Polícia apreende drogas nos Canecos, em Itabuna || Foto Divulgação
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Equipes do 15º Batalhão de Polícia Militar apreenderam, no bairro Vila das Dores, mais conhecido como Canecos, em Itabuna, 124 tabletes de maconha, pasta base de cocaína e crack.Os policiais encontraram 118 tabletes de maconha, seis tabletes de pasta base de cocaína e três quilos de crack.

Os policiais apreenderam ainda uma balança de precisão e uma pistola. De acordo com o tenente Erlo Barbosa, os traficantes responsáveis pela droga conseguiram escapar por uma região de matagal. Até o início da noite nenhum suspeito tinha sido preso. A drogas foram encontradas depois que a polícia recebeu uma denúncia anônima indicando o local onde o material ilícito era mantido.

Segundo o comandante do Batalhão de Polícia Militar em Itabuna, tenente-coronel Robson Farias, policiais fizeram a apreensão em uma construção abandonada. Essa é uma das maiores apreensões de drogas no município do sul da Bahia neste ano. Provavelmente, as drogas seriam redistribuídas para bocas de fumo espalhadas pela cidade.

Polícia apreende drogas escondidas em brinquedos e utensílios domésticos
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Policiais da Coordenação de Narcóticos, do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), apreenderam, nesta quinta-feira (26), drogas que seriam enviadas, pelos Correios, da Bahia para outros estados. Foram interceptadas também drogas enviadas do interior para Salvador.

As drogas foram apreendidas durante mais uma fase da “Operação Correios”, que contou com o apoio do Canil da Coordenação de Operações Especiais (COE) e do Setor de Segurança dos Correios. Com ajuda de cães, as buscas foram feitas com ajuda dos no Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas dos Correios e no setor de cargas do Aeroporto Internacional de Salvador.

Foram apreendido 3 mil comprimidos de ecstasy, 1,8 quilo de cocaína, 8,15 quilos de maconha, 1,10 de haxixe, 390 gramas de skank, 220 gramas de kush e 10 gramas de crack. As drogas estavam acondicionadas em utensílios domésticos, brinquedos e outros objetos empacotados para as encomendas.

O delegado da Coordenação de Narcóticos, Adriano Moreira, informou que as ações são contínuas. “As atividades investigativas não esgotam na apreensão. Atuamos com as equipes de segurança dos Correios, desde os trabalhos de inteligência até a interceptação dos entorpecentes e a identificação dos autores”, informou.

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marco-lessa-festival-do-chocolateMarco Lessa

Quem diria…de cenário de romances como Gabriela, Cravo e Canela a um tenebroso cenário de filme de terror.

Desde que o gênero terror surgiu no cinema, existem zumbis, mortos-vivos, múmias e outras assombrações de mentirinha.
Como em muitos casos a vida imita a arte, estamos vivendo em Ilhéus, como noutras cidades brasileiras, iguais aos moradores de zumbilândia, ou melhor, zumbilhéus.

A concentração de jovens usuários de crack, maltrapilhos, imundos, mal cheirosos, violentos, bêbados, descontrolados, inconvenientes, lamentavelmente esquecidos pela sociedade, deve ser a maior do sul da Bahia.

Dormem pelas ruas, em portas de lojas, calçadas, roubam, furtam, assaltam a mão armada com facas e objetos cortantes, amedrontam e ameaçam moradores e turistas, afugentam clientes dos estabelecimentos.

Os nossos zumbis não morreram e ressuscitaram meia-boca.

São vítimas de um sistema também zumbi, que finge estar vivo, mas não ampara os que realmente precisam.

Há não muito tempo um dos zumbis, dos mais perigosos, apareceu morto. De vez, morto.

Provavelmente outros terão o mesmo destino, ou por conflitos entre eles na briga por espaço para ‘guardarem vagas e carros’, ou pela própria droga.

Ou de alguma outra forma impensável, mas não impossível.

zumbis articleAntes de sermos uma cidade turística, somos uma cidade de cidadãos e cidadãs trabalhadores e de bem.

Não é justo nos sujeitarmos e submetermos a ameaças desses pobres coitados, que apesar de pobres, coitados e doentes, não têm tal direito.

Chegou a hora do governo municipal tomar uma providência e construir programas para acabar com a zumbilândia de Ilhéus. E não apenas para o verão.

Os problemas herdados e causados já são muitos, mas não podemos ficar de braços cruzados.

Senão, aos poucos, estaremos num cenário de filme de terror: escuridão, lixo, buracos e medo de sair às ruas por conta dos marginais tradicionais e dos zumbis do crack.

Quem diria…de cenário de romances como Gabriela, Cravo e Canela a um tenebroso cenário de filme de terror.

Se não mudarmos logo esse enredo, reescrevermos essa história, não chegaremos a um final tão feliz.

E aê…tem uma moedinha aí, seo nacib?

Marco Lessa é publicitário, empresário e presidente da Associação de Turismo de Ilhéus (Atil). Artigo postado originalmente no Facebook.

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crack foto ABr

Thaís Leitão | Agência Brasil

Os usuários regulares de crack e/ou de formas similares de cocaína fumada (pasta-base, merla e oxi) somam 370 mil pessoas nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal. Considerada uma população oculta e de difícil acesso, ela representa 35% do total de consumidores de drogas ilícitas, com exceção da maconha, nesses municípios, estimado em 1 milhão de brasileiros.

A constatação está no estudo Estimativa do Número de Usuários de Crack e/ou Similares nas Capitais do País, divulgado hoje (19) pelos ministérios da Justiça e da Saúde. A pesquisa foi encomendada pela Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad) à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Para o secretário Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, Vitore Maximiano, o número de usuários regulares desse tipo de droga é “expressivo”, embora corresponda a 0,8% da população das capitais (45 milhões). “Não é pouco, em absoluto, termos 370 mil pessoas com uso regular de crack. O número é expressivo e mostra que devemos ter total preocupação com o tema.”

O secretário classificou de surpreendente o fato de, em números absolutos, a Região Nordeste concentrar a maior parte dos usuários, contrariando o senso comum, segundo o qual o consumo é maior no Sudeste. Como a prática ocorre em locais públicos e durante o dia, ela costuma ser mais visível, devido à formação das chamadas cracolândias. De acordo com o estudo, no Nordeste há aproximadamente 150 mil usuários de crack, cerca de 40% do total de pessoas que fazem uso regular da droga em todas as capitais do país.

Para fazer o estudo, foram ouvidas, em casa, entre março e dezembro de 2012, 25 mil pessoas, que responderam a questões sobre as características das pessoas que integram suas redes de relacionamento. Entre as perguntas, havia algumas focadas especificamente no uso do crack e outras que serviram como controle de confiabilidade dos dados, cujas respostas podiam ser comparadas aos cadastros de órgãos públicos, por exemplo, número de conhecidos que são beneficiários do Bolsa Família.

Além desse estudo as pastas divulgaram hoje a pesquisa Perfil dos Usuários de Crack e/ou Similares no Brasil que traz informações sobre as características epidemiológicas dessa parcela da população.

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Wagner confirma fábrica em Itororó (Foto Pimenta).
Wagner promete ações objetivas contra o crack (Foto Pimenta).

O Governo Federal lança nesta terça-feira, 6, em Brasília, o programa “Crack, é possível vencer!”, que se propõe a destinar R$ 4 bilhões em convênios com os Estados, para o combate à droga.  O governador da Bahia, Jaques Wagner, que participa da solenidade, trata do tema na edição de hoje do programa semanal de rádio Conversa com o Governador, produzido pela Secretaria de Comunicação do Estado.

Segundo o gestor baiano, os novos recursos irão fortalecer as ações do programa estadual Pacto pela Vida. “Nós temos um trabalho dentro do Pacto Pela Vida, o nosso planejamento de segurança do Estado. A gente detecta, por exemplo, que cerca de 75% dos homicídios de jovens até 24 anos estão diretamente ligados ao uso, à dependência ou ao tráfico de drogas”, afirma Wagner.

O governador promete que, a partir de hoje, haverá mais programas objetivos e investimentos do governo federal, reforçando as ações para libertar a juventude da dependência das drogas, especialmente o crack.

Clique aqui para ouvir o programa, que também aborda outros assuntos.

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Itabuna terá base móvel de videomonitoramento contra o crack (Foto José Nazal).
Itabuna terá base móvel de videomonitoramento contra o crack (Foto José Nazal).

Itabuna será um dos seis municípios baianos onde a Polícia Militar vai contar com bases móveis de videomonitoramento para o enfrentamento ao crack. A base móvel integra as ações do programa federal “Crack, é possível vencer” e contempla, ainda, os municípios de Salvador, Camaçari, Juazeiro, Feira de Santana e Vitória da Conquista.
De acordo com o comandante de Operações Policiais da PM, Nivaldo dos Anjos, a capital baiana contará com três bases móveis e Feira terá duas. Já Itabuna, Camaçari, Juazeiro e Conquista terá uma cada. Os municípios foram contemplados por possuírem mais de 200 mil habitantes.
O programa oferecerá ao estado, para as nove unidades, 180 câmeras, 9 viaturas, 450 pistolas taser e 1.350 espargidores de gás pimenta.
Cada base contará com 40 policiais militares, que atuarão de forma integrada com agentes da polícia civil e técnica e a Guarda Municipal, além das secretarias estaduais e municipais de Saúde e de Desenvolvimento Social.
O envolvimento de outras áreas do governo tem o objetivo de ir além da repressão ao crack, oferecendo ações de tratamento e atenção aos usuários. O comandante de operações da PM, no entanto, não informou quando estas unidades estarão em campo.

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Ontem à tarde, o Jornal Hoje (Rede Globo) exibiu reportagem em que mostrava o flagelo das drogas (crack à frente) e a destruição de famílias em Minas Gerais. Num dos momentos mais emocionantes, a filha localiza a mãe na rua, totalmente dependente do crack, magra e em desespero. Sandra Annenberg, apresentadora do jornalístico, disse ainda na bancada que havia chorado durante a edição da matéria. E novamente não conteve as lágrimas.
A reportagem de mais de cinco minutos também traz o drama de um homem vítima do crack e mulher dependente formada em química e matemática presa por 12 dias em uma favela em Belo Horizonte – e uma estatística: de cada cem pessoas desaparecidas, 18 são ‘tragadas’ pelas drogas.

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Karoline Vital | karolinevital@gmail.com

 

É bonito e importante valorizar a cultura brasileira. Mas precisamos de revanchismo para isso?

 

O café da manhã dos filmes norte-americanos me deixava intrigada. Qual seria o gosto da panqueca? Redonda, fofinha, dourada, coberta com xarope de bordo… Parecia deliciosa! Há cerca de um ano, tentei reproduzir a receita em casa. O resultado? Um disco disforme, murcho, borrachudo, queimado e coberto com um enjoativo xarope de milho.

Segui a receita tim-tim por tim-tim novamente e consegui algo menos ruim. O gosto lembrava muito o crepe francês. Pedi ajuda ao oráculo do Google e descobri que a coincidência de sabores não era por acaso. A diferença entre os pratos é que a panqueca norte-americana é mais alta, com cerca de meio centímetro. Um dos meus grandes símbolos do american way of life tinha sotaque francês!

A partir deste intercâmbio culinário, embarquei na viagem sobre o que poderíamos chamar de cultura pura, verdadeira, genuína? Afinal, cultura é tudo o que é produzido pelos seres humanos. E, como gente é um bicho inquieto, em permanente aprendizado, seus saberes e fazeres nunca estão totalmente prontos, vivem em constante transformação cultural.

No meu primeiro semestre do curso de comunicação, em 2000, vi uma entrevista do filósofo francês Michel Serres no programa Roda Viva. Uma de suas falas grudou em minha mente: “Culto é quem vai buscar outra cultura”. A afirmativa me ajuda a avançar mais um pouco em minha associação de ideias e tentar entender uma das últimas campanhas das redes sociais: “Halloween, não! 31 de outubro é dia do saci!! Deixe de pagar pau pra gingo! Valorize a cultura brasileira!”.

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Jean Duarte dos Santos foi assassinado diante do filho (reprodução do Jornal Agora)

A foto do repórter Léo Machado que ilustra a manchete do jornal Agora nesta quarta-feira, 25 de janeiro, poderia passar como tantas outras imagens da violência cotidiana com a qual terrivelmente nos habituamos. Sobre o chão de terra batida, o corpo de um homem que veste camisa vermelha, cor do sangue que que tinge a terra e mancha a alma de quem não se conforma em ver homicídio simplesmente como estatística.
Jean Duarte dos Santos, 32 anos, era pedreiro, usuário de drogas e tinha quatro filhos. Andava de bicicleta por uma rua do bairro Pedro Jerônimo, levando um dos rebentos, de quatro anos de idade. Ao passar em frente a uma igreja, por volta do meio-dia, foi abordado por outro homem, que lhe atingiu com vários tiros. O filho de Jean assistiu a todo aquele horror e marcou sua vida para sempre com uma experiência que não deveria fazer parte da história de uma criança.
O pedreiro foi a sexta vítima de homicídio em Itabuna, nos últimos cinco dias. Mais um numa série de mortes que tem a droga como elemento central e atingem não somente quem perde a vida, mas quem perde um filho, um irmão e também quem vê a própria infância se acabar de repente, aos quatro anos de idade.
Essas mortes atingem igualmente toda a nossa sociedade, incapaz de encarar a violência como problema social. Em vez disso, aparenta um prazer macabro diante de fotografias de corpos, estampadas em jornais e na internet. Assim como há quem se divirta com programas que procuram fazer humor com miseráveis presos com migalhas de crack, expostos feito bichos num circo de horrores, para deleite de uma plateia ensandecida e demente.

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Jovens foram detidos em ação da polícia militar no Malhado.

Policiais da 68ª Companhia Independente da PM estouraram um ponto de venda de drogas no Malhado, em Ilhéus, hoje à tarde. A “boca” funcionava na rua dos Cometas. Foram detidos Michael Douglas Santos, Thiago José Oliveira, Jean Carlos Silva Santos e Jorge Lucas Martins Viana, além dos menores E.R.P e C.I.S.
A polícia encontrou com o grupo 60 pedras de crack e 63 papelotes de cocaína. De acordo com a polícia, também foram apreendidos um televisor de 20 polegadas, um aparelho de DVD, um Playstation, três celulares, relógio, máquina fotográfica munições.
A polícia ainda recolheu dezenas de documentos de supostos usuários de drogas. Os gerentes da boca disseram que os documentos eram deixados empenhados como garantia na “compra de drogas”. A devolução ocorreria após o usuário pagar a droga consumida.

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Ratoeira: preso com oxi, crack, maconha e cocaína.

Uma guarnição da Polícia Militar prendeu o chefe do tráfico no Alto do Formoso, na Conquista, em Ilhéus, durante operação realizada nesta noite de quarta (13). Michel Santana da Silva, o “Ratoeira”, foi flagrado com crack, oxi, maconha e cocaína.
De acordo com a polícia, Ratoeira estava com duas pedras grandes de oxi, sendo a terceira apreensão desta droga no município em menos de dois meses.
Além do oxi, Michel carregava 57 pedras de crack, uma trouxa de maconha, 13 papelotes de cocaína, um celular, relógio e R$ 66,00 em espécie. No momento em que foi perseguido pela guarnição comandada pelo Sargento Lisboa, Michel estava com outros dois traficantes, que conseguiram fugir.
Droga, dinheiro e objetos apreendidos com "Ratoeira".

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Itabuna amanheceu nesta sexta-feira, 04, com mais um caso de homicídio possivelmente relacionado ao tráfico de drogas. Haroldo Raimundo dos Santos foi morto quando se encontrava na porta de sua casa, no bairro Novo Horizonte.

Segundo informações, Haroldo morava há pouco tempo em Itabuna e era viciado em crack. Dívidas com traficantes são a causa mais provável do crime.

Neste momento, uma equipe do Departamento de Polícia Técnica realiza o levantamento cadavérico.

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Uma campanha contra o crack reúne governos e organizações não-governamentais com o objetivo de mobilizar toda a sociedade ilheense contra a droga de fácil acesso e grande poder de destruição. A ação é desenvolvida pelo Comitê de Políticas sobre Drogas e o Ministério Galera de Jesus, em parceria com as polícias civil e militar, escolas ilheenses, e tem o apoio do PIMENTA.

“Todos contra o crack – Tire essa pedra do seu caminho” é o slogan da campanha que terá ações educativas nas escolas públicas e privadas e uma grande passeata para o dia 18 de março, em Ilhéus, saindo da rua Barão do Rio Branco e encerramento na avenida Soares Lopes. A campanha tem a participação voluntária de ex-dependentes químicos.

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Ricardo Ribeiro | ricardoribeiro@pimentanamuqueca.com.br

O poder público mente na maior parte das vezes em que alega ter sido pego de surpresa. Tanto no que se refere às crises como às catástrofes, existem hoje conhecimento acumulado e instrumentos hábeis  a prevenir. Claro que o fator surpresa não pode jamais ser descartado, mas que seja exceção e não regra.

O caso das chuvas na região Sudeste é emblemático. Todos os anos elas vêm torrenciais e implacáveis, destruindo casas em “situação de risco”, dissolvendo encostas e matando gente. A cada uma dessas ocorrências lamentáveis, as autoridades perfilam-se diante dos microfones da imprensa para declarar, impávidas e solenes, que foi tudo uma fatalidade para a qual não estavam preparadas.

Tão destruidora quanto as catástrofes é a presença da droga em nossa sociedade. Sua ação deletéria é mais lenta, contudo provoca igualmente muito sofrimento, desagregação de famílias e um sem número de mortes, que atordoam as autoridades. Estas, como de praxe, são sempre pegas “de surpresa”.

Em Itabuna, já foram duas dezenas de homicídios nos 20 primeiros dias do ano. Média de um por dia e a repetida motivação relacionada às drogas. Segundo o geógrafo Roberto José, que é também escrivão de polícia na cidade, entre 70% e 80% dos assassinatos ocorridos por aqui têm a ver com o tráfico de drogas. Nessas estatísticas, o famigerado crack se tornou um formidável aliado da morte.

Diante de tal situação, nossas autoridades ainda mantêm grande timidez. O crack foi assunto do programa eleitoral da então candidata – e hoje presidente – Dilma Rousseff – , assim como foi tema de campanha publicitária do Governo da Bahia. E por enquanto é só.

O assunto não é policial, pois exige abordagem ampla e ação enérgica de toda a sociedade. É problema social, de saúde, já que se trata de verdadeira epidemia a se alastrar por todo o país, dos grandes centros às pequenas vilas do interior. Encontra terreno fértil na miséria, ausência de perspectivas, desestruturação familiar e falta de de referências.

Na última semana, uma adolescente de 16 anos incendiou o barraco onde morava, na periferia de Salvador, porque a avó não queria lhe dar dinheiro para comprar droga. Quantos pais, mães e avós não estão neste momento enfrentando a ameaça de jovens enlouquecidos pelo crack? E quantos filhos não estão crescendo a ver seus próprios pais se drogando?

Essa é uma realidade que, queiramos ou não, está bem próxima de nós. Uma catástrofe sem fim.

Ricardo Ribeiro é um dos blogueiros do Pimenta na Muqueca e editor do Política Etc.

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Crianças e pré-adolescentes são alvos do tráfico (Foto Google).

Um estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) em 3.950 cidades brasileiras mostra que 98% delas já enfrentam problemas relacionados com o uso de crack ou outras drogas.

Destes municípios, menos de 15% (14,78%) possuem centros de atenção a dependentes químicos. Apenas 8,43% desenvolvem alguma campanha contra as drogas.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, critica ainda o fato de “nenhum centavo” de um plano nacional de combate ao crack e outras drogas ter chegado aos municípios.
Segundo estatísticas da Polícia Civil, mais de 70% dos assassinatos ocorridos em Itabuna estão relacionados ao tráfico de drogas, o que reforça o estudo desenvolvido pela CNM. O município, como revelou o PIMENTA ontem à noite, registrou 161 homicídios de 1º de janeiro a 12 de dezembro.