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michelle costa soaresMichelle Costa Soares | michellecsoares@yahoo.com.br

 

Os pais e professores são os primeiros a identificar dificuldades no processo de aprendizagem da criança. Então, é importante que seja dado um olhar diferenciado para quaisquer alterações.

 

A aprendizagem é um processo interno e pessoal e para que ela ocorra são necessários alguns fatores como desejo, atenção, organização e elaboração dos conteúdos adquiridos. Em meio ao excesso de informações, muitas crianças têm sentido dificuldade em filtrar aquelas necessárias para a aprendizagem, gerando sensível atraso no desenvolvimento de funções cognitivas necessárias para a aquisição de novos conhecimentos.

Algumas dificuldades no processo de aprender nem sempre têm relação com alterações neurológicas, mas é preciso estar atento aos marcos de aquisição de determinadas aprendizagens. É esperado que aos 2 anos uma criança já esteja conseguindo se comunicar por meio da linguagem oral e da mesma forma é esperado que aos 7 anos ela consiga fazer a representação da linguagem através da escrita.

Quando este caminhar das aprendizagens não vai bem, é preciso avaliar de onde surgem tais alterações. Elas podem ter relação com fatores sociais, educacionais, emocionais e orgânicos. Uma criança, para desenvolver-se bem, precisa de estímulos e um ambiente propício a aprendizagens.

Há sempre a queixa de crianças que não param, não aprendem, não obedecem e vivem a mil por hora, mas o que de fato pode levar ao diagnóstico de uma alteração do funcionamento neurológico, como um déficit de atenção/hiperatividade e a dislexia ou simplesmente uma alteração de comportamento em função de dificuldades em estruturar a rotina da criança?

Em primeiro lugar, é importante observar como foi o desenvolvimento na aquisição das aprendizagens. A criança sempre foi agitada? Desde pequena é uma criança que não observa mudanças no ambiente? tem dificuldade para iniciar e concluir propostas e/ou apresenta dificuldades relacionadas a aprendizagem? Tem dificuldades para lembrar fatos do seu dia, nomes, soletrar o alfabeto, faz trocas na fala ou escrita?

Os pais e professores são os primeiros a identificar dificuldades no processo de aprendizagem da criança. Então, é importante que seja dado um olhar diferenciado para quaisquer alterações. Procurar um profissional especializado nesta área irá garantir uma prevenção de dificuldades futuras, assim como um diagnóstico e intervenção precoce para a melhoria dos sintomas.

Michelle Costa Soares é psicopedagoga e especialista em neuropsicologia.

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Da Agência Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou esta semana estudo mostrando que o uso do metilfenidato, medicamento usado no tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (Tdah), aumentou 75% entre crianças e adolescentes com idade de 6 e 16 anos de 2009 a 2011. Ampliando a faixa etária entre 6 e 59 anos, houve um aumento de 27,4% no mesmo período.
Apesar disso, de acordo com o psiquiatra da infância e adolescência Guilherme Polanczyk, membro da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (Abda), mesmo com o aumento, o consumo do medicamento é insuficiente para suprir as necessidades das crianças que têm esse transtorno no país.
O estudo cita que no primeiro semestre de 2011 houve um consumo médio do metilfenidato entre crianças e adolescentes no Brasil de 19,7 caixas para cada mil crianças. “Por meio de estudos que avaliam o número de crianças que têm a doença no Brasil e considerando que todas as caixas vão para pessoas com Tdah, não mais do que 20% das pessoas estariam recebendo tratamento”, diz Polanczyk. O especialista diz que o medicamento também é usado para outros tratamentos, como depressões mais graves, mas em baixa proporção.
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