Lamaçal em rua do Lote, no Banco da Vitória
Tempo de leitura: < 1 minuto

Moradora da localidade conhecida como Lote, no Banco da Vitória, em Ilhéus, Layala Vaz cobra a pavimentação de ruas da comunidade. Segundo ela, qualquer chuvinha alaga as vias de barro do Lote e as transforma em lamaçais.

O Lote fica à margem direita da BR-415, no sentido Ilhéus-Itabuna, atrás do restaurante Filé do Milho. Parte de suas ruas já foi calçada, acrescenta Layala, mas a maioria delas continua apenas com terra batida.

Além das chuvas, o problema foi agravado pela instalação de uma garagem de ônibus na vizinhança. “Hoje, o tráfego de ônibus é intenso e isso causou ainda mais transtorno pra comunidade”, diz a moradora ao PIMENTA. “Tem lugares que as pessoas não conseguem nem sair de casa por causa da poça de lama que se forma na frente da casa, verdadeiras piscinas”.

Moradores do Lote querem drenagem e calçamento de ruas

Questionada se o problema seria atenuado por alguma ação paliativa do município, Layala Vaz reafirmou a necessidade de solução definitiva da Prefeitura de Ilhéus. “Hoje, a nossa reivindicação é por calçamento mesmo, nós não aceitamos nada menos do que isso”.

Layala também costuma recorrer às redes sociais para cobrar ações do poder público. Numa das postagens sobre as ruas enlameadas, usou a música Até quando esperar, da banda Plebe Rude, como trilha sonora da sequência de imagens. Confira.

"As pessoas estão com fome", diz líder comunitária
Tempo de leitura: 2 minutos

O Rio Cachoeira voltou a subir e cobriu a ponte que dá acesso a Maria Jape pelo Banco da Vitória, em Ilhéus. O segundo acesso ao distrito, pela zona sul, não é uma alternativa, nesta sexta-feira (2), pois a Ponte da Tranquilidade foi coberta pelo Rio Santana. “Estamos totalmente ilhados”, resumiu a presidente da Associação dos Moradores de Maria Jape, Layala Vaz, em conversa com o PIMENTA.

As duas pontes que levam a Maria Jape estão interditadas

Considerando os moradores das adjacências, Maria Jape tem pouco mais de 200 famílias, estima a presidente. A comunidade não sofre com alagamentos, mas já falta comida nas casas de pessoas que, ao longo desta semana, por razões diversas, não deixaram a vila para comprar alimentos. “Realmente, as pessoas estão com fome”, alertou Layala.

A representante comunitária repassou ao PIMENTA vídeos que recebeu de moradores de Maria Jape. As gravações mostram o interior de geladeiras vazias. Numa delas, uma mãe mostra o que tem para alimentar quatro filhos. “Só tem uma carcacinha aqui na geladeira e uma acerola pra fazer o suco”.

O envio de mantimentos para a comunidade é difícil, pois a correnteza torna a travessia do Rio Cachoeira muito arriscada. “Agora, só se chega aqui de helicóptero ou de embarcação, pela região do Rio do Engenho”, concluiu Layala.

A presidente da Associação é uma das pessoas mobilizadas para ajudar a população de Maria Jape. Quem quiser se juntar a essa corrente pode entrar em contato pelo telefone  (73) 9 8103-7474.

Para Layala Vaz, crise do transporte é tratada com "descaso"
Tempo de leitura: 3 minutos

O Movimento pelo transporte público que merecemos reúne representantes de comunidades de Ilhéus prejudicadas pela falta de ônibus. “Maria Jape, Japu, Nova Vitória, São José, Valão, Repartimento, Rio de Engenho, Acuípe…”, lista a agricultora Ailana Reis, do Projeto de Assentamento Nova Vitória, em conversa com o PIMENTA. Ela também faz parte do coletivo.

Quando a pandemia de Covid-19 já era uma realidade no Brasil, em março de 2020, o prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD), seguindo recomendação de órgãos como a Organização Mundial de Saúde (OMS), adotou medidas para restringir a circulação de pessoas. A suspensão do transporte coletivo foi uma delas. O serviço voltou a funcionar em setembro de 2020, mas em condições piores do que as de antes do aparecimento do novo coronavírus, especialmente na zona rural.

O Projeto de Assentamento Nova Vitória fica a três quilômetros da BA-262, a Ilhéus-Uruçuca, na altura do quilômetro 13. Segundo Ailana, antes da pandemia, a comunidade dispunha de cinco horários da linha de ônibus para a sede do município. “Agora, a gente só tem os horários de 6h e 12h, retornando”.

A agricultora explica que a retomada do ônibus das 17h50min, do Centro para o PA, já resolveria a maior parte do problema. “Porque você pode sair de manhã ou meio-dia e voltar de tarde. Esse seria o ideal. Outra opção seria o ônibus de São José, que sai 16h40min do Terminal, passasse pelo Nova Vitória, é a linha 22″.

A realidade do PA Nova Vitória, continua Ailana Reis, é a mesma de outras comunidades. Ela citou o caso de dona Antônia Oliveira, pequena agricultora do Assentamento Fábio Henrique Cerqueira, no Repartimento.

Ônibus deslizou em lamaçal na estrada de Sapucaeira, em julho passado

Segundo Ailana, Antônia é idosa e caminha 8 quilômetros para pegar o ônibus em Areia Branca. “Se der uma chuvinha, o ônibus não entra. Ela parou de criar bichos, porco, galinha, porque não tá mais conseguindo carregar saco de ração na cabeça”, disse, apontando as dificuldades causadas, também, pelas más condições das estradas rurais.

PARA LAYALA VAZ, CRISE DO TRANSPORTE É TRATADA COM “DESCASO”

A presidente da Associação de Moradores de Maria Jape, Layala Vaz dos Santos Antonello, também faz parte do Movimento pelo transporte público que merecemos e falou ao PIMENTA sobre os impactos da falta de ônibus na comunidade, que tem cerca de150 famílias e fica a 14 quilômetros da BR-415, com acesso via Banco da Vitória.

A demanda imediata dos moradores de Maria Jape também é a retomada dos horários de ônibus anteriores ao início da pandemia. Assim como no PA Nova Vitória, o serviço não funciona aos domingos e feriados e, durante a semana, o último horário da linha Terminal Urbano-Maria Jape é às 13h30min.

Layala disse que já perdeu a conta das vezes em que se reuniu com representantes da Prefeitura e da Câmara de Vereadores de Ilhéus e ouviu que o problema do transporte seria resolvido logo.

“Essa história já vem desde março. A gente já está num processo de esgotamento total.  A gente percebe o total descaso do poder público. As empresas estão fazendo o que bem entendem e o município tá omisso. Não tá nem aí”, disse a líder comunitária.

O QUE DIZ A PREFEITURA DE ILHÉUS

Valci Serpa: município vai contratar terceira empresa

O PIMENTA ouviu o superintendente de Transporte, Trânsito e Mobilidade de Ilhéus, Valci Serpa, sobre os problemas apontados pelas lideranças comunitárias. Segundo ele, 90% das comunidades rurais de Ilhéus já dispõem de ônibus aos domingos e feriados.

No caso de Maria Jape, o ônibus que sai do Terminal Urbano para a comunidade às 17h50min voltou a rodar nesta segunda-feira (5), conforme o superintendente, que ficou de buscar informações sobre as linhas que atendem os moradores do PA Nova Vitória.

De acordo com Valci Serpa, a resolução definitiva dos problemas do transporte coletivo de Ilhéus depende da contratação de uma terceira concessionária do serviço municipal.

A Viametro, explica o gestor, manifestou interesse de não operar mais as suas linhas na zona rural, restringindo sua atuação à sede do município. Quando a terceira empresa for contratada, ela atenderá as comunidades rurais junto com a São Miguel, enquanto a Viametro cobrirá lacunas atuais do serviço na área urbana.

No entanto, a Prefeitura de Ilhéus ainda não definiu a data para o início da operação da terceira empresa, o que depende da superação de questões jurídicas, segundo Serpa. Também não há prazo para que o martelo da contratação seja batido. Atualizado às 12h29min de 06/09/2022.