"Chucky" no destaque teria determinado o assassinato de Agnaldo Felipe
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Um homem acusado de balear nove pessoas, na Avenida Manoel Chaves, no bairro São Caetano, próximo a uma localidade conhecida como Gogó da Ema, em Itabuna, no sul da Bahia, foi condenado, nesta terça-feira (8), pelo tribunal júri. No julgamento de hoje, Lavosier Souza de Oliveira, de 26 anos, foi considerado autor dos disparos deflagrados na madrugada do dia 19 de agosto de 2018.

Lavosier Souza foi condenado pela tentativa de homicídio contra sete dos nove baleados. A maioria dos jurados acatou a tese do Ministério Público da Bahia de que o alvo do acusado era Agnaldo Felipe Silva Aguiar, que minutos antes do ataque teria recebido uma ameaça de Kaique Junior Assunção Nunes, o Chucky, morto dias depois da tentativa de chacina do bairro São Caetano. Chucky seria integrante de uma facção criminosa.

De acordo com a polícia, Lavosier Souza recebeu ordens de Chucky para assassinar Agnaldo Felipe, morador de um bairro dominado por uma facção rival. Conforme as investigações policiais, as quais o PIMENTA teve acesso a um trecho, o condenado hoje fez os primeiros disparos contra Agnaldo em um local próximo ao bar, nas imediações da Vila Olímpica.

Segundo provas apresentadas pelo MP-BA, Agnaldo Felipe correu para o interior do bar. Sem entender o que estava acontecendo, um grupo de pessoas que participar de uma festa de “paredão” também tentou buscar proteção no mesmo local, onde estavam clientes do estabelecimento.

Mesmo com o bar lotado, Lavosier Souza não teria parado de atirar e acabou baleando outras oito pessoas. O atirador só deixou o local quando descarregou toda a arma. Uma das vítimas afirmou que Agnaldo Felipe só não foi atingido por mais disparos porque usou um cliente do estabelecimento comercial como escudo.

Esse cliente foi a vítima ferida com maior gravidade, mas sobreviveu e prestou depoimento nesta terça-feira. Já Agnaldo Felipe foi atingido com dois tiros, mas sem gravidade. Hoje ele mora em uma cidade de Santa Catarina.

O ataque foi gravado em câmeras de segurança do bar, que acabou fechado dois anos depois. Os baleados no ataque da madrugada do dia 19 de agosto de 2018 foram sete homens e duas mulheres, mas somente um homem identificado como Ascletiade Sá dos Santos com maior gravidade.

Lavosier Souza já estava preso no Conjunto Penal de Itabuna. O tempo da condenação de acusado não foi divulgado porque o juiz ainda iria calcular a penalidade pela ação contra cada vítima. Ele alegou inocência e que não conhecia nenhum dos feridos. Texto exclusivo do PIMENTA.

De acordo com o projeto, a Manoel Chaves ficará com novo visual
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O secretário de Infraestrutura e Urbanismo de Itabuna, Almir Melo Jr, anunciou, nesta segunda-feira (25), que o prefeito Augusto Castro deve assinar em 15 dias ordem de serviços para revitalização da Avenida Manoel Chaves, no bairro São Caetano.  O secretário adiantou que a avenida terá parte do piso intertravado compartilhado em parte concreto asfáltico, ciclovia, passeio e iluminação LED.

O secretário Almir Melo Jr informou que o piso de concreto será instalado no primeiro quarteirão da via. “Nosso objetivo é fazer os condutores reduzam a velocidade, já que a área tem muitos estabelecimentos comerciais”, completou.

De acordo com o secretário, ao todo serão 2,3 quilômetros de concretagem e asfalto. “O projeto também inclui a troca de meio fio de toda a extensão da avenida que terá origem na confluência da Avenida Roberto Santos, no Pedro jerônimo, seguindo até a rodovia BR-101. Parte da via será de piso intertravado e o restante será asfalto”, detalhou.

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Moradores de Itabuna sofrem com poeira|| Foto Pimenta

As crateras em bairros como Fátima, Califórnia, Pedro Jerônimo, São Pedro, Maria Pinheiro, Santa Inês, São Judas, São Caetano, Antique, São Lourenço, Santo Antônio, Nova Itabuna, João Soares, Nova Califórnia, Urbis IV, Novo Horizonte e Conceição vêm causando prejuízos para moradores, empresários, taxistas e motociclistas. Está difícil encontrar um bairro em Itabuna em que ruas não estejam tomada pelos buracos.

Moradores relatam que a situação se agravou com as chuvas que caíram no primeiro semestre do ano passado. Segundo eles, como há muito tempo a prefeitura não faz o trabalho de manutenção, os buracos viraram verdadeiras crateras, deixando muitas ruas, principalmente os corredores de ônibus, praticamente intransitáveis.

Trecho da Avenida Bionor Rebouças, no São Roque|| Foto Pimenta

Em bairros como Califórnia, Fátima, Santo Antônio e São Lourenço, os moradores se queixam que há quase um ano a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano não faz a manutenção das vias. A buraqueira não é um problema somente nos bairros mais distantes do centro. Há diversas ruas precisando do serviço de tapa-buracos em áreas como Alto Maron, Alto Mirante, Castália e Pontalzinho.

CORREDORES DE ÔNIBUS

Cratera causa prejuízos aos motoristas e motociclistas|| Foto Pimenta

A falta de manutenção também prejudica o trânsito em vias importantes como avenidas Itajuípe, Bionor Rebouças, José Soares Pinheiro, Amélia Amado, Manoel Chaves e Roberto Santos. Na Bionor Rebouças, por exemplo, são vários trechos danificados. Os motoristas e motociclistas acumulam prejuízos com veículos quebrados. Neste verão, os moradores sofrem com a poeira.

A prefeitura alega que ficou sem dinheiro para compra de material usado para preparação do asfalto e que parte do problema será solucionada com a liberação de recursos pelo governo do estado para investimentos nas principais vias da cidade. Segundo o prefeito Fernando Gomes, o governador Rui Costa vai liberar cerca de R$ 7 milhões para recuperação de vias públicas em Itabuna.

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Daniel Thame

Quando ainda nem se falava em responsabilidade social, Manoel Chaves financiou através de suas empresas cursos de nível superior para funcionários e seus filhos

Num de seus mais belos poemas, Carlos Drummond de Andrade, ao relembrar a cidade de sua infância, escreveu, num misto de saudade e melancolia, que Itabira era apenas um retrato amarelado na parede.
Em Itabuna, cidade que não tem entre suas virtudes preservar a memória de personagens que foram protagonistas de sua história, um de seus maiores empreendedores tornou-se um retrato abandonado num corredor obscuro.
Manoel Chaves foi um empreendedor no sentido exato da palavra. A partir de um pequeno negócio, à custa de muito trabalho e com visão de futuro, montou um império que se estendeu pelos ramos de produção, comercialização e industrialização de cacau, setor imobiliário, comércio, construção civil e telecomunicações.
Manoel Chaves, numa época em que muitos transformavam as riquezas do cacau em apartamentos de luxo em Salvador, Rio de Janeiro e na Europa, investiu na modernização de uma cidade que ele adotou como sua. Plantou prédios, lojas, indústrias e semeou desenvolvimento.
Quando ainda nem se falava em responsabilidade social, Manoel Chaves financiou através de suas empresas cursos de nível superior para funcionários e seus filhos e ofereceu-lhes condições para que pudessem melhorar de vida, apoiou artistas de muito talento e poucos recursos, manteve creches e colaborou com instituições beneficentes. Além disso, concedia aos colaboradores de suas empresas vantagens que iam além das leis trabalhistas. Tudo isso sem fazer alarde ou marketing pessoal.
Manoel Chaves é, seguramente, um dos principais personagens de Itabuna nesse seu primeiro século de vida. Se algum reconhecimento público ganhou, foi o nome de uma avenida no bairro São Caetano, que muitos ainda chamam pelo nome anterior, presidente Kennedy.
Merecia mais, muito mais.
Não o teve em vida porque sempre foi uma figura discreta, de mais ação e menos exposição.
Não o tem depois que faleceu, pela falta de memória da cidade.
Gente como Manoel Chaves, e também Firmino Alves, José Soares Pinheiro, JJ Seabra e outros personagens marcantes de Itabuna, deveriam merecer bustos em praças públicas, darem nome a escolas e serem lembrados às novas gerações como exemplos para uma cidade que, a despeito de todas as crises por que passou e passa, é capaz de se redescobrir e dar a volta por cima, justamente por conta dessa chama empreendedora, dessa força atávica de superar desafios.
Uma chama que Manoel Chaves simbolizou como poucos.
Manoel Chaves não merece ser apenas um retrato amarelado na parede da memória itabunense.
E, menos ainda, ser um retrato abandonado num corredor de um dos prédios que ele construiu como mostra a foto que ilustra esse texto.
Daniel Thame é jornalista, blogueiro e autor do livro Vassoura.