A ialorixá Mãe Laura || Foto Flávio Rebouças
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O prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre, Marão (PSD), sancionou nesta segunda-feira (20) a Lei nº 4.123/2021, que dá o nome de Mãe Laura Sandoyá à praça da Nova Brasília, comunidade do bairro Pontal.

A ialorixá Mãe Laura, fundadora do Terreiro Ilê Guainia de Oiá , foi uma das mães de santo mais importantes para o candomblé do sul da Bahia. Durante quatro décadas, liderou a organização da Festa de Iemanjá da zona sul de Ilhéus, na mesma praça que hoje leva seu nome. Faleceu no dia 27 de março de 2021, aos 72 anos, vítima da covid-19.

O projeto que deu origem à lei foi proposto pelos vereadores Enilda Mendonça (PT) e Kaíque Souza (Podemos), atual secretário de Juventude, Esporte e Lazer de Ilhéus.

O ÚLTIMO PEDIDO DE MÃE LAURA E A JUSTIÇA

O prefeito Mário Alexandre e Mãe Laura na Festa de Iemanjá de 2019 || Foto Prefeitura de Ilhéus

Dois meses antes de falecer, Mãe Laura engajou-se no movimento contra a construção de uma estação elevatória de esgoto da Embasa no local da Festa de Iemanjá. Ela disse ao PIMENTA que, se necessário, iria ao prefeito e ao governador Rui Costa (PT) para impedir a obra.

No dia 14 de julho de 2021, a Justiça ordenou a paralisação do obra, atendendo pedido liminar de ação civil pública movida por organizações sociais (relembre).

No fim do processo, caso todas as demandas da ação sejam atendidas pelo Judiciário, a Embasa será obrigada a demolir o que já construiu no terreno cedido pela Prefeitura.

LIXO ACUMULADO PERTO DA PRAÇA

Lixo acumulado perto da Praça Mãe Laura Sandoyá

A Praça Mãe Laura Sandoyá fica num dos locais mais bonitos de Ilhéus, diante da Baía do Pontal e à sombra da nova ponte. Numa esquina perto da praça, o lixo se acumula há dias devido à crise do serviço de coleta.

Estação elevatória de esgoto começa a ganhar forma no terreno cedido pela Prefeitura de Ilhéus à Embasa || Foto Blog Pimenta
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O PIMENTA esteve hoje (6) na Universidade Livre do Mar e da Mata (Maramata), em Ilhéus, onde está em andamento, em ritmo acelerado, a construção de uma das duas estações elevatórias de esgoto do bairro Pontal, que serão integradas ao sistema de esgotamento sanitário da zona sul da cidade.

A obra da Embasa é necessária para a expansão do sistema de saneamento, no entanto a escolha dos locais para a construção das estações (Maramata, Praça São João Batista e uma terceira na Sapetinga) é questionada pela sociedade civil, comunidades religiosas e órgãos de controle externo.

A ialorixá Mãe Laura, que faleceu em março último, disse ao PIMENTA que recorreria até ao governador Rui Costa (PT) para evitar que o equipamento fosse construído no local sagrado para o candomblé – veja aqui.

O Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) acionou a Justiça para tentar impedir a obra na Maramata, alegando que a cessão do terreno da Prefeitura de Ilhéus para a Embasa foi ilegal – relembre aqui. O órgão também moveu ação contra a construção das estações na Praça São João Batista e na Sapetinga. O Poder Judiciário ainda não se manifestou sobre os pedidos do promotor de Justiça Paulo Sampaio.

A Embasa, por sua vez, informou que a escolha dos locais levou em consideração as necessidades técnicas da obra – veja.

Praça e rua de Ilhéus vão ganhar nomes de mãe de santo e radialista, respectivamente
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A Câmara de Vereadores de Ilhéus aprovou, nesta terça-feira (11), projetos de leis que dão os nomes de Mãe Laura e do radialista Neo Bastos a locais públicos. Os dois estão entre as 437 vítimas da Covid-19 no município.

A praça da Nova Brasília, comunidade do bairro Pontal ao lado da Maramata, será a Praça Mãe Laura Sandoyá. Já o bairro Nossa Senhora da Vitória terá uma via com o nome Vereador Manuel Felix Kruschewsky Bastos.

Amigo do “Catedrático”, apelido de Neo, o memorialista José Nazal (REDE) informou que a rua batizada com o nome do radialista é a do novo condomínio VOG, após o hotel Aldeia da Praia. “Obrigado a todos os vereadores. Justa homenagem!”, escreveu o ex-vice-prefeito de Ilhéus numa rede social.

A homenagem para a mãe de santo partiu dos vereadores Kaíque Souza (Podemos) e Enilda Mendonça (PT). O vereador Ivo Evangelista (Republicanos) foi o autor do projeto de lei que prestigia a memória do radialista.

A página oficial de Mãe Laura no Facebook publicou agradecimento pelo gesto dos parlamentares. “Mãe Laura Sandoyá vive e vive em nós”, diz o texto, que cita a mãe de santo como “símbolo de muita resistência”.

No sábado em que a mãe de santo faleceu, em março deste ano, Gilmar Marques, amigo da ialorixá, disse ao PIMENTA que a morte da líder religiosa foi “uma perda irreparável para o candomblé de Ilhéus e de todo o Sul da Bahia“.

No próximo ano, se a pandemia de Covid-19 for controlada até o encantado dia 2 de fevereiro (numa previsão otimista), o Pontal vai ter a primeira Festa de Iemanjá dos últimos 40 anos sem a presença de Mãe Laura, que foi uma das principais responsáveis pela consolidação do festejo religioso como uma das tradições mais belas da cultura popular brasileira.

Praça fica ao lado da Maramata, onde a mãe de santo organizou, durante quatro décadas, a tradicional Festa de Iemanjá
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A Câmara de Vereadores de Ilhéus pautou para a sessão ordinária desta terça-feira (11) a votação do Projeto de Lei nº 031/2021, que propõe o nome de Mãe Laura para a praça da Nova Brasília, comunidade do bairro Pontal. Os vereadores Kaíque Souza (Podemos) e Enilda Mendonça (PT) apresentaram a proposta para homenagear a mãe de santo, que faleceu em março desde ano, vítima da Covid-19.

A praça fica ao lado da Universidade Livre do Mar e da Mata (Maramata), local onde Mãe Laura organizou, durante quatro décadas, a Festa de Iemanjá.

Parte do terreno da Maramata, também muito próximo da praça que pode receber o nome da ialorixá, foi cedida pela Prefeitura de Ilhéus à Embasa, que pretende construir uma estação elevatória de esgoto no local. Mãe Laura foi uma das vozes que se insurgiram contra a escolha do espaço sagrado para os povos de terreiro para a construção de um equipamento de coleta de dejetos.

O Ministério Público do Estado da Bahia, por sua vez, questiona a legalidade da cessão feita pelo município à empresa pública. Prefeitura e Embasa ainda não se manifestaram sobre a ação do MP-BA.

A vereadora Enilda Mendonça e a ialorixá Mãe Laura, que faleceu no último sábado (27)
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A vereadora Enilda Mendonça (PT) apresentou projeto de lei para dar o nome de Mãe Laura, ialorixá de Ilhéus que faleceu no último sábado (27), à praça que fica ao lado da Universidade Livre do Mar e da Mata (Maramata), na Nova Brasília, comunidade do bairro Pontal.

Algumas pessoas chamam a praça de Padre Luiz Palmeira, nome da escola estadual demolida por causa das obras da ponte Jorge Amado. No entanto, segundo Enilda, o esse batismo foi informal. O logradouro, na verdade, ainda não foi nomeado oficialmente, por meio de projeto de lei enviado à Câmara de Vereadores. A vereadora explicou hoje (1º)  ao PIMENTA que teve o cuidado de checar essa informação com o auxílio do ex-vice-prefeito José Nazal (Rede).

Enilda também explicou a escolha do local para homenagear Mãe Laura, que é marcado pela cultura e a religiosidade do candomblé por causa da Festa de Iemanjá, organizada pela mãe de santo durante quatro décadas.

A festa ocorre perto da praça, na área da Maramata, onde a Prefeitura de Ilhéus autorizou a construção de uma estação elevatória de esgoto da Embasa. O posicionamento contra a realização da obra naquele local foi o último manifestado publicamente pela mãe de santo.

Laura chegou a dizer ao PIMENTA que recorreria até ao governador Rui Costa (PT) – relembre aqui.

O prefeito e a mãe de santo, que, antes de falecer no último sábado (27), manifestou publicamente o desejo de que estação elevatória de esgoto não seja construída no local da Festa de Iemanjá
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Thiago Dias

O feminino desempenha papéis centrais na dinâmica matriarcal de boa parte dos terreiros de candomblé. Posiciona mulheres – muitas delas negras – na liderança de comunidades, algo fora da curva numa sociedade patriarcal. Esse era o caso de Mãe Laura, que faleceu no último sábado (27), no Hospital de Ilhéus, vítima da Covid-19.

O prefeito Mário Alexandre (PSD), segundo nota da Secretaria de Comunicação, expressou “as suas mais sinceras condolências a todos os amigos, familiares e admiradores de Mãe Laura”.

Reinvestido do cargo mais importante do município, após a vitória grandiosa de 2020, Mário pode fazer mais do que uma manifestação de sentimento para honrar a memória de Mãe Laura.

Pode, por exemplo, realizar o último desejo manifestado publicamente pela mãe de santo, que se posicionou contra a instalação de um equipamento da Embasa no local onde, durante quatro décadas, ela organizou a Festa de Iemanjá, um dos festejos mais bonitos e tradicionais da cultura popular de Ilhéus.

Foi a Prefeitura de Ilhéus que cedeu à Embasa o terreno dentro da Maramata, local da celebração sagrada para o candomblé. Por isso, uma canetada do prefeito pode evitar que a estação seja construída ali. Afinal, município e Embasa têm recursos para desapropriar outro espaço com as condições topográficas exigidas pela boa técnica dos engenheiros.

Já o bom senso político, atravessado pela cultura, religião e economia, recomenda o tombamento da Festa de Iemanjá como patrimônio cultural de Ilhéus e a construção de um busto de Laura na Maramata, que poderia muito bem passar a ser chamada pelo nome da mãe de santo.

Nessa miragem, posso ver a Universidade Livre Mãe Laura ao lado da Praça Padre Luiz Palmeira.

Thiago Dias é repórter e comentarista do PIMENTA.

Mãe Laura tinha 72 anos
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Mãe Laura, de 72 anos, faleceu na manhã deste sábado (27), em Ilhéus, vítima da Covid-19. Amigo da ialorixá, Gilmar Marques disse ao PIMENTA que o falecimento da “mãe de santo é uma perda irreparável para o candomblé de Ilhéus e do Sul da Bahia”.

A ialorixá estava internada no Hospital de Ilhéus desde segunda-feira (22), na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Seu quadro de saúde permaneceu estável até a tarde de ontem (26). Hoje, ela não resistiu às complicações clínicas causadas pelo novo coronavírus.

Para Gilmar, Mãe Laura deixa a lembrança de “uma senhora aguerrida, guerreira, honesta, de gênio forte, um ser humano perfeito”.

Ele também destacou o papel da mãe de santo na consolidação da Festa de Iemanjá da Maramata como uma das manifestações mais tradicionais e vibrantes da cultura popular da região. “Todos os anos, no dia 2 de fevereiro, com alegria, com amor, com devoção ao orixá, ao nkisi, ao vodun, ela recebia vários pais e mães de santo da cidade de Ilhéus e das cidades circunvizinhas, para, juntos, louvarmos à Iemanjá, rainha do mar”.

Mãe Laura
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Infectada pelo novo coronavírus, Mãe Laura está internada desde segunda-feira (22) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Ilhéus. De acordo com o boletim divulgado na tarde desta sexta-feira (26) na sua rede social, o quadro de saúde da ialorixá permanece igual ao do dia da internação. “Os níveis vitais estão sendo estabilizados através de medicações”, informa o comunicado.

Mãe Laura tem 72 anos e lidera o Terreiro Ilê Guainia de Oiá, localizado no bairro Pontal, na zona sul de Ilhéus. Há quadro décadas, ela é responsável pela organização da Festa de Iemanjá na Maramata, manifestação tradicional da cultura popular ilheense.

Mãe Laura tinha 72 anos
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A ialorixá Mãe Laura, de 72 anos, foi infectada pelo novo coronavírus (Covid-19) e está internada em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de hospital ilheense. A informação foi confirmada, há pouco, por duas das seguidoras de uma das maiores lideranças religiosas do sul da Bahia em postagem em página oficial de Mãe Laura, do do Terreiro Ilê Guainia de Oiá.

“Em tempo, pedimos humildemente a todos, que firmem pensamentos positivos, entrando todos em correntes de orações, para que a saúde de Mãe Laura, seja reestabelecida o quanto antes”, pedem Ana Luiza e Vitória Junçuanã.

A internação de Mãe Laura ocorre quase dois meses depois de ela ter decidido não realizar festa de Iemanjá devido à pandemia da covid-19. À época, assim ela expressou o cuidado com a pandemia. “Vamos esperar acalmar e respeitar o distanciamento social.  Não deixarei de presenteá-la, só não o farei no dia 2 de fevereiro”. Atualizada às 22h08min.

Para mãe de santo, governador não vai permitir que estação elevatória de esgoto seja construída no local da Festa de Iemanjá
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Thiago Dias

A ialorixá Mãe Laura, de 72 anos, mobiliza terreiros para impedir a construção de uma Estação Elevatória de Esgoto (EEE) da Embasa no espaço onde ocorre anualmente a Festa de Iemanjá, sempre no dia 2 de fevereiro. Realizada pela mãe de santo há 44 anos na Nova Brasília, comunidade do bairro Pontal, a celebração é uma das manifestações mais tradicionais da religiosidade e da cultura popular de Ilhéus.

Na década de 1970, lembra Mãe Laura, “a Nova Brasília era praia pura; poucas casinhas”. Desde então, a paisagem mudou muito. “Acho que é progresso. Tudo bem, tá certo, mas não pode também mexer nas coisas da cultura e do sagrado”, alerta a fundadora do terreiro Ilê Guainia de Oiá em conversa com o PIMENTA.

Imagem de Iemanjá, que abre cortejo da festa na Nova Brasília, feita com tronco de árvore encontrado na praia

Mãe Laura pretende recorrer ao Governo do Estado e ao prefeito Mário Alexandre (PSD) para que o equipamento da Embasa não seja construído na Universidade Livre do Mar e da Mata (Maramata), que pertence ao município e é o palco principal da Festa de Iemanjá na Nova Brasília. “Se for preciso, vou até o governador [Rui Costa]”, avisa.

A ESCOLHA DO LOCAL

Fernanda Dantas (de saia florida) participou de reunião sobre a obra com Mãe Laura, o vereador Vinícius Alcântara, o advogado Gabriel Souza e a mestre Janete Lainha, presidente do Conselho Municipal de Cultura

Foi Fernanda Dantas quem avisou à mãe de santo sobre a obra. Professora de História do Colégio da Polícia Militar Rômulo Galvão, ela mora ao lado da Maramata. Fernanda destaca a relevância da ampliação do sistema de saneamento básico para Ilhéus, que trata menos de 40% do seu esgoto. “[A obra] é muitíssimo bem-vinda. O meio ambiente precisa. A gente não pode ficar jogando as águas sujas no mar, sem tratamento, sem nada”. Porém, considera o local escolhido inapropriado para uma estação elevatória de esgoto. De acordo com a Embasa, a escolha da área levou em consideração as características topográficas do terreno.

A praia da Maramata vista da ponte Jorge Amado

A Prefeitura de Ilhéus e a Embasa, na perspectiva da professora, não se comunicaram devidamente com a comunidade para explicar a intervenção. Ouvidor cidadão da Defensoria Pública do Estado (DPE), Crispim Soares tem a mesma opinião. Além disso, ele considera a escolha do local para a estação uma afronta às religiões que cultuam Iemanjá, a exemplo da umbanda e do candomblé. “Nós temos o direito de ter dignidade para fazer nossas celebrações. As forças da natureza, para gente, são elementos sagrados. O mar está ali; as árvores, mesmo que poucas, estão ali; a terra que sustenta o chão, sustenta todos nós, está ali; o ar puro está ali”, elencou, descrevendo as características da área livre da Maramata.

Crispim, que foi iniciado no candomblé no terreiro Abassa Kalundé Kalungerê, do Banco da Vitória, informou ao PIMENTA que os povos de terreiro buscarão a ajuda da DPE e do Ministério Público do Estado da Bahia para embargar a obra.

INTERVENÇÕES URBANAS DEVEM CONSIDERAR CULTURA E HISTÓRIA DOS LOCAIS, AFIRMA PROFESSOR

Segundo Luciano, além da legislação, intervenções urbanas devem considerar a cultura e a história dos locais escolhidos

Nossa reportagem também conversou sobre o assunto com o professor Luciano Pillo, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unime. Como não conhece o projeto discutido, Luciano preferiu não fazer uma avaliação do caso em particular, mas falou em tese sobre os principais aspectos que devem ser considerados ao se analisar uma intervenção urbana.

Segundo o professor, a primeira coisa a saber é se o projeto está de acordo com a legislação que incide sobre esse tipo de obra. “Se sim, a gente parte para outros aspectos. Mesmo quando um projeto é legal, na nossa ótica – sobretudo na ótica do urbanismo, muito mais do que da arquitetura-, não há a possibilidade de tomar decisões (pelo menos, nós não recomendamos) descartando a relação histórica e cultural. A legislação permite? Muito bom, mas a gente precisa levar em consideração a história do sítio. Infelizmente, isso é muito descartado hoje nas decisões, sobretudo da gestão pública”.

Antes de uma intervenção urbana significativa ser realizada, explica Luciano Pillo, a população local deve ser ouvida e esclarecida sobre o projeto. Quando isso não ocorre, “muitas vezes, os moradores têm a impressão de que o espaço está sendo simplesmente invadindo, pressupondo que aquela ocupação não é regular”.

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

O vereador Vinícius Alcântara (PV), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Ilhéus, por meio de ofício enviado à Embasa, perguntou à empresa pública se os moradores da Nova Brasília foram ouvidos sobre a obra e se a licença ambiental foi respaldada por estudos de impacto de vizinhança e de alternativas locacionais. A Embasa, por sua vez, informou ao site que a estação elevatória foi licenciada pelo Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).

Praça de alimentação ao lado da Maramata

Recentemente, a Prefeitura de Ilhéus construiu uma praça de alimentação ao lado da Maramata, próxima da cabeceira da ponte Jorge Amado. Nossa reportagem conversou com o dono de um food-truck que trabalha no local. Ele pediu para não ser identificado na matéria.  O empreendedor tem medo que a Estação Elevatória de Esgoto, cujo local escolhido fica a menos de 50 metros da praça, espante os clientes. Teme também que o equipamento emita ruído e mau cheiro.

Procurada pelo PIMENTA, a Embasa enviou nota (íntegra abaixo) ao site, informando que “as estações elevatórias previstas na praça do Pontal, na área verde da Sapetinga e na praça do museu Maramata respeitarão o conjunto urbanístico existente. Os equipamentos, à exceção do conjunto elétrico, são subterrâneos e não provocam prejuízo estético, ambiental ou quaisquer outros transtornos”.

Também procuramos a Prefeitura de Ilhéus, na última quinta-feira (25), para perguntar qual foi o instrumento legal utilizado para autorizar a construção da EEE na Maramata. Não obtivemos resposta até o momento.

Leia a íntegra da nota da Embasa

A Embasa informa que Ilhéus está recebendo investimentos da ordem de R$ 71,6 milhões de reais, com a ampliação do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) Ilhéus-Pontal. O novo SES visa elevar a cobertura de atendimento com o serviço de coleta, tratamento e destinação final de esgotos sanitários para 80%, percentual semelhante às cidades mais saneadas do país. O empreendimento beneficia cerca de 65 mil pessoas, através da implantação de 55 km de redes coletoras, 13 novas estações elevatórias e uma moderna estação de tratamento de esgoto. A primeira etapa do empreendimento já se encontra em operação e a segunda etapa levará o serviço de esgotamento sanitário aos bairros Pontal, Sapetinga, Nova Brasília e parte do Nossa Senhora da Vitória. A previsão é de que a obra seja concluída no primeiro semestre de 2022.

As estações elevatórias previstas na praça do Pontal, na área verde da Sapetinga e na praça do museu Maramata respeitarão o conjunto urbanístico existente. Os equipamentos, à exceção do conjunto elétrico, são subterrâneos e não provocam prejuízo estético, ambiental ou quaisquer outros transtornos. Não é verdadeira a informação de que árvores serão suprimidas ou que haverá prejuízo às atividades já realizadas nos respectivos locais.

É preciso esclarecer a diferença entre as estações elevatórias e a estação de tratamento de esgoto. As estações elevatórias são unidades responsáveis pelo bombeamento dos esgotos coletados até a estação de tratamento, situada no distrito do Couto. Não existe acúmulo nem tratamento de esgotos nas elevatórias. Um diferencial do empreendimento é que todas as estações elevatórias previstas possuem equipamento reserva e grupo gerador, acionados durante um eventual desabastecimento de energia. Como consequência, a continuidade do serviço é garantida. Além disso, os geradores são cabinados, garantindo conforto acústico aos moradores de seu entorno.

A definição da localização das estações elevatórias está vinculada às condições técnicas e topográficas das áreas que serão atendidas, não sendo, portanto, de livre escolha. A disponibilidade e a situação fundiária das áreas, que devem possuir espaço suficiente para implantação das unidades, também são avaliadas. O objetivo é implantar a estação elevatória em um ponto que possa atender ao máximo de pessoas.

Já nova estação de tratamento de esgotos (ETE) está situada em área distante dois quilômetros da sede municipal, cercada por mata atlântica, que funciona como um cinturão verde natural, ajudando na dissipação dos gases oriundos do processo de depuração do esgoto. A concepção da ETE foi baseada na classificação do corpo receptor estabelecida pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e é capaz de reduzir 97% da carga orgânica e 99,9% de bactérias do tipo coliformes termotolerantes.

Também é preciso informar que as intervenções se encontram licenciadas por meio da Portaria nº 11.306/2016 do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – Inema (Licença de Instalação) com vigência até 18/02/2022. A Embasa também segue cumprindo as condicionantes previstas na licença, destacadamente aquelas relacionadas à implantação das estações elevatórias.

Sem as estações elevatórias, é inviável o atendimento à população, pelos motivos técnicos já informados. Além disso, não seria possível a despoluição da Baía do Pontal, uma vez que, sem esse equipamento, os moradores do eixo de intervenção continuariam afastando esgoto in natura por meio de córregos e galerias pluviais.

O Projeto de Trabalho Social (PTS) da obra atua por meio de diversas atividades de conscientização ambiental e presta informações sobre a adesão ao sistema. A equipe social também está disponível para registrar e atender sugestões e reclamações. O telefone é 73 3632-8713 e o canal funciona de segunda a sexta-feira, das 08 às 12h e das 13h às 17h.

Mãe de santo confirmou decisão nesta sexta (22)
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Responsável pela organização da Festa de Iemanjá no bairro do Pontal, em Ilhéus, Mãe Laura anunciou hoje (22) o cancelamento do festejo de 2 de fevereiro de 2021. A pandemia de Covid-19 forçou a decisão.

“Vamos esperar acalmar e respeitar o distanciamento social.  Não deixarei de presenteá-la, só não o farei no dia 2 de fevereiro. Quando tudo se acalmar, o Terreiro Guainiá de Oyá levará as oferendas para a Grande Mãe. Ainda sem data prevista”, informa a mãe de santo.