Pousada Casa de Gabriella, em Itacaré, investe em sustentabilidade || Fotos Divulgação
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Encravada em meio à uma natureza exuberante, a Pousada Casa de Gabriella é considerada mais do que um local de hospedagem por seu exemplo de sustentabilidade e harmonia com o meio ambiente. Com um sistema totalmente voltado para a preservação dos recursos naturais, a pousada se destaca como um caso de sucesso na promoção do turismo sustentável. Ela oferece conforto e segurança em todo espaço de convivência e nas 14 suítes privativas, incluindo uma suíte totalmente adaptada para receber cadeirantes e área dedicada à acessibilidade na piscina.

Um dos principais pilares da Casa de Gabriela é sua fonte de energia limpa e renovável. Graças à instalação de painéis solares fotovoltaicos, a pousada tem autonomia e gera 100% da energia elétrica que consome, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.

A conscientização sobre o uso responsável da água é uma prioridade na pousada. Com sistema de captação de água da chuva, que alimenta um reservatório com capacidade para armazenar 50 mil litros, a Casa de Gabriella garante o abastecimento durante todo o ano, mesmo em períodos de estiagem. A água é utilizada nos jardins e para manutenção e limpeza de áreas externas. O recurso também é utilizado para a manutenção de piscina ionizada, que dispensa o uso de cloro, evitando assim a contaminação da água e preservando a saúde dos hóspedes e do meio ambiente.

GESTÃO DE RESÍDUOS

Outro aspecto fundamental da sustentabilidade da pousada é a gestão de resíduos. Na Casa de Gabriella, nenhum resíduo é desperdiçado. Todo o lixo orgânico produzido passa por processo de compostagem, que transforma os resíduos em adubo natural para os jardins e hortas da propriedade. Além disso, é feita a separação rigorosa dos materiais recicláveis.

Os materiais recicláveis são encaminhados para o Centro de Triagem e Econegócios, uma das bases do Programa Lixão Nunca Mais, que foi implantado em agosto de 2022 como um dos pilares da política pública de atendimento ao conceito de Destino Turístico Completo no município de Itacaré. A ação do município proporciona o cumprimento de vários dos 17 princípios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), preconizados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Por meio do Programa foram atendidos os eixos básicos (ambiental, social e econômico).

Itacaré passou a ser destino frequente do casal Massimiliano e Gabriela Ziegler desde 2006. A ideia da pousada Casa de Gabriella foi colocada em prática, definitivamente, em 2017, quando a reforma e ampliação da casa originalmente projetada por Massimiliano iniciou. Com a visão e preparação deles, a Pousada ganhou uma valiosa conexão entre os hábitos locais, a cultura nativa e as riquezas de uma região farta de natureza.

Gostar de pessoas, de Itacaré e de compartilhar a vida com todos foram os motivos que levaram o casal de empresários a transformar a casa de veraneio em Itacaré em uma pousada luxuosa e aconchegante. O projeto, que alia luxo e simplicidade com conforto e bem-estar, fez a baiana de Jequié e o italiano de Roma deixarem definitivamente a vida em São Paulo (SP) para morar no paraíso sul-baiano.

“Por oito anos usufruímos do prazer de receber amigos em nossa casa e compartilhar o que há de mais gostoso em Itacaré. Então, por que não proporcionar essa experiência para mais pessoas?”, questionou Gabriella ao marido Massimiliano. “Estamos muito felizes de poder oferecer o aconchego da sua casa, com a máximo de conforto que você merece nas férias, focando sempre no cuidado e na preservação com o meio ambiente”, disse a empresária.

SUSTENTABILIDADE

Outros exemplos de Turismo Sustentável já estão implantados no Destino Itacaré em diversos equipamentos turísticos dos setores de hospedagens e também da alimentação. O Chocolate Hotel possui um gerenciamento de todos os resíduos sólidos gerados, visando evitar descartes inadequados que possam causar poluição ao meio ambiente e acarretar prejuízos à saúde pública.

– Implantamos a captação e armazenamento da água da chuva, coleta de lixo reciclável, esteira estática e compostora estática. A parte interna dos equipamentos já está pronta e agora estamos instalando também as placas solares para ter autonomia em energia fotovoltaica – disse o empresário Giulio Lombardi, do Chocolate Hotel.

Placas de sistema fotovoltaico garantem geração de 100% da energia elétrica consumida pela empreendimento

O Hotel Aldeia do Mar e o Restaurante UÇÁ destinam o resíduo orgânico para ser transformado em adubo na comunidade Santa Maria. Hoje, 100% do óleo residual das preparações é coletado pela Reoba. A Cooperativa Vitória, do Programa Lixão Nunca Mais, faz a coleta semanal de todo resíduo reciclável que é separado em contêineres.

O empresário Ernani Pettinati considera fundamental que todos os empreendimentos sigam os exemplos, pois Itacaré é conhecido, no mundo, pela preservação ambiental e belezas naturais. “Estamos em fase de finalização da implantação de sistema de energia solar (usina fotovoltaica), instalada no estacionamento do hotel, modelo carpot“, disse. A usina atenderá 100% da demanda por energia elétrica e iniciará sua geração a partir do próximo mês, segundo o empresário.

IPTU VERDE

O município de Itacaré avançou com a Lei Municipal 398/2021, que instituiu a Lei do IPTU Verde. Trata-se de programa de incentivo à sustentabilidade urbana e busca fomentar medidas que preservem, protejam e recuperem o meio ambiente. Como contrapartida, o município oferta benefícios aos contribuintes.

Com uma filosofia de turismo sustentável enraizada em suas práticas diárias, a Pousada Casa de Gabriella e todos os outros empreendimentos que estão se qualificando nessa proposta são exemplos de como é possível conciliar conforto e lazer com preservação ambiental. Seja com energia limpa, gestão responsável da água ou manejo adequado dos resíduos, meios de hospedagens e alimentação de Itacaré demonstram que é possível promover o turismo de forma consciente e sustentável, contribuindo para a construção de um futuro mais verde e equilibrado para as gerações futuras.

TURISMO CONSCIENTE E SUSTENTÁVEL

O secretário de Turismo de Itacaré, Marcos Japu, é entusiasta das ações e elogia o trade por buscar, cada vez mais, implementar ações que caminhem com a proposta de consolidar o município sul-baiano como destino completo e sustentável.

Para o prefeito Antônio de Anízio (PT), idealizador do Programa Lixão Nunca Mais, esses casos de sucesso devem ser replicados por todos, não só pelos equipamentos turísticos. “São exemplos a serem seguidos pelo comércio e empresas, de forma geral, fortalecendo o destino Itacaré como referência em turismo consciente e sustentável”, completou Tonho de Anízio.

Chico França, no centro, participa de evento de apoio do PL a Bruno Reis || Foto Divulgação
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Pré-candidato a prefeito de Itabuna pelo PL, o engenheiro Chico França participou de evento que selou o apoio do seu partido ao projeto de reeleição de Bruno Reis, prefeito de Salvador e filiado ao União Brasil (UB), nesta terça-feira (30). A aliança foi fechada, segundo Chico, com o compromisso do prefeito soteropolitano de reduzir impostos e evitar a vitória da base petista no Estado.

O evento teve a participação do ex-deputado e ex-ministro João Roma, principal nome do bolsonarismo na Bahia. Chico França foi a Salvador, segundo ele, atendendo a convite da cúpula do PL.

Na capital baiana, conversou com o deputado Leandro de Jesus e com o presidente do PL na Bahia, João Roma. O apoio do PL a um nome do UB não se reproduz em Itabuna, onde o União Brasil tem Capitão Azevedo e a delegada Lisdeili Nobre como prefeituráveis.

APOIO DO BOLSONARISMO

O engenheiro disse que sua pré-candidatura a prefeito de Itabuna tem o apoio de João Roma e de Leandro de Jesus. Chico afirma ser hoje o único pré-candidato de direta, no momento, que está “fechado com Bolsonaro”. Ele articula a vinda de nomes do bolsonarismo na Bahia para fortalecer o seu nome na corrida eleitoral de Itabuna.

A aposta de Chico França no bolsonarismo pode ser explicada pelo empenho do ex-presidente em Itabuna no pleito de 2022. Num dos principais colégios eleitorais da Bahia, Jair Bolsonaro (PL), hoje declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), teve 47,07% dos votos válidos. Foram 59.332 votos para Lula (PT) ante 52.768 para Bolsonaro.

Bremer nasceu em Itapitanga, no sul da Bahia || Foto Instagram
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Ailton Silva

Nascido no pequeno município de Itapitanga, no sul da Bahia, o zagueiro Bremer segue caminho parecido com o do ex-zagueiro Aldair, ilheense campeão do mundo em 1994 que atuou no futebol italiano e defendeu as cores da Seleção Brasileira de Futebol, além de Flamengo e Benfica. Bremer garantiu vaga na lista do técnico Tite quase aos 45 minutos do segundo tempo. Os 26 convocados foram anunciados no início da tarde desta segunda-feira (7).

Bremer estreou pela Seleção Brasileira em setembro

Na Itália, Aldair jogou pela Roma e Genoa, enquanto o zagueiro Gleison Bremer Silva Nascimento, de 26 anos, atuou pelo Torino, no período de 2018 a 2022. Atualmente, defende as cores da Juventus. Essa é apenas a segunda convocação de Bremer pelo técnico Tite. Em setembro passado, o jogador baiano foi chamado pela primeira vez para os amistosos contra Gana (vitória por 3 a 0) e Tunísia (vitória 5 a 1).

O treinador explicou o porquê de o zagueiro de Itapitanga ser convocado para disputar a Copa do Mundo do Catar. “O Bremer teve a condição, porque a carreira dele e o seu desempenho em alto nível no Torino e na Juventus nos chancelaram. E talvez nós não tenhamos olhado com a devida atenção já antes, já antes”, defendeu o treinador.

O zagueiro Bremer é desconhecido no Brasil. O atleta começou a carreira em 2014 nas categorias de base do Desportiva Brasil, do interior de São Paulo, onde ficou até 2016. Foi emprestado ao São Paulo, onde atuou por um ano, e teve passe adquirido pelo Atlético Mineiro em 2017, que pagou R$ 380 mil. Depois de um ano, tendo jogado 33 partidas, foi negociado para o futebol italiano.

Bremer é destaque no futebol italiano|| Foto redes sociais

Na Itália, Bremer atuou 111 jogos pelo Torino, sendo destaque por duas temporadas. Neste ano, o atleta transferiu-se para a Juventus e acumula atuações que chamam a atenção da comissão técnica da Seleção Brasileira. “Ele se mostrou, quando veio aqui, com uma segurança nos jogos que tivemos acompanhando e nos treinamentos, com uma segurança impressionante. É um atleta de alto nível”, disse.

EM BUSCA DO SEXTO TÍTULO

Neste ano, o Brasil vai em busca do hexacampeonato. A novidade nesta Copa do Mundo é o acréscimo de três nomes em relação aos torneios anteriores, quando eram chamados 23 atletas. Na atual lista, 16 atletas disputarão a Copa do Mundo pela primeira vez.

Ganhou prêmio de melhor zagueiro na Itália

No cargo desde 2016, Tite soma 76 jogos, com 58 vitórias, 13 empates e cinco derrotas. Ele teve todo o ciclo do Mundial para fazer testes e escolher o melhor conjunto para a competição que tem início no dia 20 de novembro com a partida entre o Catar, seleção anfitriã, contra o Equador.

A estreia brasileira está marcada para o dia 24 de novembro contra a Sérvia. A seleção pentacampeã do mundo está no grupo G, que também conta com Camarões e Suíça.

Que o zagueiro Bremer tenha a mesma competência e sorte que teve Aldair, campeão mundial com a Seleção Brasileira em 1994, nos Estados Unidos.

Roma, Neto, Kleber e Jerônimo divulgam agenda de atividades de campanha
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O candidato a governador da Bahia pelo PL, João Roma, fará carreatas nos dois maiores municípios do sul da Bahia, nesta quinta-feira (22). A primeira atividade será em Itabuna, com concentração a partir das 9h, na Avenida Manoel Chaves, no São Caetano, em frente à Vila Olímpica. O ex-ministro da Cidadania e deputado federal também participa de carreata em Ilhéus, programada para começar ao meio-dia.

Já ACM Neto (UB) fará carreata em Pilão Arcado nesta manhã, a partir das 9h30min. À tarde, as atividades serão todas no extremo-sul do estado. Às 13h15min ele participa de caminhada em Itamaraju. De lá, parte para carreata em Itapebi, às 16h30min. A agenda será encerrada, à noite, com carreatas em Itagimirim e Eunápolis.

Jerônimo Rodrigues (PT) fará carreata em Canarana, às 9h30min. À tarde, o candidato fará carreatas em Souto Soares (14h) e Iraquara (15h30min) e encerra as atividades do dia com caminhada e comício em Seabra, às 17h.

Kléber Rosa (PSOL) concederá entrevista na Ordem dos Advogados da Bahia (OAB), em Salvador, às 9h30min, depois participa de reuniões com grupo de mobilidade urbana em Salvador, no Rio Vermelho, às 10h30min, e terá reunião com representantes da Guarda Municipal às 11h. À tarde, terá reunião com o Sinjorba (14h). À noite, Kleber se reúne com a comunidade do Subúrbio para discutir retorno do trem. Os candidatos Marcelo Millet (PCO) e Giovani Damico (PCB) não divulgaram agenda.

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O PIMENTA começa a divulgar hoje (16), início da campanha eleitoral no país, a agenda dos candidatos ao Governo da Bahia. Confira os compromissos de hoje, segundo agenda divulgada pelas assessorias dos concorrentes ao Palácio de Ondina:

ACM Neto (UB)
7h30min – Missa na Igreja do Bonfim, em Salvador
9h30min – Festa de São Roque, em Antônio Cardoso
15h – Carreata em Feira de Santana
18h – Comício em Simões Filho

 

JERÔNIMO RODRIGUES (PT)
7h30min – Missa na Igreja do Bonfim, em Salvador, com caminhada até o Santuário Santa Dulce dos Pobres (Osid)
Tarde – Entrevista a emissora de rádio e gravações para propaganda eleitoral.

 

KLEBER ROSA (PSOL)
13h – Igreja Rosário dos Pretos, no Pelourinho, com caminhada a São Lázaro
16h – Caminhada com saída da Piedade até a ocupação Carlos Marighella, na praça Castro Alves.

 

JOÃO ROMA (PL)
Manhã – Entrevistas a emissoras de rádio do interior
Tarde – Entrevista ao Balanço Geral (TV Itapoan) e gravação de propaganda eleitoral

Damico (PCB) e Marcelo Millet (PCO) não enviaram agenda 

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Neste domingo (7), a TV Bandeirantes Bahia promoveu debate com três dos cinco candidatos ao governo da Bahia. Kleber Rosa (PSOL), João Roma (PL) e Jerônimo Rodrigues (PT) participaram do confronto.

ACM Neto (UB) faltou ao debate e foi criticado como “fujão” pelos adversários. Giovani Damico (PCB) não participou, porque o seu partido não tem representação no Congresso Nacional.

Veja como foi o debate

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Durante participação na Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães, ontem (31), o pré-candidato bolsonarista ao governo do estado, João Roma (PL), culpou Rui Costa pela carestia dos fertilizantes usados pelo agronegócio no oeste baiano.

“Precisamos fazer com que o estado saia do cangote de quem produz”, afirmou Roma, que acompanhou o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), na visita a uma das maiores feiras do agronegócio no Brasil.

A resposta veio momentos depois. Quem rebateu João Roma não foi Rui Costa, mas o seu líder do Governo na Assembleia Legislativa, Rosemberg Pinto (PT). O parlamentar lembrou que a carestia dos fertilizantes se deve à decisão do presidente Jair Bolsonaro de fechar as Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados (Fafens), uma delas na Bahia, e abandonar a construção de novas unidades.

E depois ironizou Roma:

–  Estes candidatos de Bolsonaro precisam ter espelho em casa para falar de fertilizantes. O presidente cometeu um crime de lesa-pátria [ao fechar as Fafens] contra a segurança alimentar do Brasil (o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo e importa mais de 80% do que necessita), que está à mercê de outros países, gera aumento de inflação e encarece a produção dos alimentos, cujo valor é repassado ao consumidor final. Tá caro? A culpa é do Bolsonaro – concluiu.

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O deputado federal bolsonarista e pré-candidato ao governo da Bahia, João Roma (PL), trata como “notícia plantada” a informação do Valor Econômico de que o presidente Jair Bolsonaro negocia o apoio de ACM Neto para a sua reeleição.

– Não corresponde aos fatos o que vem sendo veiculado na imprensa de que minha pré-candidatura estaria sendo avaliada pelo presidente Bolsonaro. A notícia plantada revela apenas à vontade de quem se sente ameaçado pelo crescimento da minha pré-candidatura que continua firme e forte ao lado do presidente Bolsonaro – afirmou Roma por meio de nota.

João Roma ainda diz que o Valor esquecem de ouvir o presidente sobre o assunto. A publicação fala do esforço do deputado carlista Elmar Nascimento (União Brasil) e do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, para atrair o apoio de Neto para Bolsonaro. O PL é o partido do presidente da República e também de Roma. Até o momento, nem Elmar Nascimento nem Valdemar da Costa Neto reagiram publicamente à publicação do Valor.

ACM NETO FUJÃO

Roma ressalta que esqueceram de ouvir o presidente Bolsonaro sobre o assunto. “Não se lê uma aspa dele. Falam por ele, quando sabemos que não é de seu feitio terceirizar suas posições”.

O pré-candidato a governador pelo PL ainda ironizou ACM Neto, que desistiu de disputar o governo baiano em 2018 temendo embate com o governador Rui Costa (PT), que acabou reeleito.

– Só se vence eleição disputando-a e depois de contabilizado o último voto. Mas tem gente que acha possível ser de outra forma. Ser eleito pelas pesquisas antes de outubro. Não tem coragem de enfrentar o que foge ao seu controle: a vontade do povo da Bahia – reiterou.

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Após cancelar dois levantamentos programados para a semana passada, o Instituto Paraná Pesquisas divulgou hoje (25) os números do mais recente levantamento de intenções de voto para o governo da Bahia. Os números foram apurados no período de 19 a 24 de abril, segundo a empresa.

Eis os números:

ACM Neto (UB) – 55,4%
Jerônimo Rodrigues (PT) – 16,1%
João Roma (Rep) – 10,1%
Kleber Rosa (Psol) – 1%
Giovani Damico (PCB) – 0,5%
Não sabe ou não respondeu – 7,2%
Brancos/Nulos – 9,5%

O instituto informa ter ouvido 1.820 eleitores em 80 municípios baianos. A margem de erro é de 2,3 pontos percentuais. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o nº BA-06739/2022. O instituto não divulgou percentuais de rejeição dos candidatos.

Ministro João Roma, da Cidadania, diz que auxílio é muito importante || Foto EBC
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Pré-candidato a governador da Bahia com o apoio do presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro e deputado federal João Roma (PL) disse, neste final de semana, que o presidenciável Lula (PT) terá dois candidatos a governador da Bahia. A ironia se refere a uma “teoria da conspiração” que apontaria um acordo de bastidores envolvendo ACM Neto (União Brasil) e o presidenciável petista, além do pré-candidato a governador baiano pelo PT. “Lula tem dois candidatos na Bahia: o oficial, Jerônimo, e o oficioso, ACM Neto”, disse.

Desta vez, Roma usou como argumento o fato de os dois pré-candidatos terem se encontrado e posado para fotos juntos durante um evento social na última semana. Jerônimo, que recebeu Lula na última quinta-feira (31) em lançamento da sua pré-candidatura a governador, aparece na foto com Neto fazendo o L de Lula.

Para Roma, a Bahia irá em outra direção, embora as pesquisas mostrem amplo favoritismo do petista na disputa eleitoral. “Mas a Bahia quer mudar e seguir de mãos dadas com o Brasil. Dar um basta na decadência econômica, no fracasso da educação, na falta de assistência à saúde e na escalada da violência”, afirmou.

FILIAÇÕES

Na Cidade Sol, Roma participou, ao lado das pré-candidatas ao Senado, Raíssa Soares (PL), e à Câmara Federal, Roberta Roma, de ato de filiação de James Meira ao Partido Liberal. Meira vai concorrer pelo PL a uma cadeira na Assembleia Legislativa.

Na última eleição municipal, James Meira perdeu a disputa pela prefeitura de Jequié por uma pequena margem de votos para um adversário, Zé Cocá, que teve apoio do governador Rui Costa e de aliados de ACM Neto.

“A eleição de 2020 em Jequié foi uma prévia do que estamos vendo este ano, quando o PT e ACM Neto estão juntos com Lula. O surpreendente desempenho eleitoral de James na disputa da prefeitura foi o indicativo da vontade do povo de mudar e esse sentimento se espalha pela Bahia”, afirmou o ex-ministro da Cidadania. De Jequié, Roma seguiu a Ipiaú para encontro com cacauicultores da região e lideranças locais.

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No fundo, é como se todos nós estivéssemos, há alguns dias, perdidos nas vielas de uma imensa cidade, gritando alto, sem se escutar. A vida parou tudo e está nos conduzindo a uma longa estrada, propondo a cada um o dom e a sabedoria de se transformar.

Manuela Berbert || [email protected]

Forte, esse título, não é? Também achei! E não, essa frase não é minha. Ela foi retirada do filme Comer, Rezar e Amar, que assisti, mais uma vez, no último sábado. No meio desse caos mundial e no isolamento social voluntário (ou não). A frase, para minha surpresa, é dita quanto a personagem está na Itália, um dos países mais atingidos pelo Covid-19 e um dos lugares mais lindos que já visitei nesta vida, para onde, inclusive, ainda quero voltar.

Mas Elizabeth Gilbert, personagem principal do enredo, jamais imaginou nada disso naquele momento. A frase foi usada como uma metáfora quando a mesma desbravava as ruas e ruínas de Roma, com olhar de curiosidade e medo, como geralmente é o processo de autoconhecimento. E é incrível como eu, que já tinha assistido ao filme outras vezes, e já tinha lido o livro mais de uma vez, só me dei conta disso agora.

O amadurecimento e o reconhecimento de si mesmo nos trazem inúmeros desafios, e talvez o maior deles seja enxergar beleza no caos e esperança no processo. Ainda que doa. Mais ou menos o que a personagem, intensa nas observações sobre si, estava vivendo, e o que estamos passando hoje. Afinal, ninguém sairá ileso disso tudo.

Os dias têm sido longos e curtos ao mesmo tempo, a depender do que cada um esteja se propondo a fazer. Doídos ou leves, e isso realmente tem sido bastante individual. Há pessoas rodeadas de pessoas sentindo-se só; e muitas em paz justamente por estarem quietinhas. No fundo, é como se todos nós estivéssemos, há alguns dias, perdidos nas vielas de uma imensa cidade, gritando alto, sem se escutar. A vida parou tudo e está nos conduzindo a uma longa estrada, propondo a cada um o dom e a sabedoria de se transformar.

Manuela Berbert é publicitária.

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harrison leiteHarrison Leite | [email protected]

 

Política é um essencial componente da liberdade humana, pois, além de propiciar o crescimento das pessoas, participar da vida pública é vital para o ser humano. O seu repúdio é uma espécie de negação à autonomia pessoal.

 

O livro The promise of politics, de Hannah Arendt, deveria ser leitura obrigatória nas academias. Se, por um lado, desmistifica a concepção errônea de política que nos foi passada, por outro, encoraja-nos no exercício de um papel ativo em prol de mudanças sociais.

Segundo a autora, parte da aversão à política deve-se a Platão, que deformou o seu sentido, criando uma lacuna entre o pensar e o agir, o que formaria a concepção da política por séculos. Embora os romanos estivessem afeitos a questões políticas, Roma não produziu nem um filósofo à altura de ir de encontro às ideias gregas. Em Marx também não se encontra uma valorização da política. Ao contrário, o autor evidencia desinteresse ao venerar o trabalho e a produção ao invés de uma atividade pluralística de discurso político.

Na sociedade moderna, o repúdio à política ainda é muito presente. As pessoas têm negativas pressuposições sobre as atividades políticas. Assim é que política está associada com corrupção, tirania, desonestidade, burocracia, o que acaba por desencadear diversos pensamentos em diferentes contextos. Ainda mais no século XXI, em que permanecem vivos na memória os reflexos do totalitarismo presente em diversos países. Daí um prejuízo incalculável na reputação e valorização das atividades políticas.

Política é um essencial componente da liberdade humana, pois, além de propiciar o crescimento das pessoas, participar da vida pública é vital para o ser humano. O seu repúdio é uma espécie de negação à autonomia pessoal. Política significa a exteriorização de cada indivíduo do que entende útil para o aperfeiçoamento da sociedade em que vive. Das muitas formas de participar, dentre elas com o voto, fazer política é sair da passividade e sentir-se agente atuante na modificação dos rumos da sociedade em que se vive.

Política é o que os homens fazem juntos e se desenvolve de modo diferente entre eles. Daí a necessária pluralidade, o discurso, a não-coerção e a igual liberdade de discussão. O caminho para se livrar de totalitarismo ou política do gênero é a paixão e a ação dos cidadãos. A participação de todos é indispensável.

O direito, por sua vez, exerce papel fundamental na concretização da política: estabelece as pré-condições para a sua realização. Cria o espaço para a política ocorrer. Espaço sem direitos são políticas vazias. Assim, o direito não restringe as ações políticas, antes, as incentiva.

Quando se analisa o direito constitucional, por exemplo, percebe-se a criação de vários espaços políticos, como promoção de bem-estar, garantia de direitos fundamentais e sociais, fiscalização dos gastos públicos pelos cidadãos, ideal de orçamento participativo, dentre outros. Em surgindo alguma lei limitando esse espaço, o controle de constitucionalidade certamente banirá a sua aplicação.

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CÍCERO, O SENADOR QUASE SANTIFICADO

Ousarme Citoaian | [email protected]

1CíceroVoltemos, promessa é dívida, à Roma de César, Pompeu, Brutus, Catilina, Marco Antônio e, sobretudo, de Cícero, que é nosso compromisso. Os que bebem na história “oficial” sabem que Marco Túlio Cícero, além de orador extraordinário, é cidadão romano “compassivo e culto”, “honrado e desprendido”, “dotado de princípios de dever, bondade e espírito público”, “refinado e amável”, “um dos filhos mais diletos de Roma”, “uma das mais preciosas joias do Império”, “que se recusou a viver numa tirania”, pondo-o a poucos passos da santificação. Já os revisionistas (que opõem Cícero a Júlio César) discordam desse festival de louvações.

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O patife mais desprezível da história

Entre americanos e britânicos “os ciceronianos são 95% e os cesarianos são um punhado”, diz o historiador Arthur Khan, integrante do punhado. Esses estudiosos não alinhados atribuem a Cícero uma atividade de caça às bruxas (pessoas que “ameaçavam” a aristocracia). Era “pena alugada”, como se diria mais tarde. Encontro entre os cesarianos o alemão Friedrich Engels (alma gêmea de Marx), que chamou Cícero de “o patife mais desprezível da história”. Vindo de baixo, sem a dita nobreza de origem, o orador pôs sua eloquência a serviço dos poderosos e enriqueceu no combate a qualquer ideia de democracia, pois “só os ricos devem governar”.

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3J CésarCapitalizando o medo da aristocracia

Combateu o voto secreto, por impedir aos ricos saber o que a plebe pensava. Para ele, diz o cientista político Michael Parenti, o povo era “rasteiro e imprestável”, “manada pronta para a revolução”, “bando de criminosos e degenerados”, que “participa de manifestações de massa e suga o tesouro”. Reacionário e oportunista, disputou o consulado com Catilina (lembram das Catilinárias?) e usou este para capitalizar o medo dos ricos, método político ainda vigente hoje entre nós. Cônsul, mandou executar “conspiradores” ligados a Catilina, sem julgamento. Anos depois, foi executado, também sem julgamento, a mando de Marco Antônio.

NÃO HEI DE METER A COLHER EM TAL ANGU

Literatura regional em tempo de festa
Falo da canção Eu te amo (Tom Jobim-Chico Buarque): “Se nós nas travessuras das noites eternas/ já confundimos tanto as nossas pernas/ diz com que pernas eu devo seguir…”, e “Na desordem do armário embutido/ meu paletó enlaça teu vestido/ e o meu sapato ´inda pisa no teu”. Penso ser esta uma das melhores letras românticas da MPB. Muitas vezes analisada, ganhou rasgados elogios, mas um exegeta, pelo menos, tentou azedar o tom (ai!) dos louvores: diz que se trata de um plágio de poema de Gregório de Matos. Nesse angu não hei de meter minha modesta colher de ouvinte, pois meu interesse na letra é outro.
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5CartagoGeneral modelo histórico de crueldade

O trecho “Ah, se ao te conhecer/ dei pra sonhar, /fiz tantos desvarios/ rompi com o mundo,/ queimei meus navios…” me serve de gancho para retomar aquela presença da mitologia em nossa linguagem: queimar os navios, significando uma decisão sem volta, remonta ao século IV a. C., quando um certo general Agátocles (que nome!), tido como modelo histórico de crueldade, mau, feito um pica-pau (mandou degolar os próprios filhos), levou seu exército de navio até Cartago (na foto, ruínas), e lá fez uma fogueira com as embarcações. Sem poder voltar, os soldados sabiam que o preço do fracasso era a morte. Se venceram ou morreram, não sei.

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Conquistadores não perdoavam: matavam

Próximo a nós (México, século XVI), houve um episódio parecido, quando o espanhol Fernão Cortez queimou os navios. Embora haja versões afirmando que o espanhol foi outro, Pizarro, pesquisadores confiáveis as desmentem. E tampouco Cortez queimou as embarcações, a não ser figuradamente: ele as destruiu, ao sentir que seus soldados tinham medo de embrenhar-se em território estranho. O resultado é o mesmo: sem transporte para casa, eles partiram para a jugular dos nativos. No México, no Peru e em Ilhéus (Francisco Romero), os espanhóis não brincaram de matar nativos, mataram. E a gentil leitora, se mal pergunto, já queimou os navios por alguém?

ARMSTRONG, OU COMO CANTAR SEM LETRA

7RitinhaQuem já ouviu algum vocalista de jazz sabe o que é scat, aquela forma de “cantar” sem a letra da música, o que é feito por muitos deles. Sons são emitidos, na base do dá-bá-dá-bá-dá, que exige fôlego, garganta e noção de ritmo. É o mesmo que cantar, mas sem versos. Diz a lenda, sem obter aval de nenhum pesquisador sério, que o inventor dessa coisa foi Louis Armstrong: durante uma execução, ele deixou cair o papel em que estava a letra e não se deu por achado, tirando tudo no scat (há quem diga que, anos antes, um cantor não famoso já fizera o mesmo). Segundo os críticos, o Brasil tem uma especialista em dá-bá-dá-bá-dá: a grande Leny Andrade, que, todo mundo sabe, é a cara da também grande Ritinha Dantas (foto), de sorriso aberto e franco.
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Para alguns, o scat é “indispensável”

Nem todo os intérpretes utilizam esse recurso, que certo público identifica como “indispensável”. É bom lembrar a “opinião” de duas cantoras do topo da tabela do jazz: Sarah Vaughan muito pouco se valeu do scat; Billie Holiday, simplesmente, não o usava. Ella Fizgerald (a outra das três grandes cantoras negras) e a branquela Anita O´Day foram cultoras fiéis do dá-bá-dá-bá-dá. Por mera curiosidade (tenho dúvidas se não seria preferível o canto, sem firulas, valorizando a letra), mostramos aqui a soberba Ella (Festival de Montreux, 1977), num longo scat singing de Samba de uma nota só – clara e merecida homenagem a Tom Jobim e Newton Mendonça.

O.C.

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PODEMOS IR À EUROPA, MAS NUNCA À ROMA

Ousarme Citoaian
De boas intenções o inferno está repleto, ensina o povo. O cartaz, que pretende ser gentil com os visitantes, teve seu objetivo prejudicado por um acento grave arbitrariamente posto sobre o “a” da expressão “a Itabuna”. O erro é clássico: alguns nomes de lugares são usados sem artigo e, consequentemente, não favorecem o nascimento da crase (fusão de dois “as”). Exemplos, para alguém que desconheça o tema: seja bem-vindo à Bahia, à Paraíba, à França, à Grécia, à Itália, à Dinamarca (à Europa quase toda, mas não à Roma!) e seja bem-vindo a Itabuna, a Ilhéus, a Manaus, a Buerarema, a Paris, a Madri, a Una, a Canavieiras, a Lisboa, a Cintra.

“BEM-VINDO À ITABUNA DE JORGE AMADO”

Quem tem dinheiro vai a Portugal, a Maceió e a Curitiba, e também à Inglaterra, à Escócia e até à Finlândia (que, todos sabem, é o fim da terra). E quem tem boca vai a Roma, diz o brocardo (ou à Roma dos Césares, diz a gramática). As regras para saber a escolha entre a e à são encontradas facilmente – e não é nosso propósito vestir toga de magister coimbrão. Motiva-nos a exceção que permite escrever à Itabuna, à Ilhéus, à Roma e semelhantes: é quando ao nome do lugar segue-se uma qualificação. “Bem-Vindo à Itabuna centenária” salvaria o cartaz da foto. Ou esta, que gostaria de ver publicada (por ela não cobro copirraite!): “Bem-Vindo à Itabuna de Jorge Amado.

NENHUM PROBLEMA PARA UMA BOA AGÊNCIA

Anúncio mal feito depõe contra a empresa que o patrocina. O vexame poderia ser evitado, confiando-se sua confecção a uma boa agência de publicidade, que as há, com certeza absoluta, em Itabuna e Ilhéus. Parece que o autor da ideia (boa) preferiu o improviso, confiou no próprio talento, e se deu mal. Quanto ao segundo “a” marcado com acento (além de um confuso símbolo de quilômetro – KM, quando o correto é Km – o redator atirou no que viu e acertou no invisível: linguistas generosos advogam esta crase antes de numeral, em nome de uma suposta elipse: “à (distância de) 5 Km”, por exemplo. Se querem minha opinião, eu jamais usaria esse modo esdrúxulo de escrever.

A VIDA NEM SEMPRE BOA DE UM HOMEM BOM

Tenho um amigo (pobre) que diz ser fácil enriquecer. “Basta abrir mão de alguns princípios”, ensina ele a lição que nunca aprendeu. Lembro disso ao ver um morador em rua próxima à minha, que quase todas as noites passa com um fardo de papelão na cabeça. Aquela carga insólita, eu soube depois, é o fruto do seu trabalho diário: cata nas lojas e supermercados caixas desocupadas e, reunidas as peças, as leva a alguém que as compra no peso, pagando-lhe pelo lote do dia algo entre dez e doze reais. É um homem negro, idade indefinida, mas aparentando não ser jovem – talvez a má vida o tenha envelhecido antes da hora.

CARINHO PARA COMPENSAR FRUSTRAÇÕES

Teria uma mulher à porta do barraco nesses fins de jornada, a inquiri-lo sobre a produção do dia? Será que ela sabe quão raro é esse homem simples que cata papelão? Tomara que sim, e que ela possa premiá-lo com seu carinho exclusivo, em recompensa pelo trabalho nem sempre rendoso. Talvez, após o jantar frugal, ele veja a novela das nove, fugindo à sua realidade de homem pobre. Ou não. Saberia quanto ganha um deputado, um senador, um ministro do Supremo, e pensaria, com a ideologia calhorda que lhe foi inculcada, que é “natural” a divisão entre pobres e ricos? Nada sei desse homem, a não ser que ele é um trabalhador discreto e honesto.

DONO DO MEU RESPEITO E SOLIDARIEDADE

Imagino que esse meu irmão, quem sabe dono de um barraco, poderia ser algum tipo de bandido – e morar num palácio. Mas ele escolheu outro caminho, não se sabe o motivo. Na volta ao lar, no fim do expediente, passa por mim e, com a serenidade dos justos, me dá boa-noite. Isto não nos faz amigos, talvez nem conhecidos, pois parte do seu rosto é sombreado pela carga que carrega. Mas, embora não saiba, ele leva para casa meu respeito e minha solidariedade. Bem gostaria de lhe dizer quanto o admiro, mas me falta ousadia. Na penumbra, às suas costas, mesmo sem crer, lhe dedico uma frase em voz baixa: “Que Deus o proteja”.

IDEIA CERTA, MAS FORMULADA COM ERRO

Leio na primeira página de conhecido jornal diário de Itabuna que “… de todas as festas cristãs, o Natal é uma das que mais contagia”. O redator acertou na ideia, mas errou na forma: a expressão um dos que (também um daqueles que, dentre os que etc.) pede verbo no plural. “… o Natal é uma das que mais contagiam”). De outros jornais, em épocas diversas: “O Sul é uma das regiões que menos sofreram com as enchentes”, “Wagner foi um dos políticos que mais falaram na tevê”, “O Brasil é um dos países que mais protegem refugiados”, “Alcione é uma das artistas que mais cantaram na festa”, “Aquele candidato é um dos que mais prometeram na campanha”.

NO BOM TEXTO, O CAMINHO DA SALVAÇÃO

Para não cair nessa armadilha na hora de escrever, basta inverter a frase, quando aflora a necessidade da forma plural: “Dos que mais falaram, Wagner foi um”, “Dos países que mais protegem, o Brasil é um”, “Das artistas que mais cantaram da festa, Alcione é uma”, e por aí segue o andor, com zelo, pois o santo é frágil. Não devemos nos cansar de chamar a atenção para o cuidado exigido no manuseio da linguagem a ser praticada pela mídia. Parece óbvio que a leitura dos bons textos ajuda muito. Logo, quem não quiser a literatura “comum”, sirva-se da bíblia (sempre um bom texto), que nos oferece um conselho sábio: “orai e vigiai”.

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DISCO DE BOSSA-NOVA EM RITMO DE GUERRA

Era 1963, na Rua 48, Nova Iorque. Numa reunião de trabalho entre João Gilberto, Stan Getz e Tom Jobim, João, que estava com o mau humor em dia, fala, em português: “Tom, diga a esse gringo que ele é muito burro”. Tom, em inglês: “Stan, João está dizendo que o sonho dele sempre foi gravar com você”. Stan Getz, sentindo cheiro de sujeira: “Pelo tom de voz, não parece que é isto que ele está dizendo”. Apesar do clima belicoso nas gravações (veja a cara de João, na foto), o resultado é um dos melhores discos do século XX: o LP Getz/Gilberto ganhou dois Grammy, deixando para trás ninguém menos do que os Beatles (A hard day´s night).

MONICA GETZ: MISSÃO QUASE IMPOSSÍVEL

Além dos três artistas famosos, estavam presentes àquele momento histórico a bela (em dois sentidos) cantora Astrud Gilberto (na foto, com Tom), mulher de João, responsável pelo êxito de Garota de Ipanema, que “vendeu” o álbum, e Monica (mulher de Stan) e que cumpriu uma missão considerada impossível: tirar João do quarto de hotel onde ele se encerrara e convencê-lo a, diariamente, trocar o pijama pelo terno e ir com ela ao local onde se realizavam os ensaios para a gravação. Lá estava também (eram dez pessoas, no total) o baterista Milton Banana, na flor dos seus 28 anos, o revolucionário da bateria da Bossa-Nova.

GRAVADO NO ESTILO “UM, DOIS, TRÊS, VAI!”

É inacreditável que esse álbum, já com 47 anos de idade, tenha sido gravado em apenas dois dias. Hoje, grava-se primeiro a “cozinha” (piano, baixo e bateria), para depois o cantor “botar a voz”; em Getz/Gilberto tudo foi feito ao mesmo tempo, no estilo “um, dois, três e… vai!”. Se um errasse era preciso começar de novo – mas ninguém errava, pois eram todos cobras criadas. O resultado está aí: um álbum atual (agora em CD, a linguagem contemporânea), que parece saído da prensa ontem. Nós, o público, sequer suspeitamos da guerra que foi a produção desse clássico da Bossa-Nova.

ARI BARROSO ERA BOSSA-NOVA E NÃO SABIA

O álbum, com dez faixas de BN ainda teve lugar para homenagem à MPB “antiga”, com Pra machucar meu coração (Ari Barroso) e Doralice (Caymmi). Coisas de João Gilberto. João e Stan Getz voltaram a gravar juntos em 1975 (The best of two worlds featuring João Gilberto) quando, segundo João Lins de Albuquerque (Conversações – Editora Cultura/2008), as relações deles ficaram ainda mais azedas. No vídeo, a inesquecível Corcovado, de Tom Jobim, com Astrud (voz), João Gilberto (voz e violão), Tom Jobim (piano), Stan Getz (sax tenor) e Milton Banana (bateria). Momento raro da canção brasileira, ao alcance de um clique.

(O.C.)

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(O.

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Seleção comemora o tricampeonato mundial de vôlei (Foto IG).

O Brasil não teve dificuldades para promover um massacre pra cima dos cubanos em Roma, na Itália, e levar o tricampeonato mundial de vôlei, há pouco.
Após perder para Cuba, por 3 sets a 2 na segunda fase do torneio, a Seleção Brasileira se impôs e levantou o caneco. Bateu o emergente selecionado cubano com um sonoro 3 sets a 0.