A reação negativa à notícia de que o Ministério Público do Estado pretendia construir a nova sede da Promotoria Regional de Justiça de Ilhéus numa área verde da Avenida Soares Lopes levou o comando do órgão a mudar de planos, segundo informam o fotógrafo e memorialista José Nazal e a advogada Jurema Cintra, do coletivo Preserva Ilhéus.
Nazal, Jurena e Socorro Mendonça, do Instituto Nossa Ilhéus, aproveitaram a presença do procurador-geral de Justiça da Bahia, Pedro Maia, em evento na vizinha Itabuna e manifestaram posição contra a escolha do local para a nova sede da Promotoria.
“Conversamos agora com Dr. Pedro, Procurador Geral de Justiça da Bahia, e [ele] nos afirmou que o projeto da construção na avenida está suspenso e que já está procurando outra área”, relatou José Nazal em publicação no Instagram. O relato acompanhou foto em que Nazal e Socorro Mendonça aparecem ao lado de Pedro Maia e da promotora de Justiça Alicia Passeggi, que atua em Ilhéus.
“Agradecemos a escuta do MP e a tomada rápida de decisões . Assim, a luta continua em relação à União, que não pode dar destinação diferente ao espaço que não seja para um paisagismo sustentável, de lazer, cultura e conservação ambiental”, opinou a advogada Jurema Cintra.
ARGUMENTOS
O presidente da Associação do Turismo de Ilhéus, Alcides Kruschewsky, fez parte do coro em reação à placa colocada no primeiro local escolhido para a nova sede da Promotoria, na Soares Lopes. Para ele, é evidente que a escolha locacional não condiz com a vocação da área verde da Avenida (veja aqui).
O próprio José Nazal apontou, em artigo, os conflitos de uma obra deste tipo com as leis municipais que regulam a ocupação do solo e o zoneamento de Ilhéus. A área acrescida da orla da Soares Lopes é uma Zona de Especial Interesse Ambiental. Devido a esse caráter, segundo o memorialista, a legislação municipal não estabelece parâmetros arquitetônicos e urbanísticos para a construção de um prédio naquele local (leia mais aqui).