Sujeito oculto inquieta senador baiano, que fez pergunta a Mandetta sobre recomendação feita a Bolsonaro
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado sobre a Covid-19 inquire, nesta terça-feira (4), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), que fala na condição de testemunha.

Membro do órgão colegiado, o senador Otto Alencar (PSD-BA) perguntou a Mandetta se ele sabia quem recomendou ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a inclusão da Covid-19, por decreto, na lista de patologias tratadas com a hidroxicloroquina. Segundo a proposta, a informação passaria a constar na bula do medicamento.

Médico, Otto contextualizou sua pergunta discorrendo sobre os efeitos colaterais que podem ser causados pelo uso indiscriminado da hidroxicloroquina, a exemplo de alterações cardíacas. Citou o caso de um colega de profissão que sofreu parada cardíaca depois de usar o medicamento.

Na resposta, Luiz Mandetta disse que, no início de abril de 2020, cerca de 12 dias antes da sua saída do ministério, essa proposta foi formulada como sugestão de minuta de decreto, com distribuição de cópias para os presentes em reunião ministerial. Apesar da formatação típica, o texto não estava em papel timbrado, disse o ex-ministro, que afirma desconhecer a autoria do feito.

No entanto, como o conselho lhe pareceu totalmente descabido, o ex-ministro supõe que o autor da proposta “tenha sido alguém externo”, que não conhece os procedimentos institucionais. “Alguém teve essa ideia, não saberei dizer quem”.

Apesar do lobby de Bolsonaro a favor do uso da cloroquina em pacientes infectados pelo coronavírus, a investida sobre a bula não resultou em papel timbrado.

A distribuição de medicamentos foi anunciada em redes sociais
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As vigilâncias sanitárias do estado e do município de Teixeira de Freitas fizeram uma ação conjunta de fiscalização, após denúncias de que uma igreja estaria distribuindo medicamentos controlados para a população. As equipes de fiscalização impediram a distribuição, em virtude do local não possuir farmacêutico, nem alvará sanitário, bem como levaram para análise amostras dos medicamentos manipulados. O Ministério Público também foi acionado para avaliar a iniciativa e adotar as medidas cabíveis. A ação ocorreria na Igreja Batista Memorial.

Desde o início da pandemia do coronavírus, os brasileiros são bombardeados diariamente, sobretudo pelas redes sociais, com notícias sobre remédios milagrosos que estariam curando ou prevenindo contra a Covid-19. Um dos grandes perigos é que diversos grupos estão espalhando muitas fake news sobre a temática, com objetivo de confundir a população ou criar atritos políticos, se aproveitando da boa fé, do desespero e medo das pessoas, até mesmo para lucrar financeiramente.

Três dessas substâncias são mais recorrentes nas conversas sobre o assunto: cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina. “Há uma evolução muito grande nos modos de tratamento, visto que é uma doença nova e toda a comunidade médica e científica aprende diariamente. Os médicos especialistas procuram organizar protocolos de tratamento para não prejudicar os pacientes com remédios experimentais”, observa nota da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab).

O Instituto Couto Maia, por exemplo, que é um dos principais hospitais na Bahia no atendimento a pacientes graves com diagnóstico de Covid-19, possui protocolo clínico disponível no site www.institutocoutomaia.com.br e não utiliza cloroquina, hidroxicloroquina ou ivermectina no tratamento.

O secretário da Saúde do Estado da Bahia, Fábio Vilas-Boas, faz o alerta. “Não existe comprovação científica da eficácia desses medicamentos no combate ao coronavírus. Ao contrário do que alguns têm difundido, existem evidências de que os remédios podem fazer mal à saúde”, afirma o secretário, ao pontuar ainda que essas medicações são controladas e só devem ser liberadas com receita.

Prescrição médica de hidroxicloroquina tem auxiliado no tratamento de paciente em Ilhéus
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O estado clínico de saúde de uma mulher, internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Ilhéus, diagnosticada com o novo coronavírus, aponta boa evolução com o uso do medicamento hidroxicloroquina, informa o médico cardiologista e coordenador do Comitê Operacional de Emergência (COE) de Ilhéus, André Cezário. Liberada pelo Ministério da Saúde para tratamento específico de pacientes hospitalizados, a substância está sendo utilizada pelo Sistema Único de Saúde para o tratamento de pacientes com Covid-19, inclusive em Ilhéus, após orientação da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) para uso com prescrição médica.

– É uma paciente que embora tenha apresentado uma baixa da saturação de oxigênio, ou seja, quando há uma dificuldade de trocar oxigênio, não está em ventilação mecânica e nem com um quadro de saúde tão grave. Foi feito o protocolo para uso da hidroxicloroquina, para a busca da efetividade do medicamento. A resposta da paciente tem sido positiva – explicou o médico cardiologista e coordenador do COE de Ilhéus, André Cezário, por meio da assessoria do Município.

No entanto, Cezário salientou que não é qualquer paciente com Covid-19 que poderá fazer uso da substância. “A orientação técnica hoje é que a cloroquina seja ministrada em ambiente hospitalar, com prioridade para pacientes internados. Como as coisas estão mudando rápido, já existe tendências de alguns grupos para uso em pacientes com monitoramento em ambiente domiciliar, mas isso não está amplamente liberado”, detalhou.

Utilizada para o tratamento da malária há mais de 70 anos, bem como já utilizada para combater doenças como artrite reumatoide e lúpus, a substância da cloroquina tem sido descrita em vários estudos científicos como eficaz tanto para inibir o contágio como para conter a infecção contra a Sars, doença respiratória que atingiu a China no ano de 2002 e que pertence ao grupo do coronavírus, o mesmo da pandemia da doença Covid-19.

“Embora o resultado positivo da cloroquina para tratar a Covid-19 seja descrito em vários estudos, não existe ainda nenhuma comprovação científica. Mas diante de uma pandemia que traz essa situação tão grave e de resultados observacionais que mostram a efetividade da substância, seguimos diante das observações clínicas descritas por outros profissionais”, explicou. O cardiologista informou ainda que a droga pode causar efeitos colaterais, entre eles, alguns tipos de alterações cardíacas.Leia Mais

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O governo baiano vai liberar, mediante prescrição médica, o uso da associação dos medicamentos hidroxicloroquina e azitromicina para pacientes internados no Sistema Único de Saúde (SUS) com diagnóstico positivo para coronavírus (Covid-19). A deliberação ocorreu durante reunião da comissão científica criada pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) para analisar as evidências científicas envolvendo a Covid-19, que aconteceu na tarde desta quarta-feira.

A recomendação é para que os pacientes hospitalizados recebam os medicamentos o mais precocemente possível após a internação, de acordo com a Sesab, ao apontar que temos estoque suficiente para atender até 50 mil pacientes.

O infectologista e presidente do Comitê Estadual de Combate ao Coronavírus, Antônio Bandeira, destaca que “outras alternativas terapêuticas também serão disponibilizadas para emprego no tratamento de pacientes hospitalizados, tais como Ivermectina e Tocilizumabe”.

O pesquisador e infectologista Roberto Badaró, integrante do Comitê Científico do Consórcio Nordeste e diretor do Instituto de Ciências da Saúde do Cimatec, explica como funciona a adoção de protocolos. “Há uma evolução muito grande nos modos de tratamento, visto que é uma doença nova e estamos aprendendo como realmente é a epidemia”, disse.

Os especialistas, observa Badaró, procuram organizar protocolos de tratamento para não prejudicar os pacientes com remédios experimentais, nem com tentativas desesperadoras de salvar o paciente. “Mas a experiência já acumulada nos direciona pra saber quem deve tomar hidroxicloroquina, quem não deve, quem deve ficar em casa e quem deve ser hospitalizado e tratado o mais precocemente possível. E isso só consegue ser ordenado se fizermos esses protocolos. E eles são feitos por quem tem experiência e responsabilidade com a saúde pública”, detalha.

Participam também do comitê técnico-científico, a subsecretária da Saúde, Tereza Paim, o diretor geral de Gestão das Unidades Próprias, Igor Lobão, a infectologista e diretora-geral do Instituto Couto Maia, Ceuci Nunes, o pneumologista Sérgio Jezler e o superintendente de Assistência Farmacêutica, Ciência e Tecnologia em Saúde, Luiz Henrique d’Utra.