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Ricardo Kotscho
 

Pontificam na cena pública tipos como Carlos Marun e Cristiane Brasil, retratos de um país que já não se dá ao respeito e, se o Judiciário serviu para tirar Lula da parada, não se mostra capaz de fabricar o candidato procurado por FHC, que joga para o eleitorado o desafio de encontrar um nome capaz de unir o país.

 
“A pátria precisa tanto de líderes como de instituições. E principalmente de um eleitorado que leve ao poder quem tenha visão de país e de mundo”.
A descoberta acima foi feita pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em seu artigo dominical publicado no Globo e no Estadão.
Até aí estamos de acordo, mas a pergunta que a maioria do eleitorado está se fazendo é: quem?
A apenas 250 dias de irmos às urnas, pela primeira vez desde a redemocratização estamos no breu absoluto, com o cenário eleitoral ainda absolutamente indefinido.
O país continua dividido ao meio após a segunda condenação e o provável impedimento pela Justiça de Lula, o pré-candidato que lidera todas as pesquisas, participar da disputa.
Seus adversários comemoraram a derrota do ex-presidente no TRF-4 ao verem o campo livre para eleger o sucessor de Temer, mas descobriram que estão sem um candidato competitivo, como fica claro no artigo de FHC.
Mais de um terço dos eleitores responderam aos pesquisadores do Datafolha que ainda não têm candidato ou não pretendem votar em ninguém.
Depois de afirmar que a eleição sem Lula “produz certo alvoroço para saber como se distribuirão seus votos”, o ex-presidente tucano constata o óbvio: “E assim será a cada nova pesquisa eleitoral que apareça. As eleições, entretanto, virão”. Não diga.
Os nomes até aqui testados pela direita governista _ Alckmin, Meirelles, Maia e Doria _ não conseguem passar de um dígito nas pesquisas, mesmo sem Lula na lista de candidatos.
É por isso que FHC voltou a falar tanto em Luciano Huck, que já havia desistido de concorrer, mas isso não pode ser levado a sério.
A Presidência da República não é um programa de auditório que distribui oferendas.
Não dá para inventar um candidato em tão curto espaço de tempo.
Quem for eleito vai herdar um país destroçado, tanto econômica como politicamente, a exigir medidas urgentes para evitar o caos social que já se desenha no horizonte com mais de 12 milhões de desempregados e o colapso nas áreas de saúde, educação e segurança pública.
A tal “ponte para o futuro” produziu em dois anos um retrocesso de décadas nas condições de vida da maioria da população e dos direitos dos trabalhadores.
O tal do ajuste fiscal só fez aumentar o rombo nas contas públicas confirmado no orçamento deste ano.
Até agora, nenhum pré-candidato ou partido foi capaz de apresentar programa mínimo de governo, muito menos um projeto de país.
Continuamos sendo um deserto de homens e de ideias, discutindo o varejo do poder, a distribuição de verbas e cargos.
Pontificam na cena pública tipos como Carlos Marun e Cristiane Brasil, retratos de um país que já não se dá ao respeito e, se o Judiciário serviu para tirar Lula da parada, não se mostra capaz de fabricar o candidato procurado por FHC, que joga para o eleitorado o desafio de encontrar um nome capaz de unir o país.
Este candidato simplesmente não existe até onde minha vista alcança. Bom domingo.
Vida que segue.
Ricardo Kotscho é editor do Balaio do Kotscho.

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Maia utilizou dinheiro público para pagar viagem de 400 quilômetros de táxi
Maia utilizou dinheiro público para pagar viagem de 400 quilômetros de táxi

Em tempos de forte desgaste da classe política, o deputado federal Arthur Maia, do PPS, dá relevante contribuição para manchar ainda mais a imagem dos parlamentares. Segundo reportagem do site Varela Notícias, Maia utilizou dinheiro público para viajar mais de 400 quilômetros de táxi, entre Guanambi e Barreiras.

Para ter seu “momento Angélica”, o deputado gastou a bagatela de R$ 1.200,00, que obviamente não saíram do bolso dele, mas do contribuinte. Com o país em grave recessão e o governo anunciando corte de gastos e possível aumento de impostos, chama atenção esse tipo de esbanjamento do deputado baiano.

A assessoria do parlamentar disse ao VN que a viagem foi eventual e que o valor pago está dentro da realidade do mercado. Afirmou ainda ter se tratado de um deslocamento “de emergência”.