Última Ceia, de Leonardo Da Vinci (1452-1519)
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Se Jesus veio após todos os livros e lições do Antigo Testamento, é porque este tornou-se insuficiente, fazendo-se necessário que a Luz do Cristo brilhasse mais alto.

 

 

 

 

 

Julio Gomes

Chama a atenção um fenômeno cada vez mais recorrente entre pessoas da atualidade, quanto à vivência da religiosidade no âmbito do cristianismo: a substituição, cada vez em maior quantidade, das narrativas diretamente relacionadas a Jesus contidas no Novo Testamento por referências diretas aos textos e passagens que vão do Livro do Gênesis até o Livro de Malaquias, todos do Antigo Testamento.

Essa percepção é fruto de uma convivência religiosa que procura ser o mais livre de preconceitos possível, escutando nas ruas, junto à juventude e às pessoas maduras, nos locais de trabalho, nas atividades esportivas e em família, quando das preces que abrem ou encerram eventos, as orações de pessoas de diversas religiões cristãs: católicos, espíritas e, sobretudo, evangélicos.

A referência ao Antigo Testamento é, sim, bem-vinda, pois o próprio Jesus, pilar e origem do Cristianismo, vem de uma sociedade e família de religião judaica. Fundamentada, portanto, na Torá ou Pentateuco, os cinco primeiros livros do Antigo Testamento, e nos demais livros e tradições que o compõem.

Porém, o que causa estranheza não é a presença de referências à Lei Antiga, mas a ausência, por vezes quase total, de citações, trechos e passagens relacionadas a Jesus, aos atos de seus apóstolos e à expansão da fé cristã após o assassinato de Jesus.

Embora sejam vibrantes e sinceras em suas crenças, dotadas de fervor por vezes admirável, essas pessoas, ao usar a palavra nos momentos de oração, quase nunca se reportam a Jesus senão para abrir a oratória e, por vezes, para fechá-la, mas fixam-se durante sua preleção em Profetas, Reis, Salmos, Êxodo e outras referências do Antigo Testamento, mesmo se considerando inteiramente cristãs.

Ora, por definição lógica e etimológica, cristão é quem segue ao Cristo, a Jesus.

Obviamente que isso não exclui outras influências, atualizações ou reflexões quanto à origem do Cristianismo, mas Jesus tem de ser, obrigatoriamente, o centro, o fulcro, o cerne da doutrinação, dos exemplos e da vivência de cada cristão!

Não ouço referência aos milagres realizados por Jesus. Nem ao perdão que livra da morte, como ocorreu com a mulher flagrada em adultério que seria apedrejada em praça pública. Nem à cura de enfermidades que até a presente data são, muitas delas, simplesmente incuráveis. Também não vejo referência aos questionamentos que Jesus fazia quanto à sociedade e à conduta das pessoas de seu tempo, erros e vícios que quase todos nós continuamos a reproduzir em nossas condutas até hoje.

Não vejo a exaltação do papel social de Jesus, chamando a todos de irmãos em um tempo em que existia escravidão, em que uma pessoa podia ser literalmente dona de outra. Nem constato a exemplificação ou mesmo menção ao relevo, respeito e igualdade em que Jesus colocou as mulheres com relação aos homens, mesmo estando em uma sociedade extremamente machista e misógina, como a judaica de dois mil anos atrás, em que a mulher, na prática, sequer era reconhecida como cidadã.

Necessitamos, desesperadamente e cada vez mais, de Jesus e sua doutrina, de Jesus e sua essência. Para isso, temos de desapegar do Antigo Testamento, sem desmerecê-lo ou desprezá-lo, mas colocando as coisas em seu devido lugar. Se Jesus veio após todos os livros e lições do Antigo Testamento, é porque este tornou-se insuficiente, fazendo-se necessário que a Luz do Cristo brilhasse mais alto. Sejamos, pois, cristãos com o Cristo, pois é Dele que o mundo de hoje precisa!

Julio Cezar de Oliveira Gomes é graduado em História e em Direito pela Uesc.

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No Brasil, a Adhonep foi fundada em 1982 pelo empresário Custódio Rangel Pires.