Paulo Magalhães apresenta o livro "Tudo o que a boca come", hoje (12), em Ilhéus
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O jornalista, capoerista e servidor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Paulo Andrade Mesquita Magalhães, lança, hoje (12), às 17h30min, na sede da APPI, em Ilhéus, o livro Tudo o que a boca come – capoeira, modernidade e cosmovisão afro-indígena, pela Edufba. A obra é resultado das pesquisas do autor ilheense no doutorado em Cultura e Sociedade da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

O contramestre Sem Terra, como é conhecido, explica que o fio condutor da obra é uma série de entrevistas com mestres de capoeira angola e sacerdotes afro-brasileiros. “O livro traça uma linha de continuidade entre a capoeira, o candomblé, a cultura bakongo e toda a herança bantu no Brasil, atravessados por uma cosmovisão partilhada. São desenvolvidas conexões entre capoeira e magia, mandinga, espiritualidade e o culto aos caboclos, exus e ancestrais”, acrescenta o pesquisador.

Na APPI, o evento desta quarta-feira fará parte do Seminário Aquilombar-se, promovido pela UFSB, com Paulo Magalhães entre os palestrantes. O autor também vai participar de atividades de lançamento do livro no Kilombo Tenonde, em Valença, no próximo sábado (15); e no Terreiro de Matamba Tombenci Neto, na Conquista, em Ilhéus, na terça-feira (18), à noite, no aniversário de 20 anos da ONG Gongombira.

A edição do livro de Paulo Magalhães foi contemplada nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. A Paulo Gustavo Bahia foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.

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A recuperação e a conservação da memória da capoeira ilheense está na ordem do dia. Numa das frentes desse movimento, grupos do Território de Identidade Litoral Sul tentam convencer a Secretaria Especial de Cultura de Ilhéus a restabelecer o edital Calendário da Capoeira, que era financiado pelo Fundo Municipal de Cultura e foi substituído pelo edital Mané Barreto, também voltado para a arte da ginga.

Ao PIMENTA, o contramestre Paulo Magalhães explicou que um dos objetivos da articulação é assegurar os dois editais. A demanda foi levada ao secretário de Cultura de Ilhéus, Geraldo Magela, na última segunda-feira (16).

Na oportunidade, segundo Paulo, os capoeiristas tomaram conhecimento da existência de R$ 30.000,00 para projetos ligados à capoeira, sendo R$ 20.000,00 destinados por emenda impositiva do vereador Cláudio Magalhães (PCdoB) à Lei Orçamentária de 2022 do município. Esse tipo de emenda é de execução obrigatória, ou seja, deve ser executada neste ano, mas os critérios para a distribuição dos recursos ainda não foram definidos.

MEMÓRIA VIVA

O secretário informou que a Prefeitura pretende homenagear mestres de capoeira da cidade. Decidiu-se, de forma consensual, que a honraria será dedicada aos mestres Barreto, Caldeira, Virgílio, Carioca, Nego Bel e Polar, seguindo a tradição cultural da primazia dos mais velhos.

No mesmo encontro, os capoeiristas recomendaram que a Secretaria de Cultura atualize o cadastro dos grupos de capoeira de Ilhéus e dê início a um trabalho de recuperação e de registro da memória dos mestres mais antigos, promovendo rodas de conversas, documentários e outras formas de documentação dos seus saberes e das suas histórias.

REARTICULAÇÃO

O mês de maio também tem sido marcado por uma série de atividades da Salvaguarda da Capoeira na Bahia, que, no dia 5, se reuniu no Galpão X, próximo ao Terminal Urbano, no Centro de Ilhéus. A entidade reúne 18 grupos territoriais (GTs) do estado e pretende rearticular o GT Litoral Sul.

Passo importante para essa rearticulação se deu no último dia 13, quando os representantes da Salvaguarda participaram da instauração do GT Afrocultural, a convite de Magela e do vice-prefeito Bebeto Galvão (PSB). Segundo Paulo, a ideia é que o GT Aflocultural funcione como espaço permanente de articulação, envolvendo os setoriais de hip-hop, capoeira, povos de terreiro e comunidades quilombolas.