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Lorena Guimarães artigoLorena Guimarães | [email protected]

Fico imaginando quantas noites aquele menino indefeso buscou por uma saída, quantas vezes pediu a Deus que apenas alguém o escutasse.

E quem nunca correu de uns “sopapos” da mãe em volta de um móvel da casa fale agora ou cale-se para sempre. Fui criada na época que bastava uma passada de canto de olho da minha mãe que me estremecia e já ficava imaginando o que aquilo iria me render em casa. Quer que eu conte mesmo?? Nem precisa, mas confesso… Rendia-me umas boas palmadas seguida de um bom castigo que se resumia em uma semana sem brincadeiras na porta de casa. Alguns bons anos se passaram e olha eu aqui, viva, e  ressalto sem frustrações para contar tudo isso.
Nos últimos dias, a discussão em volta da Lei da Palmadinha  ecoou de forma estranha a muitos ouvidos. A lei, agora rebatizada de Lei “Menino Bernardo”, tramitava  há dois anos na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e só  foi aprovada na noite de quarta-feira (21) no colegiado. O projeto de lei que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) proíbe a aplicação de castigos físicos a crianças e adolescentes.
Em meio a tantas especulações, me peguei pensando por horas como pode o Estado querer interferir na educação familiar? Querer entrar na nossa casa e direcionar a criação de crianças que ele não consegue nem garantir os principias princípios do ECA?  Se ele não consegue dar conta nem dos que já lhe cabe por direito, como a saúde, a segurança pública e a própria educação na qual ele ainda teima em querer deixar por último nas questões de investimento.
Escolas sucateadas, professores desvalorizados, projetos modelos para eles estão a todo vapor, mas por falta de material didático ficam no papel, ou muitas vezes realizados precariamente, parece piada, mas é verdade.   Piada querer fazer valer mais uma lei que tenho certeza que ficará engavetada junto a muitas outras que só existem no papel.
Mera utopia, pois o mesmo Estado que agora coloca o nome da Lei “Menino Bernardo”, foi o mesmo que se fez de  desentendido e fechou os olhos  quando o garoto de apenas 11 anos, que sofria maus-tratos praticados pelo pai e a madrasta, procurou os órgãos competentes para relatar o ocorrido. Foi o mesmo que fechou os olhos para um grito de uma criança que não aguentava mais ser maltratado, que negou a guarda a avó materna que por anos lutou para ter por perto o neto,  e agora quer pousar de salvador da Pátria por repreender “ um tapinha” dos pais. Na verdade este foi o tapa com luva de pelica mas bem dado que mais uma vez os nossos governantes nos dá de forma apaziguadora.
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Lorena Guimarães artigoLorena Guimarães |[email protected]

Para muitos, é a primeira Copa que irão assistir naquela casa que eles podem chamar de “minha”. Vou te contar que com isso tudo me senti agora na primeira parte do jogo, sabe, naquela hora que o juiz joga a moedinha para cima

Hoje, conversando com um amigo, que é daqueles politicamente “Direita ao Extremo”, sobre a Copa do Mundo, eu,  na maior empolgação, já querendo saber a tabela dos jogos para ver os dias em que o “amarelinho canário” irá jogar, ele com um tom de revolta, me solta essa:  “Quero mais que o Brasil perca a Copa, que durante o mundial se instale por aqui o caos nunca visto, porque aí o povo se revolta contra o Governo, e tira Dilma e o PT fácil, fácil…”
Nunca fui da turma do politicamente correto. Na escola fazia parte da turma do fundão, sempre tive medo das pessoas que se dizem donos da verdade, pois na prática são as que mais nos decepcionam nas ações. Então não disse nada, pois com pessoas radicais demais não tem saliva que chegue. Não concordo com a opinião dele, mas respeito. Acho que não é por aí, e não é desse jeito que se resolve as coisas. Mas, no meu pensamento, um filmezinho passou em mente e que foi me deixando muito intrigada com o final dessa história.
Ah, se tudo fosse fácil assim… E se os problemas da nação pudessem ser resolvidos no período da Copa, só porque os olhos do mundo estarão voltados para cá. Aí querem resolver tudo aos 45 minutos do segundo tempo. Acho que é esse o mal de nós, brasileiros. Se no período da preparação que era para acontecer as grandes mudanças na infraestrutura, na educação, na saúde não ocorreram, e em nenhum momento vi ninguém se manifestar, não é agora que tudo se resolverá. Já saímos perdendo nisso tudo. Aí, sair do Mundial sem a taça do Hexa, não dá, né?
Os times levam para o campo toda a raça, até o último segundo da partida. No futebol até o time mais desacreditado, aquele que vem só pra cumprir tabela, chega com bagagem repleta de raça.  Na partida a torcida aflita espera roendo as unhas por cada drible, cada jogada, falta, escanteio, cobrança de pênalti… Até já deu para ouvir o Galvão Bueno gritando: “Aguenta Coração…”. E quando chegamos aos acréscimos e o bendito juiz enrola para soprar aquele bendito apito…  Eita jogo sofrido, meu Deus!
Tá bem que muitos de vocês não curtem a narração do Galvão Bueno, mas vamos respeitar.
Mas deixa eu prosseguir, eu aqui contagiada com a magia da Copa e doida para dizer ao revoltado a minha opinião e que o resultado do jogo não irá mudar os resultados nas urnas. O Governo está blindado, boa parte da população vai assistir à Copa 2014 com sua boa SmarthTV de 42 polegadas…
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