Pais de Helena comemoram nascimento de Helena || Foto Divulgação
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Era a tarde de domingo (31), quando a agente comunitária de saúde Nelita Amparo da Silva, moradora da zona rural de Igrapiúna, município do baixo sul, a mais de 150 quilômetros de Ilhéus, começou a sentir as primeiras contrações. Aos 45 anos e mãe de duas outras meninas (26 e 17 anos) sua gestação era considerada de alto risco e necessitava de uma transferência imediata para o Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio (HMIJS). A regulação e a transferência foram rápidas. Por volta das 7 da noite ela deu entrada na unidade hospitalar.

O percurso de mais de duas horas foi tenso. “Eu nunca tinha vindo aqui. A gente fica com receio o que nos espera. Mas quando cheguei vi que estava num local maravilhoso. Fui muito bem recebida”, revelou nesta segunda-feira (1º), descansando no Alojamento Conjunto de número 12 da unidade.

Helena é o primeiro bebê nascido neste ano em hospital de Ilhéus || Foto Divulgação

Apesar de todas as expectativas que levavam o parto de Nelita em direção a uma cesariana, o resultado foi outro. O parto foi normal. Helena nasceu às 1h43min de 2024, com 50 centímetros e 3.530 Kg.

Durante as primeiras horas de 2024, o Hospital Materno-Infantil registrou três nascimentos. Ainda está previsto para hoje um parto gemelar. Desde a sua inauguração em dezembro de 2021, o HMIJS já ultrapassou a marca de 6 mil partos e 12 mil internações. Inaugurado pelo Governo da Bahia e gestado pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF SUS) esta é a primeira unidade 100 por cento SUS da região.

Seinfra anuncia interdição da Rua Café Filho || Foto Google Maps
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Após as chuvas que atingiram Ilhéus na última noite, a Secretaria Municipal de Infraestrutura interditou a Rua Café Filho, ladeira que dá acesso à Avenida Brasil a partir da Avenida Itabuna. A via é uma das mais usadas por quem se desloca até o Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, no Alto da Conquista. A interdição é temporária. Por enquanto, uma alternativa para chegar ao Hospital é pela Avenida Belmonte, em direção à Praça Santa Rita.

REUNIÃO

Nesta quarta-feira (20), o secretariado promoveu reunião para alinha a resposta das diferentes pastas. A Prefeitura mobilizou equipes para limpar as ruas e avenidas atingidas por alagamentos, na região central e nos bairros. A gestão municipal não descarta a possibilidade de decretar situação de emergência.

O vice-prefeito Bebeto Galvão (PSB) prestou solidariedade às famílias prejudicas pelo temporal. “Me solidarizo com o meu povo neste momento. Um momento que deveria ser festivo, de celebração do Natal. Porém, o que vemos são diversas famílias atingidas”, lamentou.

Hospital ilheense comemora dois anos de fundação nesta quarta (6) || Foto Maurício Maron
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Antonella é o nome do bebê de número seis mil do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus. Ela nasceu no final da tarde de sexta-feira (01), no Centro de Parto Normal (CPN). Amanhã (6), a unidade hospitalar do estado completa dois anos de funcionamento.

Antonella é a primeira filha do casal Missieli de Souza Ferreira e Lucas Porto Barbosa, residentes em Maraú. Durante o procedimento, prevaleceu a vontade de Missiele de que fosse um parto natural. “Fiquei maravilhada com tudo que vi por aqui. O atendimento, os pequenos detalhes, tudo perfeito”, elogiou. Antonella é tataraneta de uma mulher indígena, da etnia Tupinambá.

MOMENTOS MARCANTES

Ao longo dos dois anos de funcionamento do Materno, momentos emocionantes marcaram a trajetória da instituição. No dia 8 de dezembro de 2021, dois dias após a inauguração, nasceu o primeiro bebê do HMIJS: João Lucas. No dia 19 de dezembro do mesmo ano, foi a vez do nascimento dos primeiros gêmeos, Benjamin e Maria Alice.

Uma semana depois, o Materno registrou um dos nascimentos mais emblemáticos da instituição. Chovia bastante no sul da Bahia. A BR-415 estava intransitável quando Amanda, moradora do Salobrinho, bairro de Ilhéus, sentiu as primeiras contrações. Para chegar ao hospital foi preciso uma grande mobilização. Parte do trajeto, fez de carro. Outra, de trator. Amanda também usou uma canoa na travessia da BR-415, e um helicóptero a resgatou até o aeroporto onde uma ambulância já a aguardava. Aysha Vitória nasceu logo depois, em segurança.

POVOS ORIGINÁRIOS

Ynawá, um dos símbolos do projeto que deve, em breve, tornar o HMIJS a primeira maternidade da Bahia com atendimento aos povos originários do estado, nasceu no dia 13 de abril deste ano. O nascimento do bebê indígena, que na língua tupinambá significa “água de chuva que traz fartura”, ganhou repercussão nacional pelo sentimento da acolhida relatado por Tainaçã, mãe da criança. O parto seguiu as tradições da etnia.

No dia 8 de agosto, um ano e oito meses após o Governo do Estado inaugurar o hospital, a unidade alcançou a marca de 5 mil partos, com o nascimento de Samuel. “Obviamente que a nossa história não vem sendo construída apenas com número, mas com vidas”, destaca a diretora-geral do HMIJS, Domilene Borges. Ela lembra que antes da construção da maternidade, a primeira 100 por cento SUS da região, muitas gestantes viveram inúmeros dramas para garantir o direito a um parto humanizado.

CELEBRAÇÃO

Nesta terça (05), véspera do aniversário, colaboradores e convidados participaram de uma solenidade, quando serão apresentados os principais resultados, homenageadas pessoas que ajudaram na construção desta história e ocorrerá a abertura de uma exposição fotográfica, traçando a linha do tempo do Hospital. O evento ocupou o auditório da Escola de Tempo Integral Professor Arléo Barbosa, na Barra. Amanhã (6), haverá hasteamento solene das bandeiras e a abertura de uma Feira de Empreendedorismo com iniciativa dos colaboradores, no estacionamento da unidade, no Alto da Conquista.

Profissionais do Materno-Infantil ganham o Prêmio Ana Nery
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Três enfermeiras da Fundação Estatal Saúde da Família (FESF SUS) que atuam no Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, vão receber nesta terça-feira (28), em Salvador, o Prêmio Anna Nery, como destaques pelo exercício profissional exemplar e pelo desempenho da profissão nas dimensões ética, técnica, política, social, científica, cultural e humana, contribuindo para o desenvolvimento da atividade na esfera de sua região.

Brenda Valles, coordenadora das UTIs Neonatal e Intermediária do HMIJS, será agraciada na categoria “Saúde da Criança e do Adolescente”. Danielle Patrocínio, coordenadora do Centro de Parto Normal (CPN) e do Centro Obstétrico do Materno, e Carla Gonzaga Vecchier, colaboradora do Centro Obstétrico da unidade, serão agraciadas com o prêmio, na categoria “Urgência e Emergência”.

O Prêmio Anna Nery é uma iniciativa do Conselho Regional de Enfermagem da Bahia e tem por objetivo promover a valorização e reconhecimento da profissão. O seu protagonismo vem sendo pautas de muitos debates e ações nos últimos anos e a iniciativa também contribui com a reflexão da categoria sobre sua atuação profissional. A cerimônia de entrega da premiação acontece amanhã (28), às 18 horas, na Casa Salvatore, situada na Rua dos Rodoviários, no Cabula, em Salvador.

QUEM SÃO

Brenda Valles é formada pela Universidade Federal de Viçosa. Cursou a Residência em Enfermagem Pediátrica pela UERJ (Hospital Universitário Pedro Ernesto). Foi professora substituta no Departamento de Medicina e Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa, possui Mestrado em Ciências da Saúde com enfoque em neonatologia (Enterocolite Necrosante).

Além disso, foi enfermeira assistencial de UTI Neonatal no Hospital Manoel Novais, em Itabuna, e coordenou a UTI Pediátrica e da Ala Clínica COVID-19 no Hospital São Sebastião, em Viçosa (MG). Atualmente, é doutoranda em Saúde Pública pela Fiocruz/RJ e enfermeira coordenadora da UTI Neonatal e UCINCo do Hospital Materno-Infantil Joaquim Sampaio. “Esse reconhecimento estendo para toda a equipe, comprometida com uma ação humanizada e de valorização do SUS”, afirma Brenda.

Formada pela UESC em 2002, Danielle Patrocínio é Pós-Graduada em Enfermagem Neonatal, Pediátrica e Obstétrica, atuando em Sala de Parto na Assistência ao Binômio Mãe e RN há 10 anos. Professora em Campo Prático em Saúde da Mulher pela Faculdade Madre Tais e Estágio de Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica pela Faculdade de Ilhéus, coordena a equipe de Enfermagem Obstétrica do Hospital Materno-Infantil desde dezembro de 2021.

“O sentimento é de gratidão e o reconhecimento do trabalho vem em dose dupla. Na hora de colher os frutos do trabalho, é importante olhar para todos que sempre estiveram disponíveis para enfrentar ao seu lado os obstáculos que apareceram no caminho”, comentou Patrocínio sobre a sua indicação.

Carla Vecchier formou-se em Mogi das Cruzes (SP) e fez especialização na Faculdade Madre Thais, em Ilhéus. Trabalha no Hospital Materno-Infantil desde março de 2022. Para ela, o prêmio Anna Nery representa um reconhecimento, especialmente quando se fala em protagonismo da mulher, humanização no atendimento e pelo fim da violência obstétrica no parto dentro das maternidades. “Estes são temas que sou defensora e trabalho todos os dias para fazer acontecer”, resume.

Domilene, Lucimeire e o pequeno Raixavier, recém-nascido no Materno-Infantil
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Poucas horas depois do atendimento médico que recebeu no 1º Mutirão voltado para Mulheres e Crianças das Comunidades Tupinambá, onde realizou exames de pré-natal e ultrassonografia, a indígena Lucimeire Soares dos Reis, de 35 anos, deu entrada no Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, unidade onde nasceu o pequeno Raixavier. No mutirão, os exames apresentaram uma condição de normalidade para uma gestação de 37 semanas, mas havia uma alerta para a possibilidade de o parto acontecer nos próximos dias.

Lucimeire mora na aldeia Abaeté. São cerca de 2 horas de trajeto até a sede do município. Ela começou a sentir dores na coluna. Acionou a agente de saúde indígena. O carro transportou a paciente e ela foi internada na unidade de emergência obstétrica do HMIJS. Por volta das 2 horas da tarde de ontem, Raixavier nasceu com 3,845 kg e 48 cm. Ele é filho de Lucimeire com o indígena José Gomes, da aldeia Tamandaré. Ambos são da etnia Tupinambá. Hoje cedo Raixavier recebeu as primeiras doses das vacinas BCG e HB que, no Materno-Infantil, são aplicadas ainda no leito hospitalar.

Logo na chegada à maternidade, muitos atendentes de plantão que participaram do mutirão, reconheceram a paciente. “Nem sei o que dizer sobre o atendimento que tive. As pessoas preocupadas com a gente. Isso termina acalmando quem está no olho do furacão”, elogiou. A diretora do Hospital Materno-Infantil, Domilene Borges, disse que esse é, justamente, um dos objetivos das ações extramuro do hospital: estabelecer proximidade com o público que possa vir a ser atendido pela equipe do hospital.

CIRURGIAS

O diretor-médico do hospital, Samuel Branco, anunciou hoje (10) que com a triagem feita durante o mutirão, 11 cirurgias pediátricas foram direcionadas para a unidade e já estão, inclusive, sendo agendadas. Uma delas será a reconstrução intestinal de uma criança que está há dois anos com colostomia, intervenção que exterioriza uma parte do intestino grosso por meio da parede abdominal e é indicado quando o órgão não funciona adequadamente.

O Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio é a primeira maternidade 100 por cento SUS da região sul do Estado. Foi construído pelo Governo da Bahia, é administrado pela Fundação Estatal Saúde da Família e foi inaugurada em dezembro de 2021. Possui 105 leitos para obstetrícia, partos normal e de alto risco, pediatria clínica, UTIs pediátrica e Neonatal. Já ultrapassou a marca de cinco mil bebês nascidos na unidade em pouco mais de um ano e meio de funcionamento.

Samuel, no colo da mamãe Analícia, com Domilene Borges, diretora do HMIJS || Foto Maurício Maron
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Menos de dois anos após inaugurado, o Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio (HMIJS), em Ilhéus, alcançou a marca de 5 mil partos realizados, na noite desta terça-feira (8). Bebê de número 5 mil da maternidade, Samuel nasceu às 21h36min, de parto natural. E veio ao mundo com 51,5 centímentros e 3 quilos e 530 gramas.

O recém-nascido é o primeiro filho da dona de casa Analícia Campos, de 21 anos, e do ajudante de pedreiro Isaac dos Santos. O casal mora na zona rural, no limite entre os municípios de Ilhéus e Uruçuca, no Sargi.

Ao sentir as contrações, a família de Analícia acionou o Samu. Ela elogia a forma acolhedora com que foi recebida pela equipe do Hospital Materno-Infantil. “Não foi só quando cheguei, mas todo o atendimento feito”, assegura. “Foi uma sensação diferente”, reforça a mãe de Analícia, dona Eulice. A filha dela nasceu em casa e com um ano de vida foi diagnosticada como sendo uma PCD (Pessoa com Deficiência) física.

“Ter Samuel era um sonho. Estou muito feliz com tudo”, resumiu Analícia. Hoje, logo cedo, Samuel e Analícia receberam uma lembrança de boas-vindas da direção do HMIJS, em nome do estado da Bahia, Sesab e Fesf, entidade gestora do hospital em parceria com a Secretaria estadual da Saúde desde a sua inauguração.

Samuel ocupa o alojamento conjunto 13. Colaboradores programam para ainda hoje uma comemoração na porta da unidade para marcar o feito. A diretora-geral do HMIJS, Domilene Borges, afirmou que este número expressivo é fruto da dedicação da equipe, que desde a fundação do hospital tem por missão dar o melhor tratamento nesse momento tão importante na vida da mãe e do pai”.

Primeira maternidade 100 por cento SUS da região, o HMIJS já é uma referência no atendimento a obstetrícia e pediatria. O hospital tem 105 leitos de internação, sendo 10 de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neo) e 25 de semi-intensiva; capacidade para atender urgências e emergências de toda a região; além de cinco leitos no Centro de Parto Normal Intra-hospitalar. Projetado para atender a oito municípios da região de Ilhéus e mais 12 da região de Valença, o Materno-Infantil fechou ao ano de 2022 com atendimento a 110 municípios, sendo 90 da Bahia e 20 de outras regiões do País.

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Médicos adotam atividades lúdicas para reduzir a ansiedade dos pacientes de hospital infantil || Foto Divulgação
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Médicos, enfermeiros e estudantes internos de medicina do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio decidiram tirar o jaleco e se transformar em personagens da estória de Chapeuzinho Vermelho e o Labo Mau. A iniciativa de levar os personagens de Charles Perrault para os leitos teve como objetivo descontrair a criançada internada na unidade hospitalar, em Ilhéus.

Crianças internadas na enfermaria pediátrica do HMIJS passaram a manhã de sábado (29) convivendo de perto com os personagens, conversando com eles. Ainda receberam presentes ofertados pela própria equipe assistencial do hospital. O lúdico foi uma maneira para amenizar a ansiedade e ajudar na recuperação dos pacientes.

A diretora-geral do HMIJS, Domilene Borges, destaca que a iniciativa traz a proposta de oferecer um ambiente acolhedor, lúdico, ao paciente, mesmo ele estando em um ambiente hospitalar.

Médicos apostam em histórias infantis para ajudar na recuperação de pacientes || Foto Divulgação

Domilene Borges representou a personagem Vovozinha. A médica Lysia Souto, foi a Lobo Mau. Chapeuzinho Vermelho foi interpretada pela médica Lorena Porqueres. A médica Marta Anunciação fez a narrativa da estória, que contou também com a participação de outros colaboradores da instituição.

De acordo com Lysia Souto, o sentimento da criança internada é, em geral, de ansiedade para voltar pra casa. “A proposta é trazer conforto e alegria em um momento que não é tão comum na rotina deles”, assegura. “A ideia surgiu a partir do pensando na criança que sente falta do lar”, completa a médica Lorena Porqueres.

ATÉ O DIA DAS CRIANÇAS

Igor Vinícius, pai de um dos pacientes, também participou da iniciativa. “Quando a gente está com um filho doente, a gente espera, além da assistência do profissional, o atendimento de seres humanos, que vivenciam aquilo que o paciente está sentindo. E isso a gente encontra aqui”, elogiou. O “Contação de estórias” é um projeto-piloto no hospital. Inicialmente, será realizado aos sábados, pela manhã, e a programação será mantida com eventos até o Dia das Crianças, em Outubro.

Domilene Borges fala sobre conquistas e planos do Hospital Materno-Infantil de Ilhéus || Foto PIMENTA
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No final de 2021, o Governo da Bahia inaugurou o Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, na área do antigo Hospital Geral Luiz Viana Filho, na Conquista, em Ilhéus. Segundo o plano original, caberia à Prefeitura de Ilhéus administrar o novo equipamento, mas a ideia não foi à frente.

Desde sua abertura, a unidade é administrada pela Fundação Estatal Saúde da Família (Fesf-SUS). Nos dezoito meses em atividade, foram mais de 4.800 partos, 6.487 internações (sendo 353 de recém-nascidos que precisaram da UTI), 160 mil atendimentos e 204 visitas guiadas, segundo balanço da assessoria da instituição.

Nesta entrevista ao PIMENTA, a enfermeira Domilene Borges, que assumiu a direção-geral do Materno-Infantil em dezembro de 2022, fala sobre o desempenho do Hospital nos serviços prestados desde a inauguração; comenta iniciativas adotadas após a abertura da unidade; aborda desafios da gestão; e antecipa projetos que serão implementados nos próximos meses, com direito à ampliação do rol de cirurgias. Leia.

PIMENTA – O Hospital Materno-Infantil acaba de completar um ano e meio. Qual avaliação a senhora faz do trabalho desenvolvido até aqui?

DOMILENE BORGES – O Hospital nasceu para atender vinte municípios, oito da microrregião de saúde de Ilhéus e doze de Valença. Seguimos numa crescente de atendimentos e de demandas. Hoje, o Materno já é referência para toda a macrorregião sul da Bahia, englobando as regiões de Itabuna e Jequié, além de extremo-sul e sudoeste.

Se a gente pudesse dar nota objetiva ao desempenho da unidade, de zero a dez, qual seria?

A gente não pode falar nota dez, porque sempre existe alguma pendência. Somos uma unidade de média e alta complexidade, mas, para alguns serviços, ainda precisamos de referência em Salvador. Às vezes, acionamos a regulação para transferir a criança. Por isso, não falo que o Materno merece nota dez. Mas, dentro do que o Hospital pode ofertar e pela forma da assistência prestada aqui, eu dou dez, tranquilamente.

Mais de 4.800 mulheres já deram à luz no Hospital || Foto Maurício Maron

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Estamos adequando a unidade para acolher os povos originários.

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Quais serviços o Hospital oferece desde a abertura e quais foram implementados depois?

Desde a abertura, a obstetrícia e a pediatria de média e alta complexidade, com a UTI Neonatal e a UTI Pediátrica. Atendemos do nascimento aos 15 anos. Temos propostas perto da concretização, como a ortopedia pediátrica; o tratamento da fenda palatina, que é o lábio leporino; e a parte de cirurgia pediátrica, demanda enorme da região. Buscamos credenciamento da Sesab para as ligaduras eletivas. O Hospital já faz laqueadura, mas só quando o procedimento é associado à cesariana e a gestante manifesta interesse. Com a mudança da legislação, a gente passou a ter mulheres procurando a unidade em busca desse serviço. Também estamos adequando a unidade para acolher os povos originários.

Domilene: ouvimos a população

Como vai funcionar o projeto das doulas comunitárias?

A doula é uma figura muito forte para as mulheres na gestação e no parto. A ideia é ofertar esse serviço para todas as mulheres. O que a gente tem hoje? Há mulheres que podem pagar às doulas e são acompanhadas. A gente propõe que elas trabalhem voluntariamente no Hospital e possam dar atenção a todas as mulheres que venham parir aqui no Materno.

Hospitais públicos costumam ser sobrecarregados por demandas que deveriam ser atendidas nos postos de saúde ou em unidade de pronto-atendimento. Como a direção do Materno-Infantil lida com essa realidade?

Quando a criança chega na unidade, é acolhida e passa por uma triagem, que determina o grau de risco. Crianças com o perfil verde ou azul [de risco], que deveriam ser atendidas em unidades básicas de saúde ou de pronto-atendimento, são avaliadas duas vezes. Confirmado o perfil verde ou azul, encaminhamos à UPA, porta de entrada do município. Se não for [caso para unidade básica], a criança é atendida aqui. Tivemos reunião com o município e formatamos um fluxo para que essas pessoas não fiquem soltas na rede nem sem atendimento. Hoje, temos um ambiente mais tranquilo na entrada do Hospital.

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Ser mulher conta bastante, por conhecer os pontos mais sensíveis, as necessidades que as mulheres têm na gravidez e no parto.

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O que significa ser mulher no comando de uma instituição que se relaciona de modo específico com as mulheres e num momento da vida em que costumam estar mais sensíveis e, às vezes, vulneráveis?

Ser mulher conta bastante, por conhecer os pontos mais sensíveis, as necessidades que as mulheres têm na gravidez e no parto. Não que um homem não possa assumir uma unidade materno-infantil, claro que pode, mas a mulher vai ter esse olhar mais sensível e direcionado às necessidades do público feminino. A gente consegue pegar detalhes – coisas pequenas, mas necessárias para a mulher nesse momento – e trazer resposta em forma de serviço.

Como é a relação do Hospital com a comunidade?

Não consigo visualizar o Hospital só dentro do Hospital. A gente precisa do trabalho extramuro, estar presente na comunidade e mostrar o que oferecemos à população. Muitas pessoas não sabem o que o Materno-Infantil oferece. Trabalhamos com o Ministério Público, Defensoria Pública, Câmara de Vereadores. Recebemos secretários municipais da região para que eles conheçam o equipamento para o qual encaminham seus pacientes e como eles devem fazer isso. Trabalhamos com associações de moradores para irmos aos bairros. Ouvindo a população, obtemos retorno da qualidade do atendimento, sabemos quais são as demandas e vemos em que o Materno pode ajudar. Começamos a fazer essa escuta em Ilhéus. A intenção é levar aos vinte municípios da área de referência.

Quais são as demandas mais recorrentes que o Hospital ainda não atende?

Cirurgias pediátricas, de fimose e de hérnia e a parte de ortopedia pediátrica, uma fragilidade do SUS em Ilhéus. Escutamos isso em todos os lugares. Acredito que, dentro de 30 a 60 dias, a gente já comece a ofertar alguns desses serviços.

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Aparecerão novas demandas, mas a gente precisará avaliar. Não adianta ampliar muito e não ter como acolher a população.

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O que a gestão do Hospital tem como objetivo para o próximo ano?

A gente espera que o serviço de ortopedia e as cirurgias já estejam disponíveis para toda a região. Queremos implantar as cirurgias na parte de otorrino e a parte de laqueadura. São projetos que a gente quer implantar ainda neste ano, mas que, a partir do próximo ano, estarão rodando melhor. Aparecerão novas demandas, mas a gente precisará avaliar. Não adianta ampliar muito e não ter como acolher a população. A gente precisa continuar ofertando nosso serviço com a qualidade de hoje. Não quero macas nos corredores e crianças do lado de fora esperando atendimento. Temos o cuidado de planejar a ampliação do serviço dentro da capacidade de oferta.

Abraço coletivo em visita da comunidade LGBTIAPN+ || Foto Maurício Maron

Como vai o diálogo da instituição com a comunidade LGBTIAPN+?

A gente está começando a conversar para ver como o Hospital pode se inserir nesse universo e ajudar nas demandas por saúde, principalmente da população trans. Realizamos um seminário para nossos trabalhadores, para que eles consigam entender a necessidade de estarmos preparados para acolher esse público.

Estudantes de Enfermagem da Unex dão dicas e alertas a mães de recém-nascidos
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Maurício Maron

Uma mãe de “primeira viagem” sabe como proceder para socorrer o recém-nascido em caso de um engasgo durante a amamentação? E se ocorrer alguma queimadura, o que fazer? Como deixar esticado o lençol do berço para não causar nenhum perigo de sufocamento durante o sono da criança? Qual a melhor posição para o bebê dormir?

Esses e outros esclarecimentos foram feitos por estudantes do 7º semestre de Enfermagem da Universidade de Excelência (Unex), de Itabuna, ao visitarem, na tarde de terça-feira (13), puérperas e familiares que aguardavam alta no Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus.

A atividade, uma parceria da universidade com o Núcleo de Educação Permanente do hospital, teve como principal objetivo fazer com que os alunos pudessem interagir com pacientes diante de situações que comumente encontrarão nos hospitais, em uma ação aliada à promoção de saúde vista não apenas com a tratativa da doença mas, sobretudo, da prevenção. “Muitos incidentes podem ser evitados quando se há conhecimento de como agir na hora certa”, alerta o professor da Unex, Eduardo Oliveira.

CALMA E MANEIRA CORRETA

Este sentimento também é de Aline da Conceição, mãe de Ághata. A primeira filha dela nasceu no domingo. “Sempre tive receio de não saber lidar em situações de risco. Na hora a pessoa entra em desespero, nem sabe o que faz, né? Agora entendo que é preciso manter a calma e fazer o melhor e o correto, já que aprendi o que fazer”, afirmou.

Ela e Benival, o esposo, ouviram atentamente a um dos grupos de estudantes. O casal é de Morro de São Paulo e retorna nas próximas horas para casa. “Quantas vezes quando não temos informação e erramos ao tentar socorrer”, reconhece Benival.

Uma das palestrantes, a estudante Eduarda Santana visitou pela primeira vez o hospital. “Amei o espaço”, comentou. “Todas as mães deveriam passar por aqui. Pela referência que é. Ajuda as mães num processo que é bonito, mas que, também, pode ser difícil. Era bom que todos os lugares pudessem ter um hospital como esse”, concluiu.

O professor Eduardo considera esta experiência, na prática, imensurável para os alunos que estão em processo de formação. “Nem sempre eles têm a oportunidade de usufruir de um equipamento de saúde com alta complexidade e que atenda a população com a excelência que é aqui”, elogiou.

Domilene Borges: Joaquim Sampaio como hospital-escola e residência médica

 HOSPITAL-ESCOLA

Segundo a diretora-geral do Joaquim Sampaio, Domilene Borges, o Hospital tem sido um importante campo de prática para estudantes de cursos técnicos e superiores da região. Além de visitas-guiadas e realização de práticas observadas por professores e profissionais do hospital, o Materno-Infantil abriga, em regime de internato, 50 graduandos do quinto e sexto anos de medicina, com o objetivo de que estes alunos tenham uma vivência prática em Obstetrícia e Pediatria.

O perfil de hospital-escola é preparatório para o HMIJS dar, em breve, um passo além, que é o de implantação da sua residência médica, quando o profissional está formado e tem o registro no Conselho Regional de Medicina (Cremeb) de seu estado.

De acordo com a coordenadora do Núcleo de Educação Permanente, enfermeira Ayalla Rodrigues, o projeto de hospital-escola proporciona ao aluno uma formação técnico-científica humanizada, que é o perfil do hospital, e todos ganham com o protagonismo do estudante. “Isso tudo possibilita a consolidação da teoria aprendida em sala de aula disponibilizando um cenário acolhedor. Em contrapartida, o discente atua como protagonista na educação em saúde a beira-leito no trinômio mãe, acompanhante e sociedade”, destaca.

Hospital Materno-Infantil toma atitude drástica frente ao aumento de casos de SRAG
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A cada 10 atendimentos realizados, nos últimos dias, no setor de Pediatria do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, oito foram de pacientes que apresentavam sintomas da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Devido a esta situação, que também se estende a outras regiões da Bahia, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) determinou que a UTI Pediátrica do HMIJS passe a receber, por tempo indeterminado e via Sistema de Regulação, somente pacientes com perfil respiratório a fim de operar de forma mais resolutiva no atual cenário epidemiológico.

Pacientes que estavam internados na UTI Ped da unidade com outros perfis de diagnóstico já foram transferidos para outras unidades do estado, garantindo a estes a total segurança e assistência integral do estado através do Sistema Único de Saúde (SUS).

Diretores e coordenadores do HMIJS, na última semana, se reuniram para montar o plano estratégico de atendimento ao perfil temporário. Os 10 leitos de UTI Ped existentes serão adaptados para abrigar seis pacientes. A diminuição provisória ocorre com o objetivo de manter um razoável distanciamento entre os leitos que serão ocupados.

VISITAS SUSPENSAS

O Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e a Coordenação do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) do Hospital Materno-Infantil emitiram Nota Técnica, na última quarta (3), anunciando que a visita nas UTIs Pediátrica, Neonatal e Intermediária estarão suspensas até a melhora nos índices de casos de síndromes gripais.

Os acompanhantes passarão a ser fixos, havendo troca apenas de 12 em 12 horas e não devem circular pelas dependências do hospital. No caso da UTI Ped, os acompanhantes farão as refeições junto com os pacientes. Nas UTIs Neonatal e Intermediária haverá um maior controle de acesso à Sala de Estar das mães.

Direção do Hospital Materno-Infantil emite nota de esclarecimento
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A direção do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, emitiu nota pública sobre atendimento prestado ao paciente Arthur Miguel Silva Santos, de 2 anos, internado na unidade. De acordo com a instituição, o caso da criança foi objeto de informações falsas divulgadas nas redes sociais e reproduzidas em meios de comunicação.

Segundo a nota, o paciente deu entrada na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Avenida Esperança, também em Ilhéus, com sintomas gripais que evoluíram para uma pneumonia. De acordo com informações da família, os primeiros sintomas surgiram uma semana antes da ida à UPA.

Ainda conforme a nota, foi constatada a necessidade de exame de imagem, recurso não disponível na UPA. Por isso, a criança foi encaminhada para o Hospital, onde passou por tomografia torácica. Após o procedimento, Arthur foi reencaminhado para a UPA e, lá, foi descoberto que sofrera derrame pleural. Dessa forma, ele voltou ao Hospital, no último dia 19, e fez uma drenagem do tórax.

O estado de saúde da criança foi estabilizado, no entanto, na madrugada de hoje (23), Arthur voltou a se queixar de desconforto respiratório, e o médico plantonista, por precaução, solicitou a internação dele em um dos leitos da UTI Pediátrica da própria unidade, evitando a transferência para outro hospital. Portanto, conforme a nota, a vaga do paciente na UTI está assegurada.

“Lamentamos profundamente que notícias falsas a respeito dos encaminhamentos tomados pelo hospital sejam manipuladas e viralizadas equivocadamente por pessoas que têm outros interesses que não são o da verdade e o da responsabilidade com a informação”, diz trecho da manifestação do Hospital.

Mais à frente, a direção do Materno-Infantil reafirma respeito às pessoas “que necessitam de atendimento pautado pelo acolhimento, universalidade de acesso ao serviço de saúde em todos os níveis de assistência, igualdade de assistência à saúde, sem privilégios de qualquer espécie e direito à informação às pessoas assistidas sobre sua saúde”.

Com doença hereditária, criança é operada no Hospital Materno-Infantil de Ilhéus
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O pequeno Davi Santos Souza ganhou a oportunidade que o pai e o avô não tiveram para lutar contra a mesma doença, a osteogênese imperfeita. O mal hereditário também é conhecido como “ossos de vidro”, segundo o médico ortopedista Gustavo Bahia, do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus. Internado na unidade, o menino se recupera da cirurgia a que foi submetido para prevenir lesões decorrentes da fragilidade de seu tecido ósseo. Com nove anos, ele já sofreu nove fraturas na região dos quadris e das pernas.

A primeira foi aos quatro anos, no pé. Seis meses depois, jogando bola, fraturou a tíbia. Com cinco anos, o fêmur. Já quebrou a perna ao tentar vestir uma simples bermuda. Seria uma fratura exposta não fosse a agilidade da mãe ao socorrê-lo. Davi sofre de osteogênese imperfeita, uma doença rara e hereditária que prejudica a formação dos ossos e os torna frágeis. O pai é cadeirante e sofre da mesma alteração óssea. O avô, também sofria. Ela é causada por genes defeituosos que afetam o modo como o corpo produz colágeno, uma proteína que ajuda a fortalecer os ossos.

Davi está internado desde o dia 11 no Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus. Ele precisou implantar uma haste telescopada na perna esquerda. É um método de prevenção de fraturas em crianças e adolescentes em fase de crescimento. Um diagnóstico de intervenção cirúrgica que não é tão recente assim. Mas que a família vinha lutando para conseguir realizar. O Sistema Único de Saúde (SUS) não paga pela haste.

Desde que a mãe suspeitou da doença, foram inúmeras as idas e vindas ao hospital especializado, no Subúrbio de Salvador, onde realizou consultas de rotina. O sofrimento da criança – explica Luana dos Santos, de 25 anos -, começava desde o transporte na ambulância. “Ele sentia muitas dores até quando passava por um quebra-molas. Havia também o risco dele sofrer novas fraturas”, revela. Esta semana ele fez mais uma viagem para uma consulta em Salvador. A família chegou a ser aconselhada a ingressar na justiça para garantir a aquisição da haste e a cirurgia do filho. Mas sempre teve a consciência de que o processo seria lento demais para um caso que exige rapidez na solução.

CHEGADA

Domilene Borges acompanha atendimento de Davi

A história de Davi começou a mudar no mais recente acidente ocorrido com ele. Na nona fratura ocasionada ao tentar descer do sofá, Davi precisou ser socorrido pelo Samu, que o trouxe pela primeira vez para o HMIJS. O hospital não conta com um centro de ortopedia pediátrica, mas acolheu Davi e o colocou na tela do sistema de regulação do estado. O provável destino seria, mais uma vez, a capital, Salvador. “Não sei explicar. Logo que cheguei percebi que aqui era um lugar diferente, acolhedor, humanizado. Senti a energia positiva das pessoas e percebia que algo de bom iria acontecer”, disse a mãe de Davi.

A energia sentida por Luana resultou em uma grande corrente de solidariedade. A Fundação Estatal Saúde da Família (FESF SUS) e o Governo da Bahia, através da Superintendência de Atenção Integral à Saúde, departamento responsável pela área hospitalar da Sesab, firmaram um acordo para que a haste pudesse ser adquirida e a cirurgia realizada no próprio Hospital Materno-Infantil. Uma equipe médica foi contratada para a realização da intervenção cirúrgica, sob a responsabilidade do ortopedista pediátrico Gustavo Bahia. Na última quarta-feira, o hospital recebeu um “Arco Cirúrgico”, equipamento fundamental para este tipo de cirurgia, que garante aos profissionais executores uma maior compreensão das estruturas e precisão dos movimentos.

Nos últimos dias, foram inúmeros os encontros com paciente, familiares e equipe médica, planejando todo o procedimento. “É um milagre. Não tínhamos perspectiva da cirurgia nem mesmo em outro lugar por que ela é muito cara. E ele a teve perto de casa, sem custo”, revela Luana. Nesta terça-feira (03), pela manhã, o centro cirúrgico do hospital viveu um momento histórico. Realizou três intervenções cirúrgicas ortopédicas. Dentre elas, a primeira, a de Davi.

LIMITES COM DIAS CONTADOS

Luana, a mãe de Davi, lembra que durante todo este tempo em que lutou pela cirurgia do filho, ele estudou apenas dois anos em um ambiente físico de escola. “Davi aprendeu a ler e a escrever em casa, sozinho, sem professor. A sala de aula dele é na cama. Quando tinha uma dúvida ele acionava a professora pelo celular”, revela. Brincadeiras com as outras duas irmãs e com os amigos da rua, eram impossíveis de acontecer. “Vez por outra a gente colocava ele numa cadeira de rodas e levava rapidamente à porta de casa”, explica a mãe de Davi. Mas era sempre uma iniciativa tensa, por conta dos cuidados que todos precisavam ter.

“Ele sofria muito. Toda vez que fraturava um osso ele me perguntava: por que isso só comigo? Eu tinha medo que tudo voltasse a acontecer”, esclarece. Luana e Davi não vêem a hora de voltar a uma rotina de normalidade. “Davi está feliz. Tem confiança de que vai voltar a andar. O que ele quer mesmo é ser uma criança normal. Só isso”, resume, emocionada.

Domilene Borges (de vermelho) e parte da equipe do hospital em encontro com jornalistas
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O Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, acolheu pacientes de 110 cidades baianas e de outros estados, segundo balanço divulgado hoje (16) pela unidade, que foi construída no terreno do antigo Hospital Geral Luiz Viana Filho e inaugurada em dezembro de 2021.

O hospital foi projetado para atender à população de oito municípios da microrregião de saúde de Ilhéus e outros doze da região de Valença, no baixo-sul do estado. Além dos 20 municípios pactuados, o hospital abrigou pacientes de mais 70 cidades de outras regiões da Bahia e de 20 cidades de outros estados da federação.

Ainda no ano passado, a maternidade registrou o nascimento de 3.117 bebês, 5.032 internações e 7.065 atendimentos ginecológicos e obstétricos. Também atendeu 230 recém-nascidos na UTI Neonatal da instituição e aplicou 4.706 doses de vacinas. De acordo com a coordenação de Planejamento, Monitoramento e Avaliação dos Indicadores Hospitalares, a cada 100 bebês nascidos na unidade hospitalar, 98 passaram pelos testes de triagem neonatal (pezinho, ouvido, coraçãozinho e linguinha).

Com 105 leitos destinados à obstetrícia, à gestação de alto risco, pediatria clínica, UTI neonatal, UTI Pediátrica e centro de parto normal, integrados à Rede Cegonha e atenção às urgências e emergências, o Materno-Infantil é administrado pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF SUS), funciona 24h, tem acesso por demanda espontânea, sendo referenciado por parte significativa da região sul da Bahia. O investimento do Estado foi de aproximadamente R$ 40 milhões, somando obras e equipamentos.

VISITA GUIADA

Na semana passada, uma visita guiada marcou o encontro de diretores do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio com profissionais de comunicação do sul da Bahia. O encontro serviu para a diretora-geral Domilene Borges apresentar os principais resultados obtidos pela unidade em 2022.

“Os números apontam para resultados extremamente significativos, que nos inspiram a construir um ano de 2023 com outros avanços e novas ofertas de serviços que beneficiarão a população regional”, assegurou Domilene. Além da gestora, participaram do encontro a diretora-médica Esther Vilela; o diretor-administrativo Carlos Sena Gomes; a diretora de Enfermagem Sheila Melo; e a diretora de Integração e do Cuidado, Jeanne Oliveira.

Domilene deixa coordenação do NRS-Sul para dirigir hospital ilheense
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Após três anos e meio, a enfermeira Domilene Borges deixou a coordenação do Núcleo Regional de Saúde Sul para assumir a direçã0-geral do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus. Ela substitui a psicóloga Aline Costa, que dirigiu o Hospital por um ano e, agora, é diretora da Maternidade Regional de Camaçari.

Domilene é pós-graduada em Saúde Pública pela Faculdade Estácio de Sá e em Gestão em Saúde pela Fiocruz. Atualmente, curso o mestrado em Administração de Serviços de Saúde da Universidade de Ciências Empresariais e Sociais (UCES), de Buenos Aires.

Com larga experiência na gestão pública, ela já foi secretária de Saúde dos municípios de Floresta Azul, Itapé, Buerarema, Ibicaraí e Uruçuca. No período em que esteve à frente do Núcleo Regional de Saúde, atuou em apoio e monitoramento das ações dos 68 municípios ligados ao órgão, situados nas regiões de saúde de Ilhéus, Itabuna, Jequié e Valença.

Anunciada como nova diretora do Hospital nesta terça-feira (20), em solenidade presencial e por videoconferência, Domilene Borges reafirmou o compromisso da construção do protagonismo da única maternidade 100% SUS da região. Segundo ela, o Governo da Bahia e a Fundação Estatal de Saúde da Família (Fesf), responsável pelo Materno-Infantil, dialogam para ampliar os serviços prestados pela unidade hospitalar a partir de 2023.

Ao lado de Ricardo Mendonça, Deizimeire Souza assina termo de cooperação
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A Cooperativa de Catadores Consciência Limpa (Coolimpa) vai prestar serviço de coleta seletiva ao Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, conforme termo de parceria e cooperação assinado junto à Fundação Estatal Saúde da Família (Fesf-SUS), responsável pela unidade hospitalar. No ato, a cooperativa foi representada por sua presidente, Deizimeire Souza, e a fundação, pelo diretor-geral Ricardo Mendonça.

Além de assegurar a destinação correta de materiais plásticos e papelões descartados no hospital, a parceria ajudará a Coolimpa a bater a meta de produtividade do programa Dê a mão para o futuro, da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos.

Hoje, os trinta associados da cooperativa coletam 30 toneladas de materiais recicláveis por mês. Com a nova parceria, o grupo pretende ultrapassar a marca de 40 toneladas, estabelecida como produção mínima para permanência no programa.

“Somente com os resíduos do hospital, pelo tamanho e grandiosidade que ele representa, acreditamos que atingiremos a meta mínima necessária e será um grande passo para nós avançarmos”, vaticinou Deizimeire.

CONQUISTAS E CARÊNCIAS

Outra exigência do Dê a mão para o futuro é a emissão de nota fiscal do material negociado pela cooperativa. A primeira contrapartida conquistada pela Coolimpa foi a doação de um caminhão de pequeno porte, usado na coleta do material de ruas e estabelecimentos empresariais.

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) também é parceiro importante da Coolimpa, segundo a presidente. Com o auxílio da Promotoria Ambiental de Ilhéus, o grupo construiu quatro galpões.

Apesar dessas conquistas, Deizimeire Souza explica que a cooperativa ainda tem carências que estrangulam sua produção. Falta-lhe uma prensa profissional e seus galpões não têm energia elétrica. ”Por conta desta limitação na infraestrutura, temos muitos associados que ainda tiram meio salário por mês. É muito pouco”, lamenta a presidente da Coolimpa.