Ricardo Xavier fala sobre decisões tomadas em reunião extraordinária || Foto Andreyver Lima/Seja Ilimitado
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O fim da parceria com o Grupo Amoedo pegou a torcida do Itabuna no contrapé. A expectativa de bom desempenho nas competições de 2024, justificada pelas duas últimas temporadas, deu lugar a dúvidas sobre o destino do clube. Menos de 24h após o anúncio do investidor Leonardo Amoedo, feito segunda-feira (9), o técnico Sérgio Passos também comunicou sua saída.

Ao PIMENTA, o conselheiro e diretor de Futebol do Itabuna, Ricardo Xavier, falou sobre a reunião extraordinária desta terça-feira (10), quando o Conselho Deliberativo do clube fixou os termos de uma contraproposta ao Grupo Amoedo. O objetivo, afirma o dirigente, é salvar a parceria no projeto da Sociedade Anônima de Futebol.

O colegiado decidiu manter o formato inicial do projeto, em que Amoedo entrou como parceiro e não um comprador do clube, explica Ricardo. Isso significa que o investidor, caso decida retomar a parceria, somente poderá vir a deter até 50% das ações da Sociedade.

“O conceito de parceria – e não de compra – foi discutido no projeto de formação da SAF”, sustenta o diretor. Para ilustrar a diferença, ele citou o exemplo do Fluminense de Feira de Santana, onde, diferente do Itabuna, os sócios aprovaram a venda de 90% das ações do clube.

NÚMEROS NA MESA

Os conselheiros também autorizaram a diretoria do Itabuna a oferecer um aumento da participação societária ao Grupo Amoedo. Na temporada de 2022, o clube recebeu pouco mais de R$ 700 mil do investidor, que, em contrapartida, passou a contar com 26,6% das ações da SAF, informa Ricardo Xavier. Agora, o Conselho propôs que o dinheiro colocado no time em 2023, R$ 1 milhão, eleve a cota do sócio a 40%.

Caso Amoedo aceite as condições, o investidor assumirá o controle do futebol do Itabuna com total autonomia, assegura Ricardo, ressalvando que isso implica em absorver eventuais lucros e prejuízos da empreitada. Os termos da proposta ainda serão apresentados formalmente ao empresário.

TEM VOLTA?

O PIMENTA questionou ao diretor de Futebol se o posicionamento detalhado acima contempla o que Leonardo Amoedo chamou de “divergências irreconciliáveis”. Ricardo respondeu que não tem elementos para determinar quais foram as divergências referidas, pois o comunicado do investidor não as especifica.

Com a ressalva de que se trata de uma suposição, o dirigente sugeriu que irreconciliáveis, neste contexto, podem ser as posições do Conselho do Itabuna e do Grupo Amoedo sobre a transferência de mais de 50% das ações da SAF ao sócio investidor, possibilidade vetada na reunião de ontem.

Sérgio Araújo deixa comando do Itabuna Esporte Clube || Foto Divulgação
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Depois de céu azul em quase dois anos, o Itabuna Esporte Clube começa a enfrentar turbulências com o anunciado rompimento do principal investidor, o Grupo Amoedo. Pouco menos de 24 horas após o comunicado do grupo liderado pelo empresário Leonardo Amoedo, outra baixa. O treinador Sérgio Passos anunciou a saída do projeto para 2024 em comunicado em suas redes sociais na madrugada desta terça-feira (10).

Sérgio lembrou da trajetória de campeão da Série B do Baiano de 2022 à vaga heroica na semifinal do Baianão de 2023 para, na sequência, anunciar a decisão de deixar o comando técnico do time que disputará o Campeonato Estadual, a Copa do Brasil e a Série D do Brasileirão em 2024.

– Ao Itabuna Esporte Clube, minha segunda família, minha gratidão é eterna. Continuarei torcendo pelo sucesso desse clube tradicional do futebol baiano – escreveu Sérgio Passos numa rede social.

Ontem, o CEO do Grupo Amoedo, Leonardo Amoedo, publicou comunicado sobre a saída do projeto do Dragão do Sul:

– É com pesar que compartilho a notícia de que, devido a divergências irreconciliáveis no modelo de gestão da SAF e composição dos investimentos futuros da mesma, tomei a decisão de me retirar do projeto de investimento da Sociedade Anônima do Futebol no Itabuna Esporte Clube. Esta não foi uma escolha fácil, mas acredito que é o melhor caminho à seguir, tanto para o clube quanto para mim.

O empresário não informou quais seriam essas divergências. Até agora, a direção do Itabuna, presidido pelo professor Rodrigo Xavier, ainda não se pronunciou sobre o rompimento com o grupo econômico e a saída do treinador. O Dragão do Sul se tornou SAF (Sociedade Anônima de Futebol) em dezembro do ano passado.