Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz são condenados a mais de 130 anos de prisão
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O Tribunal do Júri da Comarca do Rio de Janeiro condenou, nesta quinta-feira (31), dois dos envolvidos nos homicídios de Marielle Franco e Anderson Gomes. Ronnie Lessa foi punido com 78 anos, 9 meses e 30 dias de prisão em regime fechado; e Élcio de Queiroz terá que cumprir 59 anos, 8 meses e 10 dias de detenção.

O julgamento durou dois dias. Queiroz e Lessa também foram condenados a pagar R$ 706 mil de indenização para os parentes de Anderson e Marielle. Os dois foram denunciados pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro por duplo homicídio triplamente qualificados, um homicídio tentado, e pela receptação do Cobalt utilizado no dia do crime, ocorrido em 14 de março de 2018.

A juíza Lúcia Glioche iniciou a leitura da sentença, às 18h20min. “A sentença não serve para tranquilizar as vítimas que são os familiares. Homicídio é um crime traumatizante. A pessoa que é assassinada deixa um vácuo que palavra nenhuma descreve. Toda a minha solidariedade, do Poder Judiciário, às vítimas”. Ainda de acordo com a juíza, a sentença se dirige aos acusados e a vários Élcio´s e vários Ronnie´s que existem no Rio de Janeiro. As famílias se emocionaram no plenário, após a leitura da sentença.

RESPOSTA À SOCIEDADE

Durante as falas da acusação, de frente para os sete jurados, o promotor de Justiça Mário Lavareda pediu que o Conselho de Sentença desse uma resposta à sociedade. “O Ministério Público e as vítimas, que aqui contam com uma dupla representação, muito bem executada pela bancada da assistência, vêm pedir, vêm postular, que os senhores condenem, que deem uma resposta, que deem um recado, que digam que isso não é admitido, que digam que isso não é aceitável no Rio de Janeiro”, sustentou o promotor.

Além de Eduardo Morais e Mário Lavareda, Paulo Mattos da FTMA/MPRJ, Fabio Vieira e Audrey Marjorie, das Promotorias que atuam junto ao Tribunal do Júri da Capital, atuaram no julgamento. O coordenador do GAECO/MPRJ, promotor de Justiça Fabio Corrêa, acompanhou os dois dias de julgamento.

O segundo dia de julgamento começou com as alegações finais. Os promotores do GAECO/FTMA entregaram ao Conselho de Jurados um kit contendo um caderno com 207 páginas do processo e um envelope com imagens do local do crime. Na quarta-feira (30), primeiro dia do julgamento, foram ouvidas nove testemunhas.

As sete indicadas pelo MPRJ foram a jornalista Fernanda Chaves, que estava no carro no momento do crime; Marinete Silva, mãe de Marielle; Mônica Benício, viúva da vereadora; Ágatha Arnaus, viúva de Anderson; Carolina Linhares, perita criminal e os agentes da Polícia Civil Luismar Cortelettili e Carlos Alberto Paúra Júnior. Também foram ouvidos, como testemunhas de defesa de Ronnie Lessa, o agente federal Marcelo Pasqualetti e o delegado da Polícia Federal Guilhermo Catramby.

Ainda no primeiro dia, os réus foram ouvidos por videoconferência. Ronnie está preso no Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo; e, Élcio, no Complexo da Papuda, presídio federal em Brasília. Eles foram presos na operação Lume, deflagrada pelo MPRJ e pela Polícia Civil, em março de 2019. O processo que levou à condenação de Lessa e Queiroz contou com 13.680 folhas, 68 volumes e 58 anexos.

Vereadora foi morta por quadrilha no Rio de Janeiro
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O policial militar reformado Ronnie Lessa foi condenado por ocultação e destruição de provas no caso da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A sentença foi proferida pelo juiz Carlos Eduardo Carvalho de Figueiredo, da 19ª Vara Criminal da Capital do Rio de Janeiro, e divulgada nesse sábado (10).

Além de Ronnie, foram condenados sua mulher, Elaine Lessa; seu cunhado, Bruno Figueiredo; José Marcio Mantovano, conhecido como Bruno Gordo; e Josinaldo Freitas, conhecido como Djaca.

Ronnie, um dos suspeitos de matar a vereadora, foi condenado a quatro anos e seis meses de reclusão pela ocultação de armas que teriam sido utilizadas no crime.

Já Elaine, Bruno, José Marcio Mantovano e Josinaldo Freitas foram condenados a quatro anos de reclusão pelo envolvimento na operação que retirou as armas da casa de Ronnie, jogadas no mar da Barra da Tijuca, em 2019.

Os quatro tiveram as penas privativas de liberdade substituídas por restritivas de direitos com prestação de serviços à comunidade e limitação de fim de semana, sendo obrigados a permanecer aos sábados e domingos, por cinco horas diárias, em casa de albergado ou outra instituição definida pela Vara de Execuções Penais.

MINISTÉRIO PÚBLICO

Também nesse sábado, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) confirmou a substituição de duas promotoras que atuavam diretamente no caso Marielle. Segundo o MP, as promotoras Simone Sibílio e Letícia Emile optaram por não mais atuar na força-tarefa que investiga o caso. O MP não divulgou o motivo que levou as promotoras a deixarem o caso.

“O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro confirma que as promotoras de Justiça Simone Sibílio e Letícia Emile optaram voluntariamente por não mais atuar na força-tarefa que investiga o caso Marielle Franco e Anderson Gomes. A Procuradoria-Geral de Justiça do MP-RJ reconhece o empenho e a dedicação das promotoras ao longo das investigações, que não serão prejudicadas. O MP-RJ anunciará em breve os nomes dos substitutos das promotoras na força-tarefa”, diz. Da Agência Brasil.