Marão, Soane, Davidson, Bebeto, Wenceslau e Josenaldo || Foto PMI
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O prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD), e o vice-prefeito Bebeto Galvão (PSB) se reuniram nesta sexta-feira (18), em Salvador, com o secretário de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia, Davidson Magalhães, para discutir assuntos de interesse do município de Ilhéus.

Os representantes do governo ilheense solicitaram celeridade no processo de concessão do crédito emergencial para os comerciantes prejudicados pelas enchentes de dezembro passado. Cerca de 50 empreendedores do município solicitaram empréstimos.

Também participaram da audiência a secretária de Desenvolvimento Econômico e primeira-dama de Ilhéus, Soane Galvão, o professor Wenceslau Júnior (PCdoB), ex-vice-prefeito de Itabuna, e o presidente do PCdoB-Ilhéus, Josenaldo Cerqueira.

ANÁLISE CRITERIOSA

O crédito emergencial é ofertado pela Desenbahia, agência de fomento ligada à Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Estado (Setre). Na última quarta-feira (16), em entrevista ao programa O Tabuleiro, da Ilhéus FM, Davidson Magalhães informou que a estatal recebeu 3.314 solicitações de comerciantes de todo o estado.

A análise do grande volume de pedidos – conforme o secretário – é feita de maneira criteriosa, para que os beneficiados atendam às exigências da linha de crédito emergencial.

Eventuais atrasos na liberação do crédito, ainda segundo o gestor, decorrem de inconsistências nos documentos enviados à agência e da nova onda de Covid-19, que adoeceu parte dos técnicos responsáveis pela análise.

Até o momento, 500 empréstimos foram autorizados para comerciantes de toda a Bahia, totalizando R$ 13 milhões. A Desenbahia pretende conceder de R$ 50 milhões a R$ 70 milhões em financiamentos, que podem chegar a até R$ 150 mil cada.

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Davidson Magalhães

 

Na pedra fundamental da sede da OIT, erguida às margens do Lago Léman, na Suíça, está grafada uma frase em latim que bem orienta nossos passos por um trabalho centrado no bem-estar do ser humano, cujo benefício é a paz mundial: “Si vis pacem, cole justiciam” (Se deseja paz, cultive justiça).

 

Imagine o mundo do trabalho sem folga nos finais de semana, sem jornada diária de oito horas ou mínimas condições de saúde e segurança, com exploração de trabalho escravo ou infantil, sem a mínima proteção para trabalhadores vulneráveis ou grávidas.

Estas e outras conquistas sociais são resultado de 100 anos de ações da Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência multilateral da Organização das Nações Unidas (ONU), criada em 28/06/1919, por ocasião da assinatura do Tratado de Versalhes, que encerrou oficialmente a I Grande Guerra.

A Bahia também comemora com extensa programação (dia 11, 15 h, Teatro Castro Alves) o centenário da instituição que norteia nossa jurisprudência, com status supralegal e validade jurídica submetida à Constituição da República; cujo texto conduz à centralidade do trabalho como direito social umbilicalmente ligado à salvaguarda da dignidade humana.

Na Bahia, o Trabalho Decente tornou-se uma estratégia de desenvolvimento. A redução das disparidades, o combate a condições laborais degradantes e a inserção de grupos vulneráveis em ocupações de qualidade motivaram o Governo da Bahia, por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), a mobilizar trabalhadores, empregadores e sociedade civil para a criação da Agenda Bahia do Trabalho Decente (ABTD), em 2007.

O Trabalho Decente é alicerce básico para a superação da pobreza e redução das desigualdades, garantia da
governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável. O conceito inclui não apenas o trabalho formalizado, mas igualmente o subcontratado, terceirizado ou autônomo, em domicílio ou na informalidade, em cooperativas ou associações.

A Setre criou, em 2011, o Fundo de Promoção do Trabalho Decente (Funtrad) para captação de recursos que implementem os nove eixos prioritários: Erradicação do Trabalho Infantil, Erradicação do Trabalho Escravo, Saúde e Segurança do Trabalhador, Promoção da Igualdade da Pessoa com Deficiência, Promoção da Igualdade de Gênero e Raça, Trabalho Doméstico, Juventude, Serviço Público e Empregos Verdes. De lá para cá, já foram investidos R$ 10,4 milhões beneficiando milhares de pessoas.

O Funtrad é um dos instrumentos de resistência à pauta trabalhista regressiva dos anos mais recentes. Tivemos a
Reforma Trabalhista e o fim do Ministério do Trabalho, e a recente MP 873 que, no mesmo compasso desastroso, enfraquece os sindicatos.

Para piorar o que já está ruim, bate à porta do Brasil a Reforma da Previdência, com reflexos fatais na vida de todos, particularmente dos mais necessitados. Alguns dos direitos e garantias laborais universais conquistados ao longo de décadas correm o risco de descarte oficial no país.

Por outro lado, 100 anos após a criação da OIT, estamos diante de um novo e inusitado desafio no mercado de trabalho, qual seja o de enfrentar as mudanças provocadas pela revolução da indústria 4.0 no limiar do século XXI.

O Governo da Bahia sinaliza claramente a intenção de enfrentamento dessa nova era. Por isso, a Agenda Bahia do Trabalho Decente se fortalece e amplia suas ações, em busca de melhores condições, qualidade e renda; para uma vida mais digna, com saúde, segurança, educação, alimentação, lazer e moradia, para todos os baianos.

Torna-se oportuno, neste momento de centenário da OIT, uma profunda reflexão sobre os seus postulados de origem, que o Brasil sempre assimilou: a salvaguarda dos direitos sociais como o caminho mais seguro para a paz duradoura.

Na pedra fundamental da sede da OIT, erguida às margens do Lago Léman, na Suíça, está grafada uma frase em latim que bem orienta nossos passos por um trabalho centrado no bem-estar do ser humano, cujo benefício é a paz mundial: “Si vis pacem, cole justiciam” (Se deseja paz, cultive justiça).

Davidson Magalhães é secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte e suplente de senador pela Bahia.