Itabuna já perdeu 636 moradores para a Covid-19 e Ilhéus, 536. Juntas, as vizinhas têm 1.172 vítimas do novo coronavírus, o que as colocam nas 3ª e 6ª posição do ranking macabro da pandemia no estado. As informações são do boletim epidemiológico mais recente da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), publicado nesta quarta-feira (7).
Um indicador que ajuda a dimensionar o quinhão das duas maiores cidades do sul da Bahia na tragédia nacional é a taxa de mortos por 100 mil habitantes, que chega a 335,1613 em Ilhéus e a 297,63437 em Itabuna. A taxa nacional é de 248,8207 e a estadual, 161,89689.
Apesar de ter mais óbitos em números absolutos, Itabuna tem uma taxa inferior devido ao tamanho maior da sua população, 213.685 habitantes, enquanto Ilhéus tem 159.923, conforme o Censo de 2010. Mesmo defasado, o levantamento é considerado aqui porque orienta as políticas de combate à pandemia, determinando, por exemplo, a quantidade de vacinas enviadas a cada município.
MUITO ALÉM DE NÚMEROS, VIDAS
Se os números ajudam a colocar em perspectiva o estrago da peste em cada território considerado, pouco ou quase nada dizem das pessoas e histórias por trás deles, chegando mesmo a encobri-las com a frieza da linguagem matemática.
O número, de certa forma, apaga o sujeito, como se a conta da morte fosse o dado definitivo de uma vida. Não é, porque vidas não cabem em boletins epidemiológicos.
Eles, os boletins, nunca informarão que a itabunense Albertina Amaral dos Santos, de 48 anos, sempre sonhou em ser enfermeira, profissão à qual se dedicou ao longo de décadas, até ser vitimada pela Covid-19, na tarde desta quarta-feira (7), no Hospital Calixto Midlej Filho, em Itabuna. Foi a própria vida o que Albertina entregou servindo à sociedade na luta contra a peste. Servir também era o lema de vida do ex-comandante da Guarda Municipal Leonardo Bandeira, que, na última semana, foi vítima da doença em Ilhéus.