrando as máscaras carnavalescas de Clóvis Bornay e Evandro Castro Lima.

No campo jurídico, as máscaras desfrutaram de notoriedade nacional ao ser questionada no Supremo Tribunal Federal (STF) se poderia ou não vestir (ou esconder) os rostos nos carnavais, manifestações e protestos. Discussões constitucionais à parte, sei que os temidos grupos de black blocs não deram a mínima para as proibições, no que foram seguidos pelos carnavalescos. A máscara acima da lei!

Saudosista que sou, confesso que nunca liguei muito para as máscaras, a não ser nos tempos em que ainda menino lá no bairro Conceição, em Itabuna, quando resolvíamos brincar de cowboy, em que tínhamos que atirar nos mascarados. Fora disso, ainda recordando, àquela época, pra nós, mascarados de verdade eram aqueles colegas arrogantes, “metidos a besta”, que comiam cuscuz e arrotavam caviar.

De pronto, garanto que não sou orgulhoso, mas me senti o máximo ao adentrar pela porta giratória do banco com minha máscara fabricada em tecido jeans sem ser importunado pelo segurança de olhar vigilante. Só me faltou mesmo uma cartucheira com dois revólveres Colt 45 niquelados e, tal e qual um artista de Hollywood, ordenar em alto de bom som: “Mãos ao alto”! Seria a glória pros meus tempos de menino.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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Escutando o noticiário, percebo que isso tem sido bem nítido na crise pandêmica. Cidades, estados e países com gestores e equipes comprometidos têm tido êxito visível e palpável, enquanto muitos lugares amargam as dores das más escolhas.

Manuela Berbert || manuelaberbert@yahoo.com.br

Estou em distanciamento social. (Estamos, na verdade. Quase todos. Muitos não estão porque simplesmente não podem estar. Outros, por teimosia ou irresponsabilidade social e coletiva). Eis que me aparece, em casa, um quebra-cabeça de mil peças. Não pensei no trabalho que daria nem nas estratégias necessárias para montar aquilo tudo. Abri a caixa, joguei as peças sobre a mesa, e me sentei diante daquela infinidade de cores e texturas. Uma espécie de parque de diversões diante dos meus olhos, até, claro, as dificuldades começarem a aparecer – e com elas os insights sobre a vida.

Tudo começou, pelo menos aqui no sul da Bahia, no meio do mês de março. O fechamento do comércio foi (e é), sem dúvidas, o marco de que estamos vivendo de fato uma crise, e isso eu nem preciso explicar. Nos primeiros dias, o susto com os primeiros casos da COVID-19 surgindo. O primeiro óbito. O vírus não é visto, mas seus efeitos sentidos assustadoramente. De frente para o quebra-cabeças, entendo que sem planejamento adequado e estratégia, não avanço. Ninguém avança. Em nenhuma situação.

Inicialmente, com algumas peças já ajustadas, entendi que uma pausa me faria bem. “Preciso de outro dia. Ou de mais dias, talvez!”. E assim passei para o segundo momento. Antes de me sentar, olhei do alto. Às vezes, a gente precisa se afastar do problema para entender o seu real tamanho e tentar definir quais sentimentos estão retardando a resolutividade. Percebo, então, que a ansiedade é letal, mas a covardia e a morosidade também podem ser.

Terceiro e último dia de montagem. Me dou conta de que o combo inteligência emocional mais eficiência e eficácia fazem a diferença. E de fato, escutando o noticiário, percebo que isso tem sido bem nítido na crise pandêmica. Cidades, estados e países com gestores e equipes comprometidos têm tido êxito visível e palpável, enquanto muitos lugares amargam as dores das más escolhas.

Percebo que para fechar a “tarefa” preciso justamente arrumar a parte que ficou mais distante de mim. Coloco o desenho (praticamente montado) de cabeça para baixo e me aproximo. Por vezes, nos deparamos com situações em que é preciso enxergar por outro ângulo, reinventar a forma de fazer. Reinventar-se. Coloco a última peça do quebra-cabeça. Satisfação e sensação de dever cumprido. Não dá para ficar instintivamente feliz no meio desse caos todo, mas dá para refletir nas lições que isso tudo vem trazendo. Outubro é “logo ali”!!!

Manuela Berbert é publicitária.

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Duas mulheres, em casa, com uma arma potente nas mãos, usada de forma completamente distinta: o poder de influência.

Manuela Berbert || manuelaberbert@yahoo.com.br

Sábado à noite, live de uma das maiores cantoras nacionais da atualidade, Ivete Sangalo. No meio de uma pandemia, quando os estados brasileiros começam a sinalizar um possível colapso na saúde: Atenção, Nação! O número de leitos disponíveis pode não conseguir atender à população! E o mais grave: Nosso profissionais (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas etc) estão adoecendo! É grave, e isolamento social é imprescindível!

De um lado, a cantora, na cozinha da sua casa de praia, de pijama de bolinhas, tentando levar ao país um momento de alegria, mas produzido com muito pouco: marido e filho, descalços, amendoim com casca e um prato, e um público lúdico presente, armado com brinquedos simples. Ivete é artista de massa e sabe disso. Tem a real noção de que é seguida e assistida por todas as classes, e incorporou isso majestosamente com simplicidade.

Do outro lado, uma das maiores influenciadoras digitais do país, Gabriela Pugliesi, sem noção alguma. Salvo engano, Gabriela foi uma das primeiras mulheres a postar sua rotina (lifestyle) no instagram, aqui no Brasil. Recentemente, uma das primeiras pessoas públicas a testar positivo para a Covid-19 (após o casamento de sua irmã, em um resort de luxo em Itacaré) e a divulgar. Manteve o isolamento social até a cura, mas sábado protagonizou um verdadeiro desserviço ao país: recebeu amigos em casa para uma festa e postou nas redes sociais vídeos em que os brindes eram regados a frases como “Foda-se a vida!”, que soou para todos como um “Fodam-se vocês, estou imune!”.

Ainda que a sua carreira e visibilidade não sejam comparadas à de Ivete, vê-se claramente a importância da RESPONSABILIDADE SOCIAL de cada uma em um momento tão delicado como este. Gabriela é seguida por milhares, de todas as classes sociais, e serve de inspiração para muitas empresas também, afinal é bem comum inclusive vermos marcas apresentando produtos similares aos que ela consome, mais baratos, com campanhas que abusam de frases como “baseado no produto X que a Pugliesi usa”. Não é bacana, nós sabemos, mas é a realidade da nossa população consumista, pelo menos até esta crise atual. (Depois disso, muita coisa pode e deve mudar, mas aí é pauta para outro texto.)

Duas mulheres, em casa, com uma arma potente nas mãos, usada de forma completamente distinta: o poder de influência. De um lado, a ironia e a soberba de quem vive a sua própria bolha e no fundo está pouco se importando com quem está do outro lado da tela. Na contramão e com muito bom senso, uma cantora que ainda brincou com o tamanho da “calçola” que estava usando, com empatia a quem está em casa alternando entre dias bons e ruins, instabilidade econômica e com medo do Sistema Único de Saúde, que ainda salva, mas que não sabemos até quando…

Manuela Berbert é publicitária.

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Um bom termômetro para saber a hora de abrir o comércio e medir a confiança das pessoas, um método bastante eficiente, seria perguntando aos pais: “Se as escolas abrissem hoje, você mandaria seus filhos as aulas?”.

Gerson Marques || gersonlgmarques@gmail.com

A vontade dos comerciantes de abrirem suas lojas é uma legítima. A vontade dos ambulantes irem às ruas venderem seus produtos, idem. O medo dos trabalhadores perderem empregos com as empresas fechadas, também. Estes sentimentos não podem ser desprezados nem varridos para o campo ideológico.

Não é factível três, quatro, cinco meses de vidas paradas, isolados, nem econômica, social ou fisicamente. As consequências são inúmeras e as econômicas são só parte do problema.

Dito isso, reafirmo: Nada é mais legítimo que a vida, o direito de viver, e o direito de não perder a vida. Esta legitimidade se sobrepõe às demais.

A pandemia é uma força da natureza, de origem mais poderosa que a capacidade humana de se defender, ainda que consigamos uma defesa parcial. Assim como uma tsunami, um terremoto ou acontecimentos ainda maiores como um choque com meteoritos, cuja evidências dizem sobre a extinção de grande parte da vida no planeta em outras eras, uma pandemia tem uma lógica imprevisível – e só por isso se torna uma ameaça existencial, um infausto.

E se o vírus passar por uma mutação e adquirir características ainda mais agressiva? E se o simples fato de tê-lo mesmo que assintomático não nós imunizar? E se a vacina ou terapias não forem encontradas? Existem diversas doenças sem cura, não é mesmo? E qual será o custo humano até circular por todo planeta? Não temos respostas para isso.

Portanto, estamos enfrentando uma situação colocada em um patamar acima da lógica da vida. Pelo menos, das nossas vidas, e com isso não sabemos lidar adequadamente, apesar de não ser a primeira vez que ocorre na história da civilização humana.

Buscar respostas nas ideologias é como buscar respostas nas religiões. Conforta, mas não resolve. Simplesmente, elas não respondem racionalmente, porque estes acontecimentos estão fora da dinâmica existencial e fora da lógica temporal, histórica e sociológica de nossa existência.

Acho muito ignorante a politização da doença, do vírus, de suas consequências, mas não posso dizer o mesmo sobre a politização do debate sobre as formas de enfrentar, sobre as políticas de governo para proteger a população ou não, e suas ações para resolver a questão central e suas consequências. Aí, sim, é legítimo o debate político, no campo social e econômico, na construção das saídas.

Por isso, é muito ruim quando os comerciantes defendem seu legítimo sentimento de abrir o comércio usando um discurso ideológico, baseado no negacionismo, ou na relativização do que se vê em outros países, e dos parâmetros científicos.

Quem perde com esta linha de defesa são os próprios comerciantes, que assustam a população ao demostrar os interesses financeiros acima da vida, inclusive de seus funcionários e clientes, também por não entenderem que a questão básica, mesmo depois de terminada a fase do distanciamento social, se chama confiança. Sem esta, sem segurança de não se contaminar, de pouco adianta a loja estar aberta. Ninguém terá coragem de brigar de esconde-esconde com um vírus de comportamento desconhecido e agressivo e medicação inexistente.

Um bom termômetro para saber a hora de abrir o comércio e medir a confiança das pessoas, um método bastante eficiente, seria perguntando aos pais: “Se as escolas abrissem hoje, você mandaria seus filhos as aulas?”.  Faça essa pergunta a você mesmo e veja o grau de confiança. E olhe que as crianças, teoricamente, ressalto, só “teoricamente”, não são do grupo de risco. Quando a resposta for sim, tá na hora de reabrir o comércio.

E as questões econômicas? Vejam como as outras nações estão resolvendo. É o estado. É pra isso que existem os estados: amparar, subsidiar, alimentar, isentar, oferecer, liberar, ajudar, minimizar, combater… Existem dezenas de verbos tipicamente estatais. É aí que está a política, é neste ambiente que cabe a opinião, a ideia, o protesto, a pressão…

Na pandemia, no vírus, na UTI, na terapia, nos procedimentos preventivos, não. A única autoridade aí é a ciência e ciência não se faz com palpites. Muito menos palpites ideológicos.

Gerson Marques é produtor de cacau e chocolate.

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O que quero lembrar é que a força de vontade do brasileiro é gigante, e é a nossa união que vai nos fazer vencer esta guerra!

Manuela Berbert || manuelaberbert@yahoo.com.br

Lembro nitidamente do que dia em que assisti uma matéria na TV sobre a China ter construído um hospital em dez dias para tratar pacientes da Covid-19. Era tudo muito distante: a distância do país em si, e a realidade, afinal sou de Itabuna, cidade conhecida nos últimos anos pelo fechamento de hospitais.

Mas a vida é mesmo imprevisível. Praticamente um mês depois me pego assistindo representantes da Organização Mundial de Saúde declararem pandemia do novo coronavírus. Na prática, o termo pandemia se refere ao momento em que uma doença já está espalhada por diversos continentes com transmissão sustentada entre as pessoas. Tomei um susto, e de lá para cá o cenário é a disseminação avançando, mas, com ela, também a coragem e a solidariedade de uma nação. Ou de boa parte dela.

A recomendação é ficar em casa, mas a verdade é que muita gente simplesmente não pode se resguardar, como os profissionais que trabalham nos hospitais, nos mercados, nas farmácias, nos postos de gasolina e em algumas outras atividades essenciais. E o brasileiro enfrenta. Improvisa equipamentos de proteção e peita o desconhecido, sabendo inclusive que a quantidade de leitos do nosso país é mínima diante do cenário que já se desenha à nossa frente. Lamentavelmente.

E mais: o brasileiro se une em campanhas de arrecadação e doação de alimentos para famílias mais carentes; ressignifica a internet como fonte de entretenimento, com as lives dos artistas; faz mutirão de divulgação dos produtos e serviços deliveries das próprias cidades etc, etc, etc. Sei que é uma visão otimista do que está acontecendo e do que ainda estar por vir, mas hoje eu soube que alguns profissionais da minha cidade já estão com os rostos marcados pelas máscaras usadas nas UTIs exclusivas para o tratamento do Covid-19 e que, ainda assim, ninguém pensa em desistir. Não preciso enumerar aqui as falhas dos governos. Isso a gente já sabe. O que quero lembrar é que a força de vontade do brasileiro é gigante, e é a nossa união que vai nos fazer vencer esta guerra!

Manu Berbert é publicitária.

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No fundo, é como se todos nós estivéssemos, há alguns dias, perdidos nas vielas de uma imensa cidade, gritando alto, sem se escutar. A vida parou tudo e está nos conduzindo a uma longa estrada, propondo a cada um o dom e a sabedoria de se transformar.

Manuela Berbert || manuelaberbert@yahoo.com.br

Forte, esse título, não é? Também achei! E não, essa frase não é minha. Ela foi retirada do filme Comer, Rezar e Amar, que assisti, mais uma vez, no último sábado. No meio desse caos mundial e no isolamento social voluntário (ou não). A frase, para minha surpresa, é dita quanto a personagem está na Itália, um dos países mais atingidos pelo Covid-19 e um dos lugares mais lindos que já visitei nesta vida, para onde, inclusive, ainda quero voltar.

Mas Elizabeth Gilbert, personagem principal do enredo, jamais imaginou nada disso naquele momento. A frase foi usada como uma metáfora quando a mesma desbravava as ruas e ruínas de Roma, com olhar de curiosidade e medo, como geralmente é o processo de autoconhecimento. E é incrível como eu, que já tinha assistido ao filme outras vezes, e já tinha lido o livro mais de uma vez, só me dei conta disso agora.

O amadurecimento e o reconhecimento de si mesmo nos trazem inúmeros desafios, e talvez o maior deles seja enxergar beleza no caos e esperança no processo. Ainda que doa. Mais ou menos o que a personagem, intensa nas observações sobre si, estava vivendo, e o que estamos passando hoje. Afinal, ninguém sairá ileso disso tudo.

Os dias têm sido longos e curtos ao mesmo tempo, a depender do que cada um esteja se propondo a fazer. Doídos ou leves, e isso realmente tem sido bastante individual. Há pessoas rodeadas de pessoas sentindo-se só; e muitas em paz justamente por estarem quietinhas. No fundo, é como se todos nós estivéssemos, há alguns dias, perdidos nas vielas de uma imensa cidade, gritando alto, sem se escutar. A vida parou tudo e está nos conduzindo a uma longa estrada, propondo a cada um o dom e a sabedoria de se transformar.

Manuela Berbert é publicitária.

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É sábado à noite. Escrevo enquanto escuto um especialista explicar no Jornal Nacional, da Rede Globo, que é preciso viver um dia de cada vez para evitar o estresse e a ansiedade. Respiro fundo, mas confio na seriedade e serenidade do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Manuela Berbert || manuelaberbert@yahoo.com.br

Fui uma das pessoas que, ao ficar em casa voluntariamente, chamei o meu movimento de quarentena, até entender que não é isto o que estou vivendo. Estou isolada socialmente, em minha própria residência, respeitando uma medida preventiva dos Governos, na tentativa de amenizar a disseminação do COVID-19, conhecido popularmente como coronavírus.

Tenho um coração dividido, neste momento: de um lado, a tentativa de não acompanhar todas as notícias e me distanciar de sentimentos como medo e ansiedade. Do outro, uma curiosidade absurda para tentar entender o que está acontecendo de fato, e porque a Itália divulgou, há algumas horas, a morte de 793 pessoas em um único dia, inclusive ultrapassando o número de vítimas da China, onde tudo começou.

Uma das palavras que mais tenho escutado, há alguns dais, é Lombardia, região mais populosa da Itália cuja capital é Milão. A tão sonhada por tantos brasileiros! Tão sonhada quanto o Rio de Janeiro e São Paulo. Impossível não fazer a associação. Impossível não lembrar que as primeiras mortes pela infecção estão acontecendo por lá. Impossível não pensar que o COVID-19 está pontuando nas regiões da classe média e alta, e que se chegar a um barraquinho sequer de uma daquelas tantas favelas do Rio, ou na gigantesca população que mora nas ruas de São Paulo, o Brasil não terá a menor condição de contabilizar ou conter. Lamentavelmente.

É sábado à noite. Escrevo enquanto escuto um especialista explicar no Jornal Nacional, da Rede Globo, que é preciso viver um dia de cada vez para evitar o estresse e a ansiedade. Não sabemos quanto tempo tudo isso irá durar. Respiro fundo, mas confio na seriedade e serenidade do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O nosso presidente, Bolsonaro, chama a pandemia de gripe e desfaz das ações enérgicas dos Governadores dos Estados Brasileiros. Desconfiam que ele esteja negando a própria infecção. Desconfio que muitos ainda negam sua insanidade…

Manuela Berbert é publicitária.
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Alguns desses invejosos tentam jogar a população contra quem trabalha pelo povo e para o povo, tentando ludibriá-la alardeando que as obras só têm dinheiro de fora e que Rui Costa é o prefeito de Ilhéus. “Puro xaveco, pois quem foi eleito foi euzinho aqui”, reclamou ao seu terceirizado.

 

Walmir Rosário || wallaw2008@outlook.com

De proselitismo em proselitismo o cidadão ilheense vai sendo engambelado pelas elucubrações mal-ajambradas ditas e repetidas pelo alcaide, sobre fatos que mereceriam ser levados a sério. Mas esse não é o forte de Marão, que prometeu durante a campanha política cuidar dos ilheenses, o que não deixou de ser apenas mais um apelo fabricado pelos marqueteiros de plantão.

Não é de agora que os ilheenses vêm fazendo um apelo patético ao alcaide, cobrando sua promessa de campanha: “Marão, cuida de mim!”. Em que pese a necessidade dos cuidados não apenas na saúde, Marão, o médico, não se sensibiliza. E não é pra menos, sua ocupação é monumental, tem de participar de reuniões em cima de reuniões, para prometer resolver todos os problemas de Ilhéus. Mas que eles serão amplamente solucionados no segundo mandato, como sem falta, como anuncia.

Porém, os ilheenses não pensem que Marão não está atento às questões mais prementes da cidade, e, agora mesmo, com a ajuda da competente equipe de assessores, colocou em prática um projeto que vai dar o que falar pelo Brasil afora. Embora tenha se sentido exausto pelo grande número de reuniões nas casas dos colaboradores mais leais, valeu o esforço e já está em prática um projeto social da maior grandeza: o “Me Ajuda, Rui”.

Num desses dias estafantes, reunidos na casa de um habilidoso secretário, Marão não suportou o cansaço e resolveu tirar uma rápida pestana. Enquanto o suave repouso restabelecia as energias, os secretários trabalhavam incessantemente para mostrar serviço quando Marão acordasse. Nesse interregno, os fiéis servis resolveram fazer um joguinho para ver quem seria o mais inteligente, e entre um sou eu, não é você, resolveram disputar na mão grande.

Foi uma glória quando o chefe acordou – refeito, por sinal – pronto para a labuta, e não se recusou a dar uma de médico – olha o juramento de Hipócrates – e engessou a mão do colaborador que se deu mal na contenda. Como é estafante essa vida de prefeito. Mas nada que não possa ser resolvido com prontidão pelos fiéis colaboradores, comemorando o sucesso do duplo empreendimento com uma boa taça de vinho, importado, como merecia a brilhante ocasião.

E quem disse que dessa reunião foram para casa descansar? Nada disso, rumaram para uma outra, preparatória para a próxima que terá com o governador Rui Costa, em Salvador, bastante estafante, com o sobe e desce de avião e o tráfego complicado da capital. Ufa! No recôndito do gabinete que comanda a Bahia – e Ilhéus, é claro – decidirão o futuro dos ilheenses, tema sério que não logrou solução nesses 486 anos de fundação e 138 de elevação à categoria de cidade.

Finalmente, agora vai! Marão pedirá ao governador Rui Costa permissão para ser candidato à reeleição, uma decisão por mais difícil e complicada, não fosse esses petistas teimosos anunciar candidato próprio. E a parceria de Marão com o governador não vale nada? Pura ingratidão com um alcaide que não faz outra coisa a não ser o futuro de minha querida Ilhéus…

Se não bastasse esses adversários – verdadeiros inimigos de Ilhéus –, ainda existe essa malfadada imprensa que não enxerga as relevantes obras construídas com muito esforço para o povo. Alguns desses invejosos tentam jogar a população contra quem trabalha pelo povo e para o povo, tentando ludibriá-la alardeando que as obras só têm dinheiro de fora e que Rui Costa é o prefeito de Ilhéus. “Puro xaveco, pois quem foi eleito foi euzinho aqui”, reclamou ao seu terceirizado.

Mas essa imprensa não perde por esperar! A da Prefeitura ele já tomou satisfações e mandou embora dois secretários e não custa demitir o terceiro, já na marca do pênalti e com outro em vista. E Marão está certo, pois cansou de ler nos jornais e blogs os muitos erros e troca-troca de releases. Era um tal de desconsidere o outro e vale esse que já estava incomodando todo o mundo.

Mas esse povo da imprensa não sabe que em meu governo tem autoridade? Não importa quem disse, mas os textos têm de ser passados a limpo por quem de direito, gente letrada e de minha confiança, com assento no meu gabinete, experts em política. Eles que se aquietem, do contrário decretará pão e água para essa cambada, como uma medida pedagógica até que aprendam quem realmente manda na cidade.

E por falar em quem manda, Marão já tomou uma decisão inédita! Depois de muitas horas de reunião, finalmente vai dar prosseguimento à pista marginal à BA-001, na zonal sul, para que, finalmente, consiga chegar ao conjunto habitacional do Ceplus. Após um brainstorming (tempestade de ideias) com os briosos secretários e assessores, elaboraram dois projetos para dar continuidade à marginal direita.

Os dois grandiosos projetos já estão com a equipe técnica para analisar qual o mais viável, se a construção de um viaduto ou de um túnel para que o tráfego possa fluir com toda a tranquilidade por baixo ou por cima do restaurante Psiu!. São atitudes como essa que demonstram competência, o denodo e determinação da administração pública ilheense.

E na próxima campanha continuará a conclamar o eleitor ilheense a se manifestar nas praças públicas: “Marão, continua cuidando de mim…”. Agora, vai!

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

Evento para mulheres discutiu os transtornos da ansiedade
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Priscila Nascimento, Nayane Lemos e Ingrid Meireles foram as psicólogas palestrantes na noite desta quarta-feira (11), no Papo de Mulher, da Associação Comercial de Itabuna. O evento reuniu as participantes do Núcleo de Mulheres Empreendedoras e convidadas e abordou técnicas e tratamento da ansiedade.

“O que a gente traz é essa desmitificação de que a ansiedade é uma doença, quando na verdade ela nos ajuda a reagir diante de alguma dificuldade. É importante entender até que ponto é normal e quando passa a ser patológica e vira doença”, explicou Ingrid Meireles

A intenção do grupo em trabalhar o tema ansiedade na contemporaneidade foi para que, por meio das explanações e discussões, fosse possível contribuir para a melhoria comportamental das empreendedoras, melhorando assim, o desempenho profissional das mesmas.

“E é importante destacar que esse assunto precisa ser tratado, porque pode gerar vários outros transtornos em decorrência da ansiedade e o que fizemos foi intervir para contribuir com a redução de danos para essas mulheres”, complementou Priscila Nascimento.

“Quando conhecemos as causas e a forma como lidar com a ansiedade, através da vivência diária é possível ter um melhor controle e também contribuir com a melhoria de amigos”, enfatizou Nayane Lemos.

A reunião teve a participação da Patrulha Guardiã Maria da Penha em Itabuna, que falou sobre o trabalho de acolhimento das mulheres vítimas de violência. Também foram realizadas dinâmicas e sorteios de brindes em comemoração ao dia da Mulher.

REFLEXÃO

Para a vice-presidente da ACI, Paula Ganem, o encontro foi muito inspirador, um momento de reflexão para a vida pessoal e profissional. “Foi uma oportunidade que tivemos para perceber onde precisamos desacelerar e também, aprender a construir uma inteligência emocional para o dia a dia. Além disso, pudemos analisar as questões da violência contra a mulher, e não aceitar agressões de nenhuma forma. Foi uma reunião bastante ampla e proveitosa, sem contar as mediadoras foram sensacionais”, concluiu.

Mariana Benedito durante entrevista a Andreyver Lima, do Seja Ilimitado, na TVI
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Todo início de ano é a mesma coisa. Você tem suas metas e objetivos, que por vários motivos não consegue concluir. Na correria do dia a dia, é comum as pessoas criarem desculpas para adiar pequenas tarefas, que, a longo prazo, podem atrapalhar o desenvolvimento pessoal.

No primeiro Seja Ilimitado de 2020, a psicanalista Mariana Benedito, deu dicas de como é importante tirar do papel o que se propõe. Meditação, autoconhecimento e pequenas metas são caminhos para o sucesso, aponta Mariana.

COMEMORE PEQUENAS CONQUISTAS

Uma boa dica, segundo Mariana, é adotar atitudes que podem ser um incentivo para um ciclo de mudanças. “Não deixe para comemorar apenas quando a grande meta for concluída. Celebre pequenas vitórias. Esta atitude vai lhe manter motivado para continuar”, afirma. Confira no vídeo abaixo.

 

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Jaciara Santos | contato@jaciarasantos.com.br

 

Ouça na essência o que essas pessoas responderão. Pode não ser fácil ouvir o que  elas têm a dizer, mas ouça. Analise bem as falas e se mais de três pessoas tiverem a mesma opinião, é preciso estar atendo a este sinal e começar imediatamente a transformação.

 

No último artigo, um dos pontos que abordei foi sobre a coragem para mudar. Mas afinal, isso é possível?

Já conheci algumas pessoas com dificuldade de se relacionar com o outro, mas uma delas me chamou atenção, pois se tratava de um ser humano extremamente individualista e que sempre proferia a expressão Eu não consigo mudar e quem quiser que me aceite como eu sou. Assim, esse cidadão foi isolando-se de tudo e de todos por causa dessa dificuldade em lidar com o próximo, considerando ser essa a melhor solução para seu “problema”.

Todavia, o primeiro passo para o desenvolvimento gradativo consiste em reconhecer a necessidade deste processo. Sim, trata-se de um movimento, algo que é feito de forma contínua, persistente e consciente.

Certa ocasião, deparei-me com uma situação muito constrangedora numa loja da minha cidade. Um “subgerente” tirano ofendia e ameaçava a colaboradora por causa de uma informação errada, que nem ela mesma sabia que estava errada, por conta de uma precificação equivocada. O fato que me fez refletir durante alguns dias. Será que esse “gestor” consegue mudar?

Minha mãe sabiamente me ensinou que, quando queremos muito uma coisa, se nos dedicarmos… conseguiremos. Como retrata muito bem a expressão popular “querer é poder”.  Nesta situação concordo com a afirmação.

Então, proponho o seguinte desafio como segundo passo :

  • Faça uma autoavaliação dos pontos de melhoria;
  • Um questionamento para as pessoas que te rodeiam, como por exemplo, família e colegas de trabalho, nos seguintes tópicos:
  • Quais são minhas qualidades ?
  • O que considera como meus defeitos?
  • Quero ser uma pessoa melhor, para isso preciso que me aponte os aspectos que preciso desenvolver.

Ouça na essência o que essas pessoas responderão. Pode não ser fácil ouvir o que  elas têm a dizer, mas ouça. Analise bem as falas e se mais de três pessoas tiverem a mesma opinião, é preciso estar atendo a este sinal e começar imediatamente a transformação. Depois disso, liste esses pontos e trace um plano para começar a melhorar, item por item.

Será fácil? Não sei! Depende do seu ponto de vista. Contudo, tenho certeza que será aprazível, pois te permitirá viver momentos melhores e de mais conexão com você e com o outro.

Findo minha reflexão com a afirmação: Sempre é tempo de mudar!  E reforço com a frase de Clarice Lispector que descreve: “O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda!”

Jaciara Santos é coach.

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O empresário Josias Miguel dos Santos apresenta o livro Josias Miguel, 70 anos de histórias, onde conta fatos desde seu nascimento, em Patrimônio da Palha, município de Vila Valério, no Espírito Santo, até os dias de hoje. O lançamento da sua biografia será na próxima sexta-feira (11), às 20h, no Espaço de Eventos Psiu, localizado no km 2,5 da rodovia Ilhéus-Olivença, com a presença da família, amigos e convidados.

Nas 272 páginas do livro escrito pelo jornalista Walmir Rosário, Josias Miguel narra a trajetória de vida, desde a morte do seu pai – Zé Gavião –, que nem mesmo chegou a conhecer por ele ter sido assassinado quando Josias ainda tinha seis meses de vida. Esse fato marcou desde cedo a trajetória da família, que foi separada por motivos de sobrevivência e os reencontros posteriores.

No livro, Josias Miguel revela uma faceta bem diferente da que muitos conhecem: o capixaba que não leva desaforo para casa, explodindo no primeiro momento, esquecendo em seguida sem guardar mágoa e rancores. Também conta como se tornou empresário de sucesso, empresário de bandas, showman, apresentador de televisão, assessor e marqueteiro político de sucesso, o homem que sempre bateu de frente com qualquer um pelas suas convicções pessoais.

LIÇÕES DA VIDA

Essa obra não foi elaborada com o formato do trabalho do marqueteiro que é, mestre em dourar a pílula, dar um invólucro colorido no sabonete, apresentar a verdade melhorada das campanhas políticas que nos acostumamos a assistir pelos programas eleitorais gratuitos na televisão. Ao contrário, ela mostra o diretor de instituições, o pai de família devotado, o amigo leal, o homem que aprendeu as lições que a vida lhe ensinou.

Josias Miguel, o homem que toca os sete instrumentos, embora não tenha se especializado em dedilhar o violão, uma de suas paixões, mas que nem por isso diminuiu seu interesse pela música, compondo letras e produzindo bandas e discos. Mesmo sendo aficionado por dirigir e coordenar uma campanha eleitoral sabe dizer não quando os conceitos éticos dos candidatos diferenciam dos quais acredita.

No prefácio, o advogado e amigo José Aboboreira de Oliveira ressalta que o leitor vai se deliciar com as peripécias de Josias Miguel. O personagem que teve sua infância e adolescência marcada pela passagem por escolas do tipo internatos, educandários que mais pareciam reformatórios para adolescentes em situação de risco social, mas que sempre trilhou o caminho da verdade e do trabalho honesto como suporte para viver com dignidade.

NO BRASIL E NA TERRA DO TIO SAM

Em depoimento, suas duas irmãs mostram o Josias vencedor, que não se curva diante dos obstáculos, um homem capaz, criativo, inteligente, que cresce de todas as formas, sempre muito agitado e aventureiro. Um otimista de carteirinha que sempre teve como lema a liberdade e continua sendo o menino do Patrimônio da Palha que ganhou o mundo. Colatina, Vitória, Rio de Janeiro, Salvador, Jequié, Iguaí, Itabuna, os Estados Unidos do Tio Sam, Ilhéus, tanto faz, é mesmo Josias, filho de Zé Gavião e dona Maria Rigo.

O adolescente que deixou o Espírito Santo para tentar a sorte no Rio de Janeiro encontrou uma série de dificuldades, vencidas uma a uma com a ajuda de personagens providenciais que surgiram conforme as dificuldades. A cada obstáculo superado, um aprendizado para os próximos projetos, encarados sem medo com a sabedoria das experiências anteriores. Não se enebria com o poder público e coleciona centenas de amigos por onde passou. Inimigos garante que não os têm, embora não seja querido por todos, o que considera contingências da vida.

“Com suas ideias de liberdade, de suas convicções e valores, como esteios básicos, para a construção de sua cidadania, não se corrompeu, não fraquejou mesmo quando teve que dizer umas verdades para um juiz; não se acovardou quando teve que enfrentar a selva das matas de Iguaí para colher jacarandá e palmito ou a selva da vida nas grandes cidades, em diversos Estados do Brasil, inclusive, nos Estados Unidos; nunca buscou o caminho fácil ou atalho para o seu favorecimento pessoal ou de terceiros”, ressalta José Reis Aboboreira.