Professora acerta tema da redacção do Enem e viraliza || Foto Redes sociais
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Maria Ivone das Neves dos Santos, professora de Língua Portuguesa do Colégio Estadual de Tempo Integral Águas Termais de Cipó, no interior da Bahia, viralizou nas redes sociais com um vídeo em que aparece sendo calorosamente recepcionada pelos seus alunos.

O motivo de grande orgulho foi porque, nas vésperas do primeiro domingo (3) do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024, a educadora palpitou o tema da redação e acabou acertando: “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”. Ao chegar na unidade da rede estadual de ensino no município de Cipó, onde leciona há 11 anos, Maria Ivone foi ovacionada pelos estudantes, definindo seu momento atual como “o melhor da sua vida”.

Como professora da rede pública estadual de ensino, Maria Ivone diz que se sente confortável para dizer para o Brasil e o mundo o quanto é importante trabalhar essas pautas da valorização da nossa ancestralidade: “somos um país riquíssimo, construído a partir das mãos desse povo que hoje, por grandes motivos, celebra, neste mês de novembro, o Dia da Consciência Negra”.

O Brasil, afirma a educadora, tem uma população predominantemente preta. “Então é um dever do professor trabalhar com seus alunos temas antirracista e pensar o quanto é importante essa discussão. Nosso ministro da Educação, Camilo Santana, e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) foram assertivos quando trouxeram à tona uma questão que ainda persiste na nossa sociedade, que é o racismo”.

“ESTUDANTES FORAM PARA O ENEM COM A REDAÇÃO PRONTA”

A educadora relata que o trabalho em sala de aula com atividades voltadas à diversidade iniciou com o ano letivo para que seus alunos pudessem compreender a importância de conhecer e valorizar a sua ancestralidade. “A emoção é grande por ver que eles entenderam a nossa proposta pedagógica. A repercussão na vida deles se dá no momento em que se deparam com um tema de redação do maior exame educacional do nosso país. Eles, praticamente, foram para o Enem com a dissertação pronta”, diz.

Dois dias antes do primeiro dia de prova do Enem, a docente conta que sugeriu aos estudantes que fizessem um texto abordando a valorização da herança africana no Brasil. “Meus alunos se sentiram muito seguros para escrever sobre um assunto que trabalhamos o ano inteiro. Estou muito feliz, principalmente por ver que o letramento racial é o que mais vai contar na história de vida deles. Torço para que todos consigam atingir uma média favorável ao ingresso na universidade pública”, celebra.

Rosane Santos foi uma das conferencistas da Diversibram 2024 || Reprodução
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A Semana da Diversidade e Inclusão na Mineração do Brasil, a Diversibram 2024, teve a participação de executiva da Bahia Mineração (Bamin). Durante o evento online, Rosane Santos, diretora de ESG, Meio Ambiente, Relações com Comunidades e Comunicação Corporativa na Bamin, abordou o tema Como Potencializar a Carreira da Mulher para Ocupar Posições Executivas na Mineração.

A executiva discorreu sobre o contexto das fortes complexidades que as mulheres negras lidam para a posição de alta liderança. “A luta pelo discurso de diversidade e gênero está em todos os setores. A diferença está em como a gente olha para este desafio e como ultrapassá-los”, disse.

LUTA

Rosane afirmou que todo o racismo e toda a violência que ainda se vive ainda se traduz no dia a dia. “Qualquer perspectiva que a gente veja seja na inclusão do gênero nos espaços sociais tem sido tema de muita luta”, afirma Rosane.

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Felipe de Paula | [email protected]
 

No país que mais mata pessoas trans no mundo – 40% do total das mortes, a ação da UFSB, que reserva uma vaga supranumerária na Área Básica de Ingresso, ainda é muito pequena. Que as vagas se expandam para outros cursos, outras universidades e a instituição universitária possa ser equivalente à população que a sustenta e abriga: com gente de todas as raças, gêneros, identidades, credos, culturas, origens.

 
Coloquei meus pés numa universidade pela primeira vez há pouco mais de 18 anos e nunca mais saí. Entrei na UESC em fevereiro de 2000 para fazer minha matrícula como estudante de graduação. Depois disso fui servidor técnico e estudante de mestrado na mesma instituição e, posteriormente, professor da Universidade Federal de Alagoas por quatro anos antes da minha redistribuição para a UFSB. Ao longo desses anos tenho notado uma mudança de composição das comunidades acadêmicas.
Do tempo em que frequentei minha graduação, lembro-me de uma universidade predominantemente branca e de classe média. Conto nos dedos de uma mão os colegas originários de escolas públicas. Negros também eram poucos – em alguns cursos, praticamente inexistentes. Isso me incomodava muito.
Ao longo dos anos, percebi a mudança com o desenvolvimento de uma política de ações afirmativas. Vi uma universidade para poucos se transformar em uma instituição um pouco mais plural, mais completa. Vi estudantes terem suas vidas mudadas pela simples oportunidade de frequentar uma universidade.
Minha instituição de trabalho, a UFSB, notabilizou-se nacionalmente nas últimas semanas em razão da implementação de vagas reservadas a pessoas trans. A universidade sul baiana é a primeira do país a garantir essa reserva na graduação.
Entre os dias 22 e 26 de março, a UFSB oferece vagas de acesso à Área Básica de Ingresso de suas graduações, através de seus Colégios Universitários. Em cada um desses Colégios estão garantidas vagas supranumerárias para indígenas, quilombolas e pessoas trans que tenham cursado ensino médio em escolas públicas.
Lendo alguns comentários nas redes sociais, encontrei muita revolta com a decisão e constatei o evidente: a extrema necessidade desta ação.
Vale ressaltar: a questão não é declarar inabilidade desse grupo e sim de compreender as cruéis condições sociais historicamente constituídas que afastam essas pessoas da oportunidade de estudar e mudar a sua realidade. Não é apenas abrir uma “cota” para pessoas trans e sim de garantir uma política de ação afirmativa que reverta um pequeno aspecto do ambiente negativo a que este grupo é submetido cotidianamente na sociedade, impossibilitando acesso à educação e, consequentemente, emprego.
Estudos apontam que 73% dos estudantes que não se declaram heterossexuais já foram agredidos verbalmente em ambientes educacionais, 25% já foram agredidos fisicamente e 55% afirmam já ter ouvido comentários depreciativos especificamente sobre pessoas trans.
No país que mais mata pessoas trans no mundo – 40% do total das mortes, a ação da UFSB, que reserva uma vaga supranumerária na Área Básica de Ingresso, ainda é muito pequena. Que as vagas se expandam para outros cursos, outras universidades e a instituição universitária possa ser equivalente à população que a sustenta e abriga: com gente de todas as raças, gêneros, identidades, credos, culturas, origens.
Que possamos transformar a realidade através da educação.
Felipe de Paula é professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)

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O Grupo Humanus pretende reunir 20 mil pessoas na 7ª Parada da Diversidade LGBT do sul da Bahia. O evento acontece neste domingo, 29, em Itabuna, com concentração às 14 horas na rótula da Ponte do São Caetano. No sábado, 28, a partir das 22 horas, o grupo promoverá uma “rave” na Boite Ballo, espécie de aquecimento para o desfile do dia seguinte.

A parada traz este ano o tema “Itabuna 100 Homofobia – Diga não ao preconceito”. O evento tem apoio da Coordenação (Municipal e Estadual) em DST/Aids, Prefeitura de Itabuna e Ministério da Saúde.

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Fabíola foi a vencedora do primeiro concurso, no ano passado
Fabíola venceu o primeiro concurso, no ano passado

A noite de sábado (29) promete agito para a turma da diversidade. Às 22 horas, no Petit Palais, no morro dos Canecos, será realizado o segundo concurso de dublagem do Grupo Humanus. Será durante a Rave Pré-Parada, evento que serve para aquecer os participantes da parada da diversidade gay, que ocorre no domingo (30), a partir das 15 horas, no mesmo circuito do carnaval de Itabuna.

De acordo com os organizadores, o objetivo do concurso é promover e estimular a cultura gay, sua diversidade e visibilidade. Mas para levar a melhor, os candidatos têm que rebolar. Literalmente. Os jurados analisarão fantasia, arte performática, escolha da música, dublagem e conjunto da apresentação.

Os três primeiros contemplados terão direito a premiação, que ainda não foi divulgada. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas na sede do Grupo Humanus na Rua Ruffo Galvão, 19, sala 104, Edifício Cruz, Centro.

CIDADANIA

Mas a parada gay não é só festa. Amanhã (27), será realizado, das 8 às 18 horas, o  seminário de políticas públicas GLBT,  no auditório da FTC. À noite, a partir das 20 horas, no mesmo local, será realizada a entrega do troféu José Inácio Damasceno, para instituições e personalidades que de alguma forma apoiaram e incentivaram a causa gay em Itabuna.

A parada gay de Itabuna também prevê a realização de uma feira de saúde, na sexta-feira (28), na praça José Bastos. “Além do trabalho de aconselhamento, que já realizamos normalmente, este ano teremos, no circuito da feira, a realização do teste rápido para detecção do vírus HIV. Gay não é só festa, e o próprio tema da nossa parada este ano deixa isso bem claro: ‘Da festa à cidadania’. É isso que buscamos”, observa o presidente do Grupo Humanus, José Dantas Araújo.

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Beira-Rio é pintada com as cores da diversidade (Arquivo).
Beira-Rio é pintada com as cores da diversidade (Arquivo).

A avenida Aziz Maron vai ganhar um colorido especial no dia 30, na sexta edição da Parada da Diversidade LGBT do Sul da Bahia. A parada gay será organizada pelo Grupo Humanus e pretende reunir mais de 20 mil simpatizantes à causa.

A concentração começará às 14h, na rótula Tancredo Neves (ponte do São Caetano). O Grupo Humanus, de apoio à diversidade sexual, aproveitará o evento para divulgar informações sobre união estável, adoção, direito ao trabalho e prevenção sexual. A programação em Itabuna começa no dia 27.