Mulheres no ato do Dia da Consciência Negra, no Rio de Janeiro || Foto ABr
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Que a força guerreira de Zumbi dos Palmares esteja presente e nos ajude nesta luta, hoje e sempre!

 

 

 

 

 

 

 

Julio Cezar de Oliveira Gomes

Hoje, data em que ocorreu o assassinato de Zumbi dos Palmares durante a defesa do maior quilombo que existiu no Brasil, celebramos o Dia Nacional da Consciência Negra, uma merecida e necessária homenagem que busca enaltecer a luta pela vida e liberdade da população negra e escravizada, luta protagonizada heroicamente por ela mesma.

Atualmente, a data é feriado em seis estados brasileiros: São Paulo, Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro. Estranhamente, no estado da Bahia, tão importante para a cultura e sobrevivência das populações de origem africana no Brasil, ainda não houve o reconhecimento institucional da extrema importância que esta data tem, reconhecendo-lhe a condição de feriado estadual.

Mas o que concretiza, hoje, a luta pela liberdade, consciência e dignidade da população afrodescendente no Brasil?

Ao lado de todas as belíssimas e indispensáveis manifestações culturais que marcam a data e, aqui na Bahia, o Novembro Negro; além de todas as festas, eventos e painéis expondo a importância e o significado de Zumbi como protagonista do seu povo, faz-se necessárias políticas públicas e ações cotidianas capazes de erguer aqueles que ainda são a maioria dos que passam necessidades, dos que não têm acesso aos serviços públicos, daqueles que recebem as piores remunerações realizando os mais árduos trabalhos e que lotam as prisões, as favelas, as filas da indigência: a população afrodescendente.

Precisamos, para a superação das desigualdades históricas e estruturais da sociedade brasileira, da continuidade de políticas públicas como o Bolsa Família e do acesso ao ensino superior, via Prouni e Fies. Precisamos do fortalecimento dos direitos trabalhistas e previdenciários. Precisamos da afirmação dos direitos das mulheres e das redes de proteção a elas, pois são as não brancas as mais agredidas e mais assassinadas; precisamos de políticas específicas, de cotas para pretos no serviço público e nas instituições e instâncias representativas de nosso Brasil, entre outras ações relevantes.

Mas, precisamos também que cada jovem, cada mulher, cada pessoa afrodescendente se arme do espírito de luta de Zumbi e faça com ainda mais sangue no olho, fé e esperança a parte que lhe cabe: que os jovens estudem de verdade, aproveitando ao máximo as oportunidades que a escolarização e a instrução proporcionam; que as mulheres se valorizem, não se permitindo a relacionamentos que degradam sua dignidade; que todos se afastem da droga e do crime, que apesar do prazer momentâneo e do dinheiro que, respectivamente, proporcionam, terminam invariavelmente com a doença, a exclusão brutal e a morte prematura, em um verdadeiro show de horrores.

Ao mesmo tempo que devemos denunciar todos os tipos de violência a que a população negra está submetida e cobrar das autoridades e do governo que façam a sua parte, é indispensável que cada pessoa do povo afrodescendente e mestiço, nas variadas cores que encontramos na população brasileira, faça a sua parte: estude, trabalhe, conduza-se com responsabilidade, com dignidade e fique longe do crime, das drogas, de todos excessos que embriagam e matam, destruindo vidas, famílias e nações. Que a força guerreira de Zumbi dos Palmares esteja presente e nos ajude nesta luta, hoje e sempre!

Julio Cezar de Oliveira Gomes é graduado em História e em Direito pela Uesc.

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… ESPECIALMENTE AOS MEUS QUERIDOS ALUNOS E ALUNAS – E A QUEM MAIS SE INTERESSE POR EDUCAÇÃO E ASCENSÃO SOCIAL

professor júlio c gomesJúlio Cezar de Oliveira Gomes | advjuliogomes@ig.com.br

Ascensão social, sucesso econômico, qualificação pessoal e profissional não caem do céu. Exigem sacrifício, disciplina, aplicação.

Após ter acesso a um caderno de questões, sentei-me e fiz a prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias, questões nº 01 a nº 45, aplicadas no sábado, dia 26/08. Tendo um curso superior de História e outro de Direito, não sou uma pessoa mal formada em termos de escolaridade.

Das 45 questões de Humanas, errei 07 e acertei 38. Vale lembrar que as questões não são apenas de história, mas envolvem também geografia, atualidades e filosofia, sempre entrelaçadas com outros conceitos.

Sou sincero: não é uma prova fácil. Algumas questões são mais fáceis para quem está bem preparado, mas a prova é, de fato, um desafio, pois é preciso ter conhecimento amplo, raciocínio lógico e saber interpretar bem os textos para entender o que se pede.

Por isso, se você foi bem no exame do Enem, Parabéns!

Mas, se você não foi bem, não se desespere. Volte a estudar para o ano que vem, pois você terá mais um ano para se preparar.

Além disso, se você puder estudar ou colocar seu filho(a) em uma escola melhor – geralmente da rede particular – faça isso urgente! Se a escola não é boa, fica difícil para o aluno ser bom.

Nessas horas vemos a quantos anos luz de distância as escolas das Redes Pública estadual e municipal estão de um ensino-aprendizagem efetivo, de qualidade, capaz de cumprir a função social que deveriam desempenhar.

Muitos passarão no Enem. Muitos não passarão. O importante é não perder o foco, continuar estudando – pois é nessas horas que percebemos que estudar não é brincadeira, nem se confunde com um simples “ir à escola”.

Estudo exige dedicação, continuidade, rotina, disciplina, sacrifício. Por isso, o estudo, para uma criança, um adolescente ou mesmo para um adulto jovem, equipara-se ao trabalho.

Por isso, bola pra frente! Estude! Estabeleça horários de estudo, rotinas de estudo. Procure extrair o máximo de seus professores, e aproveitar ao máximo as aulas, tirando dúvidas, fazendo os exercícios, copiando os assuntos ou resumindo-os para melhor fixá-los.

Procure também se aproximar de coisas que tenham um conteúdo positivo, seja na internet, na TV por assinatura, nas músicas que escuta ou nos filmes que assiste. Você pode até gostar de Funk Proibidão ou de Black Style, mas tem de ter a clareza de que ali não há nada de bom, a não ser uma bunda balançando. E não é esse tipo de “saber” que lhe será cobrado no Enem. Procure se aproximar de coisas com mais conteúdo.

Procure também se relacionar com pessoas com mais conteúdo ou, pelo menos, que gostem de verdade de você. Ninguém é melhor do que ninguém, e todos nós somos filhos de Deus. Porém, há pessoas que te põem para frente, te ajudam, te incentivam; e outras que só te puxam para o que não presta, para o que não traz nada de bom, para trás. Cabe a você perceber isso e se colocar melhor.

Ascensão social, sucesso econômico, qualificação pessoal e profissional não caem do céu. Exigem sacrifício, disciplina, aplicação. Se você fez o Enem, está no caminho certo. Continue. Persevere. Os frutos virão.

É sempre bom lembrar que, na vida, colheremos amanhã aquilo que estamos plantando hoje.

Júlio Cezar de Oliveira Gomes é professor e advogado graduado pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc).