Tempo de leitura: 2 minutosJoão Carlos Oliveira
Hoje, 3 de outubro, dia da grande festa da democracia brasileira, os 135 milhões de eleitores escolherão, por meio do voto direto, quem ocupará os cargos de presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Exercerão, portanto, o direito plena da cidadania.
Numa breve análise da campanha presidencial, podemos afirmar que o grande embate político aconteceu entre os projetos do PT e do PSDB:
1. Os petistas, tendo como candidata à presidência a ex-ministra Dilma Rousseff, apoiada pelo presidente Lula e apresentando como principal base de sustentação a aprovação de seu governo; e
2. Os tucanos, com o candidato José Serra, associado à imagem neoliberal de Fernando Henrique Cardoso.
Ainda no páreo, destaca-se a candidata Marina Silva, do PV, com seu discurso ambientalista. Por fim, há de se considerar a participação do candidato Plínio, que apresentou propostas de cunho socialista que, temperadas por sua experiência e esperança, contribuíram para quebrar a imagem até então dura do PSOL.
Vale registrar que a grande dificuldade da oposição tucana ao projeto do PT foi o de não encontrar o “lugar de fala” contra o Governo Lula, em função dos elevados índices de aprovação popular do presidente (80%), associado ao seu inquestionável carisma.
Aproximando-se do final das campanhas, as pesquisas apontam remota possibilidade de segundo turno para o cargo da presidência, em razão do percentual de intenção de voto alcançado pela candidata do PT.
No tocante ao Estado da Bahia, especula-se que a fatura será decidida no primeiro turno, já que a provável vitória de Jaques Wagner foi construída com base no projeto republicano, não só atraindo bases carlistas, bem como tratando todos os prefeitos sem distinção de cor partidária ou corrente política.
Portanto, as eleições na Bahia se dão sem o confronto personalizado entre Carlismo x Anti-Carlismo. Ou seja, sem a “Síndrome do Flamengo” (a favor ou contra).
A grande disputa eleitoral acontecerá na briga pelas duas vagas ao Senado, entre Lídice (PSB), Pinheiro (PT) e César Borges (PR).
Na Região Cacaueira, analisando suas duas principais cidades, Itabuna e Ilhéus, diagnosticamos que, na Terra Grapiúna, teremos poucos lances políticos. Destacamos, entretanto, a postura do prefeito Capitão Azevedo (DEM), que optou pela “decisão de não decidir” apoio à candidatura dos governos federal e estadual, contribuindo para o enfraquecimento de novos atores políticos, a exemplo de Coronel Santana (PTN) e Augusto Castro (PSDB).
Quanto a Ilhéus, teremos algumas surpresas. Certamente não repetiremos o “Efeito Pipa”, mas teremos, num contexto figurado, o fenômeno “Bebê no Colchão”, que, consequentemente, dificultará a reeleição de políticos nas esferas federal e estadual da Terra dos Sem Fim de Jorge Amado.
Nasce uma nova geopolítica com a festa da democracia – Eleições 2010.
João Carlos Oliveira é analista político, professor da Uesc e diretor técnico da Compasso Pesquisa e Consultoria.