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Do Política Etc

Ninguém pode desconsiderar a força do PT no campo da esquerda em Itabuna, ainda mais com suporte estadual e federal. Mesmo assim, a maneira como o partido procura afirmar essa força confirma uma arrogância já apontada neste blog.

A soberba se revela nas respostas do deputado federal Geraldo Simões, em entrevista concedida ao PIMENTA. Em toda a conversa, o político deixa claro que não haverá brechas para partidos aliados que pretendam ocupar a cabeça de uma chapa com apoio do  PT. Esta legenda continua reivindicando para si o protagonismo do bloco de centro-esquerda em Itabuna.

Vá lá que reivindique, mas o tratamento aos aliados chega a ser desrespeitoso. O PCdo(0,4%)B, por exemplo, é menosprezado como partido, e o “companheiro” Claudevane Leite – que ensaia uma pré-candidatura, terá que se enquadrar à sua pouca importância dentro do PT. Se for às prévias, como sugere o deputado, será atropelado pelo já conhecido rolo-compressor. Caso se mostre rebelde e insista em ser candidato, a porta da rua é serventia da casa. Tudo de acordo com os princípios democráticos.

Sobrou arrogância também quando o deputado atribui à equipe de marketing da campanha todo o ônus da derrota de Juçara Feitosa em 2008. Os pobres marqueteiros arcaram com a responsabilidade integral pela pouca aceitação do “produto”, sem direito nem sequer a uma reflexão sobre as qualidades e defeitos inerentes ao mesmo. Mas isso é praxe: quando no governo, alguns políticos também costumam responsabilizar a comunicação e/ou o marketing pelos desacertos deles.

Em gozo de juízo perfeito, ninguém vai imaginar que o PT entregue graciosamente o cavalo selado, quando dispõe de todas as condições para tomar a rédea do processo. Isso não existe em política. O que incomoda é a tal da arrogância, de quem afirma que uma pesquisa feita a um ano e dez meses das eleições pode determinar que todos os partidos de esquerda se posicionem a reboque do PT.

A petista Juçara Feitosa chegou a estar em primeiro lugar na eleições de 2008, até ser atropelada por um inusitado Capitão Azevedo, que de pulo em pulo chegou a uma vitória com ampla margem de votos. Mas, e as pesquisas?

E Geraldo Simões, que em 1992 começou a corrida sucessória com 2% das preferências e terminou com uma belíssima vitória, de lavar a alma de quem não aguentava mais o fernandismo…

Para felicidade do PT, o partido naquela época se apresentava com mais humildade.

Ricardo Ribeiro

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Além de enfrentar a resistência do antigo aliado, o PCdoB, o PT itabunense também enfrenta turbulência interna com o desejo do vereador Claudevane Leite de ser o nome petista na sucessão de 2012. Até então, Juçara Feitosa ou Geraldo Simões eram os nomes que figuravam internamente, apesar de insatisfações publicamente já conhecidas.

O PIMENTA ouviu o deputado federal Geraldo Simões sobre essa disputa interna, o desejo do PCdoB de ser o cabeça de chapa do consórcio com o PT em 2012 (é isso ou divórcio…), a gestão municipal, os arranhões na imagem do parlamentar e da esposa e novamente prefeiturável, Juçara Feitosa.

O parlamentar também faz uma análise da derrota sofrida pela esposa, Juçara Feitosa, em 2008. E atribui o insucesso à equipe de marketing, que “foi muito ruim”. Confira abaixo:

2012 é “ali” e dentro do PT fala-se em três nomes: o seu, o de Juçara e o de Vane. Como ficará a situação de Vane, que pode até sair do partido para candidatar-se a prefeito?
Ele conhece as regras do partido. Elas valem para Lula, Juçara, para ele, para qualquer um petista. Quando se tem mais de uma candidatura, fazemos a prévia e os vencidos têm que acatar [o resultado dela]. Não se pode impor. Agora, se não concordo em ir para as prévias, procuro um partido que me garanta a candidatura.

O PT abriria mão de Vane sem buscar o mandato do vereador?
Se até casamento se desfaz, imagine filiação partidária. Falando por mim, eu não tomaria o mandato.

O senhor não entrará na disputa, não pensa em ser candidato a prefeito?
Olha, Lula ganhou na quarta eleição e não perdeu aliados. Todas as eleições que perdemos nós fomos bem. Itabuna perdeu oito anos com os últimos resultados daqui. Como a gestão está muito ruim, todos acham que eu devo ser candidato. Não sei se isso resolve.

Mas qual será seu posicionamento?
Pra mim, o que resolve é a articulação de forças políticas que devem contar muito com os governos federal e estadual. Mas não basta ser apenas aliado. Isso é importante, mas não é suficiente. São mais de 5,5 mil municípios, e mais de 4 mil são de prefeitos da base. E com a criação do PDB isso tende a aumentar ainda mais.

O PCdoB tem todo direito de ter candidatura. Mas você viu os números [da pesquisa Compasso]?

Quando o deputado cita articulação de forças, deve ter em vista que o PCdoB fala em voo solo. E aí?
O PCdoB tem todo direito de ter candidatura. Mas você viu os números [da pesquisa Compasso]? Deve-se ter em mente qual é o objetivo: o que querem é o crescimento do partido ou a recuperação da cidade? A cidade só tem perdido ao longo desses seis indo para sete anos nas mãos do DEM. Vamos insistir na aliança com o PCdoB, com o PPS, PP, PSB, com um conjunto de forças, para 2012.

Mas o PCdoB quer a cabeça de chapa. O PT topa ceder dessa vez?
Mas ceder como? Com estes números que temos hoje? Juçara é a primeira na pesquisa [Compasso]. Para ceder a cabeça de chapa, creio eu, teríamos que ser superados. O PT é o primeiro partido na preferência do eleitor. 26,7% preferem o PT em Itabuna. O segundo é o DEM, com 4,7%. O PCdoB tem 0,4%.

Apesar das intenções de voto, há também rejeição alta tanto em relação ao seu nome como ao de Juçara.
Essa rejeição alta foi na eleição de 2008. Hoje não é mais assim. Pode consultar qualquer pesquisa. E o que dizem de Juçara: “ah, ela é durona”. E de mim, dizem que sou ficha-suja e não cumpro acordo.

Olha, veja essa questão de Juçara. É igual a Dilma. Por que perdemos a eleição de 2008? Perdemos porque a nossa equipe de marketing foi muito ruim.

Mas as urnas…
Olha, veja essa questão de Juçara. É igual a Dilma. Por que perdemos a eleição de 2008? Perdemos porque a nossa equipe de marketing foi muito ruim. Os adversários diziam que Juçara não gostava de pobre e era durona. Mas quem foi que implantou os principais programas sociais de Itabuna? Quem criou o Alimenta Itabuna? Além disso, executamos ações para redução da violência entre os mais jovens.

O senhor insiste com Juçara. E Vane, estaria sendo desprezado?
Não, não estou desprezando, mas há uma provocação sistemática da outra parte. O que se tem é que colocar o nome para que o partido decida, via prévia, quem será o candidato.

O senhor falou de Juçara, mas o que responde em relaçã ao estigma de político ficha-suja e que não cumpre acordos?
Olha, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já deixou claro que não sou ficha-suja. Fui reeleito deputado. Na análise das minhas contas não há condenação por superfaturamento ou por obra que não foi feita.

Ubaldo rompeu comigo [no segundo mandato] e aí fui obrigado a tirar os cargos. Mas nunca tirei salário, carros e diárias dele, como outros já fizeram.

E, afinal, o senhor cumpre ou não cumpre acordo?
Qual acordo que não cumpri? Queria saber. Se você pegar Xavier, ele me ajudou na eleição [de 1992], foi meu vice e foi comigo até o final. Ubaldo rompeu comigo [no segundo mandato] e aí fui obrigado a tirar os cargos. Mas nunca tirei salário, carros e diárias dele, como outros já fizeram. E o que ele queria? Queria ser secretário de Saúde, mas eu priorizei Renato Costa, indicando Edson Dantas para a Pasta. Todos os partidos que me ajudaram a ganhar eleição, tiveram cargos no governo.

O senhor foi tachado de “inadimplente da palavra” justamente por não cumprir acordos. E quem assim o rotulou foi o ex-deputado Renato Costa.
Mas como inadimplente? Eu fiz tantos acordos, e cumpri todos. Agora, digo que nós temos um partido credenciado para administrar a cidade e já o fez por duas vezes. Temos hoje presidente da República, governador de Estado e uma candidata preparada para desenvolver este trabalho aqui.

Então, o senhor insiste no nome de Juçara?
O que tinham contra Juçara em 2008 era o preconceito contra a mulher, que também se manifestou contra Dilma, mas a equipe da presidente foi mais capaz do que a nossa para rebater isso. Era preconceito contra a mulher, que está se reduzindo com o bom início de gestão de Dilma. E isso vai ajudar [Juçara, em 2012].

Hoje a realidade é outra e será muito importante mostrarmos o que Juçara fez enquanto secretária de Desenvolvimento Social

Então o senhor descarta participar como candidato?
Nessa situação e com os números que as pesquisas mostram, com Juçara liderando largamente? Dificilmente o cenário se alteraria com o meu nome na disputa. Hoje a realidade é outra e será muito importante mostrarmos o que Juçara fez enquanto secretária de Desenvolvimento Social. Ela deu um show de competência administrativa.

E qual será a prioridade do seu novo mandato?
Nós temos defendido junto aos governos três ações que se complementam: a criação da universidade federal em Itabuna, do pólo têxtil e do distrito industrial de Itabuna. A nossa cidade precisa ser compensada pelos grandes investimentos que estão sendo feitos em Ilhéus. Eu defendo uma universidade federal multicampi.

O polo têxtil ainda vem, mesmo após três anos de discussões?
É uma das prioridades do meu mandato. Há pressões de grupos para que o pólo vá para o Oeste ou Salvador, assim como existem grupos pressionando para que seja instalado em Conquista. Por A mais B, estamos provando que Itabuna é o melhor lugar, tanto pela logística como pelo apelo de termos aqui uma grande indústria, que é a Trifil. Agora, o Distrito Industrial não será algo mambembe, não. Teremos que criar espaço e condições para atrair grandes empreendimentos. Ou se faz isso, ou Itabuna ficará de fora de todo esse processo que começa a ocorrer em Ilhéus.

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As últimas sondagens eleitorais em Itabuna têm mostrado um quadro adverso para o prefeito Capitão Azevedo (DEM). Na mais nova e feita pela Compasso Consultoria, Azevedo aparece atrás até de Fernando Gomes, que deixou o governo com rejeição superior a 70% em 2008.

A Compasso simulou cenários com os nomes de Juçara Feitosa (PT), Azevedo, Fernando Gomes (PMDB), Wenceslau Júnior, Luís Sena e Davidson Magalhães (estes três últimos do PCdoB), mas sem testar o nome do deputado federal Geraldo Simões (PT), esposo de Juçara.

Quando o nome de Fernando aparece em cenário com Juçara e Azevedo, a petista situa-se em primeiro lugar, Fernando em segundo e o prefeito em terceiro. Se o cenário é de Azevedo x Juçara, a candidata derrotada em 2008 aparece com quase 40 pontos percentuais à frente do seu algoz nas urnas.

Azevedo terá que acelerar obras, tirar algumas do papel e dar muitos pulinhos (na periferia e no centro) para reverter a queda abrupta na avaliação pessoal que a população passou a ter dele (vide resultados divulgados na sexta, aqui no PIMENTA). Os comunistas podem ter chance caso consigam atrair o eleitorado com boas propostas e se contrapor à antiga polarização fernandistas-azedistas x geraldistas.

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Marco Wense

O “rebelde” Vane, se quiser realmente ser candidato a prefeito, tem que buscar abrigo em outra legenda, sob pena de ser triturado na convenção do PT.

O ex-prefeito Geraldo Simões, que já governou Itabuna por duas vezes, sabe que a próxima sucessão municipal é fundamental para sua sobrevivência política.

O “senhor de ferro” do PT de Itabuna não suportaria uma terceira derrota consecutiva. Um fracasso na eleição de 2012 pode significar o começo do fim da sua vida pública.

Sua re-reeleição para deputado federal, depois de perder duas eleições seguidas para a prefeitura de Itabuna – Fernando Gomes (2004) e Capitão Azevedo (2008) –, ficaria em situação de risco.

Como não bastasse essa assombração futurista, projetada para o ano eleitoral de 2012, Geraldo Simões tem pela frente a pré-candidatura do vereador petista Claudevane Leite – o Vane do Renascer.

É evidente que o “rebelde” Vane, se quiser realmente ser candidato a prefeito, tem que buscar abrigo em outra legenda, sob pena de ser triturado na convenção do PT.

A pretensão de Vane, buscando sua condição de prefeiturável, é legítima e democrática. O vereador, além de contar com a solidariedade do deputado Josias Gomes, tem o apoio de centenas de petistas.

Para os vanistas mais otimistas – alguns em intempestivo estado de euforia –, o crescimento da candidatura do vereador se deve ao trabalho realizado pelo MEAV (Movimento Evangélico de Apoio a Vane).

Além do lançamento de candidatura própria pelo PCdoB, se coligando com o PMDB, o PT de Geraldo Simões sabe que a falta de confiança dos partidos no ex-prefeito é mais um obstáculo para ser removido.

Geraldo Simões vai ter dificuldades com as legendas e suas respectivas lideranças, principalmente com os partidos que compõem a base aliada do governo Wagner.

Como não quer ser o candidato do PT na sucessão do demista Azevedo, Geraldo tem uma espinhosa missão: convencer o governador Wagner de que o nome de Juçara Feitosa é melhor do que o dele.

O chefe do Executivo estadual não esquece a esmagadora vitória do Capitão Azevedo – 12 mil votos de frente – sobre a petista Juçara Feitosa na sucessão de 2008.

Os meninos do Partido Comunista do Brasil não podem jogar fora a grande oportunidade de conquistar o cobiçado Centro Administrativo Firmino Alves.

A bola da vez é o PCdoB. Se a legenda não lançar candidatura própria, ficando novamente como apêndice do petismo e favas contadas de Geraldo Simões, vai ficar isolada na sucessão de 2016.

Para ganhar ou perder, o PCdoB deve marcar sua posição na competição eleitoral que se aproxima, seja com Davidson Magalhães, Luis Sena ou o vereador Wenceslau Júnior.

Uma chapa encabeçada por Davidson Magalhães, diretor-presidente da Bahiagás, tendo na vice Gustavo Lisboa, atual secretário municipal de Educação, vem sendo articulada nos bastidores.

É bom lembrar que Gustavo Lisboa, que faz um bom trabalho na educação, não é filiado a nenhum partido. Sua ida para o PMDB pode acontecer sem traumas.

Reafirmo que o insucesso do geraldismo no processo sucessório de 2012, com uma terceira derrota consecutiva, é o começo do fim da carreira política de Geraldo Simões.

Marco Wense é articulista da Contudo.

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De um lado, vejo Juçara pronta, ávida, só aguardando a sua vez de assumir essa cidade massacrada pelo desdém. Do outro lado, vejo Maria Alice sempre atuante.

Manuela Berbert

A mulher deixou de ser o sexo frágil há muito tempo. Hoje, ela sai para trabalhar, estuda, monitora o crescimento dos filhos, paga suas contas e ainda arranja tempo para cuidar de si. Cansei só de escrever e imaginar tanta atividade diária, mas essa é a realidade.

Antigamente, eu poderia citar uma enorme lista de profissões exercidas apenas pelo sexo masculino, mas, hoje em dia, encontrar uma delas tem se tornado uma tarefa mais complexa. As mulheres andam se esforçando cada vez mais para não deixar dúvidas quanto à sua competência, e isso inclui, claro, a política.

Não é novidade que a mulher dos governos do ex-prefeito de Itabuna, Fernando Gomes, sempre foi Maria Alice. De olhar profundo e voz firme, foi temida e respeitada por todos. Não é novidade também que foi graças a ela que o atual prefeito, Capitão Azevedo, ganhou as eleições. Suas articulações são certeiras. Sempre foram. Tanto que hoje, depois dessa rejeição toda que sua administração está enfrentando, quem foi chamada para apaziguar os ânimos e dar as cartas? Ela, Dona Maria Alice.

Do outro lado, no meu sempre humilde ponto de vista, temos duas dúvidas e uma certeza. A primeira dúvida é se o PCdoB vai conseguir manter-se independente do PT nas próximas eleições. A segunda é, caso consiga, quem eles vão indicar para prefeito daqui. Quanto à certeza, é a de que o PT vai lançar, mais uma vez, Juçara Feitosa. E ela já anda até comandando reuniões do diretório e circulando por aí.

Eu defendi a ideia de um novo líder, mas não estou conseguindo enxergar essa possibilidade. A política local é fechada, traçada, pensada sempre pelas mesmas mentes inquietas. E em menos de dois anos, caro fiel leitor, me rendo à hipótese de não haver mudança. A menos que seja de gênero. Em tempos de Dilma presidente, quem sabe? De um lado, vejo Juçara pronta, ávida, só aguardando a sua vez de assumir essa cidade massacrada pelo desdém. Do outro lado, vejo Maria Alice sempre atuante, embora não saiba qual seja sua verdadeira vontade hoje.

Como observadora do cotidiano, gostaria de ver esse embate. Como cidadã itabunense, apostaria na sensibilidade feminina. Como jornalista, sinceramente, eu queria muito ver esse circo todo pegar fogo…

Manuela Berbert é jornalista, estudante de Direito e colunista da Contudo.

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Marco Wense

A sucessão municipal de 2012 já começou. As duas maiores dúvidas são em relação ao prefeito Azevedo e ao nome do PT. O democrata (DEM) é candidato à reeleição? Juçara Feitosa ou Geraldo Simões?

Os partidos sabem que para ter assento na mesa das negociações, com uma candidatura a vice-prefeito ou reivindicando secretarias em troca do apoio, é preciso ter grupo político forte.

O PT, DEM e o PMDB, respectivamente com Geraldo Simões, José Azevedo e Fernando Gomes, são os protagonistas do jogo sucessório. Tem também o PCdoB de Davidson Magalhães, Luís Sena e do vereador Wenceslau.

O PDT, agora com a comissão provisória presidida pelo ex-vereador Carlito do Sarinha, tem na retaguarda os deputados coronel Santana (estadual) e Félix Mendonça Júnior (federal).

O Partido da Social Democracia Brasileira, o PSDB do jornalista José Adervan, ainda triste com a derrota de José Serra, tem o deputado estadual Augusto Castro.

Pode acontecer um partido sair da condição de coadjuvante para a de protagonista, basta lançar um candidato – um bom candidato – que não tenha nenhum vínculo político com o geraldismo, fernandismo e o azevismo.

ALÔ, ALÔ!

– Alô, Fernando, aqui é Azevedo!

Assim que foi eleito prefeito de Itabuna, o Capitão Azevedo ligou para Fernando Gomes e pediu sua opinião sobre a composição do secretariado.

“Só recomendo a permanência de dois: Geraldo Pedrassolli (Fazenda) e Gustavo Lisboa (Educação)”, disse o então melancólico chefe do Centro Administrativo Firmino Alves.

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Empolgada com a diplomação como segunda suplente de senadora em solenidade ocorrida ontem à tarde, a petista Juçara Feitosa vai atuar para ser a ungida do PT na disputa pela prefeitura de Itabuna em 2012.
Só que as vozes de Salvador, baseadas em sondagens eleitorais constantes, querem outro nome na disputa à sucessão de José Nilton Azevedo (DEM).
E esse nome é justamente o esposo de Juçara, o ex-prefeito e deputado federal reeleito Geraldo Simões. Na avaliação do governador Jaques Wagner e de assessores próximos, somente “Pedinha” reuniria as condições necessárias para fazer o partido retornar ao poder em Itabuna. E que dificilmente perderiam a eleição há dois anos se o candidato fosse o deputado federal.
A avaliação, aliás, não é novidade. Era neste projeto que Wagner apostava para 2008, quando Geraldo preferiu continuar na Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri) e fazer da esposa prefeita. O resto da história todo mundo já sabe.

Hauri Azevedo, Geraldo Simões, Marcelo Dantas e Gilvan Rodrigues na diplomação no centro de convenções em Salvador.
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O maior desejo da legenda é um grande pesadelo. Ou seja, Juçara Feitosa Juçara Feitosa como vice na chapa encabeçada por Davidson Magalhães, Wenceslau Júnior ou Luís Sena.

Marco Wense
Aquela velha e surrada tática de lançar candidatura própria para depois negociar o cargo de vice-prefeito, como aconteceu no último processo sucessório, não está mais nos planos dos comunistas de Itabuna.
Parece que agora é sério. Não é mais uma empulhação eleitoral do PCdoB. Aliás, o projeto de ter candidato a prefeito em 2012, além da unanimidade no diretório municipal, tem o apoio entusiasmado do comando estadual.
O maior desejo da legenda, que faz parte do sonho de todos, até mesmo dos mais pessimistas, é um grande pesadelo. Ou seja, a petista Juçara Feitosa como vice na chapa encabeçada por Davidson Magalhães, Wenceslau Júnior ou Luis Sena.
Em relação aos prefeituráveis do PCdoB, a impressão que começa a ganhar corpo é a de que o partido vai tratando a pré-candidatura de Sena com desdém, priorizando os nomes de Davidson e Wenceslau.
Pessoalmente, até mesmo por uma questão de amizade, torço para que Luis Sena seja o nome do PCdoB. Reconheço, no entanto, que Davidson Magalhães é o melhor candidato para disputar a sucessão de 2012.
É evidente que qualquer pesquisa de intenção de votos, como critério para definir o candidato do Partido Comunista do Brasil, vai colocar Sena e Wenceslau na frente do ex-vereador e presidente da Bahiagás.
Acontece que Davidson, por ser mais preparado e experiente, com um discurso mais incisivo, é a opção do PCdoB que pode crescer durante o processo sucessório, principalmente nos embates com os adversários.
A opinião de que o PT terá dificuldades em se coligar com os partidos que compõem a base aliada do governo Wagner, independente de quem seja o candidato, se Juçara Feitosa ou Geraldo Simões, incentiva a disputa no PCdoB.
O partido enxerga na próxima eleição a maior oportunidade de comandar o cobiçado Centro Administrativo Firmino Alves. Além do PDT, PR, PV, PSB, PPS e outros partidos pequenos, os comunistas esperam o apoio da ala do PT anti-geraldista.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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Do Política Etc
Na última carreata da campanha de Dilma Rousseff em Itabuna, um interessante registro fotográfico do carro que conduzia o deputado federal reeleito Geraldo Simões (PT). O veículo levava o próprio, o vereador Wenceslau Júnior (PCdoB), o ex-vereador Luís Sena (mesmo partido) e, atrás, a esposa de GS e ex-candidata a prefeita de Itabuna, Juçara Feitosa.
O blog Políticos do Sul da Bahia observou bem que naquela caminhonete estavam alguns dos que possivelmente formarão a chapa de esquerda nas eleições municipais de 2012. E o posicionamento dos ocupantes no veículo serviu como um símbolo de que o clima político não favorece uma nova candidatura de Juçara Feitosa.
Geraldo, que – apesar de vitorioso- , reduziu seu cacife eleitoral nas últimas eleições, ainda é uma liderança forte. Mas perdeu a condição política de deter com exclusividade a batuta com a qual determinava o rumo da esquerda em Itabuna. Agora, terá que negociar e, naturalmente, ceder.
Nesse novo cenário, uma candidatura de Juçara é improvável. A de Geraldo, por ser de qualquer forma uma liderança autêntica, talvez, mas o PCdoB surge revigorado com a excelente votação obtida no município por Wenceslau Júnior, na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa (ficou somente com a primeira suplência do PCdoB, mas foi o mais votado em Itabuna).
Os comunistas querem ocupar espaços mais destacados, e não é somente na caminhonete de Geraldo Simões. Nos bastidores, os principais líderes do PCdoB já deixaram claro que não estão dispostos a ceder a caprichos nem imposições. A conversa terá que ser respeitosa, franca, de igual para igual. E somente assim a esquerda grapiúna poderá recuperar um vigor que vinha perdendo em virtude de projetos de caráter personalista.
HORA DE REFLETIR

O quase empate entre a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra em Itabuna, neste segundo turno, sugere ao PT local um momento de reflexão. Como dizia aquele antigo comercial, é hora de “rever conceitos”.
Há muito tempo, o PT itabunense orbita num sistema “geraldocêntrico” (referência ao deputado federal Geraldo Simões, que controla o diretório municipal com mão de ferro). Não expande, não oxigena e, o que é pior, não muda. Fica na mesmice e, nesse ritmo, o partido tem se descaracterizado. Não é mais o PT que estimulava o debate, em que todos tinham direito a fazer valer suas opiniões. Virou partido de um grupinho ou, se preferir, de uma panelinha.
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Antonio Júnior e Wilma de Faria

O escritor grapiúna Antonio Júnior, ao anunciar sua entrada na equipe da campanha da ex-governadora Wilma de Faria, do PSB do Rio Grande do Norte, destilou veneno contra o casal Juçara Feitosa e Geraldo Simões, ambos do PT itabunense. “Estou empolgado com esta oportunidade profissional relevante e bem remunerada. Wilma de Faria é uma lenda viva da política potiguar”.
Em seguida, Antônio Júnior diz que foi boicotado pelo marketing de Juçara, em 2008, na disputa pela prefeitura de Itabuna, “mesmo me oferecendo voluntariamente para trabalhar na campanha de Juçara”.
O escritor não revela-se até sarcástico ao lembrar da situação. “Terminei por compreender que o PT grapiúna vive em guerra interna permanente, brutal, com cobra engolindo cobra”.
O escritor e jornalista também afirma ter se decepcionado com o deputado federal Geraldo Simões. “Como tantos veteranos, ele se habituou às benesses públicas, se acomodou, já não se preocupa em trazer benefícios para o sul da Bahia, priorizando estratégias e artimanhas para permanecer na glória do poder”.
Juçara e Geraldo.

Antônio Júnior cutuca Geraldo. O parlamentar sul-baiano não seria chegado a uma leitura. “O que esperar de um homem público que não abre um livro, acredita que é o dono da verdade e defende publicamente desatinos familiares, quando deveria humildemente pedir desculpas?”. E complementa: “O que posso garantir é que ele nunca mais terá o meu voto”.
O escritor e jornalista trabalhou com o grupo geraldista em 2007 e 2008, afastando-se quando novamente deixou Itabuna. Atualmente, está radicado em Natal, capital do Rio Grande do Norte, onde fará a campanha de Wilma Faria ao Senado.

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Marco Wense

Uma conversa com o irreverente Juvenal Maynart, correligionário muito próximo do ministro Geddel Vieira Lima, pré-candidato do PMDB ao Palácio de Ondina, é sempre proveitosa. Não há espaço para o futebol ou qualquer outro assunto que não seja política.

Em relação ao rompimento de Geddel com o governador Jaques Wagner ou vice-versa, Juvenal diz que “não adianta chorar o leite derramado”, descartando qualquer possibilidade de reaproximação entre o peemedebista e o petista.

O “leite derramado” significa, pelo menos na minha modesta opinião, que o racha não foi bom para os dois políticos, principalmente para Geddel, que corre o risco de não disputar um eventual segundo turno e, como consequência, ficar sem mandato durante quatro anos.

Como o movediço e emaranhado processo político permite a formulação de hipóteses, muitos eleitores começam a fazer, até para si mesmo, a seguinte pergunta: Como estaria a sucessão estadual se não houvesse o rompimento entre Wagner e Geddel?

Em dois pontos, os peemedebistas e petistas concordam: 1) Wagner, que busca o segundo mandato, estaria em uma posição mais confortável nas pesquisas de intenção de voto. 2) Geddel seria um fortíssimo candidato ao senado da República.

O governador, se reelegendo, fica impedido de disputar a re-reeleição em 2014. O candidato natural seria o ministro Geddel. Qualquer tentativa do PT para lançar candidatura própria não teria o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva e, quem sabe, do próprio Wagner.

Com Wagner e Geddel unidos, respectivamente no comando do governo do Estado e do ministério da Integração Nacional, o DEM teria dificuldades para arrumar um candidato a governador.

E Paulo Souto? Ora, o ex-governador, diante de uma provável reeleição de Wagner já no primeiro turno, não iria trocar uma garantida eleição para a Câmara Federal para ser protagonista de uma aventura.  O espírito de Tarzan ficaria com ACM Neto.

Sem o imbróglio de dois palanques, com a presença do presidente Lula e de Dilma Rousseff, tendo ao lado Geddel, vários partidos aliados e uma enxurrada de prefeitos, o “galego” só iria precisar de “meio turno” para liquidar a fatura.
O leite, para a felicidade dos democratas (DEM), foi derramado.

NA ESPERA

Capitão Fábio.

O deputado Capitão Fábio, que já desistiu de ser candidato a prefeito de Itabuna em três oportunidades, acredita no apoio da petista Juçara Feitosa ao seu projeto de reeleição para o Parlamento estadual.

De olho nos mais de 40 mil votos que a ex-primeira dama obteve na última sucessão municipal, Fábio Santana espera uma declaração pública de apoio da ex-primeira dama de Itabuna.

Para os correligionários mais próximos do parlamentar, a manifestação de apoio pode acontecer na entrevista de Juçara para anunciar que não é mais pré-candidata à Assembleia Legislativa do Estado.

Os fabistas, pelo menos os mais lúcidos, ainda desconfiam desse tão badalado, comentado e propalado apoio.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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Marco Wense

Pelo menos uma vez por semana, uma notinha sobre uma possível reaproximação entre o governador Jaques Wagner e o ministro Geddel aparece em algum jornal, blog ou outro meio de comunicação.

O dia escolhido é segunda feira. A intenção é insinuar que no fim de semana – sexta, sábado e domingo – ocorreu uma reunião, em Brasília, com as cúpulas do PT e do PMDB.

Como o presidente Lula ainda trabalha nos bastidores pela desistência de Geddel, a notícia de que o petista e o peemedebista podem voltar a fumar o cachimbo da paz não é encarada como uma absurda invencionice.

Nos bastidores, longe do povão de Deus e dos holofotes, o comentário é de que o deputado federal Michel Temer (SP), presidente nacional do PMDB, vai tentar convencer Geddel a não disputar o governo da Bahia.

É público e notório que Temer e o seu pragmático PMDB não abrem mão da indicação de um peemedebista como candidato a vice-presidente da República na chapa encabeçada pela petista Dilma Rousseff.

Temer, que é o principal pretendente do PMDB para vice de Dilma, sabe que a missão de dissuadir Geddel da pré-candidatura ao Palácio de Ondina não é fácil. Mas sabe também que seu esforço agrada o presidente Lula, que já deu demonstrações de que prefere um outro nome do peemedebismo.

É evidente que a pretensão de Michel Temer não vai desaparecer em decorrência de um fracasso na tentativa de tirar Geddel da sucessão do governador Jaques Wagner. Mas se o parlamentar conseguir tal proeza, seu nome como vice de Dilma fica consolidado.

O pano de fundo de toda essa articulação palaciana, com o aval do presidente Lula, é evitar dois palanques na Bahia, com Wagner e Geddel criando inevitáveis constrangimentos para a presidenciável Dilma Rousseff.

JUÇARA FEITOSA

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A expectativa do eleitor e a ansiedade de geraldistas aumentam em relação a ex-primeira dama Juçara Feitosa, esposa de Geraldo Simões, vice-líder do PT na Câmara dos Deputados.

Juçara Feitosa é ou não pré-candidata à Assembleia Legislativa do Estado? Jamais na história política de Itabuna uma pré-candidatura foi cercada por tanto mistério e suspense.

A oposição, tendo a frente democratas e tucanos, aproveita o dilema geraldiano para dizer que a petista não é mais candidata porque despencou nas pesquisas de intenção de voto.

Se as composições são complicadas para quem já se definiu como pré-candidato, imagine para os que chegam de última hora querendo fazer dobradinhas com fulano, cicrano e beltrano.

Essa ansiedade, no entanto, não é só dos geraldistas. Correligionários dos pré-candidatos Renato Costa (PMDB) e Wenceslau Júnior (PC do B) também estão ansiosos.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia