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A recuperação e a conservação da memória da capoeira ilheense está na ordem do dia. Numa das frentes desse movimento, grupos do Território de Identidade Litoral Sul tentam convencer a Secretaria Especial de Cultura de Ilhéus a restabelecer o edital Calendário da Capoeira, que era financiado pelo Fundo Municipal de Cultura e foi substituído pelo edital Mané Barreto, também voltado para a arte da ginga.

Ao PIMENTA, o contramestre Paulo Magalhães explicou que um dos objetivos da articulação é assegurar os dois editais. A demanda foi levada ao secretário de Cultura de Ilhéus, Geraldo Magela, na última segunda-feira (16).

Na oportunidade, segundo Paulo, os capoeiristas tomaram conhecimento da existência de R$ 30.000,00 para projetos ligados à capoeira, sendo R$ 20.000,00 destinados por emenda impositiva do vereador Cláudio Magalhães (PCdoB) à Lei Orçamentária de 2022 do município. Esse tipo de emenda é de execução obrigatória, ou seja, deve ser executada neste ano, mas os critérios para a distribuição dos recursos ainda não foram definidos.

MEMÓRIA VIVA

O secretário informou que a Prefeitura pretende homenagear mestres de capoeira da cidade. Decidiu-se, de forma consensual, que a honraria será dedicada aos mestres Barreto, Caldeira, Virgílio, Carioca, Nego Bel e Polar, seguindo a tradição cultural da primazia dos mais velhos.

No mesmo encontro, os capoeiristas recomendaram que a Secretaria de Cultura atualize o cadastro dos grupos de capoeira de Ilhéus e dê início a um trabalho de recuperação e de registro da memória dos mestres mais antigos, promovendo rodas de conversas, documentários e outras formas de documentação dos seus saberes e das suas histórias.

REARTICULAÇÃO

O mês de maio também tem sido marcado por uma série de atividades da Salvaguarda da Capoeira na Bahia, que, no dia 5, se reuniu no Galpão X, próximo ao Terminal Urbano, no Centro de Ilhéus. A entidade reúne 18 grupos territoriais (GTs) do estado e pretende rearticular o GT Litoral Sul.

Passo importante para essa rearticulação se deu no último dia 13, quando os representantes da Salvaguarda participaram da instauração do GT Afrocultural, a convite de Magela e do vice-prefeito Bebeto Galvão (PSB). Segundo Paulo, a ideia é que o GT Aflocultural funcione como espaço permanente de articulação, envolvendo os setoriais de hip-hop, capoeira, povos de terreiro e comunidades quilombolas.