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Quem é escritor? Quem é autor? Escritor e autor são sinônimos? O que é uma “boa literatura”? Existe isso mesmo?  Existe uma literatura do cacau? Regional? Há roteiro para se tornar um escritor? Há cânone na literatura? O que é isso mesmo?  Eis algumas das perguntas que não consigo responder, mas fico atento às discussões.

Efson Lima | [email protected]

Nada melhor para refletir sobre a escrita do que se deparar com o Dia Nacional do Escritor (25 de julho). Uma das grandes marcas da humanidade é a escrita. Não só por ter colocado a condição humana em um patamar elevado entre os seres vivos, mas  a prática da escrita permite o registro da trajetória humana, a evolução do planeta. A escrita é meio para que um emaranhado de palavras, ideias,  símbolos sejam estruturados. A escrita oferece sentido à própria existência da vida. A escrita é uma das faces do “projeto de desenvolvimento humano”.

Em “tempos modernos”, cada vez mais visual, por vezes, esquecemos que durante muito tempo os nossos principais meios comunicacionais foram a fala, a escrita, os gestos, os objetos… Agora, os satélites nos unem, nos globalizam e possibilitam  uma dimensão maior do fenômeno. Em três segundos, estamos conectados na aldeia global. O século XX foi pródigo de descobertas e invenções. O nacional também pode se tornar global.

O escritor Jorge Amado, talvez  um dos primeiros escritores a ganhar a vida com o dinheiro de obra literária no Brasil, indiretamente, colocou o termo escritor no catálogo de profissões. A minha geração conheceu escolas de escritores, oficinas e faculdade para formar profissionais da área.  O escritor nascido em Ferradas, na cidade de Itabuna, foi internacionalizado.

Paulo Coelho, o maior dos escritores nacionais em volume de vendas, foi uma das caras do Brasil ao lado de sua mulher na candidatura do Rio de Janeiro para sediar as Olímpiadas em 2016. Lembro-me que muito se discutiu se suas obras eram literatura ou não. A Academia Brasileira de Letras virava a cara. As massas de leitores sinalizaram que outros caminhos são possíveis.

No mundo da escrita algumas discussões surgem. Quem é escritor? Quem é autor? Escritor e autor são sinônimos? O que é uma “boa literatura”? Existe isso mesmo?  Existe uma literatura do cacau? Regional? Há roteiro para se tornar um escritor? Há cânone na literatura? O que é isso mesmo?  Eis algumas das perguntas que não consigo responder, mas fico atento às discussões.

Deixo essas provocações para Silmara Oliveira, professora especializada em literatura; Pawlo Cidade com quase 20 livros publicados, ontem relançou  o seu livro O Tesouro Perdido das Terras do Sem-fim, leitura que estou a fazer; Luh Oliveira, mestra na área de letras e poeta;  pediria meu mago Ramayana Varges, um intelectual no sentido pleno do termo.  Poderia também convidar Igor Luiz, das terras de Coaraci/ Ibirapitanga; Sheila Shew, a artista – produtora, de Buerarema/Itabuna; Tácio Dê, com suas Tertúlias, às 18:51 horas. Isso mesmo, no Instagram, repito: 18:51 horas; Walmir do Carmo, que além da força de sua escrita, confere ainda maior força  aos seus poemas quando declama. Tive o prazer de ouvi-lo ontem, fisicamente, dia 24/07, no ato em defesa da democracia e da luta antifascista. Ainda,  posso convidar Aurora Souza para dar continuidade a lista. Fica faltando outra gama de gente boa, mas invocando o sagrado, temos o professor Ruy Póvoas que nos amanhece com sua voz radiante às sextas-feiras, mestre do material e do espiritual, uma instituição para além das terras sul-baianas. Mestre de gerações.

Li pela primeira vez, no Diário de Ilhéus, academicamente exigiria um apud, conforme artigo da professora Maria Luiza Heine, que Adonias Filho, certa vez, profetizou que, além de cacau, o sul da Bahia faz brotar escritores. Particularmente,  tenho constatado esse fenômeno no Flisba, Bardos Baianos Litoral Sul, Costa do Descobrimento e Extremo Sul. As notícias chegam.

É verdade, gente! Hoje é o dia Nacional do Escritor, dia 25 de julho. Mas não falarei nada disso. Não falarei também do fenômeno da escrita nas redes sociais. Desculpa!

Efson Lima é professor universitário, advogado e doutor em Direito pela UFBA.

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Começa no próximo dia 24 o Festival Literário Sul-Bahia (Flisba), com o tema Primavera Literária e totalmente online. O evento, que se propõe a ser um espaço de intercâmbio para a promoção da literatura e dos processos criativos dos escritores regionais do sul da Bahia, é uma ação cultural que busca a difusão das artes literárias a partir de uma homenagem a Clarisse Lispector e João Cabral de Melo Neto pelo centenários de nascimento, além de resgate das obras Jorge Amado e Adonias Filho, pilares da literatura cacaueira.

“O Flisba busca vistas a estimular a leitura, difundir os escritores regionais, desenvolver a aproximação dos agentes culturais do campo da literatura e promover atividades que exercitem reflexões sobre a cultura, questões ambientais, questões ligadas à à diversidade de gênero, uso das redes sociais e tecnologias”, afirma Efson Lima.

As mesas literárias vão ocorrer pelas tardes e noites. A transmissão das mesas do evento será pelo Youtube, que será retransmitida para o Facebook. Já as Oficinas Literárias vão ocorrer no turno da manhã pela plataforma Zoom e terão suas inscrições realizadas de forma antecipada pelo Sympla com datas a serem divulgadas nas redes sociais do evento.

As pessoas que vão acompanhar as mesas online e possuem interesse em receber certificação poderão fazer a inscrição pela plataforma Sympla pelo link https://www.sympla.com.br/festival-literario-sul-bahia—-flisba__969831

O Festival Literário Sul-Bahia terá um Slam, Slam Sul Bahia, que também vai receber inscrições. O Edital e o link para as inscrições podem ser conferidos na página https://www.sympla.com.br/slam-sul-bahia—flisba__969859. Os vencedores vão receber brindes. As inscrições são gratuitas. Os participantes serão certificados pela participação no Slam.Leia Mais