Joana lança "Cartas dos Sertões"
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A literatura baiana acaba de ganhar mais uma obra. A jornalista, documentarista e professora do Centro de Formação em Artes e Comunicação Joana Tavares está lançando seu primeiro livro autoral, Cartas dos Sertões. A obra apresenta poemas produzidos pela autora ao longo dos últimos cinco anos.

De acordo com a escritora baiana, a obra dialoga com elementos da cultura sertaneja. “O livro dialoga com a paisagem e cultura material do sertão, de onde vim, onde passei minha infância. Foi no sertão que forjei meus afetos mais primários, então significa muito para mim”.

O livro dialoga também com a questão de gênero e o feminismo ao apresentar a trajetória de uma mulher, Madalena Logrado, ao longo de várias fases da vida. O nome do eu poético é uma reverência às ancestrais de Joana. Madalena é sua bisavó, mãe de seu avô paterno, uma mulher indígena do sertão da Bahia.

Logrado é um dos sobrenomes de sua avó materna, Maria Enedina Nunes Logrado, não passado para as gerações seguintes. “Madalena Logrado significa assim o resgate de heranças e vozes que se apagaram ao longo das gerações, mas que trazem um sentido e uma força que ainda guardamos”, conta Joana Brandão.

PRÉ-VENDA

O livro conta com prefácio da artista Raiça Bomfim, orelha da escritora Lucila Losito e será publicado pela Editora Libertinagem. A capa é uma xilogravura da artista visual Catarina Dantas. A obra está em fase de pré-venda até domingo (8). Nesse período o livro poderá ser adquirido com desconto. “Se atingirmos a meta de 100 exemplares adquiridos neste período, todos os leitores receberão o livro em dobro, para presentear alguém”.

Ainda os apoiadores da pré-venda terão seus nomes registrados nos Agradecimentos do livro impresso. O livro pode ser adquirido diretamente no site da editora: Cartas dos sertões, de Joana Tavares | Editora Libertinagem. Mais informações podem ser encontradas no perfil da autora.

Joana Brandão nasceu em Jequié, no sudoeste da Bahia, e iniciou sua formação acadêmica em Salvador, onde estudou Comunicação com Habilitação em Jornalismo na Universidade Federal da Bahia (Ufba), onde também fez o doutorado, no programa interdisciplinar em estudos de gênero. Posteriormente cursou mestrado em Jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Novo livro do mestre Walmir Rosário já pode ser adquirido em formato digital (eBook)
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Os grandes craques que vi jogar – nos estádios e campos de futebol de Itabuna e Canavieiras é o mais novo livro do radialista e jornalista Walmir Rosário. Editada pela Ojuobá Projetos de Comunicação, a obra traça o perfil dos craques das antigas que tinham verdadeiro domínio da bola. O autor expressa, em cada crônica, o verdadeiro sentimento desses jogadores amadores ao jogar por suas esquipes e as seleções de suas cidades.

Bastava envergar o manto sagrado para que esses craques se superassem das deficiências dos antiquados treinamentos físicos e táticos das equipes do interior e entrassem em campo com a finalidade de ganhar o jogo. Com essa sequência de vitórias, chegavam os tão sonhados títulos nos campeonatos municipais e intermunicipais, façanha conseguida pela Seleção de Itabuna ao conquistar o hexacampeonato baiano intermunicipal.

Essa brilhante conquista teve como protagonistas, praticamente, os mesmos jogadores, de 1957 a 1965, com um intervalo de três anos sem a disputa do campeonato (1958, 1959 e 1960), retomado em 1961. A base da seleção vinha dos clubes amadores itabunenses Janízaros, Fluminense, Grêmio, Flamengo, Botafogo, Bahia e Corinthians, verdadeiras fábricas de craques.

TRANSIÇÃO

O livro também aborda a transição do futebol amador para o profissional, com a criação do Itabuna Esporte Clube, conhecido com o slogan Meu Time de Fé. O Itabuna brilhou no Campeonato Baiano de profissionais, com equipes competitivas; no início, formadas pelos craques amadores. Mais tarde, mesclada com profissionais vindos do sul do país.

O foco da obra é mostrar a trajetória de cada um desses craques, como iniciaram e foram descobertos nos campinhos de baba e seguiram carreira amadora, muitos deles chegando ao profissionalismo. O espetáculo rolava solto aos domingos, no velho campo da Desportiva, em Itabuna, para a satisfação dos torcedores, que enchiam o estádio para torcer pelos seus times.

PAIXÃO

A paixão pelo futebol era tamanha que, em Itabuna, surgiu o primeiro Colégio de Futebol Grapiúna, criado pelo vascaíno Demosthenes Propício de Carvalho, cirurgião dentista que influenciou na formação de caráter e na arte de jogar futebol dos futuros craques. Dessa escolinha saíram grandes jogadores amadores e profissionais, a exemplo de Perivaldo, que atuou em grandes clubes e até na Seleção Brasileira.

Algumas crônicas são dedicadas a fatos pitoresco do futebol do interior, como o dia em que o Botafogo itabunense entrou em campo no segundo tempo sem o goleiro Romualdo Cunha, que ficou no vestiário tirando um cochilo. Somente após 15 minutos sua ausência foi notada por um torcedor. Esse era o mesmo Botafogo dos meios campistas Pedrinha e Mundeco, considerados superiores a Pelé e Coutinho, quando o assunto era a tabelinha.

CRAQUES DE CANAVIEIRAS

O leitor conhecerá, em outras crônicas, dois dos grandes craques que se formaram em Canavieiras, no sul da Bahia: Bené Canavieira (sem o s final) e Boinha Cavaquinho, que jogaram um futebol de gente grande. Canavieira passou pelo Botafogo Carioca nos tempos de Garricha, Didi, Nilton Santos, além de outras equipes. Já Boinha Cavaquinho era centroavante goleador, jogava bem nas onze posições, do gol à ponta-esquerda.

O livro “Os grandes craques que vi jogar – nos estádios e campos de futebol de Itabuna e Canavieiras” foi editado pela Ojuobá Projetos de Comunicação, com design gráfico, editoração e capa de Tasso Filho e Vitória Giovanini. A obra está disponível em eBook, na Amazon. Para assinantes do serviço Kindle Ilimitado, a leitura é gratuita. Quem não tem assinatura pode adquirir a coletânea por R$ 24,00. Acesse aqui.

Manoel Santos lança obra dedicada à qualidade na gestão pública
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O pesquisador Manoel dos Santos fez lançamento virtual do livro Gestão de Pessoas no Setor Público Municipal como Mudança de Paradigma na Contemporaneidade Brasileira. Na definição do autor, o livro, que terá lançamento físico no dia 10 de fevereiro,  apresenta “um olhar sobre a influência do desenvolvimento de pessoas no setor público” como foto na qualidade.

“A obra trata ainda sobre a evolução histórica dos conceitos de Administração e Gestão Pública e a influência do desenvolvimento de pessoas como fator propiciador da alta performance do profissional do servidor público”. É o primeiro livro do autor, que expressa a sua satisfação em escrever.

Lançado pela Editora Aprris, o livro pode ser comprado inicialmente no site da Editora. Em breve estará disponível em outras lojas e livrarias, a exemplo das Americanas, Casas Bahia, Magalu, Ponto Frio, Amazon, Livraria Cultura, Livraria Martins e Fontes Paulista.

O AUTOR

Manoel está cursando doutorado em Mudança Social e Participação Política na Universidade de São Paulo (USP). É mestre em Estado, Governo e Políticas Públicas, pela Faculdade Latinoamericana de Ciências Sociais (Flacso Brasil), mestre em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável pela ESCAS/Ipê-SP e especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade de Ciências e Tecnologia (UniFTC).

O autor possui experiência de mais de 10 anos em assessoria e consultoria aos municípios do sul da Bahia e contribuiu na elaboração de Plano de Carreiras do Magistério e da Educação de 36 municípios da Associação dos Municípios do Sul, Extremo Sul e Sudoeste da Bahia (Amurc), em parceria com os Instituto Natura e Arapyau, e faz palestras relacionadas à temática da educação e carreira.

Concurso é voltado para escritores brasileiros que residem na Bahia
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A Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e a Academia de Letras de Ilhéus lançaram a quinta edição do Prêmio Sosígenes Costa de Poesia, que vai selecionar um livro de poesias escrito em escrito em língua portuguesa e inédito. A obra não pode ser inscrita em outro concurso ao mesmo tempo.

Poderão inscrever-se os brasileiros adultos, desde que nascidos na Bahia e residentes no estado há no mínimo dois anos, conforme declaração assinada pelo inscrito. Cada autor poderá concorrer com apenas uma obra, devendo inscrever-se sob pseudônimo.

As inscrições estão abertas e podem ser feitas de forma gratuita até 4 de março de 2022. A obra deverá ser enviada em arquivo PDF, assim como cópias do RG e do CPF, além do formulário de inscrição disponível no blog oficial da Academia de Letras de Ilhéus e no site da UESC.

Veja mais informações no edital.

Professor e advogado Vercil lança nova obra na área jurídica
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O advogado, jornalista e professor Vercil Rodrigues acaba de lançar sua quarta obra na área jurídica, Tribunal de Júri – História, origem e evolução no Direito Processual Penal, pela Direitos Editora. A obra conta com prefácio do professor de Direito Penal, Processo Penal e Criminologia, Clodovil Soares, que é também delegado da Polícia Civil da Bahia.

Sobre a obra de Vercil, Clodovil a definiu como um “exame percuciente, próprio do talentoso historiador e advogado, da origem histórica e estrutura do Tribunal do Júri, trazendo informações de uma incursão histórica pelas civilizações antigas, em seu modo de punir e julgar, até o Tribunal do Júri como garantia fundamental presente na Constituição Federal, com abordagem que de maneira didática e leve, surge como uma boa leitura para advogados, acadêmicos de direito, carreiras jurídicas ou leigos”.

O autor do prefácio também reforça o cuidado de Vercil ao expor, “de forma brilhante, os principais elementos do Tribunal do Júri, seus princípios reitores, garantias, formulações e recursos. Enfim, temos em mãos um livro que as suas qualidades, por si só, justificam a empenhada publicação. Sem exagero se constituirá, num guia, primeiro e último, a ser consultado por todo profissional da área que se dedique à teoria e prática do Tribunal do Júri”.

Advogado criminalista e um dos fundadores da Academia de Letras Jurídicas do Sul da Bahia (Aljusba), Cosme Reis, a quem coube apresentação do Tribunal do Júri – História, origem e evolução no Direito Processual Penal. Diz que a leitura da obra amplia horizonte sobre os júris, permitindo-lhe visão acurada do instrumento de justiça.

Cosme diz que a obra traça paralelos entre o nascedouro da instituição do júri século XIII, no ano de 1.215, a Magna Charta Libertatum e a sua manutenção em todas as Constituições do Brasil. A Constituição, observa Cosme Reis, “reconhece expressamente a soberania de seus vereditos, neste que é o mais democrático de todos os institutos processuais penais, permitindo aos jurados decidirem com mais liberdade e mais sintonizados com os anseios da sociedade do que os juízes togados, pois, ao contrário destes, não precisam motivar suas decisões”.

Campanha solidária em época de pandemia do novo coronavírus
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A Associação Brasileira das Editoras Universitárias (ABEU) lançou a campanha “O livro nos aproxima” e está divulgando as principais formas dos leitores adquirirem ou acessarem os livros produzidos por universidades e institutos de pesquisa. A campanha inclui também ações de editoras/instituições para enfrentar o cenário imposto pela covid-19.

No sul da Bahia,  a Editus – Editora da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc)- integra a iniciativa com o projeto Editus Digital, que disponibiliza livros para download gratuito. Hoje, a editora já oferece mais de 170 títulos em diversas áreas do conhecimento, bastando acessar aqui.

A Editus disponibiliza publicações digitais gratuitamente também na plataforma SciELO Livros, voltada para resultados de estudos científicos. Quem tiver interesse, pode acessar o link.

A intenção da ABEU é facilitar a busca e o acesso do consumidor. “Estendemos que esta cooperação é de extrema importância para que possamos juntos, mercado editorial universitário e público, encontrar estratégias de enfrentamento do cenário imposto”, reforça a professora Rita Virginia Argollo, diretora da Editus e presidente da ABEU.

Para conhecer a campanha e conferir a participação da Editus e de muitas outras editoras, é só acessar o site.

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Apolônio, centenário, é tema de livro editado pela Uesc.
Apolônio, centenário, é tema de livro editado pela Uesc.

Jonildo Glória

O pastor e professor Apolônio Brito completa 100 anos de idade amanhã, 7 de janeiro. Com bastante saúde e lucidez, ainda planta árvores e faz planos para o futuro. Apolônio nasceu num remanescente de quilombo. Foi escravo por um ano em troca do enxoval de casamento da sua irmã. “Acho realmente que Deus me tem dado uma vida longa… Entendo isso como uma oportunidade para eu continuar meu trabalho e fazer mais coisas. Enquanto me preparo para a velhice, continuo a trabalhar e todos os dias agradeço a Deus pelo fato de ter em mim os bens mais valiosos da vida: saúde, paz e alegria”, comemora.

Apolônio foi garimpeiro. Enfrentou onça. Caminhou cerca de 5.000 km pelo Maranhão, Pará, Goiás e oeste da Bahia (de aventura em aventura), até que chegou ao Instituto Industrial de Corrente (Piauí), sua primeira escola. De analfabeto, torna-se o melhor aluno do Instituto. Estuda no Rio de Janeiro, torna-se pastor protestante e grande educador, fundador de várias igrejas e escolas. Chegou a Itabuna em 1958 e aqui recebeu o título de cidadão itabunense. É um homem impressionantemente otimista, espirituoso, exemplo de fé e determinação.

A idade de Apolônio, em si, já é um caso à parte, que atesta coisas típicas do Brasil: Nasci no dia 07 de janeiro de 1919 num lugar chamado Pé da Ladeira, próximo a Loreto, que também era perto de São Raimundo das Mangabeiras, no Maranhão. Essa data foi estimada pelo tabelião da cidade de Corrente (Piauí), quando lá cheguei, em 1944, e precisei de uma certidão de nascimento. Eu realmente não tinha documento nenhum e nem sabia a minha idade. Do lugar de onde venho, as pessoas não se preocupavam muito com isso. Ninguém tinha documento”.

O centenário Apolônio recorda o espanto do diretor da escola: “Quando o senhor nasceu não registraram o seu nome? … é um papel com seu nome, feito no cartório. … Como é que pode? Tem que ter certidão…. O senhor se lembra de algum acontecimento importante quando era pequeno? … Quando foi essa seca no Maranhão? E na enchente, o senhor tinha quantos anos? … O senhor já ouviu falar da Revolução de 1930? Getúlio Vargas? … olhe, vamos considerar que o senhor nasceu em 1919, e pronto. E o dia… foi 07 de janeiro”. “Depois, na verdade, comparando minha idade com a dos meus irmãos, descobri que o ano estava errado. Eu nasci mesmo foi em 1915”, lembra.

“O impressionante é que, aos 100 anos, ele ainda planta árvores, faz planos para o futuro e diz que se prepara para a velhice. Isso é um exemplo interessante de juventude, jovialidade, coisa que falta em muita gente com menos idade. É aí que a gente vê que para ser velho não precisa ser idoso e para ter juventude não é preciso ser jovem. Apolônio é um exemplo para as novas gerações”, frisa o professor  Samuel Mattos, autor do livro Apolônio, o multiplicador, publicado pela Editus, Editora da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc).

Para o Professor Lourival Pereira Piligra Júnior (UESC), “Apolônio é um sobrevivente, uma existência que vinga no terreno inóspito e agreste do Nordeste como uma flor que desabrocha em meio a uma grande moita de espinhos… a gênese de uma vida transfigurada em mito”.

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"Manual" será lançado na quinta.
“Manual” será lançado na quinta.

O jornalista e escritor Daniel Thame lança no dia 29 de maio, às 19 horas, seu mais novo livro, Manual de baixo ajuda – Como transformar sua autoestima em anã”. O lançamento será na área externa do Teatro Zélia Lessa, recém-reformado pela Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (Ficc).
Editado pela Via Litterarum,Manual de Baixo Ajuda faz um contraponto bem humorado aos manuais de autoajuda que dominam o mercado editorial e que segundo o autor “só melhoram mesmo é a vida de quem escreve esses livros”.  O Manual traz contos como “De office boy a gerente”, “Juros por Deus”, “O amor é cego”, “O amor não tem idade”, “Todas as mulheres aos seus pés”, “O caminho mais curto para o céu” e “Medalha de ouro no amor”, além de gotas ácidas de sabedoria e algumas fábulas fabulosas de hoje em dia.
O livro tem posfácio (ou post mortem!) de Ernesto Che Guevara, Raul Seixas e John Lennon, em depoimentos que revelam como o Manual de Baixo Ajuda  poderia ter mudado suas vidas. Isso se, obviamente, eles não tivessem morrido antes, embora, a exemplo de Elvis Presley e de Michael Jackson, haja controvérsias.

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Assaí AtacadistaA propósito da polêmica em torno da área onde será construída a loja do Assaí Atacadista, do Grupo Pão de Açúcar, o fotógrafo e pesquisador José Nazal elimina a dúvida.
De acordo com a lei que definiu os novos limites territoriais de municípios baianos, a área adquirida pelo Pão de Açúcar para construir o novo atacadão, a antiga Fazenda Santo Antônio, fica em solo itabunense.
Em tempo: Nazal lança nesta quinta-feira (9), às 18h30min, no Espaço Cultural Bataclan, a terceira edição do histórico Minha Ilhéus, pela Via Litterarum. O livro é um passeio pela história recente da bela Ilhéus, recheado de fotos históricas (confira mais aqui), e também trata dos limites da antiga capitania.

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Lopes lança nova edição de “Luz sobre a memória” em Buerarema e Ilhéus.

Luzsobreamemória (1)
O livro de crônicas Luz sobre a memória,  do jornalista Antônio Lopes, chega às livrarias esta semana, em nova edição da Editora Mondrongo. Lançado em 2001, a coleção de 34 textos  está esgotada. “A edição atual tem duas crônicas inéditas, feitas especialmente para este momento, sendo que as outras crônicas tiveram a linguagem atualizada pelo autor”, explica Gustavo Felicíssimo, diretor da editora.

O livro será lançado na Casa da Cultura Jonas & Pilar, em Buerarema, na segunda-feira (23), às 19 horas.

O romancista Marcos Santarrita (1941-2011), que faz a apresentação do livro, lista Lopes entre os grandes cronistas brasileiros, ao lado de Machado de Assis e Fernando Sabino. – Lopes é um mestre da crônica, esse gênero ingrato e difícil, híbrido de jornalismo e literatura – diz Santarrita.

Já Felicíssimo afirma que “a crônica de Lopes é permanente, devido ao frescor de uma escrita que aproxima o simples e o profundo, aparentemente despreocupada, mas de olho no significado dos atos e sentimentos humanos”.

Atualizada às 15h33min

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UM NARRADOR QUE JÁ NASCEU ADULTO

Ousarme Citoaian | [email protected]

1AquilinoTenho dito que meu tempo é pouco para ler tudo que me aparece em prosa e poesia. Daí, sempre com leituras atrasadas (é certo que morrerei antes de ler todos os livros que pretendo ler), não tenho como me dedicar aos autores novos – algo que soa discriminatório e cruel, bem sei. Há dias, como exceção a esta regra, li Ponte estreita em curva sinuosa (Editora Universidade Federal do Recôncavo Baiano), do ilheense Aquilino Paiva, e me felicitei pela descoberta. Na coleção de 15 contos (com prefácio de Reheniglei Rehem) penso assistir a um fenômeno: o nascimento de um contista adulto, da melhor qualidade, na trilha dos grandes que este sul-baiano produziu.

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Em todos os contos, a boa literatura

Em Ponte estreita… não há liame claro entre os textos, e o locus da narrativa nem sempre é identificado. Às vezes, tal percepção soa irônica, como em “Cemitério”, que se passa em Cruz das Almas, ou em “O pacto”, quando um sujeito que tem acordo com o Capeta vai dar com os costados em Senhor do Bonfim. Há crítica social em “O caso do outdoor” e “Lôro d´água”, laivos de thriller policial em “O eletricista” e “Punhal de prata”, sugestões de humor negro em “O quinto suicídio de Sabrina Miranda” e “Joana e Avelino”. Na maioria dos contos, uma pitada de suspense e em todos a boa invenção literária, feita por mão madura, sem as pegadas deixadas pelos amadores.

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3pistoleiroTrecho: a morte como meio de vida

“A morte, pra mim, era meio de vida. Coisa que sabia fazer muito bem, por que não trabalhar com isso? Se Deus existe, acho que estou perdoado, pois não matei ninguém com raiva, nem por vingança, nem pra roubar. Nunca foi pessoal. Eu só ficava sabendo o nome do escolhido que era para poder encontrar e realizar o contrato. Se mereceu, nem quero saber. É tão somente um serviço. Só aperto o gatilho, ou encravo a faca, é morte que eu não decido, só faço aquilo que nem todo mundo sabe fazer, por fé, por covardia, ou falta de jeito, três coisas que eu não tenho” (de Punhal de prata, com epígrafe de Alceu Valença – pág. 60).

ENTRE PARÊNTESES, ou

Com o abono inquestionável do papa
Esperei, esperei, ninguém comentou, comento eu, tantos dias depois. O papa Francisco, que encantou os brasileiros, saudou dona Dilma como “presidenta”. Não fosse a simpatia do chefe da Igreja Romana, teria recebido pedradas de certos setores – cuja ignorância os leva a identificar este feminino de presidente como “coisa do PT”. Os que enxergam um pouco adiante do espaço nasal sabiam que não seria diferente: todas as línguas da família (português, francês, italiano, espanhol) usam, neste caso, “presidenta”. O papa, com formação vocabular na Argentina e da Itália, jamais chamaria uma mulher de “presidente”. O que, de resto, é rematada grosseria.

POEMA DE DRUMMOND E ETERNA ARROGÂNCIA

5DrummondPor certo a gentil leitora e o exigente leitor conhecem o poemeto Política literária, de Drummond: “O poeta municipal/ discute com o poeta estadual/ qual deles é capaz de bater o poeta federal./ Enquanto isso o poeta federal/ tira ouro do nariz”. É uma celebração da pequenez fantasiada de grandeza, algo próprio dos eternos arrogantes, invejosos e ciumentos. Pela parte que me toca, se minha pobre prosa for lida na rua onde moro já me darei por satisfeito. Não tenho “colegas” a bater, não concorro, não reclamo, o êxito dos outros, em vez de me deprimir, me enleva. Acordo para este despertado por Woody Allen.
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Conversa de novato com grande estrela

Um ótimo diálogo de Meia-Noite em Paris (aqui comentado há dias, com a aprovação dos leitores que conhecem o filme) está no primeiro encontro dos personagens Gil Pender (Owen Wilson) e Ernest Hemingway (vivido por Corey Stoll). Pender é um escritor iniciante, e Hemingway é… Hemingway!  Diante da hesitação do novato, o autor de Por quem os sinos dobram? joga duro: “Nenhum tema é ruim se a história é verdadeira e se a prova é limpa e honesta”.  E o melhor é quando Pender, timidamente, pede para Hemingway ler os originais do livro em preparo. “Eu só queria uma opinião”, diz. “Minha opinião é que detesto”, ouve.

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7Corey StollAbundância de egos grandes e pesados

Diante da frase grosseira, Pender argumenta: “Você nem leu…”, ao que faz Hemingway voltar à carga: “Detesto textos ruins. E se for bom, terei inveja e detestarei mais. Não queira a opinião de outro escritor. Escritores são competitivos”. Pender contemporiza: “Não vou competir com você…” e Hemingway volta a agredir: “Você é modesto demais, não é muito masculino. Se você é escritor diga que é o melhor escritor (dá um murro na mesa). Mas não será enquanto eu viver, ou quer decidir isso no braço?” O personagem mostra um tipo comum no meio intelectual, onde abundam egos grandes e pesados (na foto, Corey Stoll, agressivo, de dedo em riste).

O PIANISTA PREFERIDO DE MILES DAVIS

Esvai-se o espaço, e ainda preciso introduzir o vídeo desta semana. Vamos resumir: Ahmad Jamal, pianista americano de Pittsburgh, nasceu em 1930, chama-se Frederick Russell Jones – o nome de guerra, vocês já sabem, é de alguém convertido ao islamismo. Penso que ajudaria muito lembrar que Jamal era o pianista preferido de Miles Davis, e sobre quem exerceu forte influência: estudiosos dizem que Miles gostava tanto da música do velho Jamal que o imitava nos arranjos. Acordes do pianista são ouvidos no clássico So what, de Miles Davis (da histórica sessão de Kind of blue, já mencionada nesta coluna). No vídeo, Ponciana, canção feita famosa na voz de Nat King Cole.
O.C.
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Estimular a socialização de conhecimento de conteúdo científico é o foco do livro “Da pesquisa para a sociedade: reflexões sobre a comunicação científica e tecnológica”, lançado recentemente pela Editus, a editora da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc).

O livro é assinado pelos professores Lisandro Diego Giraldez Alvarez, da Universidade Estadual do Sudeste Baiano (Uesb); Verbena Córdula Almeida, da Uesc; e Ana Carolina Lima Castellucio, da Faculdade Dois de Julho. Os três  – o primeiro é químico, a segunda é historiadora e a terceira é jornalista- estudaram os caminhos que devem ser trilhados pelo profissional de comunicação  para interpretar e traduzir a linguagem científica para o cidadão comum. Os autores lembram que as notícias  sobre ciência e tecnologia precisam ser apresentadas de forma criteriosa e “sem o caráter espetaculoso que empobrece o conteúdo e a qualidade da informação”.

O livro está disponível na Livraria da Editus, instalada na Biblioteca Central da Uesc, e os pedidos também podem ser feitos por e-mail ([email protected]) ou telefone (73.3680-5240). Informações sobre as publicações da Editus encontam-se no site www.uesc.br/editora.

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UM GRITO DE DOR NO ENGENHO DE SANTANA

1MejigãOusarme Citoaian | [email protected]

Mejigã e o contexto da escravidão (Editus/Uesc, organização de Ruy Póvoas) é um livro magnífico, desses que engrandecem a região, porque projetam e eternizam em letra impressa intelectuais que, em grande parte, estariam no anonimato, não fosse essa iniciativa. Os dez ensaístas reunidos na coletânea esbanjam erudição, sem perder o viés paradidático que nos facilita o entendimento. Mejigã… (nome africano de uma negra escravizada e trazida ao Engenho de Santana) é inquestionável contributo para percebermos o que foi a luta dos negros em Ilhéus e o que eles significam em nossa formação. Talvez fosse injusto fazer destaques, mas é justo salientar pelo menos dois nomes pouco reconhecidos fora dos muros da academia e que ganham visibilidade com o livro:

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Chicotadas como pagamento do trabalho

Marialda Jovita Silveira, que disserta com invulgar segurança sobre a oralidade como mecanismo de preservação dos valores do candomblé (Ritos da palavra, gestos da memória: a tradição oral numa casa ijexá), e Consuelo Oliveira, que explica, didaticamente, como numa sala de aula, as questões de saúde/doença/magia/terapêutica no candomblé, tendo como exemplo o terreiro onde Ruy Póvoas é babalorixá, em Itabuna (Ilê Axé Ijexá: lugar de terapia e resistência). Li Mejigã… como um livro político, uma história da resistência de um povo, seu sofrer e sua revolta – o registro a ferro e sangue de uma Ilhéus receptora de negros escravos, “dos quais ela cerceou a liberdade e cresceu pela força de seu trabalho, a troco de chicotadas”, como diz Ruy Póvoas.

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“Subalternizados, mas não subalternos”

Ou, na voz de Arléo Barbosa, “O Estado brasileiro foi edificado pelo negro, cuja presença é marcante em todos os aspectos da vida econômica, social, política, religiosa e cultural”. Ainda, de acordo com Kátia Vinhático e Flávio Gonçalves: “Eles [os escravizados] não se comportaram, não se sentiram e não se pensaram como subalternos. Subalternizados, inferiorizados, subestimados, sim. Não se pode dizer, no entanto, que foram subalternos, pois para isso seria necessária a aceitação dessa condição por parte deles”. Os demais textos de Mejigã…, todos de alta qualidade (não citados por falta de espaço), são de André Luiz Rosa Ribeiro, Ivaneilde Almeida da Silva, Mary Ann Mahony e Teresinha Marcis.

 

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VANDALISMO: “A DESTRUIÇÃO DO NOTÁVEL”

Com os protestos de rua em moda no Brasil democrático, abusa-se do termo “vândalo”, para caracterizar o bandido travestido de manifestante. O termo remonta a um povo do século V, que tomou e saqueou Roma, destruindo muitas obras de arte. Isto ocorreu no mês de junho, à semelhança das nossas manifestações. Por certo, a palavra “vandalismo” viria daí (“Destruição ou mutilação do que é notável pelo seu valor artístico ou tradicional”, segundo o Priberam). Nada errado em chamar esses marginais de “vândalos”, salvo a repetição exaustiva do termo, o que atesta a já sabida indigência vocabular da mídia, particularmente da tevê.
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5MonalisaNapoleão e os especialistas em saque

Os dicionários apontam alternativas para vândalo: bárbaro, selvagem, destruidor, grosseiro, violento, bruto, truculento, iconoclasta e outros. Para manter a linguagem jornalística distante das escolhas sofisticadas (comme il fault), eu empregaria para o indivíduo desse comportamento a boa e sonora palavra “bandido”. É tempo de lembrar outra curiosidade: Roma teve, em 1798, novo saque de obras de arte, desta vez por Napoleão, cujo exército tinha um grupo “especialista” em… roubar. Só os nazistas pilharam mais do que o velho Bonaparte. Mas não foi ele quem levou a Monalisa pro Museu do Louvre, como dizem as más línguas.

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DE ERROS “HISTÓRICOS” E “OCASIONAIS”

3AracyPra não dizer que só falo de espinhos
Com (talvez) irritante frequência tem esta coluna se referido a erros perpetrados contra a canção brasileira. Parece que não há exceção: de Nelson Gonçalves a Maria Betânia, de Alcione a Ângela Maria, novos e velhos vocalistas decidem alterar as letras e o fazem impunemente, como se tivessem tal direito. Há erros “históricos”, como o de Aracy de Almeida em Último desejo e Gastão Formenti em De papo pro ar (dois deslizes que foram repetidos tempos afora por outros cantores), e há os equívocos ocasionais, aqueles “próprios” de um vocalista, mas que outros não copiam. É o caso de Marisa Monte.
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7GibãoA garota não quer mais vestir “gibão”

Há dias, postamos aqui um vídeo em que ela canta O xote das meninas (Luiz Gonzaga – Zé Dantas), com uma derrapada das mais escabrosas da MPB. “Meia comprida, não quer mais sapato baixo, vestido bem cintado, não quer mais vestir timão”, diz a letra, mostrando o estado de espírito da menininha que vira moça e quer namorar. Pois a bela Marisa, sabe-se lá o motivo, canta “… não quer mais vestir gibão” – e não houve no estúdio um filho de Deus que atentasse para esta barbaridade. Timão é uma espécie de camisola; gibão até seria defensável em outro lugar, não no Nordeste): além de ser vestimenta de vaqueiro, não está no texto original. Menina vestindo gibão só mesmo na cabeça dessa gente tonta.

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QUE A SIGLA SEJA MENOR DO QUE A OBRA

Todos metem sua colher, também vou meter a minha… Calma. Invoco essa paródia de Casemiro de Abreu, que ninguém mais lê, apenas para introduzir minha escolha sobre a sigla da Universidade Federal do Sul da Bahia. É que o tema, bem ao nosso estilo de trocar o atacado pelo varejo, caminha para se tornar mais substantivo do que a própria escola. Dito o que, informo aos que desta coluna tomarem conhecimento que minha preferência não é Ufesba, Ufsulba, UFSB ou UFSBA, mas um acrônimo ainda não sugerido: UFESB. Mas, quero deixar claro, pouco importa por qual sopa de letrinhas será identificada a Escola – ela é que nos importa – mesmo chamada por qualquer nome exótico. Para ficar coerente, vamos de Alobêned, que esta coluna disse (e repete!) ser “um furacão negro, uma monarca africana”.

 (O.C.)

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Clarindo Silva, a figura mais emblemática do Terreiro de Jesus, no Centro Histórico de Salvador, é personagem de uma das três biografias que serão lançadas no próximo dia 20, a partir das 16h30, na Assembleia Legislativa da Bahia. Os outros dois livros abordam, respectivamente, a vida do médico Juliano Moreira e a do geógrafo Milton Santos.

O trabalho sobre Clarindo é de autoria do escritor e jornalista Vander Prata, que compilou mais de 80 horas de entrevistas com o ilustre proprietário da Cantina da Lua, além de amigos e parentes.

Durante muitos anos, a Cantina foi um dos centros da efervescência cultural da capital baiana e símbolo da luta pela preservação do Pelourinho como patrimônio arquitetônico da humanidade. Relata o autor que “sob o comando de Clarindo Silva, (a Cantina da Lua) tornou-se um espaço democrático, que reunia poetas, músicos, jornalistas, radialistas, artistas, políticos, nativos e turistas, reinando absoluto como ponto de encontro da cena cultural baiana, principalmente durante as décadas de 1970 e 1980”.

Ainda segundo Prata, “Clarindo Silva estimulava a pluralidade de pensamentos, proporcionando boa comida e bebida de primeira, apreciadas principalmente quando rolava samba”. O livro que conta a bela história de Clarindo e de seu boteco mágico no Pelourinho tem prefácio do escritor e jornalista José de Jesus Barreto e contracapa do poeta Fernando Coelho.

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O poeta e escritor grapiúna Ulisses Góes acaba de lançar virtualmente seu primeiro romance de ficção. O livro, intitulado “Efeito Cacaos” (foto), tem página no Facebook (clique aqui), onde todos podem ler a obra na íntegra, além de trocar ideias e opiniões com o autor.
“Efeito Cacaos” é um romance de ficção com uma linha de realismo fantástico. Primeiramente, por iniciativa do próprio autor, o livro foi lançado em ambiente virtual, tendo, além da página no Facebook, um blog na internet onde os leitores podem baixar uma versão em PDF.
Para quem curte bons livros, é uma ótima dica de leitura. Ulisses Góes atualmente está escrevendo uma saga chamada “As Crônicas de Nevareth”, uma história totalmente baseada no universo do jogo Cabal Online, hoje um dos mais populares no Brasil.