Serviços de limpeza urbana avançam, mas destinação de resíduos ainda é desafio || Foto Rafa Neddeermeyer/ABr
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Quase todos os municípios brasileiros (99,8%) informaram ter serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos em 2023, indicando uma ampla cobertura territorial.

Por outro lado, 31,9% desses municípios ainda utilizavam os lixões (vazadouros a céu aberto) como disposição final dos resíduos – considerada a pior maneira. Em 28,6% das cidades, a destinação era feita em aterros sanitários, e 18,7% utilizavam aterros controlados – solução ambientalmente mais adequada.

As informações constam da Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2023 – Suplemento de Saneamento (Munic) divulgada nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ao analisar a distribuição dos serviços por grandes regiões, o Nordeste lidera com cobertura de 99,9% dos municípios atendidos, seguido de perto pelo Centro-Oeste e Sudeste, ambas com 99,8%. O Norte e o Sul apresentaram a menor cobertura, com 99,6% cada.

“Esses dados demonstram que o serviço de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos estava amplamente presente em quase todos os municípios, independentemente do tamanho ou localização geográfica”, diz o IBGE.

Serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos foram reportados por 5.557 municípios brasileiros. Apenas oito não reportaram a disponibilidade desses serviços: Onda Verde (SP), Aceguá (RS), Nova Maringá (MT), Orós (CE), Laranja da Terra (ES), Taquari (RS), Itaituba (PA) e Santa Bárbara d’Oeste (SP).

Os dados do IBGE mostram que dos municípios que dispunham de serviço de limpeza, 46,5% (2.586) tinham Política Municipal de Resíduos Sólidos; 10,7% (596) estavam com a política em elaboração; e 42,7% (2 374), não tinham essa política.

Em geral, a existência dessas políticas específicas tende a ser mais comum em municípios com população maior. Dentre os 41 municípios com mais de 500 mil habitantes, 30 deles (73,2%) dispunham de tal política.

No Brasil como um todo, 3.182 municípios (57,3%) informaram ter Política Municipal de Resíduos Sólidos ou estar com ela em elaboração em 2023.

Segundo o estudo, há uma desigualdade regional sob esse aspecto. Enquanto 65,8% dos municípios do Sul informaram a existência ou elaboração da política, apenas 49,5% dos municípios do Nordeste o fizeram.

DESTINO

Sobre a destinação final dos resíduos sólidos, o estudo destacou como as diferenças nas modalidades utilizadas – vazadores a céu aberto (lixões), aterros controlados e aterros sanitários –. impactam na gestão ambiental e saúde pública.

Quando mal manejados, os resíduos podem gerar contaminação de solo e água, emissão de gases de efeito estufa e proliferação de doenças.

“Ao contrário de vazadouros a céu aberto ou em áreas alagadas, os aterros sanitários são estruturas projetadas para isolar os resíduos do meio ambiente, com controle de lixiviados e gases, garantindo uma gestão ambiental mais segura”, diz o IBGE.

A Região Norte é a que mais utilizava lixões, com 76,1% dos municípios destinando seus resíduos aos vazadouros. Apenas 10,8% dos municípios do Norte optaram pelos aterros sanitários, e 19,3% utilizam aterros controlados, que representam uma alternativa intermediária entre lixões e aterros sanitários.

O Nordeste também apresentou uma alta dependência de lixões, com 58,7% dos municípios utilizando esse tipo de unidade, 25,5% adotavam aterros sanitários e 17,2%, aterros controlados.

Na Região Sudeste, observa-se uma situação mais equilibrada: 43,3% dos municípios utilizavam aterros sanitários e 29,2% optavam por aterros controlados. A disposição final em lixões era significativamente menor nessa região, abrangendo 13,7% dos municípios.

A Região Sul se destacou como a que menos utilizou lixões (7,5%). A maior parte dos municípios do Sul (45%) utilizava aterros sanitários, e 18,7% empregavam aterros controlados.

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Um consórcio público baiano foi o primeiro colocado em chamamento público conjunto da Caixa e BNDES para estruturação de resíduos sólidos urbanos no país. O resultado foi publicado nesta semana no portal da Caixa Econômica Federal com a proposta do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável do Território do Litoral Sul da Bahia (CDS-LS) à frente (veja aqui).

A iniciativa tem como propostas estimular a regionalização dos serviços e a participação privada no manejo dos resíduos sólidos urbanos. A chamada teve como público-alvo estados, consórcios intermunicipais e arranjos regionais com população a partir de 150 mil habitantes na região Norte e de 200 mil pessoas nas demais regiões.

O presidente do CDS-LS e prefeito de Itacaré, Antônio de Anízio, destacou que se trata de mais um reconhecimento do trabalho feito em conjunto com os municípios consorciados. “É um orgulho ficarmos entre em primeiro colocado no resultado final deste edital no setor de resíduos sólidos urbanos. É através do trabalho em conjunto que vários projetos, investimentos e obras sustentáveis estão sendo realizados. Hoje estamos vendo, mais uma vez, os resultados dessa política de construção coletiva. Seguiremos trabalhando para que a nossa região avance cada vez mais”, afirmou o presidente do CDS-LS e prefeito de Itacaré.

Foram considerados como arranjos regionais Consórcios Públicos, Regiões Metropolitanas, Microrregiões, Aglomerações Urbanas, Unidades Regionais de Saneamento Básico, Blocos de Referência e Regiões Integradas de Desenvolvimento, como preconiza a nova Lei de saneamento básico (Lei nº 14.026/2020), visando à mitigação dos riscos ambientais com a destinação adequada do lixo, bem como a qualificação e emancipação econômica dos catadores de materiais recicláveis.

CDS-LS

O consórcio foi criado em 15 de maio de 2013 pelos gestores municipais do litoral sul da Bahia com o objetivo de potencializar a resolução dos problemas em comuns, com a captação e otimização dos recursos financeiros. Fazem parte do consórcio: Uruçuca, Ubaitaba, Maraú, Itapitanga, Itapé,Itajuípe, Itacaré, Itabuna, Ilhéus, Ibicaraí, Floresta Azul, Coaraci, Buerarema, Barro Preto, Aurelino Leal e Almadina.

Em cidades como Itabuna, Ilhéus, Itacaré, Ibicaraí, Barro Preto e Uruçuca, o armazenamento de resíduos sólidos é feito no aterro sanitário da CVR Costa do Cacau, única empresa do sul da Bahia que atende as diretrizes do Plano Nacional de Saneamento.

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Após manutenção de área verde no Novo São Caetano, próximo à Cavalaria da PM, a Superintendência de Serviços Públicos orientou os moradores da localidade a evitar descarte irregular de entulhos. Lázaro Pellegrini, diretor da Superintendência, lamenta o que ele chama de falta de cidadania e consciência de quem despeja todo tipo de material nestes locais, tais como lixo doméstico, móveis.

“Antes de criarmos esse ponto verde aqui no final de linha, a cada dois dias recolhíamos média de cinco caçambas de entulhos e lixo. A população ficou seis meses sem jogar lixo aqui, mas agora está criando um novo ponto de descarte ao lado da área ajardinada”, comentou. As áreas verdes contam com flores e pneus coloridos, dando um charme ao local.

Lázaro enfatiza que o trabalho de limpeza pública é realizado diariamente com muito empenho pelas equipes para tentar acabar com pontos de descarte irregular de lixo e entulho. “Havia cerca de 146 pontos viciados em janeiro do ano passado que foram reduzidos a 46 em toda a cidade. Por isso é necessária a colaboração da população”, afirma o diretor.

Baronesas e lixo cobrem faixa de areia na Praia da Avenida || PIMENTA
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As praias da Avenida e do Cristo, na região central de Ilhéus, foram tomadas pelas baronesas que desceram pela foz do rio Cachoeira após as chuvas da semana passada, como mostram as fotos desta publicação, registradas hoje (14) pelo PIMENTA.

Praia do Cristo é uma das mais afetadas por material trazido pelas chuvas

Misturado à matéria orgânica, muito lixo também desaguou no  litoral ilheense. A faixa de areia sob a ponte Jorge Amado – o novo cartão postal do sul da Bahia – é uma das áreas mais afetadas pela poluição.

Sessão aprovou endurecimento de legislação contra "porquinhos" e poluidores do ar
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Após duas votações na Câmara de Vereadores, foram aprovadas alterações à Lei 2.195/2011, o Código Ambiental e do Equilíbrio Ecológico do Município de Itabuna. As mudanças, propostas pelo Executivo, reveem penalidades à poluição sonora e ao despejo de lixo em terrenos baldios, entre outras irregularidades. Começando sempre por advertências, depois multas a partir de R$ 150,00.

No caso de som, ruídos e vibrações acima dos limites permitidos, a multa pode variar de R$ 150,00 a R$ 5 mil. Estes valores poderão ser cobrados, também, pelo não atendimento dos padrões de qualidade do ar e da água. A mesma faixa de punição vem por causa de atividades sem autorização ambiental.

A legislação refere-se, ainda, ao despejo de resíduos de uso doméstico no solo ou em corpos d’água. É o caso do Rio Cachoeira. Tais infrações também podem levar a multa de R$ 150,00 a R$ 5 mil, aplicando-se, ainda, à construção em canteiros ou instalação em equipamentos nos canteiros marginais dos canais.

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Os relatores da matéria, Alex da Oficina (Agir) e Ronaldão (PL), destacaram ser esta uma forma de disciplinar a população. Afinal, respeito ao meio ambiente é também questão de saúde. “Antes, a multa era 50 reais; estava defasado. O interesse do Executivo é, simplesmente, que as pessoas coloquem o lixo no lugar adequado. Porque estão colocando em qualquer esquina, no Rio Cachoeira e isso não fica bem para uma cidade como a nossa”, pontuou Ronaldão.

Para ele, o Executivo acertou. “Vamos colocar disciplina para a cidade melhorar. Vamos gastar bem abaixo do que gastamos com medicamentos, sem insetos, sem ratos. Essas coisas não podem acontecer numa cidade desenvolvida como a nossa”.

Citando um bairro, Alex completou. “Tem as conchas coletoras de lixo, mas, às vezes, as pessoas vêm de todos os bairros e jogam o lixo num mesmo lugar. No Santa Inês mesmo é assim, tem alguns pontos que são viciados. Isso é horrível”.

Presidente da Câmara, Erasmo Ávila (PSD) reiterou que a modificação ora apreciada tinha sido solicitada pelo Ministério Público há muito tempo. “Porque as multas ambientais eram R$ 50,00 desde 2010. Esse valor por um desequilíbrio ecológico é inadmissível”, declarou.

Lixo na rua Eustáquio Bastos, principal acesso ao Aeroporto Jorge Amado
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A rua Eustáquio Bastos é o principal acesso ao aeroporto de Ilhéus para quem chega ao bairro Pontal pela avenida Lomanto Júnior. Há 12 dias, o lixo se acumula nas portas das casas, feito cartão de visita às avessas, de espantar freguesia. O problema é o mesmo nos pontos turísticos da cidade, nos bairros periféricos, no Centro e nos distritos.

No programa O Tabuleiro (Ilhéus FM), na última quarta-feira (22), o secretário de Gestão de Ilhéus, Gabriel Bittencourt, disse ao radialista Vila Nova que o contrato da nova empresa de coleta de lixo será publicado até terça-feira (28). Na segunda (27), com ou sem lixo nas ruas, começa a Semana do Turismo em Ilhéus.

Município está na 2ª semana sem coleta regular de lixo
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No meio dessa sujeira toda, a Prefeitura de Ilhéus bem que poderia aproveitar a oportunidade de investir num programa robusto de coleta de material reciclável, acompanhado por campanha educativa de incentivo à separação dos resíduos domésticos.

Thiago Dias

Um velho chavão diz que uma crise também pode ser transformada em oportunidade. O clichê vale para o colapso da coleta de lixo de Ilhéus, provocado pela dificuldade da Prefeitura de gerir o serviço público com eficiência.

Os montes de lixo se formam e crescem nas ruas, enquanto o governo municipal patina na substituição da empresa terceirizada. Esse cenário medonho e fedorento é registrado em fotografias e vídeos para a posteridade e as eleições vindouras.

No meio dessa sujeira toda, a Prefeitura de Ilhéus bem que poderia aproveitar a oportunidade de investir num programa robusto de coleta de material reciclável, acompanhado por campanha educativa de incentivo à separação dos resíduos domésticos.

Negócio limpo, rentável e sustentável, um programa de coleta amplo e eficiente ainda daria visibilidade positiva a Ilhéus.

A empreitada, naturalmente, deve incluir a Coolimpa (Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Ilhéus).

Tudo isso no bojo da elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, superando o modelo atual de descarte de resíduos, que só alimenta contratos públicos caros e condena o território de Itariri ao desastre ambiental do lixão.

Thiago Dias é repórter e comentarista do PIMENTA.

Prefeito de Ilhéus é acusado de atrasar pagamento de INSS
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O prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD), decretou estado de emergência no âmbito da Secretaria de Serviços Urbanos e Distritais de Ilhéus, nesta sexta-feira (10). O ato autoriza o município a dispensar licitação para contratar empresa de coleta de resíduos sólidos.

O futuro contrato de emergência também abarcará a coleta de resíduos hospitalares, a desobstrução de redes de drenagem pluvial e a limpeza de feiras livres e praias.

Segundo o decreto, a medida foi necessária devido à suspensão do processo licitatório nº 001281/2019 por determinação da Justiça e à impossibilidade legal de a Prefeitura renovar o contrato da CTA Empreendimentos, responsável pelo serviço atualmente.

EMERGÊNCIA PARECIDA E PUNIÇÕES PASSADAS

Foi também durante estado de emergência, em março de 2019, que a Prefeitura de Ilhéus contratou a CTA Empreendimentos. Investigado pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e objeto de punições do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA) contra Marão, o contrato é alvo de suspeita de superfaturamento e de direcionamento (relembre aqui e aqui).

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Contraste entre a ocupação da Praça Castro Alves, em Ilhéus, numa quinta-feira do Projeto Música na Praça, antes da pandemia, e o flagrante do lixo espalhado quase aos pés da estátua do poeta Castro Alves, em foto do último domingo (4).

A Praça Castro Alves, também conhecida como “Pracinha da Irene”, é um dos espaços públicos mais movimentados de Ilhéus. Localizada diante da Avenida Soares Lopes, com diversos estabelecimentos, atrai pessoas que gostam de comer na rua ou bebericar uma cervejinha depois do expediente.

Nos verões, transforma-se no palco do projeto Música na Praça, capitaneado pelo músico e ativista cultural Itassucy Correia. O encontro da música popular com a oferta de guloseimas torna a Praça Castro Alves ainda mais aprazível. É como se a interação entre as pessoas, embalada pelo trabalho dos artistas, fosse capaz de concretizar o projeto civilizatório de sociabilidade contido, virtualmente, em toda praça pública.

Porém, no início da noite do último domingo (4), com uma quantidade significativa de lixo espalhado em volta de uma lixeira, a poucos metros da estátua do poeta, a Castro Alves nem de longe parecia “um lugar civilizado”, como dizem os mais velhos.

O lixo espalhado não tem nada a ver com o projeto musical, que, como dito, ocorre no verão. A atividade cultural foi referida como exemplo de ocupação civilizada do espaço público, em contraste com a imagem dos resíduos no chão da praça.

ONU aponta desperdício de alimentos || Fernando Frazão/Agência Brasil)
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Quase 931 milhões de toneladas de alimentos  – 17% do total disponível aos consumidores em 2019 – foram para o lixo de residências, do comércio varejista, de restaurantes e de outros serviços alimentares, segundo pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU).

O montante equivale a 23 milhões de caminhões de 40 toneladas carregados, o que, segundo a entidade, seria suficiente para circundar a Terra sete vezes.

O Índice de Desperdício de Alimentos 2021, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e da organização parceira WRAP, do Reino Unido, divulgado esta semana, analisa sobras alimentares em pontos de venda, restaurantes e residências – considerando partes comestíveis e não comestíveis, como ossos e conchas.

Foram observadas, ao todo, 152 unidades em 54 países. De acordo com o documento, o desperdício de alimentos é um problema global e não apenas de países desenvolvidos. As perdas de alimentos foram substanciais em quase todas as nações onde o desperdício foi medido, independentemente do nível de renda.

MAOR PARTE DO DESPERDÍCIO

A maior parte desse desperdício, segundo o relatório, tem origem em residências – 11% do total de alimentos disponíveis para consumo são descartados nos lares. Já os serviços alimentares e os estabelecimentos de varejo desperdiçam 5% e 2%, respectivamente.

Em termos globais per capita, 121 quilos de alimentos são desperdiçados por consumidor a cada ano. Desse total, 74 quilos são descartados no ambiente doméstico. O desperdício tem impactos ambientais, sociais e econômicos significativos, assinala o relatório. Entre 8% e 10% das emissões globais de gases de efeito estufa, por exemplo, estão associadas a alimentos não consumidos, considerando as perdas em toda a cadeia alimentar.

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Vista aérea do esquecido Banco do Pedro, em Ilhéus

Segundo distrito mais populoso de Ilhéus, Banco do Pedro, local que tem uma ponte centenária que serviu de cenário da novela global Renascer, a comunidade é obrigada a descartar o lixo nas margens do Rio Almada. Faltam caixas coletoras. “Nós sofremos há anos com o descaso da prefeitura. O lixo só é recolhido uma vez por semana”, afirmou a moradora Ângela Santos.

E o problema sanitário aumenta em períodos de chuvas. O lixo é arrastado para o rio, responsável pelo abastecimento de várias comunidades ribeirinhas e dos municípios de Uruçuca e Itabuna. A comunidade é abastecida com água bruta sem tratamento.

“Aqui a prefeitura só olha para nós na festa do Senhor do Bomfim, em janeiro, quando arruma a estrada, pinta meios fios e a praça, o resto do ano sofremos com ônibus velhos, estradas ruins, atendimento precário na saúde e educação”, relata Ângela.

DA OBRA, NEM A PLACA

Em 2007 foi colocada uma placa anunciando a construção de quadra poliesportiva. A placa da obra foi retirada e não se sabe informar o destino do equipamento esportivo. E do dinheiro. Banco do Pedro, que engloba a famosa Vila de Rio do Braço, que tem um casario da década de 30 e serviu como principal cenário de Renascer, sofre também com falta de segurança, pontes precárias e estradas vicinais esburacadas. Para o conserto comerciantes e moradores fazem “vaquinha”.

Marão terá que devolver R$ 1,6 milhão aos cofres públicos || Foto Pimenta
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Os conselheiros do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-BA) julgou procedente resultado de auditoria que apontou superfaturamento no contrato do lixo e irregularidades em licitações e mandou o prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre, Marão (PSD), devolver R$ 1,6 milhão aos cofres públicos. As irregularidades são relativas ao exercício de 2017 e foram analisadas em sessão do TCM nesta terça (21).

O conselheiro José Alfredo Rocha Dias, relator do processo, determinou a formulação de representação ao Ministério Público Estadual contra Marão, para que seja apurada a prática de ato de improbidade administrativa, diante da gravidade dos fatos identificados na auditoria.

Foi determinando ao gestor o ressarcimento aos cofres municipais, com recursos pessoais, de R$1.656.585,98 – valor apurado do sobrepreço no processo licitatório (concorrência pública nº 01/2013) que teve por objeto a prestação de serviços de “coleta e transporte de resíduos sólidos urbanos, domiciliares e comerciais, utilizando caminhões compactadores e respectiva guarnição”. Os conselheiros do TCM ainda multaram o prefeito em R$50 mil.

De acordo com o sistema SIGA, do TCM, a Prefeitura de Ilhéus – no exercício de 2017 – cadastrou despesas em obras e serviços de engenharia no montante de R$14.575.878,62, enquanto para os serviços de limpeza urbana foram lançados gastos no importe total de R$6.713.431,60. A auditoria realizada no município envolveu análise documental, verificação dos custos e aspectos técnicos dos serviços prestados.

Em relação à concorrência pública nº 01/2013, que teve como vencedora a empresa “Solar Ambiental e Montadoria Ltda-ME”, pelo valor total de R$6.584.731,18, os técnicos do TCM questionaram a unidade de medição contratada – “Km/Mês” -, vez que não é a mais adequada e a habitualmente utilizada em serviços de coleta e transporte de resíduos sólidos urbanos, domiciliares e comerciais.

Para os auditores, não foi comprovada pela administração eventual vantagem e economicidade da contratação por tal sistema de medição – que contrariou, inclusive, parecer da procuradoria do próprio município, que deixou claro que as medidas corretas a serem utilizadas seriam “toneladas transportadas”, “metros quadrados”, “equipe/dia”, “Quilogramas” e “Hora/Homem”).

Desta forma, os valores brutos acumulados de resíduos, medidos e pagos pela prefeitura, quando comparados ao preço total apurado pelo TCM utilizando a unidade de medida em “toneladas”, mostrou um sobrepreço no montante de R$1.656.585,98 referente ao exercício de 2017, que deve ser ressarcido aos cofres municipais. O relatório apontou ainda fragilidades na demonstração da vantagem de renovações do contrato e a prorrogação do contrato sem justificativa por período superior a 60 meses.

Quanto ao pregão presencial nº 01/2015, que teve como vencedora a empresa “Ambiental BR Resíduos Ltda – ME”, pelo valor estimado de R$140.400,00, a equipe de auditoria identificou, da mesma forma ocorrida na concorrência pública nº 01/2013, que a unidade de medida para execução de coleta e transporte de resíduos também não foi em “toneladas” – a mais adequada e comumente utilizada para tais serviços. Mais uma vez, não foi apresentada justificativa técnica que comprovasse a vantagem ou economicidade para que a unidade de medida fosse distinta.

EDITAL FRÁGIL

O relatório indicou inúmeras fragilidades do edital que tiveram como consequências inconsistências no contrato, como ausência de anotações de responsabilidade técnica – ART e registros de responsabilidade técnica – RRT, imperfeições e imprecisões do projeto básico e falhas graves quanto a fiscalização da execução dos serviços e gestão do contrato. Também não houve comprovação de ampla pesquisa de preços – irregularidade mantida quando das prorrogações do contrato.

O Ministério Público de Contas, em sua manifestação, opinou no sentido de que fossem reconhecidas e julgadas procedentes as irregularidades apontadas pela auditoria, com aplicação de multa ao gestor, determinação de ressarcimento ao erário, com recursos pessoais, bem como de formulação de representação ao Ministério Público Estadual. Cabe recurso da decisão.

Vane foi internado após complicações provocadas pela covid-19 || Foto Pimenta/Arquivo
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Claudevane Leite (Vane do Renascer) fez uma transmissão ao vivo pela internet (live) de mais de uma hora, na noite desta segunda (27), e assumiu a pré-candidatura a prefeito de Itabuna. Ele deixou o PRB e se filou ao PROS.

O ex-prefeito de Itabuna (2013-2016) e ex-vereador abriu a live em tom messiânico, falando de pandemia e espiritualidade. Na sequência, disse que está conversando com outros pré-candidatos a prefeito, dentre eles Dr. Isaac (Avante) e Júnior Brandão (Rede).

Vane afirmou que, se eleito, quer o médico Paulo Bicalho à frente da Secretaria de Saúde de Itabuna.

– Se depender de mim, ele será meu secretário de Saúde – prometeu o ex-prefeito ao responder a pergunta de um internauta.

O apelo por Bicalho é grande. O médico é considerado o melhor secretário de Saúde da história de Itabuna. Assumiu a pasta em duas ocasiões – na segunda metade da gestão do ex-prefeito Geraldo Simões (PT), no início dos anos 2000, e no final de 2015, na gestão de Vane.

LIXO E TRANSPORTE PÚBLICO

Vane ainda afirmou que no diálogo com outros pré-candidatos tem dito que dois dos seus compromissos são com a limpeza pública e o transporte público. “É um absurdo o que se paga hoje [de limpeza pública]”, afirmou. O contrato mensal beira os R$ 2 milhões. Vane cita que em sua gestão o serviço era executado por R$ 600 mil.

O outro compromisso, apontou, é com a execução integral do contrato de concessão do transporte coletivo. “Em quatro anos de prefeitura, dei um aumento apenas [de ônibus]”, apontando que a licitação do serviço previa construção de 2 estações de transbordo, o que até hoje não saiu do papel.

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É preciso preparar os cidadãos/cidadãs para estas questões, envolver o poder público, manter um planejamento urbano, não como um projeto de um gestor público, mas como um projeto de município, um projeto de Estado.

João José || [email protected]

A chuva que atingiu a cidade de Itabuna não foi a causa para o alagamento do seu principal centro comercial: a Avenida do Cinquentenário, como também outros espaços da cidade. O que aconteceu na sexta feira (06/03/20) consistiu em um chamamento para a questão do planejamento urbano, do planejamento da cidade em nível macro.

Se constrói aleatoriamente, inclusive onde a “natureza já deu o seu recado que é área natural, que é preciso poupar estes espaços, para o seu papel enquanto agente de transformação”.

Pois bem, as cidades não nascem aleatoriamente. A aglomeração de pessoas em determinada região tem a ver com algo ligado à produção: seja natural, comercial, ou mesmo aquelas impulsionadas pela ação humana. Um exemplo é a busca pelo ouro, as incursões de terrenos por populares, proximidade de determinado polo mercantil, etc.

Entretanto, nestes possíveis nascimentos de uma localidade/cidade, é de crucial importância a ação do poder público, no planejamento, no redirecionamento para área apropriada para habitação humana.

As Cidades de Ilhéus e Itabuna são peculiares nestas questões climáticas. No caso de Ilhéus, praias, manguezais, rios etc. Portanto, Itabuna está mais ligada a área do Rio Cachoeira, assim como ocupações de extensões inadequadas para residir.

Logo, as causas das enchentes e alagamentos não estão relacionadas apenas com fatores naturais. Igualmente, podem estar relacionadas a ações humanas ou até mesmo pela junção dos dois fatores. É notório que isso pode acontecer por causa de um problema na atmosfera, por causa do aquecimento global ou de uma catástrofe climática natural.

Ruas e avenidas alagadas durante chuva da sexta (6), em Itabuna.

Por outro lado, é preciso preparar os cidadãos/cidadãs para estas questões, envolver o poder público, manter um planejamento urbano, não como um projeto de um gestor público, mas como um projeto de município, um projeto de Estado. Assim, tem-se a oportunidade de tentar minimizar os possíveis estragos provocados pelas chuvas.

Portanto, para evitar que as enchentes continuem originando mais prejuízos, é preciso uma conscientização coletiva. Consequentemente, parar de jogar lixo ao chão, que, por sua vez, entope bueiros e galerias construídas para reter e impedir o acúmulo de água das chuvas nas ruas.

João José é graduado em Ciências Sociais, mestrando em Educação e especialista em Planejamento de Cidades; Gestão Municipal; e História do Brasil.

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Josias Gomes

 

 

O povo desse Estado solar tem luz em abundância e cega o breu de mentes que vivem em eternas cavernas. Afaste-se da Bahia com o seu lixo radioativo.

 

O Sol é como uma mãe. Foi do sol que surgiram outros planetas e a vida no universo se tornou democrática.

O fogo do Sol não se apaga nem com água. Porque o sol é absoluto, nasceu da explosão dos átomos.

Assim é a Bahia, mãe generosa. Semelhante ao Sol, qualquer poeira cósmica, que tente ofuscar a sua luz, a fará mais forte e iluminada.

Antes da escuridão necessitamos de luz.

Introduzimos este texto com a analogia solar porque o mundo precisa de luz, educação, ciência, arte. Devemos estar atentos à beleza da vida. Sempre seremos respeitosos e generosos com quem jamais nos ergueu a voz.

A nossa existência no planeta Terra pode nos proporcionar momentos iluminados. Mas, para os brutos, só resta a natureza morta, que engana olhar dos míopes de existência ou de quem não sabe enxergar uma luz viva.

Antes de entrarmos no mar morto e infecundo que foi o escândalo, a afronta e pequenez inaceitável do dito deputado Delegado Waldir, ‘o poeira cósmica’, façamos uma reflexão: uma poeira cósmica-mórbida tem alguma relevância diante do Sol invicto?

Delegado leigo, já que o senhor se tornou deputado, agraciado com votos de gente da sua estrutura mental, faço uma recomendação: desça do personagem Conga num circo de quinta categoria.

Respeite a Casa do Povo. O que o senhor fez, ofendendo a Bahia, foi para merecer a nossa mais alta repulsa.

Não vou entrar no mérito da sua fala em relação ao PT, porque não posso levar a sério um deputado que é “líder” do desgoverno mais incompetente e reprovado da história do Brasil.

O sujeito é filiado ao PSL, partido oficial dos laranjas e milicianos, e se acha no direito de dirigir insultos.
Se oriente, mente oca!

Quanto a chamar a Bahia de lixo, não posso me conter em dizer que você é apenas um analfabeto político e funcional.

A Bahia e os baianos merecem respeito!

Também não aceitamos as suas desculpas. Sabemos que este é o pensamento fétido que pessoas como você e os seus apoiadores verdadeiramente têm.

Em contrapartida, vou mostrar um pouco de generosidade.

Estude o básico sobre a Bahia, descubra que esta terra é mãe do Brasil e de filhos como o geógrafo Milton Santos, educadores como Anísio Teixeira e tantos outros pensadores, professores e professoras que dão saber e dignidade aos baianos.

A nossa música você conhece, ainda que seja por osmose.

É impossível um brasileiro viver no Brasil e não ouvir Dorival Caymmi ou o descobridor da Bossa Nova, João Gilberto.

Na sua tacanha ignorância, mesmo sem querer, deve ter ouvido os Doces Bárbaros: Caetano, Gal, Bethânia e Gil. Os seus ouvidos moucos devem ter ouvido o som da terra que é capital da música.

Como diz Raulzito, o pai do rock: pra fazer sucesso “eu também vou reclamar”.

Mas a sua cultura é incauta.

A sua educação não deve alcançar o fato de que Salvador foi a primeira capital do país. Patrimônio histórico-cultural da humanidade.

Você não deve saber nada de cinema e não deve entender porque existem salas em todo Brasil chamadas de Cine Glauber Rocha. Ouviu falar algo de Cinema Novo? Duvido!

Não podemos exigir que um quase louco saiba que na Bahia nasceu Castro Alves, poeta abolicionista, libertador dos escravos – infelizmente não libertou todas as mentes vazias do Brasil. Lamentavelmente, o mal ainda tem raiz.

Estuda, deputado! Vá procurar saber quem é Jorge Amado. Quebra os pelourinhos mentais. Liberte-se da burrice.

Esqueça os tempos de porta de cadeia, delegado poeira!

Você jamais saberá que o sertão baiano tem um país que nem a própria história ainda deu cabo de contar.

A sua limitação jamais irá entender a amplidão que é a Chapada Diamantina. O que adianta jogar diamantes de beleza aos porcos?

É inútil dizer o que é o Sul da Bahia ou o nosso grandioso Oeste.

Convenhamos, deputado poeira cósmica, você não tem a mínima noção do que é a Bahia.

Não são os nossos verdes mares que darão luz a sua escuridão.

Acredito que nem a nossa Salvador possa salvar você do seu pobre mundo.

O povo desse Estado solar tem luz em abundância e cega o breu de mentes que vivem em eternas cavernas. Afaste-se da Bahia com o seu lixo radioativo.

Siga o seu caminho empobrecido. Você nem merece esse texto.

Mesmo assim, eu digo: respeite a Bahia e os baianos. Este solo não aceita fascistas!

“Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim”

Josias Gomes é Deputado Federal (licenciado) do PT/Bahia e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).