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… DESDENHA DE RELATO

Ialorixá é recebida em audiência pelo governador Jaques Wagner (Foto Manu Dias).

A ialorixá Bernardete Souza Ferreira foi recebida nesta quarta, 10, pelo governador Jaques Wagner e relatou como ocorreu a tortura a qual diz ter sido submetida por parte de sete policiais militares no dia 23 de outubro, no assentamento Dom Helder Câmara, em Ilhéus. A audiência teve a participação de deputados, os comandos das políciais civil e militar, dos secretários César Nunes (Segurança Pública) e Luiza Bairros (Promoção da Igualdade).
O governador exigiu apuração rigorosa e o comandante da PM, Nilton Mascarenhas, prometeu acompanhar o caso. A polícia informou que os policiais envolvidos estão afastados do trabalho de rua.
Apesar da promessa de Wagner, o corregedor da PM, Souza Neto, criou nova polêmica ao afirmar que não há como comprovar que a ialorixá foi torturada e, ainda, lançada em formigueiro, além da intolerância religiosa. “Não serão comprovadas de jeito nenhum”, disse ele numa entrevista ao Correio.
– Não teve ninguém colocado em formigueiro. Aliás, nem tem formigueiro. O que existe é uma grama rasteira com algumas formigas – afirmou o corregedor.
Para o advogado da ialorixá, Valdir Mesquita, não há surpresa com relação ao “comportamento corporativista” de Souza Neto. Conforme a reportagem, a esperança da vítima e dos movimentos sociais é com a investigação da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual.