Exposição faz homenagem, em memória, a Nivalda de Jesus
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O produtor cultural Ely Izidro falou ao PIMENTA sobre a exposição Tupinambá: janela da alma, aberta para visitação de hoje (27) a sábado (31), das 9h às 17h, na Academia de Letras de Ilhéus, localizada na Rua Antônio Lavigne de Lemos, 39, no Centro Histórico. Com produção executiva do próprio Ely e curadoria do escritor e gestor cultural Pawlo Cidade, a amostra reúne fotos de Tacila Mendes e pinturas de Gildázio Rodriguez, além de depoimentos em vídeo de 13 lideranças do povo tupinambá.

“Fizemos homenagem, em memória, a Nivalda Amaral de Jesus, Amotara, figura muito emblemática do movimento indígena dos tupinambás”, explica Ely. Liderança da Aldea Itapõa, Amotara militou na vanguarda da reoganização dos indígenas de Ilhéus, Buerarema e Una, no início da década de 1990, conforme relato de Antônio Eduardo Cerqueira de Oliveira e Janário Alves, da Regional Leste do Conselho Indigenista Missionário, em maio de 2018, quando da morte da liderança, aos 86 anos.

Os indigenistas recordam que, em 1993, Amotara já estava engajada no processo de reconstrução história da identidade tupinambá. “Na época, ela fazia parte da Pastoral da Criança e visitava algumas comunidades para a assistência às crianças. Ela nos falou com emoção do seu trabalho com os irmãos índios na comunidade de Sapucaiera; disse que tinha muitos índios, mas que eles tinham medo de represálias: precisava da nossa ajuda para animá-los”, escreveram no site oficial do Cimi.

ABERTURA OFICIAL

A exposição se debruçou sobre a história de 13 tupinambás das aldeias Igalha, Itapoã e Tupã. Eles são os convidados especiais para a solenidade de abertura da amostra, hoje (27), às 17h, na Academia de Letras de Ilhéus. Amotara será representada por sua filha, a cacique Valdelice, Jamopoty).

Ao PIMENTA, o produtor Ely Izidro antecipou que, na vernissage, o artista plástico Gildázio Rodriguez presenteará os colaboradores da exposição com miniaturas dos quadros expostos.

O projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. A Lei Paulo Gustavo Bahia foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar no 195, de 8 de julho de 2022.

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Artistas e alunos interagem no campus Jorge Amado, em Itabuna (Foto Felipe de Paula).
Artistas e alunos interagem no campus Jorge Amado, em Itabuna (Foto Felipe de Paula).

As artes geram conhecimento ou lazer? Os estudantes do Bacharelado Interdisciplinar (BI) em Artes da Universidade Federal do Sul da Bahia estão aprendendo qual é a resposta: os dois. O cotidiano do Campus Jorge Amado vem sendo tomado pelas artes. Na próxima terça à noite (4), Rans Spectro, vocalista da Banda OQuadro, estará presente no campus para um papo sobre Hip-hop: arte, território e identidade.

O Universarte surgiu como uma proposta dos estudantes para criar um espaço das artes dentro do campus. Os talentos da comunidade acadêmica se juntam a convidados para que, por meio da música, da poesia, do desenho, da interpretação, todos possam apreciar a arte feita no sul da Bahia, valorizá-la e desenvolvê-la.

Rans Spectro, d´OQuadro, bate papo na UFSB na terça (Foto Divulgação).
Rans Spectro, d´OQuadro, bate papo na UFSB na terça (Foto Divulgação).

A professora Cynthia Santos Barra, coordenadora do BI em Artes no Campus Jorge Amado, acredita que esta iniciativa traz um imenso ganho, “tanto para o curso, que ganha um espaço de reafirmação de sua capacidade produtiva, criativa, quanto para a região, que vê sua arte sendo vivenciada, a princípio, no espaço acadêmico e, em seguida, nas ruas, praças e escolas das nossas cidades”.

Aqueles que desejarem conhecer mais do projeto e acompanharem sua programação, podem seguir a página do Universarte: https://www.facebook.com/universarteufsb

A visita de Rans Spectro, da Banda OQuadro, faz parte de uma iniciativa do professor Felipe de Paula, como parte das atividades do componente Campo das Artes: saberes e práticas. “Como esse componente se destina a ser o primeiro contato dos graduandos em Artes com sua área de formação, pensei: por qual motivo não deveríamos debater alguns conteúdos do curso com artistas da região? Nessa lógica, já recebemos a poeta Daniela Galdino, os atores Ely Izidro e Márcia Mascarenhas e, agora, é a vez de Rans Spectro”, afirma o professor.

Com o tema Hip-hop: arte, território e identidade, Rans estará presente na turma de Campo das Artes falando sobre os modos que a arte do hip-hop dialoga com a identidade de um território, de suas vivências com OQuadro na relação com a constituição de uma arte universal que também não deixa de ser sul baiana.

O papo acontece na noite de terça, a partir das 19 horas. “Embora seja uma ação direcionada aos estudantes de artes, todos serão bem vindos para integrar forças na construção do conhecimento. A universidade, suas ações e saberes, são públicos”, afirma Felipe de Paula.

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Neste sábado, 18, haverá mais duas sessões do espetáculo “Nazareno contra o dragão da maldade”, do Teatro Popular de Ilhéus. A encenação, na Casa dos Artistas, acontece às 19h e às 20h30min, com ingressos a R$ 10,00 (e meia-entrada, como deve ser, rigorosamente pela metade do preço).
A montagem, inspirada em fatos reais, narra o drama de um líder comunitário da Vila Nazaré, uma das comunidades mais pobres de Ilhéus, e de sua esposa Maria. Ambos travam uma luta diária pela sobrevivência e apresentam visões diferentes do que seria um “futuro melhor”.
Ao público, a peça oferece uma experiência única, verdadeira imersão no universo da miséria humana. “O chão do teatro será coberto de lama, piso típico da Vila Nazaré”, explica o autor e diretor do espetáculo, Romualdo Lisboa. Nazareno e Maria são interpretados por Ely Izidro e Tânia Barbosa.
A peça volta a ser encenada na próxima semana, nos dias 22 e 23, a partir das 20 horas.