O Sistema Único de Saúde (SUS) registrou, no ano passado, 400,3 mil atendimentos a pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de drogas ilícitas e álcool. O número mostra um aumento de 11% em relação a 2020, ano com 356 mil ocorrências. Este domingo (20) é o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo.
O maior número de atendimentos fica entre aqueles que têm entre 25 e 29 anos, que somaram 303,7 mil registros em 2021, seguidos da faixa de 10 a 24 anos (49,4 mil) e, daqueles com 60 ou mais (38,4 mil). Em todos os cenários, o número de atendimentos de pacientes do sexo masculino é maior que o feminino.
A Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada e tem papel fundamental na abordagem dos pacientes que tem qualquer tipo de dependência química. A rede também conta com centros especializados nesse tipo de atendimento, como o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).
CONSUMO DE ÁLCOOL
O uso abusivo do álcool foi o mais recorrente, chegando a 159,6 mil, em todos os níveis de atenção, no ano passado, e 125 mil em 2020. Em seguida, vêm os transtornos mentais e comportamentais por uso de cocaína (31,9 mil) e fumo (18,8 mil).
Opiáceos, canabióides, sedativos e hipnóticos, alucinógenos, solventes voláteis e estimulantes (incluindo a cafeína) também fazem parte do levantamento, com números menores de registros. O uso de múltiplas drogas e de outras substâncias psicoativas não listadas individualmente somam 151,3 mil atendimentos.
Segundo o departamento de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde, o número de atendimentos em 2020 pode estar relacionado à diminuição da procura pelos serviços de saúde em geral, por conta da pandemia da Covid-19, mas nem por isso a preocupação é menor.
“É importante lembrar que esses números não são suficientes para retratar o problema da dependência química no País, tendo em vista que estamos falando especificamente da quantidade de atendimentos e não do total de pessoas dependentes”, explica o coordenador-geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, Rafael Bernardon.