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Hoje, a prefeitura de Itabuna convocou o vice-presidente da Associação dos Vendedores Ambulantes de Itabuna (Avai), Márcio “Ikita” Higino, para uma reunião no centro administrativo Firmino Alves, e exigiu-se dele que decidisse, sozinho, para onde vão os camelôs que hoje atuam na avenida do Cinquentenário.

Aqui, abrimos parêntese: na última segunda-feira, 12, a prefeitura convocou os ambulantes para justamente definir, em assembleia, para qual lugar iriam. Deu praça Camacan. E a prefeitura acordou, com tudo registrado em ata.

Voltemos à reunião de hoje, pela manhã, na Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo: Foi enorme a pressão em cima do rapaz, gente humilde e uma liderança dos ambulantes. A certa altura, se disse que os camelôs terão até a próxima segunda-feira, 19, para deixar a Cinquentenário. É isso, ou sentirão o peso da repressão policial. E como se trata de um governo de militares, seria bom não duvidar da promessa, senhor “Ikita”. Mas ele resistiu.

A pressão psicológica, conforme relatos chegados a este blog, constou de tapa (nem tão leve) no ombro da liderança dos informais, seguido de um adjetivo que só os mais baixos dos senhores podem atribuir a um homem: “frouxo”.

O homem do tapinha (ou tapão) é conhecido por ser, digamos, “de fino trato”. É de família tradicional e ocupa terceiro escalão no governo. Muitos o conhecem apenas pelo sobrenome: Bittar. Disse que Ikita era frouxo e que não servia para liderar os camelôs, pois, do contrário, decidiria, sozinho, pelos demais. A ferro e fogo. Sabe como é que é, no estilo dele.

Com a calma e a resistência de Ikita – e a explicação de que ele decide, sim, mas em grupo -, os prepostos da prefeitura não tiveram outra saída a não ser oferecer duas novas opções para os camelôs. A praça Camacan foi descartada.

As novas possibilidades são a Alameda da Juventude (na Beira-Rio) e a praça em frente ao antigo Sesp, no “Cantinho da Mentira”. A decisão sai em assembleia na próxima terça, 20. Resta saber se os camelôs não serão chamados à uma nova assembleia.

(Ao secretário Carlos Leahy, da Indústria, Comércio e Turismo, e ao prefeito Capitão Azevedo, recomendamos mais atenção em relação aos seus colaboradores.)