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Quando Maynart deixou a direção do Hospital de Base, os interesses e as pressões do empresários da Saúde – que historicamente age sorrateiramente nos bastidores, à escondidas – falaram mais alto. No final de abril, em Itabuna não havia nenhuma morte por vocid-19. Hoje, o município é o epicentro da doença na Bahia.

Ederivaldo Benedito|| ederivaldo.benedito@gmail.com

O anúncio da posse de Juvenal Maynart como secretário de Saúde de Itabuna nos faz lembrar dois filmes que conquistaram o sucesso em meados da década de 80: O Retorno do Jedi e De Volta para o Futuro.

No primeiro, um jovem conhece a mãe – antes do casamento com seu pai – que fica apaixonada por ele e põe em risco sua própria existência. O outro, mostra a construção da Estrela da Morte, a estação bélica do Imperador Palpatine e os bandidos da galáxia.

Juvenal Maynart, ex-presidente da Fasi-Fundação de Atenção à Saúde de Itabuna, instituição que administra o Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães, está retornando à administração Fernando Gomes. No último dia de março, ele pediu demissão fazendo duras críticas ao modelo de gestão do setor no município.

Após realizar um trabalho reconhecido por todos, Maynart queria transformar o Base numa unidade referência ao combate do coronavírus no sul da Bahia. A proposta, muito bem aceita pelo governador do Estado – que chegou a ser por anunciada ao vivo, em entrevista a Imprensa – enfrentou forte resistência de um grupo de médicos liderados pelos bolsonaristas Eduardo Fontes e Amilton Gomes, inimigos políticos ferrenhos e declarados de Rui Costa e do PT.

Com apoio do vice-prefeito Fernando Vita e da secretária de Governo, Maria Alice, o grupo, que contou com a participação dos médicos Almir Gonçalves e Isaac Nery, agiu nos bastidores e convenceu Fernando Gomes – no momento licenciado do cargo – a enviar uma carta a Rui Costa anunciando que o Base retornaria os atendimentos emergenciais, clínicos-cirúrgicos e traumáticos.

Irritado, o governador mandou o secretário estadual de Saúde ligar para Maria Alice. O conteúdo da conversa não foi nada amistoso e Fábio Vilas-Boas chegou a ameaçar retirar a gestão plena da Saúde de Itabuna. A partir daí, a relação Rui Costa-Fernando Gomes nunca mais foi a mesma. Continua estremecida e o governador apenas finge que esqueceu a desfeita do prefeito itabunense.

Em defesa de seus interesses, o grupo apresentou como opção o Hospital São Lucas, um hospital sucateado, segundo Fábio Vilas-Boas. Resultado: o Base continua enfrentando problemas, a população continua sofrendo e os empresários da Saúde continuam agindo nos bastidores, com duras críticas ao prefeito e ao governador. A crise se agrava e o São Lucas, que poderia estar aberta ao público, continua fechado.

Só o futuro dirá se Juvenal Maynart acertou ao sair ou se está errando ao retornar. Mas ele sabe que vai enfrentar as mesmas forças ocultas que agiram em abril último. Que, em Itabuna, muitos beneméritos, filantropos, abnegados, desprendidos desejam inviabilizar o pleno funcionamento do Hospital de Base. Eles pensam apenas na saúde dos seus bolsos.

Quando Maynart deixou a direção do Hospital de Base, os interesses e as pressões do empresários da Saúde – que historicamente age sorrateiramente nos bastidores, à escondidas – falaram mais alto. No final de abril, em Itabuna não havia nenhuma morte por covid-19. Hoje, o município é o epicentro da doença na Bahia.

Na manhã desta sexta-feira, dia 12, Juvenal Maynart assume a Secretaria de Saúde de Itabuna. No seu futuro está a paixão pela mãe Saúde e o amor por Itabuna; no seu retorno, o desafio de fazer o Hospital de Base referência em salvar vidas, cuidar das vítimas da pandemia do coronavírus e enfrentar os interesses dos empresários do setor, que continuam agindo nos bastidores.

Ederivaldo Benedito é radialista e jornalista, além de editor do Blog do Bené.

Juvenal pede demissão após prefeito confirmar reabertura do comércio
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Ex-diretor-geral da Ceplac e do Hospital de Base, Juvenal Maynart assumirá a Secretaria de Saúde de Itabuna na manhã da próxima sexta (12). Ele substituirá Uildson Nascimento, exonerado na tarde desta quarta (10) pelo prefeito Fernando Gomes.

O prefeito decidiu tirar Uildson por causa das fortes críticas feitas ao secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas. Uildson havia dito que o titular da Sesab virou as costas para Itabuna.

Fernando disse que exoneraria Uildson porque as críticas de Uldson atingiam, diretamente, um parceiro que sempre foi legal desde o primeiro ano da sua gestão, o governador Rui Costa.

Ainda diz que fará justiça a um de seus melhores quadros neste governo. Juvenal Maynart deixou a direção da fundação que mantém o Hospital de Base de Itabuna, após discordar de decisão de Fernando de fazer do hospital unidade mista para covid-19 e outras enfermidades.

À época, Fernando disse que ele ficaria onde quisesse. Juvenal declinou. Desde o ano passado, Fernando dava sinais de que poderia colocar Juvenal na SMS, caso Uildson não desse conta do recado. Administrativamente, Uildson era satisfatório para Gomes. Porém, faltou-lhe traquejo político nas entrevistas. Uma das derradeiras custou-lhe o cargo.

Em maio, Juvenal elaborou um plano de combate à covid-19 em Itabuna. Levou ao presidente da Câmara de Itabuna, Ricardo Xavier. O presidente do Legislativo apresentou este plano ao prefeito e encaminhou cópia ao governador Rui Costa. Atualizado às 18h15min.

Juvenal pede demissão após prefeito confirmar reabertura do comércio
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Com a experiência de vida e dos cargos que ocupou, Juvenal Maynart fez uma leitura destes tempos e apontou cenários possíveis para o pós-pandemia da Covid-19. Foi num papo com o também experiente jornalista Levi Vasconcelos, d´A Tarde.

Maynart enxerga dois cenários, descritos por Levi em sua coluna:

1 – O governo e as prefeituras ganham a guerra e assistem ao declínio da Covid lá para julho ou agosto, como projetam, tudo que todos querem e esperam.

2 – A Covid invadiu as favelas e o governo perdeu o controle. Cenário de pânico geral, o que ninguém quer.

E vaticina:

– Se tudo correr bem, é bom lembrar que a economia não vai voltar como num passe de mágica, será algo lento, gradual.

Na entrega do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) à Assembleia Legislativa, o secretário estadual Walter Pinheiro (Planejamento) trabalhou com a previsão de declínio da covid-19 em agosto.

Juvenal pede demissão após prefeito confirmar reabertura do comércio
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Juvenal Maynart tornou público o teor da carta em que pede a exoneração do cargo de diretor-presidente da fundação mantenedora do Hospital de Base, a Fundação de Atenção à Saúde de Itabuna (Fasi). Ontem (30), o prefeito Fernando Gomes decidiu que o hospital não mais atenderia apenas pacientes vítimas do novo coronavírus (covid-19), como anunciado na última sexta-feira (27). Juvenal enxerga como perigosa a decisão do prefeito.

Para Juvenal, seria mais eficaz o hospital atender a um só fim (pacientes vítimas do coronavírus), para evitar contaminação cruzada.

E exemplificou:

– Evitaríamos que um paciente entrasse com o tornozelo quebrado saísse num caixão, vítima do coronavírus, numa infecção cruzada, sem direito a velório – explicou.

Na avaliação de Juvenal, voltar a ser portas abertas, recebendo variados tipos de pacientes, muitos já infectados pelo novo coronavírus, é uma temeridade no enfrentamento de “praga tão virulenta, que não respeita fronteiras, gênero, idade ou condição social”.

E emenda com um alerta:

“Temo que muitas vidas podem ser perdidas”.

Desde o último sábado (28), o Hospital de Base passou a ser referência exclusiva para pacientes com o novo coronavírus. Os demais pacientes estavam sendo encaminhados para o Hospital Costa do Cacau, na Rodovia Ilhéus-Itabuna. A decisão foi acertada entre governo estadual e o prefeito de Itabuna. Porém, ontem, Fernando recuou, contrariando orientações de técnicos. Juvenal decidiu, então, pegar o boné ao ver que a decisão contém riscos imensuráveis, como expõem na carta.

Abaixo, o inteiro teor da carta com o pedido de exoneração de Juvenal, que faz vários alertas.

Ao Prefeito Sr. Fernando Gomes de Oliveira
C.C Secretária de Governo
Maria Alice Pereira

Juvenal Maynart Cunha, brasileiro, inscrito no CPF sob o nº 293.733.525-04, venho pelo presente formalizar à Vossa Excelência meu pedido de exoneração do cargo em comissão de DIRETOR PRESIDENTE da Fundação de Atenção a Saúde de Itabuna – FASI, que exerço em razão de nomeação pelo Decreto de nº 13.396, com data de 02 de setembro de 2019.

Sinto-me na obrigação de formalizar tal pedido por entender que a minha contribuição ao Governo e à Saúde do município já não se faz necessária, especialmente por ter, no dia de ontem (segunda-feira, 30.03), observado uma mudança de rumo muito perigosa no que se refere à condução das ações de enfrentamento ao flagelo do Coronavírus (Covid-19) no município e na região.

O Hospital de Base, senhor Prefeito, passaria à condição de Referência em atendimento a 800 mil potenciais pacientes da microrregião de Ilhéus e Itabuna. Essa mudança, lastreada nos ofícios do Governo do Estado (nº 258, da Sesab), e do próprio Município (nº 124/2020/SMS), que seguem anexos, se constituiu na esperança de um atendimento mais eficaz, porque direcionado a um só fim.

Também seria mais seguro para a comunidade em geral, visto que já não iriam ser misturados pacientes que procurassem nossa unidade por outros motivos, aos que estivessem tratando da Covid-19, dado o alto risco de contágio. Evitaríamos que um paciente entrasse com o tornozelo quebrado saísse num caixão, vítima do coronavírus, numa infecção cruzada, sem direito a velório.

Sendo uma unidade de atendimento exclusivo, teríamos aporte (habilitação) de 31 leitos de UTI, que se somariam aos nossos 9 leitos já habilitados, o que iria perfazer um total de 40 desses leitos. Como uma ação local, preparamos espaço para uma eventual expansão, com capacidade para mais 90 leitos, prontos para receber respiradores.

Esses, caso necessário, se somariam aos 60 leitos anunciados pelo Governo do Estado, perfazendo 150 leitos clínicos, todos equipados com respiradores. Todos esses leitos, habilitados, fariam de nosso Hospital de Base uma verdadeira referência – aí no sentido de importância – estadual, quiçá nacional, no tratamento desses agravos.

Não é demais lembrar que estaríamos preparados para atendimento exclusivo para os casos de infecção pelo novo Coronavírus (Covid-19) já a partir da sexta-feira (03.04), com os nossos 9 leitos de UTI, que já estão habilitados, e na segunda-feira (6), com os 60 leitos clínicos, além dos 31 novos leitos de UTI, desde que chegassem os equipamentos anunciados pelo secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas.

Seríamos, sem dúvidas, um dos hospitais mais bem equipados do interior baiano, podendo, a depender da habilidade política do futuro gestor, reter para seu patrimônio todos esses equipamentos, superada a pandemia.

Finalmente, alerto à gestão que, voltar a ser portas abertas a cerca de 160 municípios, recebendo variados tipos de pacientes, muitos desses certamente já infectados pelo coronavírus, se constitui uma temeridade do ponto de vista do enfrentamento a uma praga tão virulenta, que não respeita fronteiras, gênero, idade ou condição social. Temo que muitas vidas podem ser perdidas.

Deixo, porém, muito claro, que essa saída em nada abala meus sentimentos de amizade pessoal e admiração pelo político. Espero ter correspondido às expectativas da gestão, enquanto pude continuar no cargo.
Senhor prefeito, sabemos que é difícil chegar a esse cargo tão relevante e humanista. Sábio, porém, é saber a hora de sair.

Itabuna, 31 de março de 2020
Juvenal Maynart Cunha

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Sessão especial debateu revitalização da Ceplac em 2017

O presidente da Câmara de Itabuna, Ricardo Xavier, destacou o trabalho de Juvenal Maynart à frente da Ceplac nos últimos três anos. Juvenal deixou a direção do órgão na última sexta-feira (18).

“Juvenal é um grande técnico, lutou pelo fortalecimento da Ceplac e deixou uma marca na instituição”, disse Xavier, ressaltando que a revitalização da Ceplac é uma das bandeiras da Câmara de Itabuna.

Já em fevereiro de 2017, enfatiza Ricardo, a Ceplac fez 60 anos de criação e o Legislativo itabunense aprovou medidas visando o seu fortalecimento, durante Sessão Especial proposta, conjuntamente, por ele e pelos vereadores Charliane Sousa, Pastor Francisco e Babá Cearense.

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Sede regional da Ceplac na Rodovia Ilhéus-Itabuna || Foto Pimenta/Arquivo

Da Tribuna da Bahia

A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) acaba de ganhar novas forças para tirar o cacau da crise em que se encontra, há quase três décadas. No último dia 1º, o presidente Jair Bolsonaro assinou a Medida Provisória 870 que determina o retorno da Ceplac ‘como órgão singular autônomo’.

Dia seguinte, quarta-feira, dia 2, o presidente publicou o Decreto nº 9.667 em que ‘Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, remaneja cargos em comissão e funções de confiança, transforma cargos em comissão e funções de confiança e altera o Decreto nº 6.464, de 27 de maio de 2008, que dispõe sobre a designação e atuação de adidos agrícolas junto a missões diplomáticas brasileiras no exterior’.

A Medida Provisória 870 beneficiou, diretamente, à Ceplac, quando deu, à mesma, novas funções e cargos na sua estrutura. E, por extensão, mostrou um forte propósito em fortalecer o setor, com base na pesquisa e extensão; com foco na implantação de sistemas agroflorestais, que vão garantir a sustentabilidade futura da lavoura cacaueira. No decreto nº 9.667, foram criados cinco novos cargos, vinculados à Diretoria, em Brasília, que vão cuidar, exclusivamente, dos projetos e parcerias.

NOVA CEPLAC

Juvenal Maynart, diretor-geral da Ceplac

Representantes da instituição afirmam que a consultoria realizada no órgão, ano passado, foi definidora para esta consagradora vitória. “A Nova Ceplac” – como já está sendo denominada – foi mantida como órgão singular, porém com um viés mais voltado para a pesquisa e extensão por meio de projetos e parcerias.

“Trata-se de uma conquista significativa, que deve ser comemorada por todos os que lutaram pelo fortalecimento da Ceplac, uma instituição fundamental na retomada do crescimento no sul da Bahia”, destaca o diretor-geral, Juvenal Maynart Cunha, em entrevista, por telefone, a partir de Brasília.

Juvenal Cunha disse, ainda, que a consultoria identificou as potencialidades do órgão, bem como as suas fragilidades, em um longo estudo, que já começa a apresentar os resultados. “Em relação às superintendências, apontou diversas soluções, porém não recomendou o aumento de cargos”, sintetiza.

A partir da nova legislação criada em torno da Ceplac, os produtores estão na expectativa de um novo momento para o mercado de cacau e chocolate. Especialmente quanto à chegada de projetos consistentes para resolver o problema da baixa produtividade em algumas regiões, enquanto tratam da questão das dívidas em outras frentes.

ÁREAS DEGRADADAS

Hoje, o Produto Interno Bruto (PIB) da cadeia produtiva do cacau e do chocolate gira em torno de 25 bilhões de reais, gerando cerca de 180 mil empregos diretos no Brasil. Para Juvenal Cunha, “a revitalização do cacau nacional será feita usando os sistemas agroflorestais na recuperação de áreas degradadas nos biomas da Mata Atlântica e Floresta Amazônica”.

O diretor-geral da Ceplac reconhece que existem algumas questões ambientais a serem resolvidas na Bahia como o manejo do cacau Cabruca e o endividamento dos produtores. “Com a otimização e aprimoramento dos sistemas agroflorestais, será possível fazer o sistema Cabruca funcionar, não somente sob a perspectiva de lucratividade, mas, também, sob a perspectiva ambiental e os benefícios para a Mata Atlântica e para o mundo”, revela.

Na Bahia, a produção do cacau Cabruca, plantado em sub-bosque, tem um rendimento ainda pequeno. Nos 350 mil hectares utilizados se consegue apenas 250 kilos do produto por hectare; enquanto o Pará já atinge 900 kilos por hectare. Esta dificuldade no manejo é um dos diferenciais da baixa produtividade no nosso estado.

Quanto à sustentabilidade social da lavoura cacaueira, o gestor da Ceplac avisa que ela “está demonstrada no Projeto Rotas do Cacau, que tem foco no desenvolvimento local, sendo feito em parceria com o Ministério da Integração Nacional; enquanto, a sustentabilidade econômica está dentro do Plano de Expansão Sustentável da Produção que prevê um aumento na produção em 50% nos próximos 5 anos, atingindo 300 mil toneladas anuais e aumento de 100% na produção de amêndoas em 10 anos”, finaliza.

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Sede regional da Ceplac, na rodovia Ilhéus-Itabuna.
Sede regional da Ceplac, na rodovia Ilhéus-Itabuna.
Juvenal Maynart, diretor geral da Ceplac
Juvenal Maynart, diretor geral da Ceplac

O ministro em exercício da Agricultura, Eumar Novacki, assinou portaria que acelera a contratação de consultoria especializada para formatar o novo modelo organizacional da Ceplac. Edital para contratar a consultoria será definido, conforme a Portaria 2.088, pela comissão de implantação de grupo de trabalho.

A comissão será composta pela Coordenação-Geral de Desenvolvimento Institucional (CGDI) e diretoria da Ceplac, tendo 45 dias para conclusão dos trabalhos, conforme a Portaria assinada pelo ministro.

O plano está sendo definido dentro de um acordo de cooperação técnica do governo com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

“Vai pintar uma modelagem bacana para a Ceplac”, afirma o diretor geral do Departamento, Juvenal Maynart, em entrevista ao PIMENTA.

A formatação jurídica da Ceplac é um dos dez pontos de relatório do Grupo de Trabalho da Ceplac. Dentre os outros pontos, o relatório aponta como urgências a pesquisa da situação do Banco de Germoplasmas do Departamento e detalhamento do Plano de Crescimento Sustentável da cadeia produtiva do cacau.

O relatório também toca em pontos importantes para o órgão e para a lavoura cacaueira, a exemplo da adequação do planejamento estratégico da Ceplac 2012-2022 e o estudo para reedição do Fungecacau, com a finalidade de financiar programa de biossegurança para a cadeia produtiva.

Juvenal acredita que a criação do grupo de trabalho e contratação de consultoria especializada são passos importantes na definição do futuro da Ceplac. “É uma virada para a região, para a Ceplac, pois define um novo modelo [para o departamento]”, reforça.

MAIOR PRODUÇÃO DE CACAU E CHOCOLATE

Ainda na entrevista ao PIMENTA, o diretor geral do Departamento ressalta a importância da lavoura cacaueira para a economia, principalmente com estudos apontando que pode faltar cacau no mundo. Um dos seus derivados, o chocolate, registrou alta produção em 2016, alcançando 13%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab).

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Juvenal festeja crédito para a lavoura.
Juvenal: crédito para a lavoura.
Governo assegura mais crédito para o cacau.
Governo: dinheiro para plantio.

A partir de 1º de julho, os cacauicultores poderão contar com R$ 2,13 bilhões em crédito de investimento para a implantação, melhoramento e manutenção de suas lavouras em sistemas florestais ou agroflorestais. O anúncio foi feito pelo governo federal.

Os recursos fazem parte do Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC). Antes, o plantio com incentivo do ABC só era permitido na Amazônia. Com o novo PAP, foi ampliado para as outras regiões do país, principalmente Bahia e Espírito Santo.

De acordo com o diretor da Ceplac, Juvenal Maynart, financiar o incremento da produção do cacau no sistema de Agricultura de Baixo Carbono é uma visão inovadora. O cacau, reforça, é uma árvore nativa da Floresta Amazônica e de boa convivência com as florestas nativas.

Juvenal também ressalta o papel da Ceplac, hoje departamento do Ministério da Agricultura. “A Ceplac é detentora da ciência e extensão rural na inserção produtiva, tanto na Floresta Amazônica quanto na Mata Atlântica – ressalta o diretor.

Os projetos apresentados com essas finalidades às instituições financeiras terão limite de financiamento de até R$ 2,2 milhões por produtor de cacau a taxas de juros de 7,5% ao ano e com prazo de pagamento de até 12 anos. Além do cacau, também estão contempladas as plantações de açaí, oliveira e nogueira no Programa ABC.

DESAFIO É AUMENTAR PRODUÇÃO

O Brasil é o sétimo produtor de cacau do mundo, atrás da Costa do Marfim, Gana, Indonésia, Equador, Camarões e Nigéria. Em 2017, o país importará 60 mil toneladas de amêndoas. “O grande desafio é deixar de ser importador de amêndoas africanas, para melhor atender a indústria nacional, até mesmo pelos riscos fitossanitários”, destaca Maynart.

Segundo Maynart, o governo está implementando medidas que propiciem novos investimentos para a revitalização da economia cacaueira. O Brasil tem toda a cadeia produtiva de cacau e chocolate instalada no país, estando previsto para este ano negócios da ordem de R$ 22 bilhões.

De acordo o IBGE, em 2016, a produção brasileira ultrapassou 214,7 mil toneladas de amêndoas secas de cacau, em uma área de 707,2 mil hectares. Os principais estados produtores são Bahia (116,1 mil toneladas), Pará (85,8 mil), Espírito Santo (5,5 mil) e Rondônia (5,2 mil). Atualmente, o consumo interno é de cerca de 190 mil toneladas de derivados de cacau.

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Juvenal: Ceplac precisa ir além dos portões.
Juvenal Maynart.

Juvenal Maynart, ex-superintendente regional da Ceplac, tem uma visão polêmica do órgão federal que, por décadas, foi uma das principais referência para a antes pujante região sul da Bahia. Para ele, o que antes era sinônimo de região cacaueira hoje precisa se reinventar. “A modernidade chegou e engoliu a velha Ceplac”.

O ex-superintendente empolga-se ao falar de outros temas que se relacionam ao – e com o – órgão federal, a exemplo de sistema cabruca e Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Para ele, a instalação do Centro de Formação em Tecnologias Agroflorestais representa um novo paradigma, assim como a própria universidade.

Confira um papo rápido com ele, que, na segunda passada, disse rejeitar um retorno ao comando regional da Ceplac. 

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A UFSB acaba de lançar um equipamento que sequer estava previsto para Itabuna, em seu planejamento inicial. O que muda na relação institucional e como o produtor e a sociedade vão ser beneficiados?

Juvenal Maynart – Entendo que a instalação do Centro de Formação em Tecnologias Agroflorestais, numa proposta de levar domínio dessas tecnologias – com a transversalidade da sustentabilidade ao produtor, será uma revolução na ciência e na extensão rural. É a ocupação do novo paradigma. A implantação de uma visão da extensão que levará engenheiros florestais e agrônomos a núcleos regionais, em que a ciência prática será a validadora do final de cursos de cada discente (aluno), um projeto com aplicação prática será o passaporte para a conclusão do curso. É uma visão totalmente nova de extensão.

Explique o que o senhor chama de novo paradigma na ciência e na extensão. Para onde ele nos levaria, em sua visão?

Juvenal – É uma visão de extensão multiplicada com tecnologia, inovação, sustentabilidade e, acima de tudo, a matriz de cacau cabruca em usos de Áreas de Proteção Permanente (APP), a implantação de reservas legais com árvores nativas, dentro de um projeto maior, a Conservação Produtiva, que é o que foi validado na Rio+20. Aonde nos levaria? À recuperação das bacias dos rios Cachoeira e do Almada. Falei de tecnologia, uso do sistema cabruca em APP, implantação de reservas com nativas. Isso resultaria na recuperação das nascentes e das nossas bacias.

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A Ceplac ainda fala em contratar novos extensionistas para ir de porteira em porteira, chegando pela manhã e saindo à tarde, esperando o almoço do fazendeiro e pleiteando meia diária do governo.

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A UFSB vai “engolir” a Ceplac?

Juvenal – Estamos falando de uma instituição que tem, nesse campo de que tratamos, um pró-reitor que emplacou um artigo na capa da Nature. A Ceplac se tornou uma instituição analógica. Falei que a nova extensão é revolucionária, exatamente, porque prevê uma multiplicação a partir de um uso intenso da tecnologia. A Ceplac ainda fala em contratar novos extensionistas para ir de porteira em porteira, chegando pela manhã e saindo à tarde, esperando o almoço do fazendeiro e pleiteando meia diária do governo. Não há espaço para esse extensionista no modelo proposto pela UFSB.

Vai engolir?

Juvenal – A modernidade chegou e engoliu a velha Ceplac, mesmo que esta ainda não tenha sido digerida. Já a UFSB, chega antenada com a modernidade no fazer científico. O que a sociedade clama é que a Ceplac seja capaz de se ajustar ao novo paradigma, que seja mais moderna, que se insira dentro da GigaSul, a rede de banda larga que vai atender a UFSB, mas também às outras instituições. Claro, não é apenas estar dentro dessa rede, mas o que vai se fazer estando ali.

O que quer a Ceplac?

Juvenal – Na verdade, a luta do velho é pela manutenção do status quo. Quando falo do velho, falo de seu corpo diretivo. A luta do velho é apenas por um mecanismo que dá a ele plenos poderes, que é a singularidade ceplaqueana. Querem ser autônomos, distantes do Ministério da Agricultura. Será que essa singularidade é boa para a sociedade? Claro que não. Essa luta pelo velho modelo só atende a esse desejo de se manter fechado dentro daqueles portões.

Há saída?

Juvenal – Claro. Se o velho estiver disposto a se adaptar ao novo modelo, é claro que a sociedade abraça. Agora, não dá para continuar eternamente enganando. A sociedade está atenta, os produtores melhoraram seu discurso e a imprensa está acompanhando tudo.

O senhor já foi superintendente para a Bahia e foi coautor desse processo de aproximação entre Ceplac e UFSB. Voltaria a dirigir o órgão nesse momento?

Juvenal – Como agente político, em exercício pleno dessa proposta, como quadro de meu partido, [o PMDB], estou disposto a ajudar no debate. Agora, pensar numa volta à Superintendência, jamais. Me sinto realizado com o trabalho feito. Figurinha repetida não completa álbum.

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Ex-superintendente da Ceplac Juvenal Maynart.
Ex-superintendente da Ceplac Juvenal Maynart.

Juvenal Maynart descartou possibilidade de retorno à superintendência regional da Ceplac na Bahia. “Não quero cargo, quero uma causa”, disse ao PIMENTA. O cargo ficou vago, hoje (8), com a exoneração de Carlos Alexandre Brandão (veja aqui).

Maynart tem, na verdade, causas: inovação e crédito rural. O acesso a crédito para a lavoura pode ocorrer por meio de captação de um fundo já defendido pelo agora ministro de Governo, Geddel Vieira Lima.

Outro entrave para um possível retorno de Maynart ocupa o mais alto cargo na estrutura do órgão federal. Repercutindo matéria deste blog, o ex-superintendente escreveu em uma rede social:

– Entrei e saí do Banco do Brasil duas vezes – fiz uma bela carreira -, depois de 15 anos afirmo: nunca sonhei com o banco, ficou no passado. Imagina um cargo onde passei dificuldades financeiras, assim foi montado pelos internos para ninguém de fora se interessar, e hoje tenho um inimigo declarado [Sérgio Murilo Menezes] na direção geral – disse.

Por fim, acrescentou: “Figurinha repetida não enche álbum”. Juvenal concedeu entrevista ao site. Nela, aborda temas como Ceplac, crédito rural e inovação na lavoura cacaueira, em parceria com a Universidade Federal do Sul da Bahia (USFB) e crédito rural.

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WALMIR~1Walmir Rosário | wallaw1111@gmail.com

 

Desenvolvimento, e não o simples crescimento baseado em alguns números e estatísticas, é o que nossas cidades precisam para promover oportunidades a todos os segmentos sociais. No caso de Canavieiras, o turismo que se avizinha é o da melhor idade e ecumênico, bastando, apenas que a cidade ofereça todas os serviços que esses turistas se sintam em casa.

 

Em tempo de recursos cada vez mais escassos, só resta aos municípios brasileiros buscar novos paradigmas de administração pública. Há muito não se consegue junto aos governos Federal e estaduais recursos suficientes para atender as necessidades mais prementes dos municípios, com responsabilidades crescentes no atendimento à população.

Aquele modelo de simples crescimento, calcado na implantação de obras sem planejamento não mais funciona hoje. A população, embora cada vez mais pobre e sem perspectivas, possui modernos instrumentos de comunicação rápidos e eficientes: as chamadas redes sociais, disponíveis em qualquer smartfone conectado a internet.

E o avanço tecnológico provocou uma mudança comportamental em toda a população, sem distinção da sua estratificação econômica e social. Determinada pessoa pode até não saber analisar determinada situação de forma pedagógica, mas tem o conhecimento do fato e sua metodologia de discernimento é o caixa do supermercado.

Daí, o cuidado redobrado do governante em mudar seus conceitos: ao invés do simples e atrasado crescimento, terá que perseguir o desenvolvimento, adotando o planejamento municipal e não só o das finanças, como sempre aconteceu. Qual a cidade que queremos, quais os recursos que dispomos e quais as nossas prioridades?

Tudo isso deverá estar contemplado no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) como linha mestra a ser seguida. Para elaborá-la, ou reformá-la, precisamos do apoio de técnicos especialistas em cidades e vontade política de executar suas recomendações, transformadas em lei balizadora do zoneamento urbano.

Agora, passados 10 anos da aprovação do Plano Diretor Urbano Municipal, é hora de recolocar Canavieiras no caminho do desenvolvimento, com propostas dentro de novas perspectivas. Para tanto, é primordial instrumentalizar o processo com uma política urbana concreta, baseada na vocação econômica e nas possibilidades futuras.

E parceiros para essa monumental empreitada não faltam. Temos hoje na região a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), com conhecimento acumulado sobre nossos municípios, e a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), com uma proposta acadêmica diferenciada, o que a permite atuar de acordo com a realidade local.

Abrindo um parêntese, essa é a segunda grande oportunidade de Canavieiras integrar o rol dos municípios turísticos de fluxo perene. O primeiro foi o Projeto Canes (Complexo de Atividades de Natureza Econômica e Social), elaborado em 1990 pelos urbanistas André Sá e Francisco Mota e o economista Paulo Gaudenzi.

Nas ações complementares ao projeto Canes, a desapropriação de áreas no centro e na Ilha da Atalaia, para a implantação de hotéis, pousados e cabanas de praias padronizadas, bem como unidades residenciais. O Projeto Canes foi o primeiro grande vetor do desenvolvimento turístico de Canavieiras, proposta era a de transformá-la numa cidade que conseguisse reunir todas as condições de oferecer ao turista uma hospitalidade de primeira linha.

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marco wense1Marco Wense

 

Dos quatros prefeituráveis de partidos que dão sustentação política ao governo estadual, o ex-alcaide é o grande favorito. Percentualmente, diria que Geraldo tem 90% de chance, Davidson 5%, Roberto José 4% e Leahy 1%.

 

Já estou ficando repetitivo quando digo que o PT de Geraldo Simões e o PCdoB de Davidson Magalhães vão caminhar juntos na sucessão do prefeito Claudevane Leite.

A união entre petistas e comunistas é uma questão de pura sobrevivência política. O cenário aponta uma dependência que tende a ficar cada vez mais escancarada.

Se a junção é considerada como favas contadas, então podemos dizer que o candidato do governismo será Geraldo Simões, com o PCdoB indicando o companheiro da chapa majoritária.

E Roberto José, que é do PSD do senador Otto Alencar, que é aliado do governador Rui Costa, como fica? Vai aceitar passivamente a fritura em torno da sua pré-candidatura?

Ora, até as freiras do Convento das Carmelitas sabem que o governador Rui Costa não medirá esforços para que a base aliada tenha um só candidato a prefeito.

Dos quatros prefeituráveis de partidos que dão sustentação política ao governo estadual – Geraldo Simões, Davidson Magalhães, Roberto José e Carlos Leahy, respectivamente PT, PCdoB, PSD e PSB –, o ex-alcaide é o grande favorito. Percentualmente, diria que Geraldo tem 90% de chance, Davidson 5%, Roberto José 4% e Leahy 1%.

É bom lembrar que a senadora Lídice da Mata, dirigente-mor do PSB, além de ter um bom relacionamento com o governador Rui Costa, comunga com a opinião de que qualquer cisão na base só faz ajudar a oposição.

Robertistas, obviamente os mais lúcidos e politizados, já defendem uma aproximação de Roberto José com o médico Antônio Mangabeira, pré-candidato pelo PDT do saudoso Leonel Brizola.

Muita coisa ainda vai acontecer na movediça areia da sucessão do prefeito Claudevane Leite (PRB).

GEDDEL EM ITABUNA

JuvenalMaynart CeplacAmanhã, sábado (28), o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o mano Lúcio Vieira Lima, cotadíssimo para substituir Eduardo Cunha na presidência da Câmara dos Deputados, estarão em Itabuna para discutirem a sucessão do prefeito Claudevane Leite.

Serão recebidos pelo presidente do diretório do PMDB, Pedro Arnaldo, pelo médico Renato Borges da Costa, o pré-candidato Fernando Vita, o vereador Antônio Cavalcante e, principalmente, por Juvenal Maynart.

Digo principalmente, porque Geddel tem a oportunidade de parabenizar pessoalmente Maynart não só pelo bom trabalho realizado na Ceplac, quando superintendente do órgão, como na valorosa contribuição para a implantação da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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Juvenal Maynart (à esquerda) com o reitor da UFSB, Naomar Monteiro.
Juvenal Maynart (à esquerda) com o reitor da UFSB, Naomar Monteiro.
Atos das exonerações de Juvenal e Virgínia (Reprodução Pimenta).
Atos das exonerações de Juvenal e Virgínia (Reprodução Pimenta).

Juvenal Maynart não é mais superintendente regional da Ceplac na Bahia. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (17). Economista e administrador de empresas, Juvenal estava prestes a completar quatro anos na direção regional do órgão. A posse ocorreu em outubro de 2011.

Enquanto o governo não definir o novo superintendente, o cargo será ocupado pelo substituto imediato, Sérgio Murilo Menezes, engenheiro agrônomo da Ceplac . Ele foi mantido no comando da Ceplac mesmo após o rompimento do ex-ministro Geddel Vieira Lima com o governo federal. Geddel o indicou para o cargo. O governo manteve Juvenal graças ao trabalho que ele desempenhou no período à frente da superintendência.

A amigos, Juvenal tem dito que, no período no cargo, conseguiu dar protagonismo à Ceplac com discussões importantes como a política do preço mínimo para o cacau e a discussão sobre a conservação produtiva. Outro passo foi a defesa para que a Ceplac fizesse doação de terreno para a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e convênio que permitisse cursos de pós-graduação na área de ciências agrárias e botânica.

A política de conservação produtiva, observa, resultou na regulamentação do manejo de áreas cabruca. De acordo com entidades como o Sindicato Rural de Ilhéus, o decreto de manejo nestas áreas fez com que o preço de terras tivesse um ágio de quase 200%.

VIRGÍNIA HAGGE EXONERADA

Além de Juvenal, também foi exonerada a ex-deputada estadual Virgínia Hagge. Ela comandava a Superintendência do Ministério da Agricultura na Bahia. Virgínia mantinha-se no cargo por um pedido do deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), embora por indicação de Geddel. Os atos de exoneração de Juvenal e Virgínia foram assinados pela secretaria executiva do Ministério da Fazenda.

Atualizado às 15h20min

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Juvenal: na mira.
Juvenal: na mira.

Geddel Vieira Lima, ex-deputado federal e ex-ministro da Integração Nacional, puxa uma ala de peemedebistas que defendem o desembarque do PMDB do Governo Dilma. Antes, já havia defendido que o partido devolvesse todos os cargos do consórcio PMDB-PT.

Por causa disso, começa a surgir pressão grande para que peemedebistas indicados por Geddel e que ocupem cargo no governo seja ejetados. Um dos alvos da pressão tem sido o superintendente da Ceplac na Bahia, Juvenal Maynart.

Juvenal jogou papel importante na Ceplac, acha que já deu e, agora, só espera o Diário Oficial. Tem olho grande na vaga dele. E o chefe, Geddel Vieira Lima, joga, assim, para tirá-lo do cargo.

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Juvenal, da Ceplac, e o reitor da UFSB, Naomar Almeida.
Juvenal, da Ceplac, e o reitor da UFSB, Naomar Almeida.
Áreas da Ceplac que serão doadas para a UFSB (Clique para ampliar).
Áreas da Ceplac que serão doadas para a UFSB (Clique para ampliar).

Será concretizada durante solenidade na terça-feira (9), a doação do terreno onde será construída a primeira etapa da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). A Secretaria do Patrimônio da União (SPU) vai formalizar a doação, pela Ceplac, de uma área de 37 hectares. Após a solenidade, a universidade deve lançar o edital de licitação para a construção dos módulos.

Nessa área vão funcionar o Centro de Formação em Ciências e Tecnologias Agroflorestais e o Centro de Formação em Tecnociências e Inovação, além de outros equipamentos do campus Jorge Amado.

De acordo com o reitor da UFSB, Naomar Almeida, esse evento vai marcar o lançamento do plano diretor ambiental e de construções do patrimônio físico da universidade. “Com isso, já vamos poder desencadear os processos licitatórios que, por sua vez, necessitam dos projetos arquitetônicos, também já encaminhados”.

O superintendente da Ceplac, Juvenal Maynart, que encaminhou a doação, não vê prejuízos para a instituição. Pelo contrário, enxerga uma volta por cima para a Ceplac. “O que está ocorrendo é uma mudança de paradigma, com a Ceplac saindo de uma condição de estagnação institucional para a de sócia e artífice de um novo ciclo de desenvolvimento regional”.

DESAPROPRIAÇÃO SEM FIM

Como era até previsível, embora a construção do campus comece por Ilhéus, nada tem a ver com a doação prometida pelo município que foi levado ao mundo pelo patrono da universidade. Assim como o colega Claudevane Leite, prefeito da terra onde nasceu Jorge Amado, Jabes Ribeiro ainda não concretizou a parte que lhe cabe – doar – nesse pequeno latifúndio. O processo de desapropriação segue – sem fim – nas terras de Jorge.