Marcelo Sá faleceu no final de semana, em Salvador || Reprodução Instagram
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A cultura chora, mas todos choram, porque todos perdemos. Mas, lembrem-se, só sentimos que perdemos porque ganhamos muito com sua presença atuando entre nós, e para os que nem conhecia, mas sabia que existiam. O que Marcelo nos deu, nada tira.

 

Alcides Kruschewsky

Não, não é da Cultura, e é, não somente, então… É comunitário, de uma “roda grande”, enraizada pelos mundos que formam o universo. Por isso, tantas manifestações, tantos seres que o admiravam, amavam, e nem sempre declaravam. Que surpresa dolorosa!

Marcelo não é tudo que andam dizendo após sua passagem. Com certeza é mais que isso. Porque o sentimento de perda coletiva é espontâneo, sincero, doído.

Ah, quem não teve a oportunidade de sua companhia, da mesa com ele, da praia, da arte e desfrutou da sua inteligência, do seu refinado humor, perdeu, sim.

O talento de Marcelo transcendia, sem ambição pessoal. Sabia o que estava fazendo. Levei-o para o rádio, noticiava a agenda cultural comentada. Eu chamava: “Hooggggg”. E ele respondia, “chegueeeeiiii”…

Era engraçado! Era propositadamente ridículo e engraçado. Feito para chocar e rir. E ríamos, gargalhadas fartas desde as 6h30min da manhã, ele “morto” de sono… reclamando que eu ía matar ele… Um stand up de primeiríssima, se quisesse, dava show desde o “Caderno 2”, bar saudoso tocado por essas geniais Badarós.

Marcelo sempre tinha algo a acrescentar e chamava nossa atenção para as causas que se envolvia, querendo engajamento. Tudo não era seu, mas para todos. Quem está dizendo que sentiu e está sentindo sua partida, está mesmo!

Esses tempos não têm sido fáceis, não têm sido bons (ou será pecado assim dizer?). Mas, mesmo diante de tantas vicissitudes, creiam, ainda há motivos para concluirmos que a vida é bela e que vale a pena viver e buscarmos a felicidade, a outra certeza da existência de Marcelo. Pois é, ele, no seu dia a dia, buscava a felicidade nas coisas mais simples e importantes às quais se dedicava, dentre elas as pessoas a quem queria bem.

A cultura chora, mas todos choram, porque todos perdemos. Mas, lembrem-se, só sentimos que perdemos porque ganhamos muito com sua presença atuando entre nós, e para os que nem conhecia, mas sabia que existiam. O que Marcelo nos deu, nada tira.

O amor fica para sempre dentro de cada um.

Te amamos, amigo! Vá em frente, para a luz, sempre! VALEU, POR TODOS NÓS, VALEU!

Alcides Kruschewsky é empresário, ex-vereador e ex-secretário municipal de Ilhéus e radialista.

Marcelo Sá faleceu aos 57 anos, em Salvador, onde residia || Reprodução José Nazal/Instagram
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O ator e produtor cultural ilheense Marcelo Sá foi encontrado morto em sua residência em Salvador, na manhã deste domingo (30). Responsável pelo Circuito Sala de Arte de cinema, Marcelo tinha 57 anos e suspeita-se que a causa da morte tenha sido aneurisma, informa o site Metro1, de Salvador.

Marcelo iniciou a carreira no teatro, ainda em Ilhéus, e mudou-se para Salvador, destacando-se na cena artística soteropolitana. Após quase 10 anos na capital baiana, lançou o Circuito Sala de Arte.

A morte de Marcelo foi confirmada pela sócia do ator e produtor cultural, Suzana Argolo. “Falamos com ele pela última vez na sexta (28). Ficamos procurando ele, não conseguíamos falar. E hoje entramos na casa que ele estava, e o achamos”, disse ela à publicação.

A morte do artista é lamentada pelos colegas em toda a Bahia. Em Ilhéus, um dos primeiros a render homenagens a Marcelo foi o ex-vice-prefeito José Nazal, que assim se pronunciou por meio das redes sociais: “A Bahia ficou mais pobre, a cultura ficou mais pobre. Os amigos ficaram mais pobres.”

Ainda não há informações sobre velório e sepultamento de Marcelo Sá.