Jackson e Everaldo contestam regularidade de reunião do PT; Porfírio (à dir.) a defende
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A menos de um ano das eleições de 2024, o PT fez, em todo o Brasil, plenárias municipais para debater conjuntura política. A de Itabuna, promovida sábado (28), na Câmara de Vereadores, repercutiu por explicitar o racha entre o grupo que defende candidatura própria no município e o que deseja caminhar ao lado do prefeito Augusto Castro (PSD) numa eventual tentativa de reeleição.

A plenária não teve caráter deliberativo, esclarece ao PIMENTA Everaldo Anunciação, ex-presidente do PT na Bahia. “As plenárias não foram convocadas com esse fim deliberativo, eram de análise de conjuntura, para as pessoas externarem o que pensam, mas não para deliberar sobre candidatura própria ou sobre apoio a candidato de outro partido”.

“O espaço para a essa decisão será nas reuniões dos diretórios municipais”, acrescenta o dirigente, que integra o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE), criado pela Executiva do PT para acompanhar o processo eleitoral nas cidades brasileiros com mais de 100 mil habitantes. A Bahia tem dez municípios na lista, a exemplo de Salvador, Ilhéus e Itabuna.

Logo após a plenária, ainda no sábado (28), a Câmara de Vereadores também sediou reunião do Diretório Municipal do PT, que havia sido convocada na quarta-feira (25). O texto da convocação informa que seria deliberado sobre a proposta de candidatura majoritária própria ou o apoio a uma candidatura de outro partido.

No segundo ato político, os dirigentes decidiram que, nas eleições de 2024, o PT de Itabuna vai apoiar a tentativa de reeleição do prefeito Augusto Castro (PSD), caso ele seja realmente candidato. Conforme a ata, esse posicionamento será levado à Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV). Ao PIMENTA, o vereador Manoel Porfírio antecipou que a Federação pode apreciar a matéria ainda nesta semana.

DECISÃO CONTESTADA

A convocação extraordinária para a reunião de sábado (28), diferentemente da plenária, não partiu da Executiva Municipal do PT, mas de um grupo formado por 15 dos 24 membros do Diretório Municipal. O número supera o mínimo estabelecido pelo Estatuto do PT, que autoriza a convocação com o endosso de um terço (8) do total de dirigentes (24).

Instaurada a reunião, qualquer posicionamento precisa do apoio de dois terços dos membros do Diretório. No sábado (28), 15 dirigentes assinaram a ata que registra a decisão de caminhar com Augusto Castro. De acordo com o presidente municipal do PT, Jackson Moreira, para ter validade, a decisão deveria ter sido endossada por, pelo menos, 16 membros do Diretório.

Além disso, segundo Jackson, a convocação extraordinária é inválida, porque não chegou ao conhecimento de todos os membros do Diretório, inclusive ao dele. O presidente também questiona a presença de três assinaturas no documento, as de Jonatas Thiago de Souza, Beatriz Santos Augusto e Marcos Antônio Dormundo. Conforme Jackson, eles não estão habilitados a votar como membros do Diretório.

Everaldo Anunciação também questiona a regularidade da autoconvocação de sábado, apesar da autorização citada acima. “Não tem validade. O que tem de real hoje, no PT de Itabuna, é Geraldo Simões, que coloca o nome dele como pré-candidato, como qualquer um pode colocar. E há um grupo dentro do PT que defende o apoio à reeleição do prefeito Augusto, mas não tem deliberação nenhuma”, declarou.

MANOEL PORFÍRIO: NO PT, GERALDO NÃO É MAIS PRÉ-CANDIDATO

O PIMENTA também ouviu o vereador Manoel Porfírio, articulador do movimento por Augusto no PT. Conforme o parlamentar, tanto a convocação como a reunião cumpriram os requisitos do Estatuto do PT e da resolução sobre as eleições do próximo ano. Ele enviou ao site imagens da convocação e da ata da reunião (veja aqui e aqui).

Sobre os três dirigentes citados por Jackson, Manoel Porfírio disse que eles são membros regulares da instância partidária. O parlamentar questionou por que, até o momento, o Diretório Estadual do PT ainda não foi acionado pelo presidente municipal. “Eles nem recursaram, eles sabem que perderam”.

Porfírio também refutou a alegação de que os dirigentes não foram devidamente notificados. O próprio Jackson, segundo ele, foi informado da convocação, de forma presencial. Além disso, argumentou que o cálculo dos dois terços para a tomada de decisão do Diretório leva em conta um total de 22 membros, e não 24. Por isso, 15 assinaturas bastam, alegou. “Se tivesse qualquer coisa errada, eles tinham recursado para a Estadual”.

Para Manoel Porfírio, desde sábado, o ex-prefeito Geraldo Simões não pode mais ser chamado de pré-candidato a prefeito de Itabuna pelo PT, até o eventual provimento de recurso no sentido contrário. O interdito, alerta o vereador, será notificado aos meios de comunicação que se referirem ao ex-prefeito dessa forma. “Ele pode ser pré-candidato do MDB, de qualquer P, mas do PT, não. Está no vídeo que mandei”. Assista à gravação mencionada pelo vereador, com a leitura da ata da reunião de sábado (28).

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Manoel Porfírio (PT) deixou a presidência da Fundação Marimbeta (Sítios de Integração) para reassumir o mandato de vereador. O ato foi na manhã desta quinta-feira (26), no gabinete da presidência da Câmara de Vereadores de Itabuna.

Antigo líder do Governo Augusto Castro, Porfírio havia se licenciado do mandato em dezembro do ano passado para assumir a presidência da Fundação Marimbeta. Ele ficou no cargo até ontem (25), quando foi publicado o ato de exoneração no Diário Oficial do Município.

Com o retorno de Manoel Porfírio, Diego Pitanga retorna à suplência. Também petista, Diego passou a assumir posição crítica ao governo municipal. Ele deverá assumir, de vez, cargo de assessor da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), na cota do MDB.

Jânio Natal, de azul, em tarde de presentes de Jerônimo: "Você é o cara".
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Passado o calor das eleições estaduais e federais de 2022 e preparando-se para disputar a reeleição em 2024, o prefeito Jânio Natal (PL) derramou-se em elogios ao governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), durante evento em Porto Seguro:

– Você é o cara – disse ele se dirigindo a Jerônimo ao explicar o porquê de hoje estar com o governador e dele falar bem.

Algumas pessoas, às vezes, me colocam: ‘Jânio, você não apoiou Jerônimo, você não apoiou Lula, e porque você fala bem dele?’, por que você é o cara.

Jânio disse não ter apoiado Jerônimo por fidelidade ao seu partido, o PL. “Quero lhe dizer, você sabe disso, eu sou um verdadeiro admirador seu, Jerônimo. Eu já te disse por mais de uma vez, que Deus lhe dê energias, força, para que você possa continuar nesse ritmo, ajudando a Bahia e ajudando os baianos

O elogio não surpreendeu devido à postura adotada pelo prefeito logo após o segundo turno de 2022, reconhecendo o resultado das urnas. Para o governo da Bahia, Jânio apoiou João Roma (PL) no primeiro turno e ACM Neto (UB) no segundo turno. Na disputa à presidência da República, foi fervoroso apoiador de Jair Bolsonaro e fez festa de grandes proporções para recebê-lo em 22 de abril do ano passado, nas comemorações dos 522 anos de Brasil. Apesar de evento oficial, pediu voto para Bolsonaro.

Em Porto Seguro, há uma pré-candidatura da base aliada. A deputada estadual e ex-prefeita Cláudia Oliveira (PSD) deverá disputar a Prefeitura em 2024. Pesquisas locais apontam cenário favorável para a oposição, mas Jânio espera contar com recursos federais e estaduais e financiamentos para alavancar o nome em 2024 e ficar em condições de disputar a reeleição.

VISITA COM PRESENTES

Jerônimo esteve em Porto Seguro nesta sexta-feira (20). Não foi de mãos vazias. Entregou obras e ações nas áreas da saúde, infraestrutura, educação e turismo, a exemplo das ampliações no Hospital Regional Deputado Luís Eduardo Magalhães, e do antigo Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães, que agora passa a se chamar Colégio Estadual de Tempo Integral de Porto Seguro. Hoje, a Gol, após conversas com o governo estadual, anunciou que vai restabelecer voo entre Porto Seguro e Buenos Aires, capital da Argentina, a partir de 16 de dezembro deste ano.

Confira o vídeo.

Everaldo Anunciação assume tarefa na Executiva Nacional do PT || Foto PIMENTA
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O PT se organiza para a corrida eleitoral do próximo ano, quando, pela primeira vez, as eleições municipais serão disputadas com as federações partidárias. Desde o ano passado, os petistas se juntaram a PV e PCdoB na Federação Brasil da Esperança, que comandou a conquista do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a quinta vitória consecutiva do grupo no Governo da Bahia.

Dirigente Nacional do PT e ex-presidente estadual da legenda, Everaldo Anunciação deixou a coordenação do processo de pré-campanha no eixo Bahia-Sergipe e passou a colaborar com o Grupo de Trabalho Eleitoral, responsável pela estratégia do Partido nas maiores cidades do País.

O GTE é coordenado pelo senador pernambucano Humberto Costa. “Claro que, por estar na Bahia, vou ter essa presença natural [no estado]”, explica Everaldo ao PIMENTA, por telefone.

Ontem (28), a Executiva Nacional do PT aprovou resolução sobre o pleito de 2024. “A orientação é no sentido de que haja um esforço para que, até 30 de novembro, o PT possa construir resoluções sobre as eleições, seja para ter candidaturas próprias ou para apoiar outras candidaturas, na Federação ou na base aliada”, explica Everaldo.

Para ser aprovado, qualquer posicionamento terá que receber o apoio de dois terços dos dirigentes de cada município. “Não havendo isso [apoio de 2/3], vamos abrir prazos para pré-candidaturas e plenárias, com indicativo de que a resolução não ultrapasse abril de 2024”, complementa.

FOCO

O Grupo de Trabalho Eleitoral vai se dedicar apenas aos municípios com mais de 100 mil eleitores, antecipa Everaldo ao PIMENTA. “Essas cidades vão ter autonomia para tomar decisões, mas a deliberação passará pela consulta da Direção Nacional”.

O dirigente também falou da principal diretriz da Executiva sobre as eleições de 2024. “[O caminho] é respeitar a legitimidade da candidatura própria do PT, da Federação ou de qualquer partido da base, mas o importante é construir unidade na base, porque foi isso que deu o sucesso das cinco eleições que ganhamos na Bahia e o retorno de Lula. Foi essa capacidade de aglutinar”.

CCAF é reaberto após reforma || Foto Gov/BA
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O governador Jerônimo Rodrigues (PT) e o secretário estadual de Cultura, Bruno Monteiro, reinauguram o Centro de Cultura Adonias Filho (CCAF), às 18h30min do próximo sábado (2). O espaço cultural estava em reforma desde o primeiro semestre do ano passado e será entregue após obras de R$ 3,6 milhões.

A reabertura do CCAF havia sido anunciada para maio passado e foi novamente adiada. O espaço ganha poltronas acolchoadas novas, iluminação cênica e ar-condicionado central, além de substituição do telhado e instalações elétricas e hidráulicas e pintura.

O ex-governador Rui Costa (PT) com o ex-prefeito e já falecido Fernando Gomes || Foto PMI
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Fernando Gomes também foi um adversário contumaz do Partido dos Trabalhadores (PT). E, para desgosto dos petistas itabunenses, fez acordos com os governadores Jaques Wagner e Rui Costa, dos quais passou a ser “amicíssimo desde criancinha”.

 

Walmir Rosário

Para acalmar os ânimos mais exaltados, de logo deixo evidenciado que não vou fulanizar qualquer um dos eleitos ou derrotados nas últimas eleições por esse Brasil afora. O que pretendo é apenas e tão somente, pelo que consigo vislumbrar, demonstrar que o antigo comportamento dos eleitores foi transferido para os políticos. Se antes as pelejas entre os políticos se davam apenas nos discursos, nos microfones, agora vão às vias de fato.

E suas excelências não economizavam os empolados adjetivos encarregados de desacreditar os feitos políticos do colega parlamentar. Fora disso, eram unha e carne, como se diz, no tratamento no cafezinho, no recôndito dos gabinetes, ou nos famosos restaurantes, locais onde se decidiam mais que o plenário. É que havia o chamado espírito esportivo, o jogo limpo, ou o fair play, como queria o ilustre Barão de Coubertin.

Lembro-me bem de certos políticos que eram conhecidos pela sua violência verborrágica, capaz de inebriar seus cabos eleitorais e seguidores, quando das promessas de fazer e acontecer para derrotar, desmoralizar o adversário. Claro que do outro lado a massa ficava enfurecida e volta e meia quando se encontravam numa acirrada campanha eleitoral o resultado era a contagem de feridos nos hospitais e farmácias.

Após 31 de março de 1964, os políticos se reuniram em apenas dois partidos: a Aliança Renovadora Nacional (Arena) e Movimento Democrático Brasileiro (MDB), e essa difícil acomodação era feita em sublegendas. Se a convivência aberta ao público não era boa entre os membros das duas agremiações, internamente a convivência, às vezes, nunca foi assim tão salutar. Odiavam-se e toleravam-se como mandam as regras sociais.

Nessa época um fato inusitado foi registrado na Câmara de Itabuna, em que um único – se não me engano – vereador emedebista foi eleito presidente do legislativo, embora a maioria esmagadora era filiada à Arena. Os parlamentares municipais arenistas distribuídos nas sublegendas 1, 2 e 3 não conseguiram separar suas divergências partidárias e preferiram eleger Raimundo Lima, um comunista abrigado no MDB.

Não posso esquecer a disputa nos comícios, principalmente os frequentados por Fernando Gomes, candidato da oposição, emedebista oriundo do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), e os arenistas vindos da União Democrática Nacional (UDN), do Partido Democrático Social (PDS), dentre outros. Em cima dos palanques eram promessas de brigas e mortes caso se encontrassem. Cada qual mais valente que outro.

Os discursos encantavam a multidão, principalmente por desafiar os poderosos, os militares da revolução de 64. E a plateia vibrava, se sentia representada, por um salvador Davi contra o perverso gigante Golas. No outro palanque, as promessas eram basicamente a mesma, e os seguidores de cada lado não viam a hora do juízo final, quando seriam cumpridas as promessas solenemente feitas nos palanques.

Pois bem, em Itabuna a oposição se muda de vez para a prefeitura com a eleição de José Oduque, com Fernando Gomes tomando assento na Secretaria da Administração, à época uma das mais poderosas. Destemido, Fernando Gomes se elege prefeito e a política fica, ainda mais acirrada. Eram os arenistas no Governo Federal e da Bahia e os emedebistas em Itabuna, sempre reclamando do tratamento recebido a pão e água.

Com isso, a cada obra feita, a cada carro comprado, junto com a logomarca da prefeitura vinha a inscrição em letras maiores: “Adquirido com recursos próprios”. E era preciso industrializar Itabuna a todo o custo. E nos jantares na casa Calixtinho Midlej se reuniam Antônio Carlos Magalhães e Fernando Gomes – políticos considerados impetuosos – para tratar dos interesses de Itabuna entre copos de whisky, taças de vinho e pratos de pitus.

No seu jeitão em se fazer parecer grosseiro para ganhar a confiança e o voto do eleitor, Fernando Gomes, àquela época dizia com muita propriedade: “Não tenho inimigos na política, só adversários”. Na campanha pela criação do Estado de Santa Cruz, Fernando Gomes enfrentou toda a máquina do Estado da Bahia, liderada por Antônio Carlos Magalhães, num massacre sem precedentes.

Pouco tempo depois, o Toninho Malvadeza se transforma em Toninho Ternura e Fernando Gomes era o convidado pra lá de especial no palanque de ACM. As farpas trocadas foram esquecidas com uma rapidez impressionante pelos seguidores dos dois políticos, que agora trocavam juras de amor eterno e muitos votos nas urnas. E o receio das fragorosas derrotas se transformaram em expressivas vitórias.

A partir desse expressivo acordo, as obras chegavam a Itabuna com mais frequência e nunca mais foi vista a expressão adquirido ou construído com recursos próprios nas placas dos feitos e veículos municipais. Já com assento garantido nas hostes carlistas, Fernando Gomes continuou conversando com todos os segmentos políticos, até mesmo com os ferrenhos adversários.

Fernando Gomes também foi um adversário contumaz do Partido dos Trabalhadores (PT). Quando perdeu a eleição para Geraldo Simões, no dia seguinte em entrevista de rádio avisou aos eleitos que preparassem a equipe de transição (a primeira de Itabuna). E, para desgosto dos petistas itabunenses, fez acordos com os governadores Jaques Wagner e Rui Costa, dos quais passou a ser “amicíssimo desde criancinha”.

Como ele bem dizia: Não tenho inimigos, mas adversários políticos.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

Lúcio e Geraldo durante encontro em Salvador, há duas semanas
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O ex-prefeito Geraldo Simões (PT) mostrou otimismo sobre a probabilidade de ter o apoio do MDB em 2024. Ele iniciou conversas com a cúpula estadual do partido há duas semanas, quando se reuniu com o presidente de honra do MDB, Lúcio Vieira Lima. O otimismo avançou com os elogios e a sinalização de Lúcio em entrevista ao PIMENTA, na última quarta-feira (9). Ao site, o dirigente afirmou ser Geraldo “um forte candidato a receber o apoio do MDB”.

Geraldo falou do encontro há duas semanas e da entrevista. “Tivemos uma boa conversa [no dia 28 de junho], iniciamos o diálogo. E o que ele fala na entrevista? Fala das condições de apoio de outros partidos ao nosso nome, da solução na Federação de partidos e, o mais importante, de termos um bom programa de governo”, elencou o ex-prefeito itabunense.

O QUE LÚCIO DISSE

Durante a entrevista a este site, Lúcio Vieira Lima disse que Geraldo reúne condições para tocar novo projeto para o município sul-baiano. “Geraldo conhece Itabuna como poucos. Sem dúvida, é um fortíssimo candidato”, afirmou Lúcio Vieira Lima (reveja a entrevista aqui), que disse ainda não ter conversado com o prefeito Augusto Castro (PSD). “As conversas do MDB com Augusto ainda não se iniciaram”.

Geraldo vê amplas possibilidades de ir para a disputa em 2024 junto com o partido do vice-governador da Bahia. Ele recorre ao passado para lembrar da caminhada em Itabuna junto com os emedebistas. “Apoiei o MDB em 1996, quando Renato Costa foi nosso candidato a prefeito, e tivemos o apoio do partido em 2000. Vencemos a disputa em 2000 e Itabuna registrou importantes avanços”, afirma, elencando conquista na saúde, transporte público de qualidade, educação e o 3º melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de todo o estado. “Chegamos a lançar programas sociais primeiro que o Brasil”, afirmou.

MDB NA BAHIA

O petista ressaltou a importância do MDB no contexto recente da política baiana, quando os Vieira Lima decidiram deixar o grupo de ACM Neto e apoiar a candidatura de Jerônimo Rodrigues (PT), em 2022,  embora o hoje governador pontuasse com apenas 3% nas pesquisas.

– Decidiu nos apoiar em um momento muito difícil para a base, de perda de um grande aliado até ali, o PP – relembrou.

Além do apoio, o partido indicou o vice na chapa de Jerônimo, Geraldo Júnior, Geraldinho, que era, à época, presidente da Câmara de Vereadores de Salvador.

Everaldo Anunciação assume tarefa na Executiva Nacional do PT || Foto PIMENTA
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Dirigente nacional do PT, Everaldo Anunciação recebeu do partido a tarefa de acompanhar as definições para os pleitos municipais de 2024 na Bahia e em Sergipe. Além de Salvador, a cúpula petista olha com atenção para os polos regionais do interior baiano, a exemplo de Itabuna e Ilhéus. Questionado se o PT terá candidatos a prefeito nas duas cidades, o ex-presidente do PT da Bahia defendeu a costura de consensos.

As eleições de 2024 terão as primeiras disputas municipais com as federações partidárias, como a formada por PT, PCdoB e PV. “Vamos ter que conviver com essa nova realidade. As decisões não são somente do PT. Serão tomadas conjuntamente”, disse Everaldo ao PIMENTA.

“No caso específico de Itabuna”, continuou Everaldo, “temos a experiência do ex-prefeito Geraldo Simões, que colocou o nome à disposição, tem história de gestão na cidade e mudou os indicadores sociais. Fez uma gestão diferenciada. É legítimo que Geraldo coloque o nome dele”.

O dirigente ponderou que o prefeito Augusto Castro (PSD) é da base do governador Jerônimo Rodrigues e, segundo Everaldo, tem legitimidade para tentar um novo mandato. “É Natural”. O PT não ganhou sozinho as cinco eleições consecutivas ao Governo do Estado, acrescenta o ex-presidente estadual do partido. “Vou trabalhar para que a gente busque construir consenso progressivo”.

REITOR ENTRA EM CENA

Jerônimo e Alessandro: nome do reitor foi levado ao PT, diz Everaldo

Quando passou a avaliar o cenário de Ilhéus, Everaldo Anunciação disse que o debate eleitoral na cidade tem um facilitador. “O prefeito Marão [PSD] é da base, mas já foi reeleito. Abre-se espaço para uma nova discussão”.

Ainda sobre a possibilidade de uma candidatura majoritária do PT ilheense, Everaldo citou os nomes do vereador Augustão, do ex-vereador Makrisi Angeli e da secretária da Educação da Bahia, Adélia Pinheiro, que não é filiada ao partido, mas recebeu convite público da direção local para se filiar e se candidatar a prefeita em 2024 pela legenda.

Um quarto nome completou a lista de Everaldo, o professor Alessandro Fernandes de Santana, reitor da Uesc. “Algumas pessoas apresentaram o nome dele ao partido. E nós dissemos: que bom, agora temos a ex-reitora [da Uesc] e o atual reitor, além de um vereador atuante, Augustão, e o ex-vereador Makrisi, pessoas extremamente qualificadas”, declara o dirigente.

O dirigente petista pregou atuação coesa no sul da Bahia. “A gente não pode perder como referencial que a gente tem que ceder, em alguns espaços, para construir unidade. Se a gente construir unidade, não tenho dúvida de que a base de Jerônimo e Lula ganha as eleições de novo em Itabuna e Ilhéus”, avaliou Everaldo Anunciação.

O nome de Alessandro já circulava nos bastidores da política ilheense. Questionado pelo PIMENTA sobre o assunto há cerca de um mês, o reitor preferiu não se manifestar.

ACM Neto critica avanço da criminalidade na capital baiana || Reprodução/Instagram
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Candidato derrotado ao governo da Bahia em 2022 e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto usou as redes sociais para criticar a “escalada assustadora” da criminalidade em municípios baianos. A reação do político ocorreu horas depois de a estudante universitária Camila dos Santos, de 23 anos, morrer ao ser atingida por bala perdida. Os disparos seriam de um confronto entre facções rivais na capital baiana.

“No interior, a realidade não é diferente: uma criança de 10 anos foi assassinada em Juazeiro e uma família foi sequestrada em Jequié. Isso, inclusive, afeta a educação de crianças e jovens porque 46 escolas, somente em Salvador, foram obrigadas a suspender as aulas este ano por causa da violência”, disse ACM Neto.

De acordo com o político, que também preside da Fundação Índigo, do União Brasil, nas estatística apresentada por ele, houve 300 tiroteios na capital baiana e Região Metropolitana de Salvador, provocando 229 mortes em dois meses. Na quarta e na quinta-feira (12 e 13), episódios de criminalidade na capital baiana foram ao ar no Jornal Nacional, da Rede Globo, canal aos quais as emissoras de TV da família do ex-prefeito são afiliadas (Rede Bahia), mostrou duas matérias sobre a criminalidade na capital baiana (veja aqui).

A CULPA É DE QUEM?

Ele aproveitou para retomar as críticas ao PT. “São 17 anos de governo do PT, 17 anos de inércia, 17 anos em que as famílias perderam a condição de viver em paz. E a pergunta que fica é: o que o governo estadual está fazendo? Quais as medidas tomadas pelo governador Jerônimo Rodrigues para conter a escalada de violência? E a resposta é: nenhuma medida foi tomada. Pelo contrário, o que o governo faz é negar, é procurar culpados e desculpas, é empurrar a responsabilidade para os outros”.

Lula durante café da manhã com o ex-deputado e ex-prefeito Geraldo Simões em Ilhéus
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O ex-prefeito de Itabuna e ex-deputado federal Geraldo Simões foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um café da manhã do qual participaram apenas os dois petistas, a primeira-dama Janja e a ex-secretária de Desenvolvimento Social Jussara Feitosa, esposa do político itabunense, além do anfitrião, o empresário Nilton Cruz. O encontro ocorreu na mansão onde o presidente esteve hospedado, no Sítio São Paulo, na zona sul de Ilhéus, nesta segunda-feira (3).

Durante o encontro, Geraldo relembrou a primeira vez em que Lula esteve no sul da Bahia. “Foi em 29 de novembro de 1981”, recorda Geraldo Simões em conversa com o PIMENTA há pouco. “Era um ato de Lula e eu, com 500 pessoas na Praça. Passou um trio elétrico de Tancredo Neves na hora e metade foi embora”, disse um sorridente Geraldo. Da praça, saíram para a casa da saudosa Mirinha, na Vila Zara.

PORTO SECO EM ITABUNA

Segundo o ex-prefeito de Itabuna, o encontro especial com o compadre Lula teve agradecimento por grandes obras executadas pelos governos do PT no sul da Bahia – a exemplo do gasoduto e o seu city gate no Maria Matos (Rua de Palha), a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), início das obras da barragem do Colônia, em Itapé, e a construção de quase 10 mil moradias populares apenas em Itabuna -, mas também um pedido:

– Conversamos sobre a Ferrovia Oeste-Leste e o Porto Sul e uma obra estratégica para trazer desenvolvimento para Itabuna, que perdeu quase 20 mil habitantes nos últimos anos e está em declínio. O Porto Seco (estação aduaneira interligada aos modais) atenderá o novo complexo logístico do sul da Bahia, será estratégico para a economia de Itabuna e do sul da Bahia – revelou ao PIMENTA, especulando que este terminal pode ser construído na região de Mutuns, aproveitando o traçado da Fiol e a proximidade com o Porto Sul (“Mas isso quem definirá será a área técnica”).

O café da manhã também serviu para falar de política estadual e nacional e os planos para fortalecer o PT também no sul da Bahia em 2024, segundo ele. Questionado sobre quais teriam sido os pedidos, Geraldo revelou ter aprendido, no movimento social que, em encontros como este, deve-se fazer apenas um (grande) pedido. Ainda no café da manhã, Lula conversou, por videochamada, com o afilhado e aniversariante Thiago Feitosa.

Rosemberg (ao centro) faz convite a Elder (à esq) durante audiência em Salvador
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Ao receber demandas do município de Itaju do Colônia, no sul da Bahia, nesta terça-feira (23), o deputado estadual Rosemberg Pinto convidou o pecuarista Elder Fontes a se filiar ao PT. O encontro do deputado e líder do Governo na Assembleia Legislativa (Alba) com o empresário e pecuarista ocorreu em Salvador durante audiência com o prefeito de Itaju do Colônia, Djalma Orrico (PSD).

Dentre as demandas do município de Itaju do Colônia estão melhoria do saneamento básico, banda de fanfarra escolar, perfuração de poços e o envio de um carro-pipa para atender a comunidade indígena da aldeia Barretá.

Da comitiva liderada pelo prefeito Djalma Orrico (PSD) e pelo empresário, pecuarista e pré-candidato a prefeito de Itaju do Colônia, Elder Fontes, integraram os vereadores Tales Oliveira (PSD), Capela (PSD), Júnior Andrade (PSD), Jota Alves (PT), Jessé (PT) e Suzana Rocha (PT), a secretária Municipal de Finanças de Itaju do Colônia, Juliana Duarte, e a superintendente de Políticas para os Povos Indígenas da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Bahia, Patrícia Pataxó.

FILIAÇÃO AO PT

O parlamentar se comprometeu a auxiliar a atender as demandas e, na oportunidade, elogiou a gestão do prefeito Orrico, além de reforçar o convite ao pré-candidato Elder Fontes para ingressar no Partido dos Trabalhadores.

– Sigo em parceria com o prefeito Djalma, que, em sintonia com o Governo da Bahia, proporcionou melhorias à população itajuense. Sigo em parceria com o município e já fiz o convite para Elder Fontes ingressar no PT visando as eleições de 2024 – disse Rosemberg.

Rosemberg foi o autor da proposta de concessão da Comenda a Ismerim || Fotomontagem Pimenta
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Por unanimidade, a Assembleia Legislativa aprovou a concessão da Comenda 2 de Julho ao advogado Ademir Ismerim Medina, especialista e referência em Direito Eleitoral no país. A proposta do projeto de resolução em homenagem ao advogado baiano é de autoria do deputado estadual Rosemberg Pinto (PT).

Para o parlamentar, o jurista tem legitimidade para receber a maior honraria concedida pela Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) pelo seu currículo “impecável e trajetória pessoal irretocável” ao longo da sua vida. “É em vida que devemos condecorar quem se destaca com contribuições sociais – e Ismerim fez e faz isso com maestria. Então, não é nenhum favor que estamos oferecendo a ele e, sim, justiça”, repete Rosemberg.

No campo político, Ademir Ismerim tem como um dos seus clientes o União Brasil, liderado pelo ex-prefeito ACM Neto. Para o parlamentar petista e líder do Governo na Alba, isso não o impede de reconhecer o mérito do homenageado. A data de entrega da Comenda 2 de Julho a Ademir Ismerim ainda será definida.

PERFIL

Nascido em 17 de janeiro de 1957 em Maragojipe, no recôncavo baiano, Ademir Ismerim formou-se em Direito pela Universidade Católica de Salvador (Ucsal). Na capital baiana, fundou escritório e ali se tornou referência em Direito Eleitoral no país.

Na literatura, é autor do livro Comentários à Lei Eleitoral, lançado pela editora Quartier Latim. Representando os seus pares junto ao Conselho de Classe, Ademir foi presidente da Comissão Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia (OAB/BA) por três eleições consecutivas: 2015, 2018 e 2021.

Anúncios dos pré-candidatos Augustão e Makrisi não empolgam comando do PT ilheense
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Faltam 17 meses para as eleições de 2024, mas engana-se quem vê o pleito distante no horizonte. Para os políticos, a corrida já começou. A Federação Brasil da Esperança, que reúne PV, PCdoB e PT, acaba de anunciar o seminário “Pensando o Futuro de Ilhéus”, a ser realizado no próximo dia 29, no Centro de Convenções.

A atividade contará com os deputados federais Jorge Solla e Josias Gomes e com os deputados estaduais Rosemberg Pinto e Paulo Rangel, todos do PT, além dos secretários estaduais Maurício Bacelar (Turismo) e Adélia Pinheiro (Educação).

Também foi confirmada a participação dos presidentes estaduais do PT e do PV, Éden Valadares e Ivanilson Gomes, respectivamente, assim como do secretário de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia, Davidson Magalhães, que preside o PCdoB no estado.

DISPUTA INTERNA 

A mesma Federação já tem dois pré-candidatos a prefeito de Ilhéus, o vereador Carlos Augusto, Augustão, e o ex-vereador Makrisi Angeli, ambos petistas. Presidente municipal da legenda, Ednei Mendonça não se empolgou com os anúncios dos companheiros. O dirigente, em mais de uma ocasião, afirmou que deseja ver Adélia Pinheiro candidata ao Executivo ilheense pelo PT.

Até o momento, a secretária não tem partido. Ouvida recentemente pelo PIMENTA, Adélia comentou as especulações sobre seu futuro político (relembre).

Rui Costa explica que Lei das Estatais impede sua nomeação para a Petrobras || Reprodução Instagram
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Cogitado como um dos nomes petistas para assumir o comando da Petrobras, o governador Rui Costa, da Bahia, descartou essa hipótese. Não por vontade própria, mas por causa da legislação. Numa entrevista coletiva, há pouco, antecipou que não comentaria sobre especulações envolvendo seu nome no governo de Lula.

– Pela lei atual, nem posso assumir direção ou presidência de empresa nenhuma. São 30 meses (de quarentena). Acho essa legislação absurda, não pela possibilidade de eu assumir, mas é tão desorientada essa lei, na minha opinião, que você pode ser governador de São Paulo, da Bahia ou de Minas, mas não pode ser presidente da Petrobras ou de outra estatal, da Codevasf – disse ele.

Desde 2016, a Lei das Estatais impõe quarentena de 36 meses (três anos) a político que ocupe mandato eletivo ou direção partidária para que se torne apto a assumir cargo em empresa pública. A Lei das Estatais foi sancionada pelo presidente-tampão, Michel Temer (MDB), no bojo do escândalo envolvendo a Petrobras.

Rui comentou sobre as especulações depois de concluir a entrega de ônibus do transporte escolar a dezenas de prefeitos. Ainda na entrevista, acompanhado do governador eleito da Bahia, Jerônimo Rodrigues, Rui se negou a falar da possibilidade de assumir ministério no Governo Lula e, voltando-se para o aliado, disse ser contra pressionar gestores por nomeações.

Jerônimo Rodrigues e ACM Neto disputam o governo da Bahia
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A totalização dos votos começa com o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (UB) na frente na disputa pelo Governo da Bahia contra Jerônimo Rodrigues (PT) neste segundo turno.

Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Neto tem 50,7% dos votos válidos (552.293) contra 49,3% (537.065) de Jerônimo, que é apoiado pelo governador Rui Costa.