O juiz da 1ª Vara Crime de Porto Seguro, André Marcelo Strogenski, expediu quatro mandados de prisão contra três policiais civis e o filho de um deles acusados de espancar e torturar até a morte o preso custodiado Ricardo Santos Dias, 25. Todos já são considerados foragidos.
O homem havia sido preso no sábado, 14. Durante a noite, sofreu agressões na carceragem da delegacia local. Mesmo sendo socorrido para uma unidade de saúde da região, não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo.
Por determinação do secretário Maurício Barbosa, o corregedor-geral da Secretaria da Segurança Pública, Nélson Gaspar, e a corregedora da Polícia Civil, Iracema Silva de Jesus, estão naquela cidade. Os corregedores vão acompanhar as investigações, presididas pelo delegado Evy Paternostro, titular da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior em Eunápolis.
Dois dos policiais acusados estariam de folga e outro de férias. Segundo os corregedores da SSP e da Polícia Civil, os acusados, cujos nomes não foram divulgados, responderão pelo crime de tortura qualificada.
De acordo com o corregedor-geral, Nélson Gaspar, as investigações estão avançadas. “Testemunhas já foram ouvidas e os exames periciais requisitados. Agora só resta a polícia cumprir os mandados de prisão dos acusados”, informou durante entrevista à imprensa.
O inquérito conta ainda com imagens registradas pelas câmeras de seguranças instaladas na Delegacia de Porto Seguro, que mostram o momento de entrada e saída dos acusados no local do crime. Além do inquérito criminal, os investigadores responderão também a processo administrativo disciplinar, que poderá resultar em demissão.
Integrantes da Coordenadoria de Operações Especiais (COE) e do Departamento de Investigação Policial (DIP), unidades da Polícia Civil, também já estão em Porto Seguro para auxiliar na captura dos envolvidos. O Departamento de Polícia Técnica (DPT), responsável pela realização de perícias, anunciou que os laudos ficarão prontos dentro de 10 dias.