Tempo de leitura: < 1 minuto

O Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães, em Itabuna, iniciou o racionamento do uso de contraste iodato nos exames e demais procedimentos médicos que dependem do produto, que, a exemplo de outros insumos hospitalares, está em falta no mercado internacional.

A medida segue orientação do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Radiologia. A mesma iniciativa foi anunciada pela Santa Casa de Misericórdia de Itabuna (veja aqui).

Com o racionamento, apenas os exames da demanda interna do Hospital de Base serão feitos, conforme a direção. Os meios de contraste são utilizados em radiografias, tomografias e ressonâncias magnéticas do setor de Bioimagens. A escassez do insumo, causada pela pandemia da Covid-19, prejudica a oferta de serviços médicos que dependem de diagnósticos por imagem.

No Hospital de Base, o consumo médio mensal é de 30 ressonâncias com contraste e 30 tomografias, considerando as demandas internas e externas, já que a unidade também faz exames por meio do serviço regulação.

A coordenadora da farmácia do hospital público, Dioney Guimarães, explica que grandes avanços nos diagnósticos de exames por imagem se deram a partir do uso dos contrastes radiológicos.

“Desde que descobertos, cresce o uso a cada ano, pois definem melhor a visualização entre os órgãos de tecidos moles, diferenciando características importantes e também das estruturas densas, como os ossos. A crise por falta de insumos farmacêuticos impacta diretamente em várias áreas do cuidado e manutenção da vida humana”, disse.

Tempo de leitura: 2 minutos

A Santa Casa de Misericórdia de Itabuna informa que pacientes do Hospital Calixto Midlej Filho já são afetados pela falta de contraste iodado, insumo utilizado em procedimentos médicos, como exames. A situação é reflexo da escassez desse insumo no mercado internacional, ainda provocada pelos impactos da pandemia de Covid-19.

A diretora técnica do Hospital Calixto Midlej Filho, a médica Maria Carolina Reis, reforça que a falta de contraste iodado impacta diretamente na assistência ao paciente. No interior da Bahia, a unidade é referência no tratamento de doenças coronarianas, incluindo síndrome coronariana aguda. É também referência para diagnóstico e tratamento de doenças oncológicas.

PACIENTES CRÍTICOS

Segundo Maria Carolina Reis, a prioridade é assegurada a pacientes em estado crítico, que necessitam de diagnóstico precoce em razão da suspeita de doenças malignas. “Precisamos ainda garantir atendimento aos pacientes internados ou referenciados com síndrome coronariana aguda. São casos em que não há alternativa para diagnóstico e tratamento e de alto risco”, acrescenta.

O gerente médico dos Setores de Oncologia da Santa Casa de Itabuna, o médico Lincoln Warley Ferreira, explica que há demanda muito maior que a disponibilidade do insumo no mercado mundial, em decorrência de medidas sanitárias adotadas pela China, um dos principais fornecedores. O contraste é usado em tomografias e procedimentos endovasculares, como cateterismo e angioplastia, dentre outros.

Por causa da falta de insumo, neste momento, foi suspenso atendimento ao público externo, que inclui o grupo de paciente que se encontra estável. “Estamos pedindo aos pacientes que conversem com os seus médicos para certificarem se o exame sem o contrate já forneceu informação que os ajude ou se indicam outros métodos de diagnósticos”.

RECOMENDAÇÃO 

De acordo com a recomendação do Ministério da Saúde, os exames que demandam, de fato, contraste na emergência e urgência são para os casos de hemorragia ativa, politrauma, dissecção vascular, aneurisma roto ou com risco de ruptura, e tromboembolismo pulmonar com instabilidade hemodinâmica.

São prioridades também os casos envolvendo diagnóstico e estadiamento de câncer, procedimentos intervencionistas oncológicos, obstrução da via biliar e da via urinária e tratamento endovascular de aneurisma cerebral.