O dono de uma loja de Caetité, no sudoeste da Bahia, é acusado de racismo e misoginia por causa das exigências que estabeleceu em um anúncio de vaga de emprego. Segundo a publicação, o estabelecimento precisa de funcionária solteira, sem filho, que se declare de cor branca e que seja dócil e gentil. O anúncio gerou revolta nas redes sociais, com internautas acusando o empresário de racismo e misoginia.
O caso veio à tona nesta sexta-feira (26). Após a repercussão negativa, o anúncio de emprego foi retirado do perfil usado na publicação da loja SD Presentes em uma rede social.
O Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial de Caetité repudiou a iniciativa do lojista, a quem acusa de racismo, misoginia e machismo. Segundo o texto, o Estado Democrático de Direito não tolera supremacismo racial. O órgão promete adotar medidas visando à punição judicial do responsável pelo anúncio. Leia na íntegra.
Nota de pronunciamento Prefeitura de Caetité
Diante do fatídico caso de racismo, misoginia e machismo praticado por lojista da cidade de Caetité-BA, ao anunciar vaga de emprego para o seu estabelecimento em sua redes sociais, o Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial de Caetité, vem a público repudiar todo e qualquer ato ou ação de intolerância, discriminação, preconceito, ou quaisquer outros atos que atentem contra a honra e dignidade da pessoa humana, bem como para reafirmar o seu compromisso com a promoção da igualdade racial, zelando pela defesa do povo Caetiteense e pelo enfrentamento de toda forma de intolerância ou tentativa de supremacia racial praticada contra quem quer que seja.
O Estado Democrático de Direito não comporta esse tipo de ataque, objetivando sempre a reprovação e prevenção dos crimes, especialmente os crimes de racismo e de injúria racial, notadamente porque são crimes que atingem, direta ou indiretamente, uma coletividade indeterminada de indivíduos.
Discursos e postagens conforme veiculam nas redes sociais só reforçam a necessidade de continuarmos conclamando nossa sociedade a refletir sobre os fundamentos e os princípios que norteiam a nossa República, que vão na contramão de qualquer ato de intolerância, racismo, discriminação ou preconceito.
Este Conselho estará de pé e atuante frente ao caso supramencionado, tomando todas a medidas legais e cabíveis para que a justiça seja feita e o culpado seja punido, seremos sempre contrários às práticas discriminatórias, enfileirando-nos em defesa dos direitos constitucionalmente resguardados.