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Ex-candidato a prefeito de Itacaré pelo DEM em 2016 e 2020, quando encerrou a disputa em segundo lugar, Nego de Saronga anunciou apoio à pré-candidatura de Jerônimo Rodrigues (PT) a governador da Bahia. Nego foi recebido por Jerônimo nesta quinta-feira (28), em Salvador, quando confirmou que marchará com o petista, além de Otto Alencar (PSD) para Senador. Do encontro também participaram o secretário Marcus “Japu” Sousa, representando o prefeito Tonho de Anízio (PT), e o vereador Djones (PSB).

Nego foi adversário de Antônio de Anízio (PT) na eleição passada, ficando em segundo lugar. Ele estava ligado ao grupo de ACM Neto, mas diz entender que o melhor nome ao governo é o de Jerônimo Rodrigues. “A Bahia não pode deixar de responder ao melhor governador do Brasil. Rui Costa merece nosso respeito e Jerônimo é um homem do interior, conhece bem nossas necessidades e tem o compromisso de dar seguimento fazendo um bom governo”, explicou.

O ex-candidato a prefeito de Itacaré também observou que nunca recebeu atenção devida em mais de 10 anos no DEM (hoje União Brasil), nem mesmo quando foi candidato, em 2016 e 2020. “Nunca recebemos uma visita nem ligação. Ligação [telefonema] se dá quando ganha e quando perde. Nunca recebi”, afirmou Nego ao PIMENTA, por telefone e ainda apontando desprezo de Neto pelo interior. “Vou com Jerônimo, também, por tudo que o governador Rui Costa tem feito pela Bahia e pelo trabalho de Tonho de Anízio em Itacaré”, reforçou Nego, que já havia manifestado a sua decisão política em março (reveja aqui).

Ainda no encontro em Salvador, Jerônimo se colocou à disposição, agradeceu e falou da importância dos apoios. “Estamos recepcionando lideranças de um município que nos orgulha. Antônio é um amigo e companheiro de partido que faz o diferencial nas suas últimas gestões. Itacaré está de parabéns”, disse ele. Jerônimo também afirmou que o apoio de Nego “dobra o compromisso” de um governo seu com o município sul-baiano.

Lula, Moro e Bolsonaro rondam planos de democratas para 2022, segundo Malu Gaspar
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A colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, informa que parlamentares do DEM defendem que os diretórios estaduais do futuro União Brasil – que resultará da fusão do Democratas com o PSL – tenham liberdade para definir os rumos que tomarão nas eleições de 2022. Segundo a jornalista, a negociação de apoio a Sergio Moro, pré-candidato a presidente, e questões regionais ameaçam rachar o UB antes mesmo do nascimento do partido.

O presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, não esconde de ninguém o desejo de que o UB indique o ou a vice da chapa liderada por Moro. O assunto foi objeto de reunião das cúpulas do PSL e do DEM, em Brasília, na semana passada.

Conforme apuração da jornalista, a aliança enfrenta muita resistência. “Parlamentares e pré-candidatos do DEM preferem que o partido fique solto para que cada diretório estadual escolha se vai com Moro, com Jair Bolsonaro ou até com Lula, a depender das costuras locais e do desempenho deles nas pesquisas”, escreveu Malu Gaspar. Clique aqui para ler a coluna desta quarta-feira (22) na íntegra.

A ex-secretária Nilmecy Gonçalves com o deputado Paulo Azi e o prefeito Moacyr Leite
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Ex-secretária de Educação de Itabuna no Governo Fernando Gomes (PTC) e ex-presidente da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (Ficc) na gestão de Vane do Renascer (PROS), a professora Nilmecy Gonçalves deverá disputar vaga à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Nilmecy não descarta disputar vaga à Câmara dos Deputados.

O anúncio, feito nesta semana, ocorre depois de a ex-secretária se reunir com o presidente estadual do DEM, o deputado federal Paulo Azi, e com o prefeito de Uruçuca, Moacyr Leite Júnior (DEM), há menos de 20 dias, quando recebeu convite para ser candidata a deputada. Quem atuou como intermediária dos encontros foi a ex-presidente do DEM de Itabuna Maria Alice Pereira.

A pré-candidata a deputada até já fala em bandeiras para eventual candidatura a deputada estadual. Elenca dentre as bandeiras a valorização da mulher na política, Educação, Cultura, Saúde e Segurança Alimentar. Ainda afirma que tanto Paulo Azi como o prefeito Moacyr Leite garantiram apoio, caso seja candidata a deputada estadual ou federal. O mais provável é a disputa por uma cadeira na Alba.

Cúpulas de DEM e PSL ainda não formalizaram fusão || Foto Divulgação
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Da Folha

O PSL e o DEM ainda não apresentaram oficialmente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o pedido para fundirem as siglas e criarem a União Brasil.

A razão, segundo a cúpula das legendas, é que o processo ainda está no cartório de títulos e documentos, só depois é encaminhado ao tribunal.

Uma vez que chegue à corte, a expectativa é a de que a fusão seja homologada até dezembro. Deputados de ambos os partidos aguardam o momento para conseguirem migrar para outras siglas de interesse.

O vice-prefeito Enderson Guinho e o presidente do PSL em Itabuna, Binho Shalom
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O Café com Pimenta desta quarta-feira (6) recebe o vice-prefeito de Itabuna, Enderson Guinho, e o radialista Binho Shalom, que preside o PSL itabunense e é primeiro secretário da Executiva Estadual do partido. O programa começa às 19h, com transmissão ao vivo no canal do IPolítica Bahia no Youtube.

A fusão do DEM com o PSL, formalizada na manhã de hoje, transformou Enderson e Shalom em correligionários do União Brasil, que nasce sob o comando de ACM Neto na Bahia. O impacto da chegada do novo partido à vida política brasileira é pauta certa no Café desta noite.

Café com Pimenta é fruto de parceria do IPolítica com o Blog do Thame e o PIMENTA. A edição de hoje será apresentada pelo jornalista Gabriel Guedes, que substitui o colega Ricky Mascarenhas de forma temporária.

Neto fala sobre criação de novo partido em visita a Valença
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Nesta quinta-feira (30), o presidente nacional do DEM, ACM Neto, disse que o União Brasil – partido que nascerá da fusão do Democratas com o PSL – trabalha para construir dez candidaturas a governos estaduais. O próprio Neto é pré-candidato ao Governo da Bahia.

ACM Neto afirmou que, na disputa nacional, a prioridade do futuro partido será o lançamento de candidatura própria à Presidência da República.

Ele também explicou o sentido da escolha do nome da nova sigla. “A ideia de ter um novo partido é exatamente para trazer uma nova mensagem ao país. Hoje, enxergamos que a grande maioria dos brasileiros que não se identifica com esse quadro de polarização quer que deixemos de lado as brigas, os tensionamentos, os radicalismos e extremos. Quer um país unido”, ressaltou ACM Neto, nesta quinta, em Valença, município do baixo sul baiano.

Ivete Maria, vereadora pelo DEM em Ilhéus
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O União Brasil (UB), partido que deverá ser formado pela fusão do DEM com o PSL, nascerá com quatro vereadores em Ilhéus e terá a maior bancada da Câmara Municipal. Na próxima quinta-feira (6), uma conferência nacional conjunta dos dois partidos deve formalizar a criação da nova legenda.

Hoje, os parlamentares do PSL em Ilhéus são Edérjunior dos Anjos e Nerival Reis, enquanto o DEM é representado por Ivete Maria e Edvaldo Gomes.

JANELA PARTIDÁRIA

Ouvida pela PIMENTA nesta quinta-feira (30), Ivete disse que aguarda a fusão para decidir seu destino na janela partidária, mas, a princípio, tende a ficar no UB.

Ligada ao Sindprev-BA, a vereadora enfatizou que, caso opte pela saída do UB, tem certeza de que não irá para o PT, pois apoia a pré-candidatura de ACM Neto ao Governo da Bahia e mantém posição partidária independente do reduto petista na Central Única dos Trabalhadores, entidade à qual seu sindicato é filiado.

O presidente Jair Bolsonaro e ACM Neto, presidente do DEM
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O União Brasil nasce com passado, presente, nome e número bolsonaristas. Só falta aquele abraço envergonhado no maior líder da extrema-direita brasileira.

Thiago Dias

O nome do partido que nascerá da fusão do DEM com o PSL, União Brasil, lembra muito “Aliança pelo Brasil”, sigla que o presidente Jair Bolsonaro concebeu e abortou. As palavras união e aliança, na verdade, são sinônimos.

Essa não é a única coincidência. O partido do presidente ostentaria o número 38, referência ao calibre do revólver mais popular do imaginário brasileiro. O União pelo Brasil virá de 44, tipo a Magno .44, arma de grosso calibre com as formas do velho três oitão.

Bolsonaro saiu do PSL, mas deixou amigos para trás. Continua sem partido e, para disputar a reeleição, tem que se filiar a um. Não seria surpresa se tentarem repetir a dose, dessa vez, com reforços democratas.

Aliás, muitas lideranças do DEM governam junto com Bolsonaro ou sustentam o governo no Congresso, ainda que o presidente nacional do partido, ACM Neto, tente tapar o sol dessa constatação com uma peneira.

Portanto, o União Brasil nasce com passado, presente, nome e número bolsonaristas. Só falta aquele abraço envergonhado no maior líder da extrema-direita brasileira.

Thiago Dias é repórter e comentarista do PIMENTA.

Os presidentes partidários Luciano Bivar (PSL) e ACM Neto (DEM)
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União Brasil será o partido que resultará da fusão do DEM com o PSL. O futuro partido usará o número 44. As cúpulas dos democratas e liberais escolheram o nome e o número nesta quarta-feira (29), em Brasília, informa o jornal O Globo. Na próxima quinta-feira (26), DEM e PSL farão conferência nacional conjunta para formalizar a criação da nova sigla.

Félix Mendonça diz que se sente honrado com citação ao seu nome feita por Lupi (à dir.) || Foto Divulgação
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O PDT poderá fechar apoio à pré-candidatura de ACM Neto (DEM) na corrida à sucessão do governador Rui Costa (PT) em 2022. Segundo o presidente nacional da legenda afirmou ao colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, falta apenas a definição de uma vaga na chapa majoritária – vice ou candidatura ao Senado – para o PDT selar acordo com o nome do Democrata na Bahia.

– A negociação está bem avançada. Não posso dizer que está selada porque você sabe como é a política – disse Lupi.

Segundo o dirigente da legenda, o nome mais forte do PDT para a vaga na chapa majoritária é o do hoje deputado federal Félix Mendonça Junior.  As negociações também incluem o apoio do DEM à candidatura presidencial de Ciro Gomes (PDT).

Presidente do PDT baiano, o deputado federal Félix Mendonça Junior se disse “feliz e honrado” por ter o nome lembrado para uma eventual chapa do presidente nacional do DEM. Porém, observou:

– Mas ainda não houve convite e não há nada confirmado. Por isso, por enquanto, sigo candidato a deputado federal de novo – disse Félix Junior.

 

ACM Neto, ex-prefeito de Salvador, é presidente nacional do Democratas
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O DEM orientou seus deputados federais a votar contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso, afirmou o presidente nacional da legenda, ACM Neto, numa entrevista à Folha de São Paulo. A proposta será votada nesta terça (10) pela Câmara dos Deputados e precisa de 308 “sims” para que seja aprovada e comece a valer nas eleições estaduais e federais de 2022.

– É óbvio que deputados podem pensar de maneira distinta e haverá divisões internas, mas a orientação do DEM é contra o voto impresso, entendendo que neste momento a matéria traz muito mais insegurança ao sistema eleitoral, e eu diria que até risco à democracia, do que qualquer outra coisa – disse Neto.

O DEM possui, hoje, 27 deputados federais. Ainda à Folha, Neto comentou o desfile de blindados das Forças Armadas em Brasília no dia da votação da PEC. O voto impresso é defendido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). “É um desfile completamente sem sentido, mas que não tem nenhuma força intimidatória sobre o Congresso Nacional ou as lideranças políticas do país”.

CPI foi prorrogada por 90 dias
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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, leu, durante as votações em Plenário nesta quarta-feira (14), o requerimento de prorrogação da CPI da Pandemia. O autor do requerimento é o vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Com a leitura, a comissão de inquérito está oficialmente prorrogada por mais 90 dias. A CPI da Pandemia foi instalada em 27 de abril com prazo inicial de três meses de funcionamento. Com a prorrogação, as investigações prosseguem até o começo de novembro. O objetivo é investigar suspeitas de irregularidades cometidas e possível omissão do governo federal na negociação para compra de vacinas contra a Covid-19.

O presidente da CPI da Pandemia é o senador Omar Aziz (PSD-AM). O relator é o senador Renan Calheiros (MDB-AL(. Nesta quinta-feira (15), a comissão colherá o depoimento do procurador da empresa Davati Medical Supply no Brasil, Cristiano Carvalho.

Rodrigo Maria foi expulso do DEM|| Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados
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A Executiva Nacional do DEM decidiu, nesta segunda-feira (14), por unanimidade, expulsar o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (RJ) do quadro de filiados do partido. Segundo a nota oficial da legenda, a comissão “deliberou pelo cometimento de infração disciplinar, e consequente expulsão do deputado”.

Um entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) define que, em caso de expulsão, o partido não pode requerer o mandato. Essa interpretação foi adotada, por exemplo, quando o deputado Alexandre Frota (SP) foi expulso do PSL, em 2019 – hoje, Frota é deputado pelo PSDB.

Por essa regra, Maia seguirá deputado federal e poderá se filiar a outra sigla. Ele está no sexto mandato como deputado federal. Comandou a Câmara entre julho de 2016, quando sucedeu Eduardo Cunha (MDB-RJ), e fevereiro de 2021, quando foi sucedido por Arthur Lira (PP-AL).

MAIA VOLTOU A ATACAR ACM NETO

Em maio, Rodrigo Maia já havia anunciado que apresentaria ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um pedido de desfiliação do DEM. Naquele momento, o deputado não quis informar a qual partido se filiará.

No documento, Maia afirma que sofre “grave discriminação” política e pessoal na legenda e que houve “substancial mudança” do programa partidário do DEM, aproximando a sigla do presidente Jair Bolsonaro.

Rodrigo Maia se desentendeu com o presidente do DEM, ACM Neto, durante a campanha para presidência da Câmara. Hoje, após a decisão do partido, usando as redes, Maia chamou Neto como “Torquemada Neto”, referência ao cruel inquisidor espanhol.

“Usando seu poder para tentar calar as merecidas críticas à sua gestão, tomou essa decisão. É lamentável o caminho imposto pelo Torquemada para o partido”, escreveu Maia, acrescentando que “o partido diminuiu. Virou moeda de troca junto ao governo Bolsonaro”. Da redação com G1.

Pedetista e democrata têm o desafio de aglutinar votos do antipetismo que também rejeita Bolsonaro
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Se a parceria render novos frutos, Ciro e Neto terão superado o desafio de expandir o alcance das suas candidaturas no campo democrático, aquele dominado pelo PT de Lula e Rui Costa nos cenários nacional e estadual.

Thiago Dias

Paira no imaginário político a possibilidade de uma aliança nacional entre o PDT de Ciro Gomes e o DEM de ACM Neto.

Foi o próprio Ciro quem defendeu novas dobradinhas DEM-PDT, em entrevista concedida em maio ao Valor Econômico, lembrando que a vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos, é sua correligionária.

Para Ciro, o sucesso da candidatura liderada pelo hoje prefeito Bruno Reis pode se repedir no ano que vem, com o PDT indicando o(a) vice de ACM Neto na disputa pelo Governo da Bahia. Em contrapartida, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta poderia ser o nome de alcance nacional do DEM na chapa do pedetista.

O implacável João Santana, que comandou a propaganda eleitoral do PT em três das quatros campanhas presidenciais vitoriosas do partido, já começou a emoldurar os vídeos do PDT com o azul antipetista.

Se a parceria render novos frutos, Ciro e Neto terão superado o desafio de expandir o alcance das suas candidaturas no campo democrático, aquele dominado pelo PT de Lula e Rui Costa nos cenários nacional e estadual.

Com Mandetta, do inesquecível “Tchau, querida!” para a então presidente Dilma Rousseff (PT) na véspera do impeachment, Ciro pode alcançar a grande fatia do antipetismo que também não tolera Jair Bolsonaro – o presidente sem partido.

Para Neto, estar ao lado de um pedetista o distanciaria da impopularidade da extrema-direita na Boa Terra. Essa tarefa será dificultada, é claro, se o prefeito Bruno Reis e os deputados federais do DEM baiano continuarem a aparecer em fotos com o presidente. Afinal, ACM Neto não precisa de Bolsonaro para aglutinar os votos antipetistas.

Thiago Dias é repórter e comentarista do PIMENTA.

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Seria mais honesto vestir a carapuça do governo e mostrar a verdadeira face oportunista do Carlismo, que “mamou o tempo todo nas tetas da ditadura”.

Wenceslau Junior

É impressionante o contorcionismo político do ex-prefeito de Salvador e presidente nacional do Democratas, ACM Neto, para não vincular sua imagem a Bolsonaro.

O presidente nacional do DEM comandou pessoalmente o “cavalo de pau” na eleição da Mesa da Câmara dos Deputados, quando o partido abandonou a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP), construída por Maia e comprometida com a independência do legislativo, para apoiar Arthur Lira (PP-AL), candidato oficial do Planalto, apoiado por Bolsonaro, que derramou milhões de reais em emendas e prometeu fazer uma reforma administrativa, abrindo mais espaço para o centrão em troca de votos.

Nem bem o “defunto esfriou”, ou seja, menos de 15 dias da eleição da Mesa Diretora, realizada no dia 1º de fevereiro, o Planalto faz o movimento de promover Onyx Lorenzoni (DEM-RS) do Ministério da Cidadania para a Secretaria-Geral da Presidência. Lembrando que o mesmo, além de coordenar a transição, ocupou o Ministério da Casa Civil, entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2020, quando passou a ocupar o Ministério da Cidadania.

É bom salientar que Onyx Lorenzoni não foi o único democrata a ocupar cargos no primeiro escalão do governo Bolsonaro. O também deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) ocupou o Ministério da Saúde de janeiro de 2019 a abril de 2020, enquanto a deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS) ocupa o Ministério da Agricultura desde o início da gestão de Bolsonaro.

Portanto, a legenda comandada nacionalmente por Neto indicou 3 Ministros no início do governo, sendo que um deles (Lorenzoni) pode ser considerado o “curinga” da gestão. Atualmente, são 2 Ministros (Tereza e Lorenzoni) em ministérios importantes, fora os membros da legenda que ocupam cargos de segundo e terceiro escalões, a exemplo de José Carlos Aleluia (ex-deputado federal e ex-presidente estadual do DEM-BA), reconduzido ao Conselho de Itaipu em maio de 2020.

Com a assunção do Ministério da Cidadania por João Roma, assume o mandato a deputada federal Tia Eron (PRB), passando José Carlos Aleluia a ocupar a primeira suplência.

Como é de conhecimento público, o DEM deu um “cavalo de pau”, deixando Rodrigo Maia, Baleia Rossi e a oposição “a ver navios”.

Nunca se teve notícia, até então, de uma abertura de cofre tão escancarada em troca de votos para eleger a Mesa da Câmara. Além da liberação de emendas e outras verbas, cargos de primeiro, segundo e terceiro escalões “choveram na horta” de deputados que  se renderam ao Poder Central.

Sabemos que, além do compromisso de pautar com “força total” as matérias conservadoras do presidente Bolsonaro, haja vista a meteórica votação da autonomia do Banco Central, especula-se que está no pacote o engavetamento das dezenas de pedido de impeachment do desastroso presidente.

Depois de ter contribuído abertamente para a vitória de Bolsonaro na eleição da Mesa, o DEM, inclusive na Bahia, vem recebendo as contrapartidas por parte do Governo e uma delas é a nomeação do “apagado” deputado federal João Roma (Republicanos-BA), ex-chefe de gabinete da Prefeitura, compadre e amigo pessoal de Neto, para o Ministério da Cidadania.

Como se não soubesse de nada, Neto esbraveja ter sido traído por Roma e que se Bolsonaro fez a nomeação com intuito de intimidá-lo, ganhou um inimigo.

Esse jogo de cena, esse “contorcionismo” político não entra na cabeça de quem tem um mínimo de acesso à informação, vejamos:

1º – O DEM esteve presente na campanha, na transição e na composição do Governo o tempo todo. Onyx Lorenzoni foi coordenador de campanha, coordenador da transição e encontra-se no terceiro ministério;

2º- Neto é presidente nacional da legenda e nunca se posicionou contrário às presenças de deputados do partido em ministérios importantes;

3º- Neto se envolveu pessoalmente na articulação que desembarcou a maioria dos deputados do DEM da candidatura de Baleia Rossi para a de Arthur Lira.

Me parece que se trata da velha tática de colher o bônus (cargos, emendas, recursos) sem vincular sua imagem com o desgaste (fascismo, machismo, homofobia, violência, entreguismo e negacionismo) do desgoverno Bolsonaro.

“O tempo é o senhor da razão e da verdade”. Vamos ver os municípios da Bahia que mais irão aquinhoar os recursos do Ministério da Cidadania. Vamos ver em que palanque João Roma estará nas eleições de 2022.

Seria mais honesto vestir a carapuça do governo e mostrar a verdadeira face oportunista do Carlismo, que “mamou o tempo todo nas tetas da ditadura”. Não adianta tentar construir uma imagem de “progressista”, “avançado”, “comprometido socialmente”, pois a prática do DEM escancara o liberal-conservadorismo que compõe o seu DNA.

Wenceslau Junior é professor universitário, advogado e membro da Comissão Política Estadual do PCdoB