Médicos implantam menor marca-passo do mundo em idosa de 79 anos || Foto Divulgação
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A implantação do menor marca-passo do mundo em uma paciente de 79 anos alçou o Calixto Midlej Filho, em Itabuna, ao seleto grupo de hospitais brasileiros que já fizeram o procedimento. Nas regiões Norte e Nordeste, foi o terceiro caso bem-sucedido e o primeiro da Bahia. O dispositivo pesa 2 gramas e é pouco maior que uma cápsula de remédio. A idosa recebeu o marca-passo na noite de quinta-feira (13) e recebeu alta no sábado (15).

O pequeno marca-passo não tem fios (eletrodos) e foi implantado pelo Serviço de Hemodinâmica do Calixto. O procedimento foi feito pela equipe comandada pelos médicos Gustavo Mendonça Duarte e Carlos Eduardo Duarte. No Brasil, a primeira implantação desse dispositivo foi feita em novembro de 2021. “No geral, o procedimento dura menos de uma hora e, 24h depois, o paciente recebe alta”, explica o cardiologista Gustavo Duarte.

A paciente que recebeu o Micra (nome comercial do dispositivo) teve um câncer na mama direita tratado com quimioterapia e radioterapia, além de um acesso do lado esquerdo (cateter), que, com o passar do tempo, causa a obstrução das veias do tórax, onde desce o fio do marca-passo convencional, conforme o médico Gustavo Duarte. “A paciente tinha um bloqueio atrioventricular, com histórico de desmaios. Isso precisava de uma resolução rápida”, afirma o profissional.

OBSTRUÇÃO

Marca-passo convencional ao lado do menor dispositivo do mundo

O cardiologista relata que, como as veias do tórax estavam todas obstruídas, a opção foi usar as veias da região da virilha para chegar até o coração. Depois o dispositivo sem fios foi implantado no coração para a estimulação do órgão. “Com isso, resolvemos um problema cardíaco sério que ela enfrentava”. Como o procedimento é menos invasivo e o marca-passo não tem fios, o risco de infecção é menor.

Referência no Brasil e cardiologista no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, o médico Carlos Eduardo atuou em 34 dos 36 procedimentos feitos no país. Especialista em eletrofisiologia cardíaca, ele afirma que só havia duas opções: a implantação desse dispositivo ou toracotomia, que é uma cirurgia aberta, com cabos por fora. “Evitamos esse tipo de cirurgia, que é de grande porte e com maior risco para essa paciente”, explica.

INDICAÇÃO

Imagem do dispositivo já implantado na paciente

O menor marca-passo do mundo é indicado para pacientes com estado de saúde considerado crítico, principalmente, com câncer e doenças renais e que, por algum motivo, têm dificuldade de acesso ao marca-passo convencional. O chamado marca-passo tradicional pesa, em média, de 20 a 30 gramas, enquanto o Micra pesa somente 2 gramas.

Composto por bateria e eletrodos, conectados ao equipamento por fios finos e maleáveis, o marca-passo convencional é implantado em vasos sanguíneos do corpo de grande calibre para levar os eletrodos até o coração. A bateria e o aparelho ficam instalados entre o músculo do peitoral e a pele do paciente.

Já o menor marca-passo do mundo é implantado diretamente no coração para correção de batimento e fica preso por quatro pequenas garras que possui. O Micra é produzido pela empresa Medtronic. O procedimento foi coberto por um plano de saúde. Como é muito caro, o serviço ainda não foi disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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O Hospital Calixto Midlej Filho, da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, tornou-se a primeira instituição de saúde do sul da Bahia a fazer uma ablação percutânea hepática por radiofrequência, procedimento minimamente invasivo. O paciente de 57 anos também passou por uma ressecção cirúrgica no pâncreas. A intervenção durou cerca de três horas e eliminou dois tumores.

Os tumores foram descobertos durante exames de rotina. “Caso não fosse descoberto naquele momento, a tendência era de que a qualidade de vida desse paciente piorasse muito. O tumor poderia se espalhar ainda mais, causar outras metáteses, além de dores e compressão de cálculo via biliar”, explica o médico Humberto Alves, responsável pelo procedimento.

As ablações por radiofrequência são indicadas para cânceres de órgãos como pulmões, fígado, rim, tireoide além de lesões ósseas. A técnica consiste na destruição dos tumores como o calor emitido  por radiofrequência ou micro-ondas. Usa-se uma agulha guiada por tomografia computadorizada ou ultrassonografia para chegar à região atingida pelo câncer. Uma das muitas vantagens é que os riscos e taxa de complicação são muito baixos, segundo especialistas.

Como o procedimento é minimamente invasivo, o paciente do Calixto Midlej não perdeu parte significativa do fígado na retirada da metástase hepática. Sem essa técnica, ele perderia um pedaço maior do órgão.

O médico Humberto Alves explica que a ablação por radiofrequência é uma técnica ainda pouco realizada no interior da Bahia, mas um procedimento com pouco risco. O uso da técnica é padronizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar e coberto pelos planos de saúde.

TUMOR NO PÂNCREAS

Paciente já recebeu alta e terá vida normal, segundo médico

Além da ablação por radiofrequência no fígado, a equipe de cirurgia do aparelho digestivo, capitaneada pelo médico Paulo Amaral, fez a ressecção de um tumor no pâncreas do paciente, que já teve alta hospitalar. “Resolvemos tanto a metástase no fígado quanto o tumor no pâncreas do paciente, que corria o risco de enfrentar graves complicações”, explica cirurgião.

Coordenador da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Itabuna e médico intensivista do Hospital Calixto Midlej Filho, que também fez parte da equipe que atuou na cirurgia remoção do tumor no pâncreas, Eric Júnior avalia que os procedimentos foram um sucesso. “A nossa expectativa é que o paciente siga com a vida normal”.

Santa Casa suspende atendimento no PA do Hospital Calixto Midlej Filho
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A alta demanda por serviços médicos de pacientes cobertos por planos de saúde levou a Santa Casa de Misericórdia de Itabuna a suspender atendimentos particulares de urgência e emergência no Pronto-Atendimento do Hospital Calixto Midlej Filho. A decisão foi comunicada há pouco.

“A medida leva em consideração a alta demanda pela procura do serviço para atendimentos. A sobrecarga de pacientes tem provocado a indisponibilidade de leitos para internação e transtornos à infraestrutura, inclusive para a adequada acomodação de pacientes em atendimento”, informa a nota oficial da instituição.

O comunicado oficial ressalta que “o hospital precisa honrar os seus contratos com as operadoras de planos de saúde parceiras, acolhendo os pacientes da rede suplementar de serviços, não sendo possível, nesse momento, absorver a demanda particular não planejada”.

Henrique Lima ficou intubado por 21 dias durante fase crítica da doença
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O boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) mostra que mais de 28.700 pessoas conseguiram vencer o novo coronavírus em Itabuna desde o início da pandemia, no ano passado. Entre os moradores do município do sul da Bahia que entraram para essa estatística, nas últimas horas, está o representante comercial Henrique Lima da Silva, de 43 anos, que estava internado no Hospital Calixto Midlej Filho (HCMF) desde o dia 12 de abril.

Henrique Lima deu entrada com sintomas da Covid-19, principalmente falta de ar e foi internado em um leito clínico. O quadro do paciente evoluiu para piora nos dias seguintes. Por isso, ele teve de ser transferido para um leito da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no dia 15 de abril. Inicialmente, a equipe optou pelo tratamento para a insuficiência respiratória aguda com Ventilação Mecânica Não Invasiva (VMNI), mas Henrique Lima não evoluiu para melhora e teve de ser intubado no dia 21.

Nesta quinta-feira (20), após evolução muito boa no quadro de saúde para melhora, Henrique Lima recebeu alta médica da UTI para concluir a recuperação em casa. “O paciente foi extubado no último dia 14 e deixou a unidade com quadro de saúde bom e deve ser acompanhado por especialistas para recuperar integralmente os movimentos”, relata a coordenadora de Enfermagem da UTI Covid-19 do Calixto Midlej, Larissa Cavalcante.

Na saída da unidade, Henrique Lima fez questão de enaltecer o trabalho de toda a equipe de profissionais que o acompanharam nos dias em que esteve internado. “Gostaria de agradecer a cada um de vocês pelo cuidado, o tratamento minucioso que recebi. Sem esse atendimento, provavelmente, eu não teria sobrevivido. Gostaria que vocês soubessem que o meu agradecimento será eterno. Ainda vamos nos reencontrar. Essa história não acaba aqui”, disse.

Ao deixa a UTI, o representante comercial foi recebido com aplausos pelos profissionais de saúde e familiares. Como ocorre desde o início das altas de pacientes positivados para o novo coronavírus, Henrique Lima recebeu, das mãos da diretora técnica do HCMF, a médica Maria Carolina Reis, o “Certificado de Etapa Vencida”. Agora, ele será acompanhado pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica do município.

O vídeo abaixo mostra o momento em que Henrique recebeu alta e agradeceu à equipe do Hospital. Assista.

Tenente-coronel Marcelo Barreto mas na UTI do Hospital Calixto Midlej
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Internado desde o início de abril no Hospital Calixto Midlej Filho, em Itabuna, o tenente-coronel Marcelo Barreto, de 51 anos, reage bem ao tratamento contra a Covid-19.

Nesta quinta-feira (29), após melhora sustentada do seu quadro clínico, os médicos decidiram extubá-lo. O oficial da Polícia Militar ficou dez dias com o aparelho de respiração mecânica.

O estado saúde de Barreto ainda inspira cuidados. Além da doença causada pelo novo coronavírus, a intubação é um procedimento invasivo e exige ainda mais energia dos pacientes em recuperação.

José Fabiano (de camisa azul) teve forma grave da Covid-19 e saiu debilitado do hospital, mas recupera sua capacidade cardiorrespiratória gradativamente, com exercícios monitorados por profissionais
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Entre os meses de junho e julho do ano passado, o médico oftalmologista José Fabiano de Freitas Teles, de 44 anos, viveu momentos de pânico, alucinações e, nas horas de lucidez, temeu não retornar para a família. Teles ficou 24 dias internado, sendo que 18 deles intubado num leito da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Covid-19 do Hospital Calixto Midlej Filho (HCMF). Ele deixou a unidade, com limitações funcionais, necessitando de ajuda para algumas atividades.

Assim como ocorre com todos os pacientes internados na UTI Covid-19 do HCMF, José Fabiano de Freitas foi acompanhado, durante todo o tempo, por uma equipe multidisciplinar, incluindo fisioterapeutas. Este profissional tem entre as suas atribuições fazer o acompanhamento da oxigenação, além de assegurar a assistência motora e de funcionalidade do paciente.

O trabalho do profissional de fisioterapia foi sempre aliado no processo de recuperação de José Fabiano, que deixou a UTI no dia 7 de julho de 2020. Ele relata que no sétimo dia após deixar a unidade já estava dando os primeiros passos. 45 dias depois estava fazendo pequenas corridas e, com 60 dias, intensificou as atividades físicas e retornou ao trabalho. “A fisioterapia foi fundamental nesse processo. No início, com sessões pela manhã e tarde. Esse ritmo foi reduzido com o tempo”, explica.

José Fabiano, que teve um comprometimento funcional importante, afirma que chegou a duvidar se voltaria a atender seus pacientes, mas logo percebeu que não só recuperaria a capacidade para atender em consultório, mas também para fazer cirurgias. Hoje, o oftalmologista faz tudo que fazia antes da doença e da internação. “Inclusive, estou correndo até 7k, sem sentir nenhuma dificuldade respiratória ou motora”, conta orgulhoso, com todas as suas capacidades funcionais restauradas.

Atividades físicas estimulam o corpo a recuperar capacidades funcionais

Hoje, entre os pacientes que, diariamente, recebem os cuidados da equipe de fisioterapia está Carlos Henrique de Jesus. Ele está internado em um leito clínico do Hospital Calixto Midlej Filho e recebe os cuidados para recuperar os movimentos.

ATIVIDADE FÍSICA AJUDA NA RECUPERAÇÃO

Os estudos e as experiências mostram que as pessoas mais ativas, que fazem atividade física regularmente e que têm comportamentos saudáveis, voltam para as suas atividades funcionais mais rápido, conforme a coordenadora de Fisioterapia da UTI Covid, Aritana Ramos. “Há vários casos de pacientes nossos que se recuperaram mais rápido por terem uma vida mais ativa. Um deles foi José Fabiano, que ficou intubado, adquiriu a forma grave da doença e hoje, após cerca de seis meses da alta, já está correndo até 7 km”, reforça.

O paciente Carlos Henrique de Jesus também se recupera com auxílio de fisioterapia

Aritana Ramos explica que a assistência fisioterapêutica ocorre em todos os momentos da internação, inicialmente para atender as demandas ventilatórias e de oxigenação do paciente internado com insuficiência respiratória aguda. Alguns desses pacientes evoluem para a intubação, que necessitam de assistência de suporte e ajustes ventilatórios. “São pacientes muito difíceis de ventilar, já que se trata de pacientes de perfis diferentes. Após a estabilização do quadro crítico, atuamos também no desmame ventilatório”.

A profissional acrescenta que outras responsabilidades da equipe de fisioterapia são com as atividades motoras e funcionais, como sentar o paciente e retirá-lo do leito o mais precocemente possível. “Queremos devolver os pacientes para suas famílias o mais independentes e funcionais possível. Com a Covid-19, isso tem ficado um pouco mais difícil e limitado, mas esse sempre será o nosso objetivo”, finaliza.